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quarta-feira, 7 de março de 2012

Forninhos nos anos 20 do Séc. XX

Nos primeiros tempos deste blog, prometi procurar fotografias antigas para melhor retratar Forninhos Antigo, os nossos familiares e amigos, a fim dos mais jovens conhecerem o que foi o nosso passado, mas como é evidente que nem os mais "antigos" deverão recordar a aldeia dos anos 20, do Séc. XX, parece-me bem mostrar a todos a imagem de um Forninhos completamente desaparecido.
A fotografia tirada ao meu avô Zé Cavaca e tio Zé Ferreiro, terá pelo menos 85 anos. O Zé Cavaca e o Zé Ferreiro eram grandes amigos e quando esta fotografia foi tirada na rua da casa dos pais do Zé Ferreiro, ambos estavam solteiros.
O nome de baptismo (Lameira) nunca perdeu razão de ser para os forninhenses, mas a artéria é hoje conhecida por "Rua de S. José". Acho que não preciso enumerar as diferenças entre o passado e o presente, neste caso, uma imagem vale bem mais que mil palavras.


Hesitei na etiqueta a colocar-lhe..."Ruas e Lugares"..."Memorial da Nossa Gente"...mas parece que fica bem...simplesmente "MEMÓRIAS".

17 comentários:

  1. Paula,

    Tudo pode mudar, menos as lembranças que trazemos dentro de nós.

    Passei pra deixar um abraço pelo Dia Internacional da Mulher.
    Beijos

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  2. Sim, as lembranças não são modificadas.
    O meu avô Cavaca nasceu a 19 de Abril de 1906 e faleceu com 67 anos. Não me lembro do meu avô porque eu ainda não tinha completado 3 anos quando faleceu, mas cresci a ouvir falar do quanto o meu avô me amava. Quando eu chorava pegava-me ao colo e batia num prato de parede com detalhes e eu calava-me. Quando os meus pais emigraram para França apanhou todos os papelinhos com os meus rabiscos e queimou-os porque a dor da saudade era imensa, etc…depois, como tenho tantos registos fotográficos do meu avô ele acabou por estar sempre presente na minha vida.
    Agora causa-me uma certa estranheza que a grande família forninhense não se orgulhe da sua gente e que passadas 23h após ter publicado esta fotografia, não haja sequer um comentário a respeito da Lameira antiga e do edifício que aparece do lado esquerdo da foto.
    ...sem comentários!

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  3. Lembro-me bem do meu avô Cavaca, quando ele faleceu eu já tinha 7 anos, tenho muitas e boas recordações dele, além de o ter conhecido também já o tinha visto em muitas fotografias, mas nenhuma como esta, ao vela para mim é uma grande alegria ter uma recordação do meu avô tão jovem.
    Pelo que vejo na fotografia do meu avô com o tio Zé Ferreiro, naquela rua ainda não existia a casa do tio Zé Matela nem as outras casas ao pé dela, na fotografia da Lameira dos anos 80 dá para ver bem a casa da tia Maria dos Santos, não se vêm os balcões da casa da tia Delovina mas penso que ainda lá estavam, ao vermos aquela rua actualmente grandes modificações ela levou ao longo dos anos

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  4. Sim, tens muita razão Paula.
    Não é todos os dias que vemos uma imagem em foto do nosso cantinho beirão com mais de 80 anos; uma autêntica relíquia, tendo em conta os meios para fotografar daqueles tempos.
    Creio que os comentadores habituais, tal como eu, ficamos sem palavras, sem saber o que dizer, tal o valor histórico/visual desta foto.
    Embora os tempos de hoje não tenham muito a ver com os desta época, mas não deixa de ser surpreendente, como é possível manter uma imagem fotográfica de pessoas/cenário durante tantos anos.

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  5. As MEMÓRIAS que publico neste blog juntamente com os testemunhos de vidas passadas, servem para fazer a história da nossa terra, história que importa preservar para melhor conhecermos o que foi o nosso passado. E de quando em vez, Forninhos bem podia lembrar aqueles, a quem a comunidade muito deve, que nos deixaram em imagens o passado forninhense e que hoje nos ajudam a entender melhor o presente.
    No dia 1 de Março de 2011 publicamos uma foto da Lameira antiga, agora voltamos a fazê-lo, revelando uma outra imagem, claro que seria bom ter a data, mas o meu avô não a colocou, mas é provável que ele tivesse a idade de 20/22 anos e por isso é óbvio que não há quem se lembre dele assim jovem. Agora, é certo, que os mais “antigos” ainda recordam a casa do Sr. José Matela que aqui vemos, que tinha um pátio onde se fazia aguardente e as árvores (acácias) que havia na Lameira.
    Eu gosto muito de ver fotos antigas, umas porque fazem parte da minha memória; outras, porque ajudam-me a conhecer melhor a terra onde eu nasci. Acredito que alguns fiquem sem saber o que dizer, já outros ficam calados porque o novo blog sempre os deixou e continua a deixá-los boquiabertos!

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  6. Boa noite . Pois eu também gosto de ver fotos antigas . Mas a Lameira antiga que como esta nesta foto nao devo ter conhecido ou era ainda muito garota , mas lembro me bem do Sr Ze Cavaca e do Sr Ze Ferreiro , se nao estou errada vivia numa casa ao lado do Sr Augusto Marques ,mas posso estar confundida.

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  7. Estás certa Manuela. A título de curiosidade refira-se que a casa do tio Augusto Marques foi concluída em 1932, pois a data está lá marcada. Portanto, por esta altura, quando esta foto foi tirada, a casa ainda não havia sido construída ou, então, a obra estava em construção.
    Esta fantástica fotografia remete-nos para um Forninhos perdido, uma Lameira quase esquecida e para uma rua que se falasse teria, de certeza, imensas histórias para contar.

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  8. Como as coisas mudam!!!
    Pelos vistos, depois desta foto, já muito mudou, outras casas foram construídas e reconstruídas, outras simplesmente demolidas construindo-se novas no seu lugar, toda a estética urbanística mudou, para melhor, ainda bem, já quanto ás pessoas?
    Hoje, quando vemos as poucas fotos de pessoas que ainda estão na nossa memória, recordamo-nos com um certo saúdismo delas, mas sobretudo dos tempos em que não se precisava muito para se ser feliz.
    Com o tempo, as necessidades aumentaram, mas a amizade, a convivência, a lealdade e honestidade, pode e deve preserva-se porque ainda é a base da felicidade.
    Ainda ontem fui a Forninhos, e tive o privilegio de falar um pouco do passado com dois residentes, um da minha geração, outro mais novo alguns anos, mas que falava de seu pai, já falecido, com tanto orgulho que me tocou, sobretudo pelo que me contou quanto o seu pai era meu amigo. A amizade não tem preço, e com um simples gesto se adquire, mas também com uma atitude irreflectida, se pode perder.

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  9. As mudanças foram fruto duma evolução, esteticamente sempre para melhor, já as mudanças na envolvente do carácter das pessoas foram sempre para pior.
    É tão triste ver/verificar que pessoas que ainda foram contemporâneas de muitos de nós, que desenvolveram uma vida activa em prol de Forninhos presentemente são esquecidas pela sua terra. Só um exemplo: Que importância tem hoje para o nosso povo, os homens que com as suas vacas ajudaram a carregar as pedras para o cemitério?

    O espírito do novo blog é precisamente dar a conhecer as pessoas humildes, solidárias, empenhadas e dinâmicas…mas também ter orgulho destes forninhenses…fundamentalmente é por isto que devíamos lutar, mas quando reparo que nesta terra actualmente só reina a vaidade dá-me um desalento e vontade de baixar os braços. No fundo ando a retratar aqui um povo que já não existe...um povo desaparecido.

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  10. Gostei muito de ver o meu querido pai eo primo Ze Ferreiro nesta foto. Alguem disse que ainda eram solteiros e bastante novos, com aquela roupa tao antiga ate parecem mais velhos. Eles tem umas correntes de ouro a frente do colete , a minha mae dizia que o meu pai tinha uma corrente de ouro, pois fantasia nao havia naquele tempo. Talvez esta foto foi tirada no dia do casamento de algum deles. Quem seria o fotografo ?Quem tiver fotos de familiars antigas que as deem a conhecer, pois para mim foi um prazer ver o meu pai quando ele era novo. Realmente parece que foi tirade ao pe da casa do tio ze ferreiro, mas essa casa pegava com a da tia Albertina e era uma casa regular nao era essa tao alta com se ve. Ainda vou perguntar a minha Irma a quem pertencia aqule arranha ceus.
    M. D.

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  11. A fotografia foi tirada no sentido balcão da tia Ludovina - Lameira e a casa altaneira que existia não é a casa da Venda do Sr. José Matela, mas a outra casa antes da Venda, a tal com um pátio interno e onde faziam aguardente. Provavelmente na adega do Alcides Coelho, ainda existe pedra deste edifício.
    São poucos os dados que existem sobre esta valiosa fotografia. Sabe-se que ambos estavam solteiros; não foi o tio Carlos Guerra que a tirou; que possivelmente foi tirada num dia festivo, num Domingo ou Dia Santo (neste tempo só ao Domingo ou em dias de festa é que havia diferença no vestir). Os homens vestiam calças, camisa e às vezes colete. Vê-se bem que o meu avô Cavaca tem um relógio de bolso, a corrente era de ouro. Contaram-me que era costume os pais oferecerem ao filho um relógio/corrente e às filhas um cordão, de ouro.
    Em relação à família Cavaca, de referir que a minha bisavó Teresa (mãe do avô Cavaca) era irmã do tio António Ferreiro (pai do aqui Zé Ferreiro). O meu avô, porque ainda solteiro, vivia na casa dos seus pais (que é hoje da Augusta Rita) e havia nesse tempo ali uma passagem directa para a casa dos pais do Zé Ferreiro. Além de grandes amigos, eram primos direitos e andavam sempre juntos.
    Não se pode esquecer também que a maior família forninhense era a dos “Ferreiros”, só é pena que numa família tão numerosa não haja um familiar com sensibilidade para escrever uma linha sobre o pai, tio, primo, avô, bisavô...!

    A foto foi cedida pela tia Margarida e, confesso, a mim, deixou-me os olhos cheios d´água.

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  12. Tens rasão Paula as pessoas mudaram.
    Voltando a falar da Lameira, fiquei a saber, isto dito por uma pessoa mais velha, que antes de construírem o armazém havia por ali umas árvores grandes, ainda hoje no pátio do armazém se encontra lá uma arvore pequena, será que ainda é algum rebento dessas tais arvores que lá havia antigamente?

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  13. É bem possível Maria.
    De facto, havia algumas árvores grandes na Lameira, parecidas com as da Sra. dos Verdes, que se não as tivessem cortado agora poderíamos estar a falar da sua grandeza e antiguidade. Na verdade, muito do nosso património arbóreo já se perdeu e, qualquer dia, não há ninguém para “contar como era”.
    Mas como desde há três anos atrás Forninhos e Valagotes tem alguns eleitores ecologistas que já dão mais valor ao património público arbóreo, ainda bem, pergunto eu o porquê de certas pessoas, cujo nome não vem ao caso apontar, não recordarem estas árvores centenárias, que poderiam ser verdadeiros símbolos desta aldeia?
    Então vêem umas coisas e não sabem ver outras???

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  14. Boa noite, são fotos como estas que fazem os familiares recordar os tempos passados e dos seus ascendentes, pena mesmo é e muito bem como a Paula diz que dos seus familiares nem uma simples palavras, e depois no dia de Todos os Santos vão em romaria ao semitério chorar aos que já partiram, mas pronto os actos ficam para quem os pratica,
    Não sou uma pessoa muito antiga em Forninhos são cerca de 26 anos que conheço essa terra, mas neste tão curto espaço de tempo muito esta terra mudou no seu aspecto, como diz o amigo Ed Santos muitas casas são reconstruidas outras renovadas e outras que é bem mais grave votadas ao abandono e completa ruina, até as próprias ruas alteram a sua fisionomia.

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  15. Fui ver o “post” Forninhos e os Censos e em 1936 Forninhos já contava com 161 fogos, certamente muitos desses alojamentos/prédios eram pertença da família dos “Ferreiros”. Mas como já disse, é uma pena não ter a honra de ler um comentário, sobre este “post” de um filho, neto, bisneto, sobrinho, primo, do tio Zé Ferreiro. Enfim... e encerro este assunto com aquele adágio caracterológico (se existe a palavra): CADA UM, leia-se aqui FAMÍLIA, É COMO CADA QUAL.
    Sobre as casas típicas, sobre a Lameira e/ou sobre outros acontecimentos, é igualmente uma pena ninguém querer debater os assuntos e isso inclui troca de ideias (mesmo que sejam opostas). Dos meus “post´s” e meus comentários já nasceram algumas soluções.Se calhar porque eu não escolho algumas coisas por acaso…

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  16. Boa tarde para todos.
    A Paula diz que quando viu esta foto, os lhos se lhe encheram de água, acredito, os meus também ficariam se visse uma foto como esta dos meus antepassados, quem não ficaria sensibilizado?
    Quantos de nós, mais velhos ou mais novos não gostaríamos de ver uma imagem dos nossos avôs, bisavôs ou mesmo pais para nós mais velhos?
    Os nossos antepassados mais longínquos das aldeias como a nossa, não nos deixaram testemunhos escritos a não ser os gravados a cinzel nas pedras, como num passado mais recente, as datas nas torças das portas, muitas desenhadas de um modo rudimentar, deixando entender as dificuldades daquelas gentes em escrever um simples numero, no entanto, quando olhamos para qualquer destes escritos, parece que, quanto mais gatafunhados estão, mais os admiramos, isto acontece comigo.
    Uma foto como esta, atendendo á época em que foi tirada e a qualidade que tem, é mesmo um documento importante e deve ser o orgulho dos familiares destes jovens.
    Quantas relíquias destas não haverá ainda por aí?

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  17. Localizar e apresentar fotos fantásticas é a melhor maneira das gerações mais novas contactarem com o passado de Forninhos e são fotos como esta que nos fazem recuar muitos anos e tornam o novo blog ainda mais especial, pelo menos, para mim.
    E já que somos tidos como um povo solidário e comunitário, eu acho que não somos, e estou a prová-lo com este blog, seria importante fazer-se um painel/quadro, rectangular ou noutro formato, com fotografias antigas do nosso Forninhos e afixar-se, por exemplo, na Sede da Junta de Freguesia. Pessoalmente julgo que ficava lá melhor do que o quadro “aberrante” do Cavaco Silva! Desculpem o termo, mas não me ocorre outro adjectivo.

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