S. Pedro sempre foi uma referência, principalmente para Forninhos, pelo seu valor histórico, marcas do passado, contos e lendas imaginadas.
A sua importância vê-se agora reconhecida ao ser também integrado no projecto de investigação acerca das comunidades rurais alto medievais, que a Fundação Calouste Gulbenkian distingue com o seu financiamento e que, segundo sei, o seu estudo arqueológico deverá ter início no final do próximo mês de Junho. Porquê daquele local ter sido escolhido? Possivelmente, pela sua localização geo-estratégica.
Motivo de estudo será pois todo aquele núcleo aonde se inseria a antiga capela de S. Pedro de Verona e o antigo cemitério, infelizmente vandalizado ao longo dos tempos e do qual restam apenas alguns pedaços de urnas de granito à volta do que terá sido o antigo templo deste lugar.
Sepultura (Urna) em pedra |
Cabeceira de Urna |
A escassos metros do local da antiga capela, que se situava em terrenos baldios, encontra-se o Castro, em propriedade particular, curiosamente pertença da minha família, que o meu pai herdou dos meus avós e estes dos seus, estando a sua demarcação ou "extrema", como se dizia, atestada numa cruz gravada num calhau, na fronteira que delimita as freguesias de Forninhos e Penaverde. Sobre os limites entre estas freguesias muita tinta correu pelas respectivas juntas de paróquia e pelo Município. Havia alguma crispação entre os povos, chegando-se muitas vezes a ameaças e à concretização destas. Conta-se até que foi uma luta entre estas freguesias que pôs termo à festa de S. Pedro e o templo caiu.
Mais...
Quando S. Pedro era um oceano de campos de centeio, segundo os mais antigos, até o interior do Castro era semeado deste mesmo cereal. As ruínas eram das "casinhas dos mouros" e chamavam "o povo da mourama" aos seus habitantes, que acabaram por ser forçados a abandonar o local, segundo a lenda, pelos Cristãos que habitavam Forninhos.
Quando S. Pedro era um oceano de campos de centeio, segundo os mais antigos, até o interior do Castro era semeado deste mesmo cereal. As ruínas eram das "casinhas dos mouros" e chamavam "o povo da mourama" aos seus habitantes, que acabaram por ser forçados a abandonar o local, segundo a lenda, pelos Cristãos que habitavam Forninhos.
Cruz que delimita Forninhos e Penaverde |
Haverá com certeza em S. Pedro muito para descobrir, investigar e analisar, desde os modos de vida dos povos que por cá habitaram aos hábitos e costumes da época...
P.S: Agradeço a imagem da cruz gravada num calhau ao David e as outras três ao meu primo Jorge Almeida.
P.S: Agradeço a imagem da cruz gravada num calhau ao David e as outras três ao meu primo Jorge Almeida.