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domingo, 29 de novembro de 2015

Olhar mais a sério para Forninhos

Soubemos recentemente que Forninhos tem sido alvo de assaltos nocturnos. Pela calada da noite já assaltaram o cemitério e uma fonte nos Valagotes, para roubar peças de bronze e cobre que ali existiam; tentaram assaltar o Centro de Dia e, pasme-se!, os assaltos já chegaram também às máquinas e utensílios agrícolas de particulares!
Mas já em Junho passado soubemos que foram cortados os cabos de um poste de electricidade assim como todos os componentes das caixas eléctricas que alimentavam a Capela de N.S. dos Verdes.
Sou do tempo em que as portas e portões ficavam fechadas só no trinco e tinham um buraquinho por onde passava um cordel que as pessoas puxavam e abriam. Dantes quase ninguém fechava as portas à chave e eram  muito usuais as seguintes expressões "Entre, está aberta" ou "Quem é, entre", mas também sou do tempo em que a GNR a cavalo percorria todas ou quase todas as semanas a nossa aldeia. Provavelmente não esperemos vê-los de novo a cavalo, mas talvez fosse de bom tom que de vez em quando fizessem uma ronda pela aldeia, pois em Forninhos passam os dias, as semanas, meses...e nem sombras de autoridades. 
Será que não sabem que a maioria dos assaltos são preparados com vários dias de antecedência, onde os criminosos vigiam as rotinas dos moradores?


Do cemitério, possivelmente a Junta de Freguesia já participou o assalto às autoridades, mas publico na mesma uma foto em com toda a pompa e circunstância até câmaras levaram para dentro do cemitério, de modo a serem filmados, mas agora nas páginas facebookianas da "Junta", "Centro de Dia" e "Comunidade" ninguém foi capaz de fazer referência aos assaltos frequentes a Forninhos! Até dá impressão que a preocupação real dessa gente é só levar aos que vivem fora, os eventos e festas que se fazem em Forninhos, quando deviam alertá-los sobre estes assaltos e o quanto é importante avisar as autoridades para que a sua 2.ª habitação possa ser "vigiada" e já agora tentar transmitir-lhes algum sentimento de segurança, até porque não é normal registarem-se tantos assaltos e seguidos na nossa aldeia!

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Forninhos no mapa da história

Disponibilizado online pela "Library Of Congress", parte deste mapa militar de 1808, é da nossa região. Parece-me que o itinerário era o mesmo que fazia o Correio entre Viseu e Trancoso ao tempo das memórias paroquiais - 1758 - pois pode ver-se Sezures, Forninhos, Penaverde, Cazaes (Casaes do Monte) e Trancoso. 
O itinerário completo por nós conhecido passava pela Insua, Esmolfe, Sezures, Boco, Quinta da Ponte, Forninhos, Penaverde, Casal do Monte, Venda do Cepo, Trancoso. Este trecho seguia depois para Pinhel, Almeida, Espanha.

Clique para ampliar

Também se vê neste mapa umas localidades do concelho de Penalva do Castelo: Antas e Vila Cova; e do concelho de Fornos (sem Algodres), além do Casal do Monte, consegue-se ver ainda Maceira e Juncais (Juncal).
Será que já foi por esta estrada que nas vésperas da batalha de Aljubarrota, em Abril ou Maio de 1385, passaram as tropas espanholas, que iriam conhecer uma pesada derrota em Trancoso?
Itinerário seguido na Beira Alta, que se encontra em livros da especialidade e se refere à História Geral: Valverde, Pereiro, Pinhel, Póvoa de El-Rei, Trancoso, Venda do Cepo, Casal do Monte, Penaverde, FORNINHOS, Cesures, Esmolfe, Penalva do Castelo, Insua, Róriz, Povolide, Corvos à Nogueira, Rio de Loba, Viseu.
No regresso a Viseu teria sido a batalha de Trancoso.
Porém, não escapa à observação de muitos investigadores (no caso, aos que investigaram "a terra dos nossos avós") que grande parte do trajecto seguido pelos soldados do Oitavo Corpo do Exército Francês, sob o comando de Junot, em Setembro de 1810, foi também o do Fronteiro castelhano em 1385.
Se há provas da passagem dos exércitos franceses por Forninhos?
Não há, simplesmente porque "todos os caminhos vão dar a Roma"!
Partindo de Trancoso podem os exércitos ter rumado por outro caminho...Maceira...Juncal...Fornos...Mangualde...Nelas...
Aprendi que devemos sempre referir as fontes documentais.

sábado, 21 de novembro de 2015

A raposa matreira

"...Não te esqueças de tapar bem as galinhas senão o bicho dá cabo delas. Ontem no galinheiro da tia Clementina foi uma estragação. Coitada, tem a Páscoa feita!...". Se quiser ver as galinhas, os ovos e a Páscoa, passe por aqui



Vinha a cismar comigo como as coisas haviam mudado...! Há muito tempo  que não ia para os lados das Androas. Estava quase consumida pelo abandono e sem vivalma a quem dar a salvação. Ainda passei pela pela poça acima do nosso lameirito, agora um pouco mais que restolho e do tio Zé Maria e de tantos que deitavam a água nas sortes, nada...Encostei mais abaixo junto ao caminho pois ainda estava quente o tempo e na sombra da frondosa nogueira da qual segundo recordo tinha caído o tio António quando afoito e nela encavalitado a varejava. O que restava era ouvir e que bem que sabia tal...corvos e mais corvos e um ou outro milhafre agoirento em voo.
Mas ao mesmo tempo arrepios, ali longe de todos e sons estranhos, quais trovões surgindo numa tarde calma. Eram os sentidos a renascer passados anos, penso eu! 
Ao lado do ribeirito coberto de silvas e amoras maduras e onde outrora apanhava minúsculos morangos silvestres, ainda medrava uma aveleira, mas nozes e avelãs caídas, era uma vez, estavam ocas. Os esquilos. Quem diria que um dia aqui viriam parar e tudo roer e levar antes do tempo, mas dizem que foi a Venatória que trouxe a praga. Metem cá tudo e a gente que se aguente...
No regresso da quase tardinha ao chegar ao povo, por debaixo da pequena ponte do ribeiro dos Moncões, fico embasbacado, era ela, a raposa de que tanto se falava nos últimos dias pelas vitimas causadas nos galinheiros. nem uma galinha pedrês havia escapado naquela entrada do povo. Diziam que vinha dos lados da Matela, pois de S. Pedro desciam sim, mas os  lobos. Outros que era o ginete ou sacarrabos que apenas chupavam o sangue e deixavam as galinhas estendidas, mas a arguida era por norma a raposa.   
Solitária, ardilosa e atrevida, apreciava e rondava o que ia restando dos galinheiros que ela transformara de outrora, crente e confiante que adiante na aldeia mais havia, pois por ali o que houvera para matar e levar para enterrar na "dispensa" e mais tarde sobreviver com as crias, estava o trabalhinho feito.
Descansei nas bordas da pequena ponte degustando o momento do encontro com a matreira que vi que era bonita, mais ainda naquele pelo luzidio e gostei dela, os galináceos e donos que me perdoem... 
Com as primeiras estrelas a surgir por cima da lua cheia, lembrei coisas contadas ou inventadas como em qualquer aldeia igual a Forninhos em que os sentimentos enraizados por bem se tornam verdades, tal como o caso do sr. que vivia pobre nas fraldas da serra e acolheu uma raposita que ali vagueava já há uns dias e a criou até um dia aparecer a presumível mãe e com ela partir. Dizem que quando o velhinho morreu, ela se plantou junto ao casebre e chorou . Também se presume ter sido o tio Funfas, não sei, mas sei sim do tio Venâncio, caçador nativo e furtivo, que com apenas a arte das ratoeiras, disto sobrevivia, desde lebres a texugos e...raposas, pois a pele dava dinheiro e ele tinha que comer e tal dar aos filhos.
Mas ainda hoje não me larga a lembrança de ele um dia e não sendo a primeira vez, andar ele e outro com uma raposa já morta e por ele apanhada, dependurada numa pernada de carvalho ou castanheiro, pelo povo e de casa em casa, cada qual dando o contributo, por norma em ovos ou outros géneros dos lavradores por terem liquidado a "peste" de quatro patas.
A magia terminou quando ouvi para os lados de Valongo, o que me parecia um choro, mas não, era aquele riso de escárnio e gozão da matreira da raposa.

Foto: Google.
Texto: XicoAlmeida.

sábado, 14 de novembro de 2015

Azeitonas curtidas


Todos os anos por esta altura se apanha a azeitona para curtir, por tal devemos saber escolher e aproveitar a melhor.
A nossa receita é muito simples:
Depois de colhida e escolhida para conserva ou curtir como se diz na nossa terra, lavam-se e metem-se num recipiente com água até Março, altura em que se acredita que já não estão amargas. A água não deve ser tratada, pois as azeitonas são incompatíveis com água tratada, assim, deve ser usada água duma nascente ou água corrente duma fonte classificada como "imprópria para consumo", portanto, sem tratamento de água com doses de cloro, que é um químico responsável pelo cozimento e amolecimento das azeitonas. 
Já agora vou aproveitar para referir algumas nascentes de Forninhos: em Valongo, que os resineiros chamavam de "fonte fria"; outra para os lados de S. Pedro, no Cordão do Abade, naquilo da tia Augusta Moreira. Mais sui generis aquela dos Cuvos, no declive e que nem no Verão mais rigoroso secava, mesmo ao pé da Barroqueira, no Vale das Galinholas. E, em Cabreira, no arreto de cima que foi dos avós do XicoAlmeida.
Nas cidades a conserva da azeitona deve ser feita com água mineral. 
A vasilha:
Não deve ser de barro, é isso mesmo! Deve-se usar uma vasilha de plástico (garrafões usados da água, por exemplo), para evitar a oxidação e amolecimento do fruto em poucos meses. "Azeitonas sapateiras" como nós lhes chamamos não prestam. Nos tempos de fome comiam-se, mas hoje é inaceitável para o paladar moderno. Também antigamente não havia plástico, diga-se! As azeitonas eram curtidas em talhas de barro preto.
Então em Abril muda-se a água e põe-se sal marinho, não leva mais nada e assim que tomar do sal estão prontas para consumir, não se muda mais a água, só se lavando conforme se tiram para ir à mesa.
Mas se quiserem mais rapidez e não esperar 6 ou 7 meses para ter azeitonas prontas a comer, podem optar por azeitonas esmagadas (britadas com o auxílio de uma pedra ou um utensílio pesado) ou azeitonas retalhadas (golpes até ao caroço, com uma faca). 
Ambas as técnicas são mais rápidas e permitem começar a consumir azeitona até ao Natal. São colocadas num balde ou garrafão de plástico e cobertas de água (já sabem a água deve ser mineral ou não tratada) que se muda pelo menos 2 vezes por dia. Quando perdem o ácido (mas não o sabor), o que demora de 15 a 30 dias, temperam-se na última água com sal  grosso.
Antigamente, dizem-me, adicionavam cinza para acelerar o processo! "E esta, hein!".

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

S. Martinho e a jeropiga

Hoje à mesa, recordamos este dia na sua simplicidade de outrora. Do modo em que se festejava com cumplicidade, coisas de união no bairro em que nascemos e crescemos, tal como o dia de São Martinho de quase trinta anos atrás, no entretanto do descascar de mais uma castanha...



- Bons e santos dias!
- Tao cedo e já andas a  cirandar, gostas mesmo daqui... 
- O que quer ti Casimiro, o dia promete calor, quem tal diria...
- Olha que o mundo virou, te digo eu. Já ontem a vaca esfolada raiava no céu para as bandas de baixo do lado de Sezures e do frio nem cheiro, quanto mais da neve, assim nem o vinho se cura. Sabe  la a gente o que vira, se calhar nem as ovelhas emprenham...Dizem que hoje e dia de S Martinho e temos que ir ao pipinho. O meu acho que esta limpo e o do teu pai? deve estar um mimo pois ele sabe tratar, aprendeu com o teu avo... mas queres provar do meu?
- Bem haja, mas mais  logo na vinda, bem haja.
- Tu o sabes, abocanhamos qualquer coisita e provamos. Não me faças a desfeita.
E na volta por la parei e por entre uma mastiga de presunto e bacalhau seco, segredou.
- Sabes que da parte do teu pai ainda somos primos, olha que coisa afinal, somos quase todos na terra entre uns e outros , mas os mais velhos, os antes deles, quanto mais nos agora, tinham um segredo falado por este dia que tenho medo em te revelar por ser restrito, sabes o que quer dizer? mistérios. Mas fica entre nos...Jeropiga. Feita em duas medidas por uma, percebes? sem manigâncias que tem sido um pecado esconjurado pelos lavadores que adoravam os seus vinhos puros e que agora um ou outro fascìnora para ganhar mais algum mistura o que quer que seja, mas a nossa, puríníha.
Surripiavam o mosto e entre umas partes de aguardente e acucar misturado, era um Deus nos acude de mixórdia! 
Mas diz-me tu que tens letras, afinal este santo o que tem de especial, pois o quanto sei tinha uma espada e acudiu a um pobre e lhe deu parte da capa para o proteger do frio e que o soldado foi enterrado neste dia e que mais tarde ficou santo A seguir veio o sol e calor tal como hoje e quase todos os anos. Estranhas estas coisas, pois afinal a gente passa tanto frio nas serras e nem um facho de palha nos acomoda...
- Não se incomode ti Casimiro, santos sao santos e ao menos este podemos festejar, va la, nao  se arrelie...
- Olha ai, não te vás, carago que és cá um apressado, espera e ouve o que te digo. Quantos sois os que cá estais, tirando os que cá estavam?
Achas bem o vinho novo, claro que ainda não limpou bem, mas já começa a ter cor, que achas?
- Já e uma grande pomada!
- Achas, de certeza?
- Claro, ate faz uns picoznhos no céu da boca...
- Mas nao respondeste, afinal quanto sois?
- Meia dúzia,  mais ou menos.
- Boa, e outro tanto daqui. Vou tratar do assunto.
 Nisto grita pela dona Maria,
- Somos quase vinte, mulher!
Por vezes ficam agastados e por tal ela remedeia a coisa,
- Contando com as galinhas, coitadas que ainda aguardam as couves que ficaste de ir buscar. Ainda hão-de esticar o pernil pela fome. Raio de homem que com vinho novo nao quer outra coisa...
- Ouve uma coisa vizinho, confidencia o ti Casimiro,tenho de navegar para a horta pois quem sabe se não irei precisar de uma canja delas um dia, mas com a minha mulher ca me entendo, ela sabe o galo que ainda tem na nossa capoeira la em casa. Quando voltar vou limpar o realejo que sabes que dou uma mão e venham as quadras  a preceito...
Então vai ser assim, dita. Tenho ali ainda no carro das vacas uma carrada de caruma que a fui arrebanhar mais a patroa ontem pelo meio da tarde. Esta sequinha. Castanhas tenho mais de uma arroba delas do lado de Trancoso, pois sabes que por aqui a maligna acabou com tudo, mas descansa que são boas, da martainha, finas mesmo.
Fazemos um belo magusto aqui na nossa rua do ribeiro e olha, se mais vierem cá caberão, mais cântaro de vinho ou requeijão, não vai acabar o mundo. Não leves a mal não gostar da agua pé, cá por coisas, com vinho tao bom que temos, saberia a agua mijona, nao achas? Agora orienta a coisa da tua parte, mas sem finuras pois um magusto quanto mais porco mais bonito. Sei que percebes e não por ti.
Neste caso e se concordares, ficamos firmados, por volta das quatro...  
Dei a volta no ir mas ele gritou
- Não vás, ainda não lambeste a gaja...
A jeropiga, divina e sensual, comprovei e fiquei rendido.
Raio do homem que ainda me goza enquanto de carrinho de mão, de madeira fugia para a horta,
-  Um magusto sem ela, era como um homem casar sem mulher.

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Seis Anos

Os blogues (e também outras redes sociais) são excelentes meios para unir comunidades em torno de uma causa, basta para isso que as pessoas assim o queiram. Eu e o XicoAlmeida fazemos o que podemos para que os jovens forninhenses saibam um bocadinho do que eram os tempos mais recuados e tenham um sítio onde procurar informações sobre as suas raízes ou simplesmente de estudo ou trabalho (como tantas vezes nos acontece também).


2009-2015, 6 anos na net a dar a conhecer Forninhos ao mundo

Passaram seis anos desde que o 'novo blog' surgiu. A missão a que nos propusemos tem vindo a ser cumprida, não como ponto de encontro de todos forninhenses que vivem longe da sua terra, mas firme no propósito de que para compreender o presente é primeiro preciso conhecer o passado
A ideia surgiu, quando vi o desenvolvimento que estava a levar o 'Blog Forninhos Virtual' - um blog já desactivado, com pena minha, pois tinha lá artigos e comentários agora bem interessantes para comparação, como um em que 'eles' falavam na instalação de um snack-bar no Parque das Merendas (Alto dos Valagotes) e até da possibilidade de um Parque de Campismo nos terrenos baldios da Freguesia (já vendidos entre 2013-2015).
Eu que acompanhei tudo ao milímetro, para meu bem e para meu mal, só posso rir-me com as garotadas especialmente infantis de há 6...7...anos!
Mas hoje, antes de preparar este artigo, fui percorrer a Internet e buscar (procurar, pesquisar) as referências a Forninhos para além d' O Forninhenses e encontrei até mais do que pensava, pois não imaginava que houvesse tantas páginas dedicadas a Forninhos! A quem não é de Forninhos, isto não deve interessar muito, mas a quem é de Forninhos, peço que abra as páginas. É só clicar no vermelho e depois de ver clicar na seta lá em cima à esquerda e voltar outra vez para aqui.
Desde logo, na wikipédia algumas informações úteis. Aqui.
No YouTube uns vídeos sobre Forninhos e algumas das suas festas e gentes. Aqui.
No Facebook desde Janeiro de 2010,  uma página criada inicialmente, acho, pela Ana Guerra para apoiar a Junta de Freguesia, depois transformou-se num meio de divulgação de fotos e temas (de há uns anos) d´O forninhenses. Aparentemente quem passou a tomar conta do sítio é o Eduardo Santos, de Viseu. Se este senhor mostra outras coisas, não me apercebi. Aqui.
Mas da nossa terra há outras presenças no 'facebook':
Freguesia de Forninhos, negócio local, uma página que veio substituir o portal da Junta de Freguesia, mas nela só encontro cartazes e fotos de eventos e festas e quando precisamos encontrar um acta da assembleia de freguesia para o nosso trabalho, os orçamentos ou anúncios de candidaturas «nada». Aqui.
ForninhosTerra dos Nossos Avós - Um Projecto em Construção, com imensos erros. Se não acredita adquira por € 10,00 o projecto concluído. Já que a página ainda existe, bem podiam continuar pesquisar algo sobre Forninhos e divulgar ao mundo o que vão descobrindo...mas compreendo... já não há 'interesses'.
Centro Social e Paroquial de Forninhos, organização sem fins lucrativos. Aqui. Sabemos que não são os idosos locais, nada dados às novas tecnologias, que nos dão a visão da realidade que os circunda, por isso seria bom sabermos quem publica.
Forninhos Transparente uma página administrada pelo Henrique Lopes (filho e neto de Forninhos) e recentemente o Forninhos Irritante, uma página anónima ou de cobardia (como queiram) que mostram o cada um vê na 'sua' terra.
Se fôr para aproximar aqueles que, por qualquer motivo, estão mais longe e de intervir numa causa comum, que nasçam outras páginas, mas não é que vejo precisamente o contrário? Cada vez há mais divisionismo e medo de falar.
Preparei este artigo porque quando vivia em Forninhos sempre lembro de as pessoas serem muito bairristas, por isso todos pensávamos que éramos melhores do que os nossos vizinhos. Basta darmos atenção à quadra que sempre se dizia: "Cortiçada é terra boa, para dar as melancias/Dornelas para as cebolas/Forninhos para as raparigas". Desculpem as pessoas da Cortiçada e Dornelas, mas era assim mesmo que se dizia. Sem maldade, apenas como forma de manifestar o bairrismo, o orgulho da terra.
Ao olhar para essas páginas facebokianas (se a palavra existe) é que vejo que o bairrismo 'foi-se' e afinal Forninhos não é a melhor terra de todas.
Assim, por tudo o que hoje li, entendi ilustrar o artigo do 6.º aniversário com uma foto de duas boas mulheres, tia Raquel e tia Augusta 'Velha', moradoras que foram no meu bairro - 'O Ribeiro', pois conhecer o passado é uma boa maneira de viver bem o presente e esperar o melhor do futuro

A TODOS OS BLOGUISTAS, SEGUIDORES D´O FORNINHENSES UM MUITO BEM-HAJA POR COMENTAREM O TRABALHO QUE AQUI APRESENTAMOS. 

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

MIMOS...

Porventura pinceladas de Outono e trazidas da terra por um "almocreve" moderno, mas com o mesmo espirito de quando alguem visitava os seus na cidade e as gentes, quase de maos postas, como que suplicavam se podiam levar uma encomendazinha...
Longe, muito longe, de imaginarem a trabalheira de acarregar estas "peitas" no comboio.  


A Rainha Santa Isabel , replicava ao esposo "são rosas, senhor...", as nossas gentes dizem na sua simplicidade que "são apenas uns miminhos...'.
Mimos de Outono e porventura os mais dourados e duradouros. Este pão de centeio que aguenta dias seguidos, esta marmelada caseira que no rasto ainda deixa a geleia para todo o ano, esta castanha da terra, sim, sem marca, apenas a nossa castanha e sem "porventuras" a melhor...
Coitados dos míscaros que pouco aguentam, mal chegaram e já se foram...mas deixam a ansiedade de um ano depois. Fidalgos e caros, mas pronto, escondidas tantas personagens deste Outono lindo que poderia melhor preencher o quadro, o simples lamento de se não sentir o cheiro da terra.
Da nossa terra. Porventura o melhor e genuíno cheiro do mundo!