Confesso que me meti por caminhos mal explorados, mas valeu a pena.
O tema veio simplesmente por respeito a costumes antigos, como em tantas aldeias, para "defender a nossa". Mesmo em coisas parecidas , sabe bem sentir que as nossas gentes tais tinham, mais...
Procurei saber. Pelo que tinha pesquisado era quase tudo parecido naquelas lenga lengas bonitas, floridas por serranias com amores madastros com cheiros de maias, umas brancas outras amareladas.
E os nossos contos, claro, que acarretam cantigas de outrora, cantadas pelas ceifas, desde os "dois namorados", as "putigas" e tanto de tantas coisas...
Mas o Maio?
Tive respostas.
Gentes antigas que deste tempo me falaram, alem das tradicionais trovoadas do campo e suas actividades, que era o que me interessava.
Das sachas da batata e milho e daquelas coisas que tenho de aprender do serôdio ao temporão e qual deles tem de ser semeado mais cedo. depois alguém me diz que semeavam o centenico nas terras mais secas. Conto como apanhei o relato de uma garganta de quase noventa, mas acredito, sobretudo aquando me fala no trigo do sacho. O trigo tremês...
Colhido maduro por alturas de Julho e depois malhado a mangual para moer. Antes tinha de ser lavado, esfregado e colocado ao sol, antes de ir para o moinho dos moleiros que recebiam em dinheiro ou por maquia, naqueles tempos de fome.
Senti o saborear das palavras pausadas, degustando cada silaba, vivendo momentos.
Dali vinha a farinha mais fina, para uma doença ou para cozer os bolos de azeite pela Páscoa.
Quem em Abril não varre a eira e em Maio não racha a lareira , anda todo o ano em canseira.