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sábado, 28 de maio de 2016

DAS SERRANIAS DE FORNINHOS, AO JARDIM ORIENTAL.


O Comendador Joe Berado, adquiriu perto da cidade de Bombaral a Quinta dos Loridos e dela fez o maior Jardim Oriental da Europa, inspirado e desenhado para transmitir a paz, harmonia e serenidade, em homenagem e resposta a destruicao dos grandes Budas afegaos de Bamiyan que destruiu para sempre obras primas do seculo VI D.C., utilizando para o efeito cerca de seis mil toneladas de granito e marmore da China.

Ainda bem que as mentes se abriram. Quem imaginaria anos atras, o Sr. padre, organizar passeios com os seus paroquianos e afins, a culturas sociais e religiosas tao diferentes e distantes!











Devaneio se disser que foi a palavra comum e familiar do granito que arrastou estas gentes ou a visao do Comendador as aproximou. Porventura a palavra espalhada do papa Francisco, abriu as janelas da proximidade.


Soubemos da vinda de algumas das nossas gentes, familiares e amigos que conjuntamente com paroquias  vizinhas viriam em excursao e fomos ao seu encontro, embora o tempo fizesse "caretas".


Valeu a pena entrar no Eden e durante o passeio de cerca de duas horas, poupar palavras e cansar o olhar...meditando.



Voltando de alma cheia!     

sábado, 21 de maio de 2016

Flores de Maio

Saudamos o mês que decorre, Maio, um mês onde a natureza mostra toda a sua beleza, em qualquer lado, numa qualquer flor que desabrocha.


 Flor dente-de-leão, quando a vejo sinto vontade de soprar e soprar...


 flor de embude, bordejam as margens dos ribeiros


Não sei o nome deste exemplar de cor lilás...cardo?


malmequeres amarelos/bem-me-queres do campo


papoila do campo na sua bela cor vermelha


Fotos obtidas hoje pelo XicoAlmeida.

sábado, 14 de maio de 2016

Forninhos: Festa do Espírito Santo

Está a chegar o dia do Espírito Santo. Porventura uma das romarias mais singulares e veneradas pelas aldeias vizinhas que guardavam para na altura cumprir, promessas, numa intensidade de fé e caridade que ainda hoje subsistem.
No singelo santuário de Nossa Senhora dos Verdes, com bom ou mau tempo, ainda hoje, se pede e agradece, a Nossa Senhora, o fecundar e colher dos abençoados frutos da terra.
Eram armadas procissões pelas diversas irmandades da região, umas subindo ou outras descendo, montes e vales, mas saindo da sacristia, cansadas e felizes com a estampilha  no peito ou na dobra do chapéu!
Haviam cumprido o voto!



Hoje fiquei triste ao ver o cartaz das festividades, não pelo reinadio arraial que promete, mas pela ausente referência para com a Irmandade de Sezures/Esmolfe, a Irmandade mais antiga e fervorosa, a mais sofrida nas suas vindas de gentes apeadas, sempre com mulheres que trazem flores mais campestres a Nossa Senhora e a quem Forninhos e em sua homenagem, colocou um cruzeiro na entrada da paróquia.
Que esta nobre gente não leve a "desfeita" muito a peito, deve ter sido por mero acaso este erro crasso da comissão de festas, de outro modo, tal seria incompreensível.

Votos de uma linda festa para todos!

domingo, 8 de maio de 2016

Forninhos - Construção da Igreja

No século XIV não existia, pois no documento do tempo de D. Dinis que enumera as igrejas em 1320, não há qualquer referência à Igreja de Forninhos (aparece, sim, a igreja de S. Pedro de Penaverde, que penso era a capela de S. Pedro do actual território de Forninhos).


Mas já existia em 1634, já que o primeiro registo de baptismo de que há conhecimento é desse ano e os primeiros casamentos e óbitos são registados em 1635 (vide Doc. acima).
E, em 1675, um relatório diocesano (Arquivo Distrital de Viseu, Avulsos, cx.6, doc. 2, fl. 11) refere o seguinte: 
“Igreja de Forninhos, invocação de Santa Marinha curato anual filial da Igreja de Penaverde tem sacrário 2 altares collateraes invocações de Jesus e de N. Sª Pessoas maiores 171, menores 44. Está suficientemente ornada com o que se proveo em visita.”
Nota: De referir que na época, Igreja era muitas vezes sinónimo de Paróquia e Forninhos era paróquia, com uma particularidade, era anexa (curato) de Penaverde e competia ao pároco de Penaverde nomear o pároco de Forninhos.
Como podem ver, a fonte de 1675 revela que à época a igreja estava suficientemente ornada e servia perfeitamente a população (constituída por 215 pessoas), uma vez que o visitador nada diz sobre a circunstância de a igreja ser pequena. No entanto, em documento de 1734,  que podem visualizar aqui, já outro visitador anotou que "He cousa pouca não convem estar ali igreja pode ir a Ornelas, ou a Matança - Dandose algua cousa pelos currãres, mas não a Ornelas por serem Abbas anexas a Pena Verde."
A população cresceu, pois em 1758, nas memórias paroquiais já se contavam 270 pessoas, e o cura de Forninhos respondia: "A paróquia está próxima ao povo. Hé orago de Santa Marinha, tem o Altar mor e dous colaterais.".
E em 1801 (censo de 1801), o número de habitantes ascendia a 356 pessoas e então percebe-se porque se tornou necessário dotar a paróquia de um templo que se adequasse à demografia da localidade. Isto foi em 1797, como se pode ler no documento de registo dos requerimentos e licença que se passou para se benzer a Igreja e a Capellamor do lugar e freguezia de Forninhos, que hoje n'O Forninhenses se publica na íntegra:


No entanto, os autores da "Monografia de Forninhos", em 2013, referem a páginas. 121-122: "A construção da Igreja deve remontar a 1731 se atendermos à inscrição patente no cocheado que compõe o portal do templo, que se define arquitetonicamente como um edifício de nobres proporções refletindo influências estilísticas de transição entre o barroco e o rococó."
Pergunta-se: a data que encima a porta é 1731 ou 1797? 
Afinal donde é que veio esta data?
Para mim, o 1731 pode ter vindo do folheto distribuído aquando da caminhada da natureza, de 8 de Agosto de 2010; é que nos "Pontos de Interesse" a Junta de Freguesia escreveu isto: "IGREJA MATRIZ DE SANTA MARINHA - A data provável do actual imóvel é de 1731, do estilo barroco e rococó".
É fácil confundir o 9 com o 3, basta um pouco de erosão da pedra na 'bolinha' do nove para se confundir os dois números; quanto ao 7 e ao 1, por vezes é difícil distingui-los, uma vez que apresentam formas gráficas semelhantes no séc. XVIII. 
Os de Forninhos, se quiserem, que vão lá ver ou vejam a foto inserida na pág. 123 e digam o que leram!
Mas ainda que achem que inscrição do concheado seja 1731, como é que historiadores e arqueológos que dizem ser de "alto gabarito" não se guiaram pelos factos, pelos documentos existentes? 
Como é possível que a paginas 121-122 digam que a construção da igreja de Forninhos deve remontar a 1731, se  o único documento que testemunha a construção da igreja (a actual) é este, de 1797?!
Existiu um templo em Forninhos anterior a 1797, disso não temos dúvidas, mas não há qualquer prova que remonte a 1731.

Contributo documental importante de João Nunes.

quarta-feira, 4 de maio de 2016

Os bailaricos

Na primeira metade do século passado, o bailarico era a principal atracção nas tardes de domingo (excepto na quaresma), onde todos dançavam ao toque duma concertina ou uma gaita de beiços (realejo), com modas da tradição musical e popular: fandangos, contradanças, viras e corridinhos, em que o próprio tocador não perdia uma. A mocidade chamava o tocador  de fora para a função: as raparigas confeccionavam o comer e os rapazes faziam uma colecta para arranjar uns cobres para o compensar.

Largo da Fonte

Imaginem o Largo da Fonte repleto com a sua gente que, de roupa domingueira, se apresentava para a única distracção a que tinham direito depois duma intensa semana de labuta. 
A tia Cecília com um pau na mão, junto ao baile, a correr com os miúdos para irem para a igreja rezar o terço.
Imaginem também o povo que não dançava, as mães sentadas em volta da fonte e no muro do pátio da tia 'Pincha' a ver como as filhas se comportavam.
Encontrões, piscadelas, uma saia rodada que mostrava mais do que devia...as filhas não podiam dar 'cabaço' a um rapaz, caso o fizessem para dançar com outro, armava-se logo ali uma algazarra.
Na segunda metade do século começaram a surgir os rádios e os gira-discos e os bailes domingueiros já se faziam junto ao Café do Sr. Virgílio, que tinha um altifalante por cima da porta d'entrada; só nos dias de festa da aldeia era hábito 'falar' a um tocador de fora.
Depois vieram os conjuntos musicais, mas isso já exigia maior preparação para o baile e cartazes a anunciar o baile pelas aldeias vizinhas, algumas vezes, estabelecendo entradas pagas.
Com o correr dos tempos os bailes foram perdendo terreno para outras manifestações mais cosmopolitas e, com isso, começou a ser mais rara a iniciativa popular, hoje, quase só por iniciativa das comissões de festas e autarquia ainda se consegue trazer à memória e à saudade do povo, o antigo baile popular.