Seguidores

quarta-feira, 30 de março de 2011

Memórias: Capela de N. Senhora dos Verdes

Recinto rodeado de pinhal e alguns ciprestes 

A Capela de Nossa Senhora dos Verdes está hoje em destaque nas nossas memórias. A foto aqui reproduzida dá-nos uma ideia da beleza deste templo nos idos anos 198-? e foi cortesia da Lurdes Lopes.
Erigida, com toda a certeza, antes do milagre de 1720, quando uma praga de gafanhotos se abateu sobre os campos da região, desaparecendo, somente, graças à intervenção de Nossa Senhora, a Capela apresenta uma “planta longitudinal”, composta por alpendre, nave, capela-mor mais estreita e baixa, com sacristia de planta rectangular adossada ao alçado lateral esquerdo. 
Nesta Capela destaca-se o remate superior do portal (frontão interrompido, com nicho formado por volutas e concheados) e os vão da fachada principal (com moldura curvilínea). Já no interior destacam-se os tectos em caixotões, na nave e capela-mor, e dos retábulos em talha dourada. No corpo da capela as pinturas do tecto exibem motivos representativos de diversos santos e na capela-mor a temática está relacionada com Nossa Senhora e Cristo.
Um local de visita obrigatória.

domingo, 27 de março de 2011

S. PEDRO DE VERONA

Foi ontem inaugurada uma exposição de arte sacra no Seminário Maior de Viseu, onde se encontra exposta a imagem de S. Pedro de Verona, proveniente da extinta capela da nossa Serra:


Como se pode ver pelas fotos, esta imagem com cerca de um metro de altura, de finais do século XVI /princípios de século XVII, do século XV, esculpida em pedra de Ançã, fica muito bem ente outras peças de arte sacra de incalculável valor.

Sugiro a todos os forninhenses, inclusive, aqueles que se encontram espalhados pelo mundo, para quando vierem passar as suas férias, não deixem de fazer uma visita a esta exposição.

sexta-feira, 25 de março de 2011

A Salgadeira

Ora aqui está mais um assunto, ou melhor, uma tradição que também pode estar em vias de extinção: o uso da Salgadeira, arca em madeira que se enche de sal:


Quem fez esta salgadeira antiga foi um grande carpinteiro de Forninhos, o tio António Carau. Acho o modelo desta salgadeira muito interessante, com compartimentos; um, para salgar as carnes e conservar os untos; outro, para a panela de barro com azeite usado para conservar alguns enchidos depois de retirados do fumeiro.
Sabiam que durante muitos anos era prática nos 40 (quarenta) dias de preparação para a Páscoa, algumas famílias forninhenses pregarem a arca salgadeira? A Quaresma era um período de penitência, jejum e oração e, sob o ponto de vista alimentar, um período magro.

Foto: Salgadeira (Cortesia da Natália)

terça-feira, 22 de março de 2011

A Grade

Vamos deixar também aqui registado um gesto que se fazia antigamente. O Homem (neste caso a Mulher) e o animal numa tarefa de renovar a terra.

Grade

Utensílio em madeira com travessas. Eram-lhe aplicados dentes com cerca de 25 cm que poderiam ser de madeira ou de ferro. Era usada no amanho dos terrenos depois de lavrados e na cobertura das sementes quando lançadas à terra. Puxada, geralmente, por uma junta de bois. Na nossa Beira era-lhe colocada uma pedra para fazer mais peso (vidé foto).
Chegado ao final, dá-se a volta, a Grade é virada para o outro lado e volta-se em sentido contrário. Este ritmo continua nesta rotina até a terra estar toda alisada e só no fim se pensa no cansaço.

Fotografia cedida pela família Guerrilha.

segunda-feira, 21 de março de 2011

21 de Março: "Dia da Árvore"

A primeira vez que se comemorou o Dia da Árvore foi nos Estados Unidos da América, no estado do Nebraska, em 1872. Em Portugal o Dia da Árvore festejou-se pela primeira vez a 9 de Março de 1913. Mas a partir de 1972 passou a comemorar-se a 21 de Março.
Achamos duas fotografias, de uns meninos, que neste dia, para além de plantaram uma(s) árvore(s) na escola, tiveram a visita do Sr. Presidente da Câmara Municipal de Aguiar da Beira que os terá sensibilizado, digo eu, para a importância da Floresta no planeta Terra.


Nestas fotos o desleixo do recreio já era evidente, o número de meninos resumiam-se a 7. Se calhar, neste ano já se adivinhava o encerramento da escola.
Será que lá estão as árvores plantadas por estas crianças?

sexta-feira, 18 de março de 2011

O "Dia Mundial da Árvore" está a chegar

Há um ano a iniciativa do “Movimento Limpar Portugal” pretendeu limpar Portugal num só dia, o dia escolhido foi 20 de Março de 2010. Na próxima Segunda-Feira, 21 de Março de 2011, comemora-se o “Dia Mundial da Árvore”. Depois de limpar, seria de neste Ano Internacional das Florestas aproveitarmos para reflorestar. Em Forninhos já se vêem algumas plantações na Serra, tal como o demonstra a foto que segue, o que significa que já vai havendo alguma sensibilidade:

Sugiro uma visita às feiras da região, onde podemos escolher a árvore que seja do nosso agrado.Não são caras (entre € 1,00 e € 5,00) e é só abrir uma covinha e plantá-la. Pode optar por uma árvore ornamental ou de fruto, mas eu aconselho de fruto, porque esta serve de ornamento, faz sombra e ainda nos presenteia com os seus saborosos frutos que, garanto-vos, quando se colhe um fruto directamente da árvore e se come junto dela, o prazer é redobrado e se olharmos com atenção, a árvore também nos parece feliz.


Se tem um quintal, mesmo pequeno, experimente e plante uma destas árvores com as crianças e vai ver que a estas lhe dá prazer pela vida fora, quando a olharem e dizem: esta figueira, laranjeira, nespereira, etc. fui eu que a plantei quando era criança.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Mulheres de Antigamente

a tia Raquel no carreiro da Perdamêda)

Em Forninhos, que eu me lembre, as mulheres apesar da viuvez de muitos anos, não voltavam a casar e muitas criaram e educaram 4, 5, 6 e mais filhos, sozinhas. Mas estas mulheres, sem nunca baixarem os braços, conseguiram retirar da terra o sustento para elas e para os seus filhos. A tia Raquel é um desses exemplos, ficou viúva muito nova, o seu marido  Luís Coelho, que era Pedreiro de profissão, morreu numa pedreira no dia 28 de Novembro de 1958. Eu sempre me lembro da tia Raquel viúva. 
Um dos seus quatro filhos, Ilídio Castanheira Coelho, morreu na Guerra do Ultramar, na Região Militar de Moçambique, no dia 26 de Maio de 1974, tinha 21 anos de idade e está sepultado no cemitério de Forninhos. 
Quando o pai morreu o Ilídio tinha 6 anos de idade, nasceu no dia 16 de Agosto de 1952.
Estas mulheres foram, são e serão sempre um exemplo de grande coragem, pela força demonstrada por elas, sempre que se levantavam de manhã cedo, para mais um dia de trabalho. Lavravam as terras, colhiam mato para estrumar as camas dos animais, semeavam, plantavam, regavam, tratavam dos animais, da lida da casa, dos filhos...

A Natália Cavaca foi quem cedeu estas 2 belas fotografias.

sábado, 12 de março de 2011

Cruzeiros e a sua preservação

Este Cruzeiro, fica a caminho do Santuário da Sra. dos Verdes, mas ainda dentro da povoação e, para mim, é um dos mais bonitos e interessantes que já vi.


Aquando do alargamento da Rua, deixaram-no estar onde, possivelmente sempre esteve, mas como sempre, em Forninhos não se dá valor ao que temos, e por isso, em vez de se lhe fazer uma base condigna do seu valor histórico/arquitectónico, puseram umas tábuas a segurar um pouco de massa de cimento onde o colocaram.



Aceito que nessas épocas se desse mais importância à religiosidade de que ao valor arquitectónico, mas já me custa aceitar, que nos dias de hoje, se ignorem estes valores, como é o caso, pois não vi ainda qualquer menção a este Cruzeiro, tanto na Monografia do Concelho como em qualquer escrito de Forninhos.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Mais um pouco de História

Eu adoro História e gosto de conhecer, principalmente, a História da minha aldeia, Forninhos. Enquanto finalizo um trabalho sobre outros dados históricos da freguesia, aproveito o período Quaresmal, para fazer referência ao nosso património cultural/religioso do qual se destaca a Matriz de Forninhos, que terá sido reedificada ao lado do local onde existiria uma velha capela-mor: "1797 – Forninhos - Os moradores do Lugar e Freguesia de Forninhos, anexa de Penaverde, reedificaram a sua IGREJA – «tanto de paredes como de armação…e da mesma sorte a CAPELA-MOR com a sua TRIBUNA nova, asseada com toda a decência». Durante as obras de reedificação, os fregueses serviram-se da velha capela-mor, que ficava ao lado da igreja nova, na qual não cabia a quarta parte do povo da freguesia.".

Há notícia de casos em que a Igreja/Capela da aldeia se edificou em torno de um Cruzeiro, mas no nosso caso, não se conhecem vestígios, nem o local exacto de tal Cruzeiro ter existido. O que se pode constatar é que na povoação existem Cruzeiros em granito muito interessantes, bem como Alminhas. Embora se desconheça exactamente a sua origem, sabe-se que já os Romanos e outros povos da antiguidade erguiam à beira dos caminhos e nas encruzilhadas este tipo de monumentos, existindo mesmo escritos que referem que a Igreja substituiu os monumentos pagãos por Cruzeiros de pedra (que são bem mais antigos que as Alminhas), nos mesmos locais utilizados pelos Romanos. As Alminhas vieram a ser implantadas, não na Idade Média, como os Cruzeiros, mas bastante mais tarde, nos Séculos XVIII e XIX.

Atento aos monumentos e vestígios existentes na povoação de Forninhos, depreende-se que nenhum remonta à Idade Média, a não ser, se calhar, o topónimo "Lameira", pois todos os vestígios de períodos pré-históricos encontram-se no território do antigo povoado de S. Pedro, na Serra de S. Pedro, e não no território que constitui o povoado da actual freguesia. No entanto, existe a suposição que terá existido um Cruzeiro muito antigo no lugar onde foi edificado o Cruzeiro dos Centenários (isto foi-me dito pelo meu tio António Carau, no local, no dia 01 de Agosto de 2010). Infelizmente isto não pode ser confirmado, porque não existem documentos escritos e a componente humana que era importante ouvir, também essa tende a inexistir.

Dizem que a fotografia a preto e branco tem mais "alma". Estou em crer que sim.

terça-feira, 8 de março de 2011

DIA MUNDIAL DA MULHER

Um raminho natural, colhido hoje no meu quintal, para o ser mais maravilhoso do mundo:

Não queria deixar passar este dia sem prestar a minha homenagem a todas as mulheres do mundo, e em especial às mulheres de Forninhos.

À mulher filha, à mulher irmã, à mulher esposa e sobretudo à mulher mãe, esta que abdica de tudo para dedicar o seu amor aos filhos, que nem a evolução dos tempos conseguiu demover.

MULHER-MÃE, uma palavra que nem os séculos ou milénios conseguiu desgastar.

Um beijinho para todas.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Continuação: II Arrematação de Carnes e Enchidos

Voltamos ao tema do dia, da II Arrematação de Carnes e Enchidos, que começou assim:





Mais momentos do convívio à volta da mesa

Nós sabemos que o que move estes Homens,


é aquele espírito que sempre põem nas coisas que fazem


e houve mesmo um entrudo,


ou melhor, dois entrudos


Boas fotos. Parabéns serip. A nossa galeria está cada vez mais diversificada e com qualidade, o que muito nos honra.

II Arrematação de Carnes e Enchidos, Forninhos 2011

Decorreu como estava previsto e vai fazendo assim o seu percurso, a II Arrematação de Carnes e Enchidos em Forninhos, que junta a malta da terra, alguns vindos de outros sítios para estar cá, e de aldeias vizinhas.




Os mordomos/juízes da Irmandade, tio Luís “Gigas” e Ismael Lopes




É bonito verificar que os jovens aderem a estas iniciativas e isso é bom, pois neles está a continuidade do que se vai fazendo hoje.



Momentos do convívio à volta da grande mesa

com gente dinâmica como são todos os forninhenses, e que puderam estar aqui presentes neste Domingo Gordo,


pois há momentos que só são de quem os vive, e em comunidade é sempre melhor. Esta é a melhor mensagem que podemos retirar.

Parabéns a todos os participantes e organizadores.

Fotos, Leilão: cortesia da família Lopes.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Memórias de Outros Carnavais


Esta fotografia foi tirada do muro do quintal do Sr. Padre e pode-se ver ao fundo a nossa Igreja e à esquerda a tília do adro. Em que ano terá sido tirada esta foto?
Esteve esta pérola guardada no baú da Natália Cavaca e chegou para nos dar a conhecer como se vestiam no Carnaval. Depois de todos os pares alinhados, em marcha, cantavam:

Cá vai Forninhos, todo ele engalanado
Cá vai Forninhos, é Forninhos encantado
Cá vai Forninhos, mocidade sem ter rival
Cantai, Cantai, é Forninhos que aqui vai...

Se tu és meu amigo
De Forninhos vem p´ra rua
Dá-me um braço e vem comigo
Esta marcha é a tua.


Bom Carnaval para todos *:*

terça-feira, 1 de março de 2011

Memórias: Largo da Lameira (zona envolvente)

As nossas Memórias de hoje conduzem-nos à Lameira de antigamente numa altura em que era intransitável para veículos longos. É essa Lameira que hoje aqui recordamos nesta fotografia:

Quantas vezes não subimos e descemos aquela rua estreita em pleno centro de Forninhos? Quantas vezes não pisamos o piso da calçada que se perdeu nas brumas do tempo? Esta rua sofreu muitas transformações.
Citando, outra vez, Aquilino:
«Se alguma coisa, nos derradeiros tempos, veio modificar a filosofia da aldeia», explica depois, «foi a camioneta (…) A camioneta da carreira trouxe à província com tonus novo um sopro de modernidade, de progresso (…).» (Aldeia).
Nas casas da zona, as diferenças, essas, também se fizeram sentir. Umas casas desapareceram e outras estão hoje diferentes: ampliações ou simplesmente alteração de fachadas, marcam a nossa Lameira uns anos depois deste “instantâneo”. Conseguem assinalar as diferenças?