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sábado, 28 de janeiro de 2012

Ditos Populares, Referentes ao Tempo deste Tempo!!


Uma das entradas de Juncais, Fornos de Algodres. Onde se celebra e se realiza, a Festa e a Feira Anual de S. Braz!





Corre a lenda, que os espanhois ou "castelhanos", dizem que:

Enquanto não passar;
A "Cega" de Trancoso,
O "Coixo" das Fuinhas,
E o "Engasgado" de Juncais.

Ninguem pode ir a Portugal, porque esta muito frio!

"Cega": Santa Luzia, dia 14 de Dezembro.
"Coixo": Santo Amaro, dia 15 de Janeiro.
"Engasgado": Sao Braz, dia 3 de Fevereiro.

-/-

Santo Amaro da "Fuinha",
Quando nao chove remuinha,
Quando nao remuinha, faz vento,
Em dia de Santo Amaro, nunca faz bom tempo!

-/-

Certa vez iam caminhando dois amigos, que passando ao pé de umas "alminhas", como era costume nesses tempos, pararam e começaram a rezar; vai um deles fez esta linda oracão:

Santo Amaro, mãe de Deus,
Filho da Virgem Maria.
Rogai ao vosso bendito filho,
Por nos pecadores, Padre Nosso, Ave Maria!

Ao que o outro lhe disse: Ai irmão que bem que rezas, quem me dera saber rezar como tu!

-/-

Em Janeiro sobe ao outeiro,
Se vires terrear, poe-te a cantar,
Se vires verdejar, poe-te a chorar!

-/-

Luar de Janeiro nao tem parceiro!
Mas la virá o de Agosto, que lhe dará no rosto!

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Ditos Populares do mês de Janeiro

«A partir de 20 de Janeiro, uma hora por inteiro».
«E Janeiro fora, mais uma hora, e hora e meia há-de achar quem bem souber contar».
Estas duas expressões populares referem-se ao crescimento dos dias de Inverno e, certo é que, os dias já são maiores.


Antigamente as pessoas regulavam-se pelo saber de experiências feito. Por exemplo: «Em Janeiro um porco ao sol, outro no fumeiro». Apelo a que a seguir à matação deviam começar a tratar do próximo, acho eu. A grande maioria dos nossos ditos populares acabam por estar relacionados com os meses do ano e clima, e era por este modo de saber, que as pessoas de Forninhos e de outras terras se regulavam, principalmente no que dizia respeito à agricultura. Dizia-se então que o mês de Janeiro deve ser geadeiro para assim atrasar o desabrochar das árvores, principalmente das videiras. «Em Janeiro sobe ao outeiro, se vires verdejar, põe-te a chorar, se vires negrejar, põe-te a cantar».
Tudo isto fez-me lembrar de um outro dito comum noutros tempos, que as pessoas também associavam ao mês de Janeiro que, de tão ouvido no meio onde crescemos, julgo que cada um de nós acabou por ficar marcado por este modo de pensar: «Vestir calças brancas em Janeiro é sinal de pouco dinheiro». As pessoas antigas deviam achar que as cores claras não se vestiam no Inverno. Será?
A partir daqui, conto com o vosso saber e memória para registar outros ditos populares e modo de pensar referentes a este mês que agora finda, Janeiro.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

As Crianças e o Carnaval

Em Forninhos desde sempre se "brincou" ao Carnaval e as crianças eram iniciadas muito cedo nesta festividade. Era muito bonito ver grupos de crianças "ensaiadas" com os trajes garridos a percorrer as ruas da nossa aldeia.
A fotografia aqui publicada mostra precisamente duas meninas vestidas com o traje folclórico. A tradição já não é o que era, mas fica o desafio de recordarem estes tempos (não sei se melhores ou piores...mas eram diferentes), quem são as crianças e em que ano, mais ou menos, terá sido tirada esta fotografia?
Dou uma pista, esta foto foi tirada no "Oiteiro".

sábado, 21 de janeiro de 2012

III Arrematação, Domingo Gordo 2012, 19 Fevereiro

O Entrudo em Forninhos teve sempre a tradição de comer-se muita carne, de muita folia e boa disposição. Para melhor conhecer a tradição da Arrematação de Carnes e Enchidos divulgo o Cartaz. Quem assistiu nos anos anteriores recomenda vivamente, por isso mesmo, além da divulgação aqui fica também o convite a todos os leitores que venham passar o Entrudo/Carnaval à simpática e acolhedora aldeia de Forninhos.
A tradição das arrematações já vem de longa data. Quem não se lembra das arrematações, nesta altura, no adro da Igreja?
- Olhem que "choiriça" fresquinha, até parece que o porco está a mexer...
- Quem dá mais?
No Entrudo, no final da missa, a favor do Santíssimo, leiloava-se o que as pessoas prometiam: peças de carne de porco da salgadeira, chouriças, morcelas e farinheiras.
De um modo muito sucinto esta é a origem da Festa da Arrematação de Carnes e Enchidos de Forninhos.
Se querem passar um Carnaval diferente vão até Forninhos!

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Dornelas: Tem esta Freguesia 4 Capelas

Também Dornelas teve a sua história. Na relação fornecida pelo Pároco José António Tavares de Pina, em 1916 tinha esta freguesia 4 (quatro) Capelas, onde menciona que a de Colherinhas é invocação da N.ª S.ª das Neves, embora em todos os documentos antigos que eu conheço, seja mencionado a Senhora da Ouvida.

Existia na Quinta da Sapateira uma Capela em ruínas que se dizia ser invocação de S. Torcato. Não sei se ainda lá existe alguns vestígios, e, acho muito curioso, o facto de nunca ter encontrado em qualquer documento antigo ou mais ou menos recente, qualquer alusão a esta Capela.
Alguém de Dornelas me sabe informar alguma coisa sobre este assunto?

domingo, 15 de janeiro de 2012

1916 - "Visão" das 2 Capelas de Forninhos

Aproveitando a data festiva de Santo Amaro, considerado patrono de doenças de ossos, principalmente das pernas, disponibilizo aqui mais um Documento com informação que julgo ser uma boa ajuda para conhecer e rever o que foi a visita às 2 (duas) Capelas de Forninhos, em Dezembro de 1916, do pároco de Forninhos:


"1.ª Valagotes. Invocação de St.º António ou de Santo Amaro (?) Estado de conservação bom e paramentos impróprios para celebração de qualquer cerimónia religiosa.
2.ª Da N.ª S.ª dos Verdes. Em bom estado e com paramentos regulares.
Não há mais capelas quer públicas quer particulares não havendo também em qualquer delas relíquias. Ambas estas capelas são públicas.

Forninhos 10 de Dezembro de 1916

O pároco = José António Tavares de Pina."


Nota: É do conhecimento de alguns que, no altar, em uma tampa colocada sobre a pedra de ara, foi encontrado em 1984, um papel, escrito por D. José Moreira Pinto, que foi Bispo de Viseu a partir de 9 de Maio de 1928, datado de 7 de Julho de 1930, com um elogio às magníficas relíquias que ele terá visto, em visita à ermida de Nossa Senhora dos Verdes. Possivelmente à data de 10 de Dezembro de 1916 já existiam essas relíquias, mas o texto fala que não tinha quaisquer relíquias.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Resultado de um olhar

Senhores e Senhoras, apresento-vos a ribeira de Cabreira. Esta ribeira ou ribeiro, conforme os lugares por onde passa, toma muitos nomes, ribeiro dos Aldrógãos, ribeiro dos Cuvos, ribeira de Cabreira... e entra na nossa aldeia para engrossar o Dão.
a passagem das águas realça a brancura das pedras
e a luz do sol realça os pormenores que a natureza esculpiu
De facto, a nossa terra, tal como resulta deste olhar, proporciona-nos muitos e variados caminhos/trilhos íngremes, paisagem arbórea, rochosa, selvagem e genuína, assim como muita história, que muitos turistas desejariam conhecer, todavia tenho a certeza que muitos naturais não conhecem este local.
Fotos: ed santos, "Resultado de um olhar".

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Faz hoje (dia 11) um ano que ele nos deixou


Parece que ainda ontem andava por Forninhos a fazer as suas rondas. Sempre o mesmo espirito, descontraido, amigo, mas acima de tudo responsável. 

Amigo António Carau estejas onde estiveres que continues a ser sempre o mesmo.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Forninhos e os Censos

Estava-se em Abril de 1758. Os Serviços da Monarquia orientados pelo Marquês de Pombal, depois do terramoto de 1755, fizeram uma recolha de dados sobre as terras e gentes de todo o país - uma espécie de Censos. Sobre Forninhos ou Santa Marinha, então do termo da vila de Pena Verde, as informações dadas pelo Cura são poucas e alguns pontos são ilegíveis, mas trago e transcrevo aqui dois pontos que me parecem de maior interesse para este Post:
I
Organização política, admininistrativa, judicial e religiosa: "Fica na Província da Beyra, hé Bispado de Viseu, Comarqua de Linhares, termo da villa de Penaverde, freguesia de Santa Marinha, pertence o mesmo povo de Forninhos.".
II
Demografia: "Tem esta freguesia noventa e seis vizinhos, duzentas e trinta pessoas mayores e quarenta menores.".

Esta e outra informação constam da memória paroquial, datada de 20.06.1758 e assinada pelo Padre Cura Baltazar Dias:




À data de 21 de Março de 2011 (Censos 2011) Forninhos contava 222 habitantes. Há 10 anos (Censos de 2001) tinha 268, mas em meados do Século XVIII tinha 270 (230 pessoas maiores e 40 menores). Uma realidade, no mínimo, digna de nota!

Outra informação obtida recentemente e relevante do ponto de vista populacional, são os "Sensos da População por Paróquia" dos anos de 1936 a 1939 (Forninhos: 1936: 660 Almas; 1937: 689 Almas; 1938: 737 Almas; 1939: 695 Almas)

Aqui fica também a relação do primeiro censo da população do Reino em 1527 (D. João III). Era assim a população do concelho de Penaverde:

"Comcelho de Pena Verde. No comcelho de Pena Verde vivem moradores - 178
No qual comcelho há os lugares e moradores seguintes:
A saber o lugar dos Casais que é cabeça do comcelho - 26
o lugar de Moreira - 26
o lugar de Queyrys - 30
a quynta dos pardieiros - 1
a quynta do vale de pero vaqueiro - 1
a quynta da topetya - 3
a quynta das aveleiras - 3
a quynta da fonte durgueyra - 2
a quynta dos feytais - 1
o lugar de fornos - 22
o lugar do mosteiro - 28
o lugar de dornelos - 35

que todos fazem a dita soma - 178.


Pelo "cadastro da população do reino de 1527 "vemos que nessa altura a quinta dos Valagotes não aparece documentada e Forninhos (dantes Fornos) contava com 22 famílias.
Aqui fica uma boa análise para o fim de semana.

domingo, 1 de janeiro de 2012

As Cantigas das "Janeiras" e "Reis"

Faz-se noite. 'No meu tempo' o dia 1 de Janeiro juntava rapazes e raparigas para cantarem  as janeiras ou as janeirinhas de porta em porta. À tarde as crianças e, à noite, grupo(s) de rapazes e raparigas.
Junto de cada casa a visitar, de acordo com os moradores da mesma, combinava-se sem demora quais as quadras que aí se cantariam: 'Levante-se lá Sr.ª Ana, do seu banquinho de prata, venha-nos dar as Janeiras, que está um frio que mata'.
Quando a casa tinha escadas, era usual o grupo se fazer anunciar, assim:

´Inda agora aqui cheguei
Logo pus o pé na escada
Logo o meu coração disse
Aqui mora gente honrada.

E em uníssono:
Muitas Boas Festas
Nós viemos dar
A estes Senhores
Se as aceitarem.



A foto que se publica é de um grupo de cantares que existiu em Forninhos no princípio da década de 90. Não sei se alguma vez se juntaram para cantar as Janeiras ou os Reis, mas em algumas terras são este tipo de grupo de cantares, grupos corais ou ranchos folclóricos que se juntam por alturas do Natal e Ano Novo para cantarem cânticos de Natal e cantigas das Janeiras e Reis.
No dia de Reis (6 de Janeiro), que a agora a Igreja Católica comemora no Domingo próximo, que é d´hoje a oito dias, e continuando o dia das Janeiras (1 de Janeiro) era usual pedir e cantar "os Reis", assim:

Já os três Reis vão chegando
À lapinha de Belém
A adorar o Deus Menino
Que a Nossa Senhora tem.

Os três Reis como eram Santos
Uma estrela os guiou
Em cima d´uma cabana
A estrela se pousou.

A cabana era pequena
Não cabiam todos os três
Adoraram o Deus Menino
Cada um por sua vez.

Boas Janeiras e Reis!