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domingo, 30 de dezembro de 2012

Natal 2012 em Forninhos

A tradição, em parte, ainda é o que era!
Ainda os rapazes neste Natal de 2012 foram buscar o Cepo, a tradicional fogueira natalícia, que em quase todos os lugares de Portugal se acende na noite fria do nascimento do Menino Jesus e onde todos se podem aquecer depois. 

Diferentes gerações

Algumas 'experimentam' a tradição pela primeira vez

Este ano já está, agora há que manter as tradições do ano que vem.

BOM ANO 2013 para todos, com paz, saúde, mas também com trabalho.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Natal (Entre Nós)


Este é mais um postal de Boas Festas da artista Laura Costa, que circulou em Portugal em Dezembro de 1942 e a imagem aqui reproduzida é de comunhão entre adultos e crianças na feitura de uma carta para o Menino Jesus a pedir presentes. 
Neste Postal está representada a comunhão, a divisão de trabalho, a colaboração e a intimidade. Gostaria de dizer que era bom em 2013 haver menos egoísmo e mais tudo isto entre nós: o Blog...os amigos...os leitores...os seus contribuidores e seguidores.
Posto isto, com muita estima, desejo a todos os Bloguistas, Conterrâneos e Amigos deste espaço e da nossa terra, espalhados por todo o mundo, em especial: Estados Unidos da América, França e Brasil, um Natal Santo e Feliz, com muita saúde, paz, alegria e solidariedade.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Recordar é Viver

O Cepo de Natal é uma enorme fogueira que os rapazes da terra constroem normalmente no Largo da Lameira e que é acesa depois da Ceia de Natal. Diz a tradição que esta fogueira é para aquecer o Menino. Cabe, depois, a todos nós, contribuir com a presença, confraternizando, entre conhecidos, amigos e familiares.


Em Forninhos o Cepo só é cortado durante a tarde do dia 24 de Dezembro, é carregado por tractores e, por vezes, é composto no local por máquinas, mas nem sempre foi assim, dantes iam buscar a lenha aos pinhais com o carro das vacas e quando não se arranjava vacas, levava-se o carro e à força de muitos braços o carro vinha carregado na mesma, pois a lenha para o Cepo não podia faltar, já que este era o símbolo mais marcante dos jovens da época e, diga-se, o Cepo continua a ser um dos mais belos momentos da Noite de Natal nas nossas aldeias da Beira. 

Histórias contadas no passado:

Aqui há vários anos, a tradição mandava que a coberto da noite, roubássemos lenha para o Cepo. Lá íamos nós, malta unida na aventura, sorrateiramente “vandalizar” os pátios, de preferência os que não tivessem cães a guardar.
Vou recordar aqui uma história que aconteceu com o meu falecido pai e na qual colaborei e ajudei a orquestrar:
Combinamos ir ao tio Alfredo (meu pai), pedir um cântaro de vinho para animar a malta do Cepo, já que gramávamos a noite inteira, mesmo que nevasse.
Dito e feito!
O meu pai pôs o vinho à disposição da trupe e ainda pediu à minha mãe para fritar uma chouriça e trazê-la para a adega, pró pessoal beber uns canecos a ver se aqueciam.
Copo atrás de copo, uns iam entrando na adega, outros saindo, mas…outros com ele entretido na adega, carregaram uns valentes troncos de pinheiro para o Largo da Lameira.
Não se chateou, era Natal e ele era assim!

Ai CEPO, tinha tanto para contar, participei várias vezes nesses cortes de pinheiros e a carregar os cepos.
Era assim, no dia anterior, no café do Sr. Virgílio é que se combinava, mas aquilo era rápido, bebendo umas cervejolas, eram sempre os mesmos, e ao outro dia, dia 24, fim do almoço, a maltinha começava a aparecer. Lá ia o Zé Cuco meter o tractor do Sr. Virgílio a trabalhar e lá iam eles só com uma ideia na cabeça, carregar o reboque o mais rápido possível, porque não era só com uma carrada que se fazia o Cepo, mas sim com três ou quatro e claro o garrafão ía sempre connosco. Também cheguei a levar o tractor do meu pai, o Sr. Freitas também e era assim neste ambiente de festa e união que se fazia o Cepo de Natal.
Depois de se consoar com a família, era no Cepo que a malta se reunia novamente, alguns lá ficavam até de manhã, dos quais eu ainda fiz parte, mas para aguentar toda a noite tínhamos que comer e beber, então dois ou três mangas iam dar uma voltinha aos galinheiros da freguesia e a verdade é que nunca vinham com as mãos a abanar. Estou a lembrar-me que quando foi a minha vez não correu lá muito bem, éramos dois, não se via nada no galinheiro, então foi o que veio à mão, só que não era uma galinha, mas sim o que galava. A missa do galo essa não é do meu tempo, mas este foi e estava bem bom!!!

Nesta quadra e naquela altura em que a ASAE não existia, praticamente não era crime ou pecado “roubar” uma galinhita ao tio Luís Catrino que Deus tenha, ou qualquer outro (salvo muito raras excepções), como acontecia com a madeira para o Cepo.
Tenho um grande, mas grande amigo em Forninhos, o tio António Carau, e também ficou sem a burra de serrar a madeira!
Foi direitinha para o Cepo e continuamos amigos.
O que mais gostava mesmo, era já quase madrugada, juntamente com o meu primo Graciano, meu primo Zé Pego e outros, assarmos um coelhito, em casa da minha tia Laura.
Coelho roubado, claro, senão não tinha piada, mas roubado com alto nível!

Que saudades tenho de estar presente neste dia, contribuir para arranjar essa lenha que o Cepo necessita, onde tudo é divertido.
Nos tempos em que vivi em Forninhos, sempre me lembro do Cepo, na Lameira, junto ao Café do Sr. Virgílio (mesmo em frente à casa do Sr. Paredes) ou mais ao lado, em frente à casa dos avós do Agostinho "branco".

A minha infância foi passada numa aldeia vizinha (Dornelas) onde os usos e costumes sempre foram idênticos, nem outra coisa podia ser, devido à proximidade. Aqui, havia rivalidade entre o povo e a lage grande, mas qualquer dos Cepos eram bons, quer dizer, a fogueira era grande e ía desde o dia 24 ao dia de Reis.
Eu lembro o tempo em que se acendia o Cepo na véspera de Natal e mantinha-se até aos Reis, mesmo que tivéssemos de ir roubar os pinheiros para manter a fogueira acesa. O mais difícil era acendê-la porque era tudo verde, colocávamos uns troncos resinados por baixo e a frança por cima para esquentar, por vezes tínhamos de recorrer ao petróleo porque lenha seca era difícil de arranjar.

Recordar é Viver!

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Em Memória da Gente Antiga

Recuando ao ano de ...(?)
A foto foi tirada em Forninhos. Quem é capaz de identificar o lugar?


E quem são as pessoas da foto?

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

O Lagar de Azeite do Sr. Luisinho

Em Documento do ano de 1917 é mencionado que como indústria local, tinha Forninhos "fabrico de azeite em um antigo lagar". Esse referido antigo lagar era o do Sr. José Baptista, que foi desactivado em 1938. Outro dia vamos aqui divulgá-lo. Mas é o Lagar do Sr. Luísinho, que outrora foi também importante fonte de riqueza, que está hoje nas nossas memórias. 


Trata-se de uma construção ampla com paredes construídas em granito e fica este Lagar no lugar com o mesmo nome "Lagar". Já perdeu a cobertura. Ficaram as paredes de pedra, pio e mós onde a azeitona era esmagada. A recuperação sei bem que seria muito dispendiosa e muito complexa, mas restaurado podia ser motivo de atracção turística para muitos forasteiros que visitam a freguesia de Forninhos. Muito perto deste edifício existem ainda ruínas de moínhos. 


Já não sou do tempo em que na minha terra havia lagares de azeite, nem conheci o Sr. Luísinho, mas sei que noutro tempo muitas pessoas gostavam de passar a noite no lagar quando faziam o azeite. Assavam batatas, cebolas e bacalhau que regavam com o azeite tirado directamente da pia e todos comiam à volta do borralho, onde se contavam estórias. Muitas vezes a água chegava ao meio do rodado dos carros de bois carregados com os sacos de azeitona. Hoje tudo mudou. Ainda se apanha azeitona para consumo privado, mas leva-se para algum lagar das redondezas e bem vistas as coisas Forninhos é que perdeu/perde. A economia do azeite podia e devia, se fosse esse o desejo, ser aproveitada, pois a oliveira produz muito bem na nossa região e o azeite é de muito boa qualidade. Bem sei que escrever sobre isto é fácil, tomar iniciativa e combater com acções reais é difícil, mas se quisermos que Forninhos fixe e atraia pessoas é preciso ajudar os locais, migrantes e emigrantes a criar investimento que gere emprego. 

P.S: Desta vez fiz o 'post' com a conta do meu irmão, pois ainda não criei uma outra conta minha. Obrigada David e obrigada a todos pelas dicas. O blogue é hoje uma das primeiras ligações informáticas que muitos forninhenses estabelecem quando se ligam ao computador e isto não acontece para saberem as "notícias" da terra, mas por aqui recordarem bons momentos do passado e é neste local que vêem que se discute de forma séria a história e o futuro da nossa terra.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Os doces fritos desta época

Queridos leitores(as),
Na última semana fiquei impedida de carregar fotografias no blog, tal como aconteceu a outras pessoas de outros blogues. Pois bem, eu queria fazer um ‘Post’ sobre uma riqueza bem antiga, o nosso azeite, mas como só consigo carregar fotografias através do Picasa, vou referir-me um pouco ao azeite, à tradição dos doces fritos que se confecionam na época festiva que se aproxima. Filhós até fartar, fritas, sonhos de abóbora…
Fazendo uma pesquisa para determinar desde quando foi a introdução das filhós, fritas e similares em Portugal, e qual foi a sua origem, fiquei a saber através do blog '"D´Algodres" do nosso amigo e colaborador al cardoso que investiga e divulga a "herança judaica" no concelho D´Algodres, que os Judeus têm a tradição de a partir do dia 5 de Dezembro, durante 8 dias, comer doces fritos em azeite, dos quais derivam as filhós, as rabanadas ou fritas, os sonhos e as bolas de berlim. Só mais tarde os Cristãos, quando começaram a celebrar o Natal de Jesus em Dezembro, começaram também a utilizar os doces fritos. Que sabem sobre os doces fritos de Natal dentro da tradição judaica-cristã?

'fritas', 'rabanadas' ou 'fatias douradas'

Parece que, para nos entendermos, temos de chamar rabanadas ou fatias douradas às nossas tradicionais fritas. Mas pronto, as fritas, como dizemos (nós os forninhenses), pertenciam aos batizados, mas já não é assim. Também agora na nossa aldeia são escassos, ao invés do que sucedia no passado.


Um prato de 'filhoses' ou 'filhós'

Creio que não há mesa portuguesa que na Consoada não tenha um prato de filhós. E, feitas à lareira e fritas no nosso bom azeite têm outro sabor! Ficaram com água na boca? Era mesmo essa a intenção!

Nota final:
O blog dos forninhenses não vai "morrer", mas alguém por acaso, sabe dizer-me como resolver o problema do espaço para imagens? Não quero comprar espaço. Tenho de fazer uma outra conta? Se apagar algumas fotos nos ‘Post´s’ mais antigos, consigo mais espaço, pelo menos, até ao final do ano?