A Sra. Mariana Vaz, de Forninhos, fez-nos relembrar o chamado "Hino de Forninhos" que se cantava, com frequência, em honra da nossa aldeia, quando havia encontros festivos ou serões de convívio. Começava assim:
O meu distrito é a Guarda
o meu concelho é Aguiar
A minha terra é Forninhos
E a minha pátria é Portugal
I
Forninhos é terra linda
Nada tem que invejar
Fica na encosta da Serra
Vê o Rio Dão passar
Composto o refrão e música pelo Sr. Professor José Sobral, apresentou-se Forninhos no Cortejo das Oferendas com o queijo da serra e com os versos que escrevi aqui.
Mas em Forninhos, desde meados dos anos 60 (e durante todos os anos 70 e 80), um edifício da Igreja, a que chamávamos "O Centro", serviu de centro de cultura popular. Era lá que havia cursos, teatro...e nessa altura o Sr. Pe. Matos fez a nova composição do "Hino de Forninhos", de acordo com o que secularmente se produzia de modo a cobrir as necessidades locais e com a música da canção dos Cortejos.
II
É cercada de oliveiras
Esta aldeia, sem rival
Produz bom milho e centeio
Não lhe falta o bom pinhal
III
No concelho é a primeira
Na produção do bom vinho
É uma terra hospitaleira
Tem de tudo um bocadinho.
O pinhal (as matas) para além de prover o forno e o lar, oferecia resina.
Dos cereais panificáveis só o centeio e milho é que se produzia em quantidade apreciável. O trigo, mal chegava para as sementeiras, revertendo o sobrante para as filhós e bolos de azeite.
Não se usava pão de trigo, a não ser para as morcelas.
Já o azeite há 50 anos não chegava para os gastos. Mas isto, claro, observam os de idade e saber.
O forte da agricultura em Forninhos, segundo o hino, era o vinho. Pois. Era o vinho.
Para além do que se produzia, o Sr. Pe. Matos, Pároco de Forninhos de 1962-68, classificou ainda o património da freguesia, assim:
IV
Na parte nascente fica
Branca ermida da Senhora
Nós dos Verdes Lhe chamamos
Por ser deles protectora.
V
No topo da freguesia
Como anjos, a velar
Fica a Escola e o Centro
E a Igreja Paroquial
Desde essa época, de vez em quando, canta-se isso, para lembrar o nosso lindo torrão natal, fielmente e sem erros...
Mas em Julho/2016, a Sra. Mariana Vaz alterou os III e V versos/quadras e acrescentou mais dois versos/quadras.
Peço que cliquem nos documentos para ler algo como isto:
No topo da freguesia
Como anjos, como anjos, a velar,
Fica a escola e o centro
Fica a escola e o centro
Para todos ajudar
Tem fornos comunitários
E fontes, e fontes, com tradição
Onde o povo se reune
Onde o povo se reune
Partilhando Amor e Pão.
Etc. e tal...
Será que a Sra. Mariana Vaz quer intitular-se autora do hino escrito há 50 anos? Estranho não é?