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sábado, 31 de dezembro de 2016

Saudamos 2017 o Ano Novo

Um postal de Forninhos...


...com votos de um Ano Novo Bom para todos os amigos, conterrâneos, seguidores e visitantes, com a nossa amizade pela presença assídua e companheirismo nesta 'empreitada'.

domingo, 18 de dezembro de 2016

Natal com Sabedoria

A proximidade da época natalícia tem trazido consigo o frio, penso é que normal, já diz o ditado «ande o frio por onde andar, no Natal cá vem parar», mas sabe quem me conhece que não gosto do frio, muito menos da mudança de hora de Inverno e este ano ando mesmo cansada dos dias curtos, este tempo torna-me improdutiva e às vezes sinto que vivo numa constante luta contra o tempo, por isso é já a pensar nos dias mais longos, com mais luminosidade, que vos deixo duas frases que vêm mesmo a propósito:




«Pelo Natal os dias têm bico de pardal»
- «Depois do Natal, saltinho de pardal»

Depois, já se sabe, o salto é de carneiro e Janeiro fora, mais uma hora e quem bem souber contar, hora e meia há-de achar.

BOM NATAL e BOM ANO de 2017 para todos

sábado, 10 de dezembro de 2016

À minha Beira vou...

É tremenda a solidão do Natal
para um beirão nesta cidade capital
sem alma, sem nada, quase indiferente...
Inventam-se uns presépios por obrigação,
sem a ternura do musgo e devoção
da minha aldeia e da minha gente...


À minha Beira vou
em cada esquina, em pensamento,
subo a serra e lhe dou
estes versos-sentimento.

Atravesso mataguedos.
Salto fragas e penedais.
Tenho saudades dos medos,
e da casa dos meus pais.

À minha Beira vou,
ao berço, à terra-mãe
subo a serra e lhe dou
hossanas por Jerusalém!

À minha Beira vou
deste barulho e confusão
subo a serra e lhe dou
a alma e o coração!

mas:

À minha Beira não fui, p'raqui fiquei
P'ra lhe dizer, p´ra lhe contar
que o meu poema
é nostalgia, pena
por cá ficar...

Guardo num berço pequenino
nostalgia desse tempo e dos meus,
memórias, presépios de menino...
Que saudades, meu Deus!!!

E, sem querer, subo à serra, à minha Beira...
e sinto-me menino de novo,
no meio da gente do meu povo,
na festa de Natal verdadeira...

O Natal de Lisboa (25-12-1984)
Uns versos, de Ilídio Guerra Marques, com saudade dos verdadeiros Natais em Forninhos, da festa de Natal verdadeira.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

História da Festa de Natal da Comunidade


A história remonta há 9 anos atrás quando a Junta decidiu fazer um convívio e encontro, fornecendo uma Ceia de Natal a toda a população da aldeia. O objectivo primeiro era o de aproximar as pessoas, uma vez que após as eleições autárquicas de 2005,  havia algumas desavenças políticas e 'à mesa' é mais fácil a aproximação.
Nota: digo fornecendo e não oferecendo porque não foram os membros executivos, nem os deliberativos da Junta de Freguesia de Forninhos, que pagaram a ceia de Natal dos anos 2007 e 2008. Quem pagou foi a Junta que é a entidade que gere os dinheiros do povo de Forninhos. Portanto, a ceia foi paga pelo povo, com o dinheiro da sua Junta!
Novas eleições, Junta nova e no ano 2009 a Junta de Freguesia em colaboração com a Igreja (e catequese) decidiu realizar a ceia de Natal com toda a comunidade forninhense, pagando no acto da inscrição os adultos € 7,50 e as crianças nada pagavam. A receita reverteria a favor da Igreja e catequese. 
Pode tudo confirmar aqui (um dos primeiros post´s d'O Forninhenses).
Este são convívio fez-se no ano seguinte, mas a ceia de natal já não se fez/faz,  a Junta decidiu antes organizar um almoço para o seu povo e sem a colaboração da Igreja. Toda a aldeia é convidada a participar e os visitantes também são bem-vindos, mas cada um tem de pagar o seu, assim como nos anos consecutivos em que se realizou. Só os membros da Junta e os da Assembleia de Freguesia de Forninhos é que não pagam tal almoço!
- Porque é que essas pessoas que até recebem ordenado e por cada participação nas Assembleias, não pagam o seu almoço também? Pergunto eu.
- São mais que os outros?
- Será que os habitantes e visitantes da aldeia são quem pagam o almoço de 'S.Exas.': Presidentes, Tesoureiro, Secretário e de todas as pessoas que constituem a Assembleia de Freguesia de Forninhos?
- Se não acreditam, peçam à Junta que apresente as contas dos almoços ou perguntem àqueles que em anos anteriores puderam sentar-se à mesa sem pagar!
Concluindo: talvez em 2010 se tenha assistido ao encerramento de um ciclo...vamos esperar por 2017.
Apesar da desigualdade e injustiça, desejo a todos uma boa festa e melhor receita para a Junta de Freguesia.

domingo, 4 de dezembro de 2016

Ia um Dezembro muito rijo

Sempre me deliciou a maneira com os nossos mais velhos falam e falavam. Umas vezes percebia, outras nem tanto, quando alguém dizia: 'vamos à ceia' ou 'vamos à deita' eu percebia, mas quando se dizia: 'o caldo de berças já está em cima da mesa' procurava perceber de onde vinham aquelas palavras que não estavam no 'meu' dicionário. 
É neste contexto que aqui deixo mais uma passagem de Aquilino Ribeiro, porventura o escritor português mais notável no que se refere à escrita regional:


Cearam essa noite, muito tristes, caldo de berças com pão de rala. Os filhos foram à deita e ela quedou ao borralho, estranguida de frio, a fiar. O inverno zurrava nos pinhais que parecia uma estropeada de mil demónios a caminho do inferno. A sineta, com os sacolões do vento, tocava dlam...dlam e mais dlam a um enterro que não tem fim. Sobre as telhas ia grande estreloiçada, chuva, vento, como se andassem por riba delas rebanhos de cabras, ou feiticeiras jogassem para lá com areias às mãos fartas, para tormentina das almas...
Ia um Dezembro muito rijo e custava já a passar nas pontes.

AQUILINO RIBEIRO, Terras do Demo.

caldo = sopa 
berças, são as chamadas couves galegas (que normalmente compram já migada para o caldo verde).

Foto retirada da página Forninhos Transparente que pode consultar através do facebook.