Seguidores

domingo, 27 de março de 2022

Largo do "Poder Local" nos anos 60

É com imenso orgulho que divulgo este desenho da minha cunhada Andrea, com todos os pormenores bem parecidos à realidade dos anos 60 do século XX, veja-se as telhas e as janelas da "Escola Velha", o cruzeiro dos Centenário, a torre da cabine de eletricidade na parte de trás do cruzeiro, o lagedo e arvoredo.
Forninhos também pode sentir orgulho por esta iniciativa e expôr o que de bom se vai fazendo.  


Já foi muito depois do 25 de Abril que foram feitas obras de alargamento e calcetamento. No fundo, temos de escolher: ou modificamos os espaços por força da modernidade ou alteramos, melhoramos e preservamos. 
Neste largo, hoje do "Poder Local", Forninhos conseguiu alterar e conservar e, por isso, já não estou tão pessimista.

Parabéns Andrea e continua...

domingo, 20 de março de 2022

Memórias 1961: A Escola Velha

Ora, aqui temos a "escola velha" caiada de branco e, embora não seja possível verificar, com metade do tamanho atual (pois sofreu um aumento do lado contrário há alguns anos atrás e foi construída uma cozinha do lado direito). 
Hoje é um Salão de Festas e é lá que a Junta de Freguesia de Forninhos tem a sua Sede.



Antes deste aspeto degradado, lembram-se os mais velhos que a escola tinha carteiras para dois alunos que tinham ao centro um tinteiro. A escola (não se dizia aula) começava às 09h00 e terminava ao pôr do sol, pois não havia elecricidade. A aldeia teve luz muito tarde, em Julho de 1959 é que foi inaugurada a luz eléctrica. Foi uma festa. Mas uma grande festa...
Em Junho de 1959 tinha sido inaugurada, maior, novinha, bem apetrechada e cheia de crianças, a escola nova, mas já tudo mudou, tanto que a escola nova também já passou à história, as crianças acabaram e fechou portas em 2006. Resta o edifício em degradação.
Lá está também a torre ou cabine da electricidade da aldeia e o Cruzeiro da Comemoração dos Centenários Nacionais, em Dezembro de 1940. Autênticos documentos colectivos que devíamos salvaguardar.
Soube a pouco a conversa...

Foto de João Albuquerque, 11-09-1961.

domingo, 6 de março de 2022

Fonte do Miguel

Aparentemente era uma bica com uma telha canudo, no morro baldio que era o lugar da Eira, igual a outras que havia espalhadas pelas terras. Algumas terão desaparecido pelas alterações que fizeram nos terrenos onde se encontravam, por terem secado as nascentes ou terem deixado de ser utilizadas após o abastecimento domiciliário de água. 
Esta terá ganho o nome "do Miguel" porque foi um homem chamado Miguel que deu esta fonte aos moradores da Lage e Ribeiro, que passaram a lá buscar água para uso doméstico em casa, para o vivo, etc...
Há ainda quem se lembre lá ir todos os dias buscar a água para os gastos de casa e diga: - "Antigamente as famílias tinham muita gente e era preciso ir lá duas e três vezes para dar para as necessidades da casa: para fazer o comer e lavar a loiça, para a gente se lavar e para o vivo; só a roupa é que a íamos lavar à poça ou ribeiro".
- "O empedramento já foi feito pelo tio Daniel Novo (pai da Luzia), pelo tio Carlos Guerra (filho do tio Miguel) e outros vizinhos do Ribeiro e da Lage, mas ficou sempre como obra do ti Miguel Guerra".
- "No tempo dos míscaros íamos limpá-los para a fonte do Miguel porque lá havia água com fartura, nessa altura não havia tanta exploração de água dos lençois subterrâneos".
- "O caminho até à fonte não era fácil, tal como não é hoje! No inverno, quando nevava ou geava, era muito perigoso, porque a gente escorregava, mas quando havia cheias ficava muitas vezes submersa"."Outro contra era a abundância de sanguessugas, eram tantas que as crianças tinham receio de lá ir buscar água".
- Para atravessar o ribeiro com pés enxutos havia um passadiço de pedra". 
- "Agora já está quase seca, mas a Junta ainda a limpa todos os anos".


Família

Miguel nasceu em Forninhos a 21 de Março de 1865, era filho de António Dias Guerra e Rosa de Andrade, ambos de Forninhos. 
Casou com Maria dos Santos Moreira (eram terceiros primos) a 21 de Fevereiro de 1889. 
Foi barbeiro e  autarca da 1.ª República (Presidente em 1918) (Vice-Presidente entre 1921-1922).
Faleceu a 16 de Maio de 1939.

Batismo do Miguel Guerra

Casamento do Miguel Guerra

Filhos do Miguel Guerra:

- Gloria, nasc: 06-11-1889; faleceu a 31-03-1890, tinha 5 meses
- Rosa, nasc: 05-02-1891; faleceu a 29-05-1894, tinha 3 anos
- Bernardino, nasc: 03-04-1894, faleceu a 07-11-1898, tinha 4 anos
- Martina, nasc: 02-02-1897; faleceu a 08-01-1897, tinha 10 anos
- Carlos, nasc: 10-09-1905, que eu ainda o conheci. Teve uma vida anormalmente longa para aqueles tempos...os seus irmãos morreram entre os cinco meses e os dez anos de idade.

Carlos Guerra (filho de Miguel Guerra)

Miguel Guerra teve 4 irmãos de acordo com a informação obtida no registo de óbito da sua mãe, Rosa de Andrade. Faleceu com 45 anos e deixou 5 filhos:

-  Maria de Andrade, casou com José António. O casal teve uma filha, chamada Beatriz, mas que faleceu com 12 anos. 
-  José Guerra, casou com Madalena Fernandes, foram os pais de Antonio Guerra, (marido da tia Maria Lameira) e de Adelina  Guerra. 
António Guerra, casou com Ana Guerra. Tiveram os seguintes filhos: Adelina, faleceu com 10 meses; Maria, batizada em perigo de vida; faleceu com 4 meses; José; Ana; António, faleceu com 10 meses; Adelina (segunda do nome); Casemiro e Luis.
-Maria dos Prazeres, casou com Antonio Esteves da Fonseca. O casal teve 9 filhos: António; Maria Augusta (faleceu em 8 de Abril de 196 e 6?); Alipio (faleceu com ano e meio); Celestino; Olivia (faleceu com ano e meio); Jose Augusto (faleceu a 21-04-1963); Madalena (faleceu a 20-01-1946); Olivia (segunda do nome, faleceu com 3 anos); Olinda.

Nomes do passado de Forninhos, que ainda permanecem nas conversas de geração para geração...