Nome
Nos documentos antigos há referências a este rio como tendo tido incialmente o nome de "Om". Em documentos do século XII aparece com o nome "Adon": no foral de Azurara da Beira (Mangualde) de 1102 lê-se "Adon". Mais tarde, no foral de Aguiar da Beira de 1258 (século XIII) lê-se "Aon", a grafia perdeu o "d".
Parece que a evolução terá sido "Om" ou "Aom" - "Daon" (por metátese) - Dom. Nuns sítios pronunciava-se Aon e noutros Daon, predominando depois este, donde saiu - Dão.
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Nascente do Rio Dão |
Descrição do Percurso
O percurso parte do local que há séculos é tido como o ponto de nascimento do Dão, entre duas lages graníticas, na povoação da Barranha, freguesia do Eirado.
Atravessa depois um pequeno pinhal, onde se encontra a Capela do Nosso Senhor do Castelinho. Ao sair do pinhal, depois de pequena extensão em estrada asfaltada (EN330), flete à direita, por caminho de terra batida, ao encontro do troço mais selvagem e imponente do percurso, entre impressionantes afloramentos graníticos e horizontes de perder a vista para sul e sudoeste (...) seguindo-se vários quilómetros de travessia ao longo das suas margens, cruzando as povoações de Porto de Aguiar, Dornelas e terminando nas imediações de Forninhos.
Vai perder o nome em o Mondego na Foz do Dão perto de Coimbra.
Confrontações e Curiosidades
Este rio é referido em vários documentos para definir confrontações de vilas e propriedades.
No Livro "De Terra em Terra" Leite Vasconcelos refere que num documento de 974 falou-se aí da extensa "quinta" de Santa Comba que chega usque in ribulo Adon, usque in foce ribulo Adon. A foz deste rio é no Mondego e Sancta Columba deu origem ao moderno nome de Santa Comba (Dão).
Curiosamente no volume 16, página 790, do Dicionário Geográfico de Portugal, do Pe. Luiz Cardoso, há uma descrição da Paróquia de Forninhos, datada de 14 de Mayo de 1758 e assinada em "Santa Comba de Forninhos" pelo Abbade João da Costa Feixo e os Vigários Jozé de Freitas da Costa Villasboas e Manoel de Novaes de Sá (fl. 790).
"E esta, hein?!"
No Livro "Penaverde Sua Vila e Termo, pág. 25, o Pe. Luís Ferreira de Lemos sobre o rio Dão refere: "Também este banha Penaverde, no sítio em que a separa da Cortiçada. Benefícios porém, não lhe dá nenhum. Passando ao fundo de uma ravina, não lhe rega um palmo de terra".
Já o Cura José de Campos, in Memórias Paroquiais de Dornelas (8 de Junho de 1758) refere que logo desde o seu nascimento (na quinta da Barranha) vem regando terras e no sítio desta freguesia que corre pelo mesmo vale se faz mais aprazível com árvores silvestres como são freixos, álamos, caniceiros e salgueiros. Tem em si vários engenhos como são pizões, moinhos, lagares de azeite. Não é navegável, e o peixe que produz em maior abundância são bogas, bordalos e barbos (...)
Este rio também é mencionado nas Memórias Paroquiais da freguesia de Sezures, pelo Cura João Rodrigues (15 de Maio de 1758):
"Tem mais este rio Dam quatro pontes de pao...Uma onde chamam a ponte de Sancta Clara na freguesia do Castello, outra onde chamam a Ribeyra Dam, nesta freguesia de Cezures, outra na freguesia de Forninhos, outra juncto ao lugar de Dornellas".
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Forninhos, Ponte da Carriça - Rio Dão |
Toponímia
Na nossa toponímia ficou um sítio, próximo do rio, chamado "Fonte Dom" que pronunciamos "Dum".
No hino de Forninhos
Forninhos é terra linda/Nada tem que invejar/Fica na encosta da serra/Vê o Rio Dão passar...