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sexta-feira, 20 de maio de 2022

Sargaços

Fotografados já no dia 27 de Abril de 2019, no caminho que me levou até São Pedro, hoje vou dar-vos a conhecer melhor duas espécies de sargaços abundantes na nossa serra. A distinção entre as duas espécies faz-se pelas folhas e mais  fácilmente, quando floridos, pela cor das flores.


O sargaço-amarelo possui folhas de um cinzento esverdeado e prateado e dos botões de cor vermelho desabrocham lindas flores amarelo ouro, que aparecem entre Abril e Maio.


Noutras regiões de Portugal chamam mato-branco a esta planta. O nome parece absurdo para um arbusto que dá flores amarelas, mas parece que o adjectivo "branco" refere-se ao tom prateado da folhagem.


Já as folhas verdes dos sargaços-brancos são ovadas, um tanto espessas, rugosas e com pêlos estrelados. Floresce de Abril a Junho e as flores são bem semelhantes à flor das estevas sem pintas.


Na internet dão-lhe o nome de sargaço-manso, sargaço-mouro, estevinhas e tem o nome científico de cistus salvifolius, mas podem ver melhor a espécie nesta página.

sábado, 7 de maio de 2022

Espírito Santo

O Espírito Santo está a aproximar-se...
É bom voltarmos à normalidade na nossa pequena aldeia e dela fazem parte as festas e romarias.
Podem consultar o cartaz oficial:



Do programa destaco as 5 procissões: Forninhos, Esmolfe e Sezures, Dornelas e Penaverde que fazem da Segunda-Feira do Espírito Santo um verdadeiro dia de Romaria e uma real tradição. No século XVIII o Cura Baltazar Dias já se lhe referia: "São obrigados à Capela de Nossa Senhora dos Verdes várias procissões em alguns dias do ano principamente no dias Santos do Espírito Santo".

Bem-Hajam!
Forninhos merece!
Boa festa para todos.

domingo, 1 de maio de 2022

Cão da Serra da Estrela

Há várias raças de cães genuinamente portuguesas: o rafeiro do Alentejo, o cão do Barrocal Algarvio, o cão de Água, o podengo, o perdigueiro, o cão Castro Laboreiro, o cão de fila de São Miguel, o barbado da Terceira,  o cão de gado Transmontano, o cão da Serra de Aires e o ligado à nossa zona: o  cão da Serra da Estrela


foto retirada daqui

O nosso cão é um cão de protecção de rebanhos, sobretudo no passado, responsabilizando-se mais pela sua protecção do que pela sua condução. Era nos lugares mais altos da serra onde,  por um lado, o pasto abundava e, por outro lado, havia muitos predadores, especialmente lobos, que o papel destes cães mais se destacava. Se bem me lembro, em Forninhos existiram alguns exemplares, que usavam uma carranca, uma coleira de ferro com bicos, para protecção contra os lobos, ainda assim, não seria tarefa fácil para os cães terem de defender os rebanhos dos ataques desses carnívoros.
À medida que os lobos foram diminuindo e a desertificação foi aumentado, sobretudo nos anos 70 e 80 do século passado, o número de rebanhos na nossa aldeia foi-se reduzindo e, consequentemente, o número de cães da Serra também. Creio que ainda há um cão nos Valagotes (anexa de Forninhos). Quando vou para a nossa terra, costumo vê-lo junto à Associação. Dócil, calmo, atento...a guardar o "seu" território, pois para além de proteger rebanhos, apresenta a mesma aptidão para a guarda de propriedades. 
É uma das raças mais antigas da Península Ibérica e para melhor descrição, deixo-vos a feita por Brás Garcia de Mascarenhas no seu poema épico "Virirato Trágico", do cão de Viriato, que muitos sustentam ser a do nosso Serra. Um poema dirigido a D. João IV a implorar clemência, já que estava preso por desobediência.

Largo de espáduas, de olhos carrancudo,
Rasgada a boca, orelhas derrubadas,
Ventas negras, focinho cabeludo,
Beiços caídos, garras encrespadas,
Fornidos pés e mãos, corpo membrudo,
Seco de ancas, gordo de queixadas,
Curvas e dentes, rabo grosso,
Grosso e curto nos lombos e pescoço.

Se calhar o cão de Viriato ainda pôs os pés na nossa serra!! Não existe qualquer prova que "o pastor dos Montes Hermínios" (o nome dado em tempos remotos à Serra da Estrela) possa ter nascido em Viseu, no entanto, existe uma ligação muito forte à cidade e à nossa região, que na altura se denominava Lusitânia.