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terça-feira, 28 de junho de 2011

São Pedro

fotografia já com quase vinte anos

Façamos uma viagem no tempo, altura em que para execução da bula em que João XXII concedia a D. Diniz por três anos a décima de todas as rendas eclesiásticas de Portugal, para subsídio da guerra contra os mouros, foi preciso organizar um catálogo de todas as igrejas e mosteiros, por dioceses, arciprestados e regiões, e averiguar o respectivo rendimento anual. Como resultado dessa diligência terá aparecido o "Catálogo de todas as igrejas, comendas e mosteiros que havia no reino de Portugal e Algarves pelos anos de 1320-21, com lotação de cada uma delas.".

O falecido padre Luís Lemos, gostava de história e interessou-se pela história destas terras e dizia que no roteiro das igrejas de 1320, todas as igrejas que têm S. Pedro por padroeiro estavam sob o patrocínio do Pescador e que tanto quanto conseguiu apurar era patrono de todas as igrejas da Terra Aquém do Monte. Segundo esse documento de 1320, transcrito por Fortunato de Almeida na sua História da Igreja em Portugal, na relação das igrejas da Terra Aquém do Monte aparece a igreja de São Pedro de Penaverde; a de São Pedro de Penalva do Castelo; a de São Pedro de Infias; também aparece a de Santa Maria (Maria Madalena?) da Matança; a de Santa Maria de Algôdres; a igreja de Fornos de Algodrez, entre outras...
Decorre desta lista que a Igreja de São Pedro de Penaverde foi taxada em 150 libras, sendo que a mais taxada do bispado, foi a de São Pedro de Penalva, em 350 libras, ficando outras igrejas abaixo destes valores.
"Aquém do Monte" que monte seria?
A informação não abunda e o que se conhece deve-se ao livro do Pe. Luís, de que transcrevo partes:
"1) Na raíz etimológica de Penaverde está "Penn" que significa "monte fortificado" ou simplesmente "monte", "elevação" (...) Ao enumerarem as igrejas da "Terra Aquém do Monte", os inventariadores começaram por aqui.
2) "Montes", e "Casal do Monte" são aldeias situadas no monte Almançor, a Serra do Pisco. Repetimos: foi por lá que começaram os inventariadores.
3) (...) para "além" era Trancoso - na divisão eclesiástica."
Vem tudo isto a propósito da festa de S. Pedro, que a igreja católica celebra amanhã, dia 29 de Junho, que pelos vistos foi o primitivo padroeiro destas terras.
Como desapareceu o Pescador e terá vindo o mártir de Verona?

sexta-feira, 24 de junho de 2011

As Cantigas Populares

Iniciamos hoje um novo espaço neste blogue dedicado às nossas cantigas populares. E para primeiro destaque escolhemos uma que antigamente se cantava assim:

Já te dei meu coração
ai coisa que eu dar não podia
Já te dei a melhor prenda
ai que no meu peito havia

Refrão:
Toma lá dá cá
Dá cá toma lá
O meu coração
Arrecada-o lá

Em 1992 existia em Forninhos um grupo de música popular, mas que rapidamente se extinguiu. Quem agora vai cantar as nossas cantigas?

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Tarefas nas Lages/Eiras Comunitárias (2)

Pelo São João ceifava-se o pão, o serôdio e o temporão. Para as ceifas era chamada muita gente, e no dia marcado as pessoas apareciam munidas de seitoura e, claro, protecção para o sol.

A seguir à ceifa era preciso acarrejar os fachos de pão, isto é, transportar os molhos de centeio para a lage, para ser debulhado. Alguns montes possuíam as próprias lages, mas muito cereal era transportado para as lages comunitárias da povoação e aí o centeio era malhado com o mangual, para soltar o grão.

A palha retirada servia para encher as enxergas, para fazer bincelhos, para baraçar as cebolas e para muita coisa mais...

Fotos: Cortesia serip413

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Memórias: Alfaias Agrícolas II

carroça e charrua utilizada na lavoura
fotografada junto à Sede da Junta de Freguesia

Pelas ruas circulavam carroças e carros de bois carregados com diversos produtos agrícolas. As suas rodas de madeira e ferro chiavam sobre o chão de terra batida. Carro ou carroça, animais e homem, há algum tempo atrás faziam parte integrante do dia-a-dia de muitas aldeias. A terra era trabalhada com o sacho ou enxada e com alfaias agrícolas, puxadas por animais.
Hoje os mais novos, e até os mais velhos, não têm ideia do que foi Forninhos noutros tempos: as gentes que por cá habitaram, os seus hábitos e costumes, as suas tradições e crenças, mas há ainda espólio que podia ser reunido e disponibilizado a todos os que manifestem curiosidade por conhecer um pouco mais do passado desta terra (as ferramentas de trabalho dos nossos antepassados, as fotos que fixaram momentos do antigamente, os vestígios arqueológicos, entre outros).

terça-feira, 14 de junho de 2011

O HOMEM JÁ NÃO MORA AQUI

Hoje quero fazer um convite, para um passeio virtual à nossa Serra e mostrar alguns dos seus encantos aos nossos visitantes:

Foi nesta Caverna que o homem morou, pensa-se, que há cerca de quatro mil anos antes de Cristo. Nesta altura, a escrita ainda não tinha chegado à Europa, mas encontram-se, mesmo em frente desta "habitação":

Uma rocha com pocinhas e um rasgo a todo o comprimento da rocha. Covinhas destas já apareceram em dólmenes com chapéu, e para a qual, a arqueologia ainda não tem explicação.

Aparecem em alguns locais, o que nos parece ser menires que, se o são, podem remontar, tanto à pré-história, como à Idade Média, só sabemos que devem ser mais pequenos do que os que carregava Obélix.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Festa do Espírito Santo 2011

Hoje cumpriu-se mais uma festa do Divino Espírito Santo e para os que não puderam vir, ver como aconteceu, mostramos alguns momentos:



As mulheres laboriosamente vão enfeitando a Capela de flores e cheiros


Há sempre uma flor que falta aqui...

ou uma "pincelada" acolá...

e vai ficando bonita de se ver...

As procissões de Dornelas e Forninhos caminharam juntas

Um belo enquadramento verde/vinha que enquadra o caminho





Procissão de Penaverde


Já cheira a frango assado

Celebração da missa no terreiro da Sra. dos Verdes

Depois da missa o mega-pic-nic


uma saudação especial aos organizadores: Ramiro e Marco









Santo António - O ARRAIAL

Para quem não pode vir, ver como foi, mostramos alguns momentos do animado arraial que se realizou a 12 de Junho, no Largo da Lameira:













Aqui fica mais um registo de uma festa simpática, feita com o empenho das gentes da Lameira, que continuam a valorizar estas manifestações populares/culturais.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Ginjas

E as Ginjas?


melhor que uma, só um tabuleiro delas


Mas o que a Ginja gosta é de repousar num bom bagaço, com açúcar amarelo
e um pau de canela


Que vai dar cor e sabor a esta bebida, que tem por base um fruto tão humilde.
Vai uma ginjinha "com elas"?

Fotos: J Seguro