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sábado, 26 de setembro de 2020

É Outono...

Porque se nota bem o Outono neste Setembro, trago à memória as páginas correspondentes ao Outono, do livro de leitura da 2ª classe, com as suas cores quentes e alguns frutos, lembrando o tempo de colheitas das coisas amadurecidas pelo Verão (teve a sua primeira edição em 1968).
É um bonito texto magnificamente ilustrado pela Maria Keil e pelo Luis Filipe Abreu, mas creio que estas ilustrações são do pincel do Luis Abreu. 
A ilustração teve um papel fundamental como auxiliar na interpretação e como adoçante da própria leitura.


Sentem-se os primeiros frios.
Sopram os primeiros ventos.
Caem as primeiras chuvas.
Uma nova época do ano começa: é a estação do Outono.


A música não me recordo ter aprendido, mas mostrava-nos que o Outono era época de colher para o longo Inverno e isto ainda acontece um pouco nas nossas aldeias, só já não há rezas do lar ao serão, pois a televisão veio tirar esse costume/uso.
Eu fui para a Primária na década de 70 do século XX, sem qualquer conhecimento de que muitos foram os métodos e manuais de ensino utilizados ao longo dos séculos, mas sei agora que fui aprender a ler e a escrever quando se deram grandes mudanças no modo de ensinar e de aprender, se mudou para melhor ou para pior, não sei, sei que o ciclo da natureza não mudou e ainda bem.
É Outono.

(Clicar nas imagens para ampliar).

sábado, 19 de setembro de 2020

No rasto dos "Serafinzinhos"...

Como estes tempos devem ser preenchidos com tarefas compatíveis com as normas sociais e há coisas que se podem fazer sem perigar, como pesquisar na net antiguidades à venda e algumas de arte sacra, para avivar a memória aqui ficam umas imagens que encontrei em vários catálogos de venda de leiloeiras e que podiam ser os nossos "Serafinzinhos" que há  61 anos "desapareceram" da nossa Capela; um par de anjos que eram colocados no altar, um de cada lado, a segurar velas, uma espécie de castiçais, que por falta de fotografias e descrição eu não sei dizer como realmente eram:


Par de Serafins candelários barrocos, portugueses, séc. XVIII, madeira entalhada e policroma, à venda por € 3.500 (preço inicial).
Os nossos "Serafinzinhos" também podiam ser do século XVIII, mas quiçá podiam ser do século XVII...


Mais um par de anjos candelários em madeira entalhada, dourada e policromada, Portugal, séc. XVIII que estiveram à venda num leilão de antiguidades e obras de arte entre o dia 24 e 25 de Junho passado.
4.000 a 6.000 por um par de castiçais!! Podemos compreender porque há, infelizmente, espoliação do nosso património cultural.


Par de Anjos em madeira policromada e dourada, Portugal séc. XVIII, à venda por 1.200-1.800 €

https://veritas.art/lot/par-de-anjos-24807084/


Outro par de Anjos barrocos, em madeira entalhada e pintada, Portugal séc. XVIII (4.000-6.000 €).



Mais um par de Serafins candelários, que se calhar já fazem parte da decoração de um apartamento em Nova Yorque ou em Londres...

https://www.bestnetleiloes.com/pt/leiloes/varios-38/par-de-anjos-candelabros

Bom fim-de-semana para todos.


Nota final: Para quem estiver interessado aqui fica o link dum leilão especial que está a decorrer entre hoje e amanhã: 

segunda-feira, 7 de setembro de 2020

Até à Senhora dos Verdes...

O fotógrafo é desconhecido e a foto não está datada, mas só pode ser da procissão do dia 15 de Agosto.
Pelo aspecto da estrada que era simplesmente de terra batida, só com a revolução do 25 de Abril de 1974 e graças ao Movimento das Forças Armadas na Campanha de Dinamização Cultural e Acção Cívica rumo às aldeias (1974-1975), se rasgou com meios militares e trabalhos dos soldados "a estrada da Senhora dos Verdes", a foto deve ser da altura do "Verão Quente" ou um pouco posterior.
Também pela roupa e aspecto dos que se conseguem identificar, sobretudo dos três jovens da Cruzada que transportam o andor do Menino Jesus (que ao tempo não tinha as vestes que ostenta hoje) a foto é anterior a 1977 porque nesse ano, embora alguns andores já fossem transportados em tractores, o andor do Menino Jesus foi transportado ainda pela Cruzada, mas pelas meninas, como publicado  AQUI

Durante séculos, a nossa terra, tal como outras aldeias do interior do país, esteve votada ao abandono e ostracismo, num atraso e miséria atroz, então gostaria aqui de abordar os objetivos desta iniciativa que "era levar os militares, o MFA, às populações e apoiá-las no desenvolvimento, na tomada de consciência dos problemas que elas tinham".

sábado, 5 de setembro de 2020

Entre a Serra e o Mar



O local onde passamos férias, em Altura (praia da Alagoa), no Algarve, deu-nos a oportunidade para fazer paralelismos com a nossa terra natal, Forninhos (Aguiar da Beira), na Beira Alta e desejar um maior desenvolvimento para a mesma.
Há cerca de quatro décadas toda a região que actualmente corresponde à povoação de Alagoa/Altura consistia em algumas explorações agrícolas e casas de pescadores. A região adjacente ao cordão dunar era formada por uma extensa zona húmida e por uma pequena lagoa litoral, da qual existem referências no séc. XIX, na Monografia de Vila Real de Santo António (obra de Ataíde Oliveira), ao passo que nas cotas mais elevadas predominavam os terrenos agrícolas dedicados à agricultura de sequeiro e à produção de citrinos. Contudo, o desenvolvimento urbanístico das últimas décadas converteu esta localidade algarvia numa das principais estâncias balneares do Algarve.
Fonte: Wikipédia.
Eu tenho o privilégio de ter nascido numa aldeia cheia de história, que também tem muito boas condições para se tornar num destino turístico, mas para tal tem de haver vontades, e trabalhar nesse sentido, o que até agora ainda não vi...
Vi foi na semana que passei em Forninhos - de 8 a 16 de Agosto - que a autarquia (Local ? Municipal ? ou ambas ?) preparavam dois terrenos para num fazer mais um Parque de Lazer com churrasqueira, bancos e, noutro, um campo de jogos, um parque infantil e geriátrico.
Porque só pensamos em churrasqueiras, bancos, mesas e afins e não pensamos em infra-estruturas para atrair o turismo e dar a conhecer o nosso património histórico e cultural?
O desenvolvimento dos territórios faz-se com ideias e com projectos que os possam dinamizar e numa aldeia envelhecida e desertificada como é Forninhos não são os parques infantis e mais uns campos de jogos que vão impulsionar esse desenvolvimento.
Mais valia juntamente com o Turismo de Portugal fazer-se uma pousada de juventude para estadia no Verão, Outono, Inverno, Primavera. Ou menos atraía jovens. 
Ou, então, criar-se uma Área de Serviços de Autocaravanas, uma actividade de turismo itenerante em franco desenvolvimento.
Era muito bom, ver Forninhos no mapa europeu das localidades amigas dos autocaravanistas. Assim, sim,  ainda acreditava  no "Forninhos com Futuro".
Contudo, espero que as obras corram de vento em popa! A todo o vapor! A mil à hora! Num abrir e fechar de olhos! E não me lembro de mais expressões para dizer que essa obra tenha um final feliz, já que o "Projecto Lameira" que incluia também um parque infantil e iniciado em 2013 ainda está por acabar. 

Ainda de férias, desejo-vos um Bom Setembro!!

Curiosidades:  1)A feguesia de Altura foi oficialmente criada em 11 de Junho de 1993, por desmembramento da freguesia de Castro Marim. A freguesia de Forninhos deverá datar se calhar do tempo em que Penaverde foi vila e sede concelho entre 1240 e 1836. 2) A freguesia de Altura em 2001 contava com 1.920 habitantes e em 2011 já contava com 2.195. A freguesia de Forninhos no mesmo período contava com 272 e 222 habitantes, respectivamente.