Começava-se a contar no Domingo de Páscoa, até se atingir o Pentecostes ou Festa do Espírito Santo cinquenta dias depois, como indica o nome grego Penteconta = 50.
Até lá, nos domingos seguintes. era costume as paróquias à volta de Forninhos irem todas ao Santuário de Nossa Senhora dos Verdes, em procissão, com cruz e lanternas e o respectivo pároco, por vezes comum, cantando e rezando as ladainhas: Corticô, Vila Chã, Sobral Pichorro, Fuinhas, Maceira, Penaverde, Matança, Algodres, Infias, Casal Vasco, Vila Cova, Esmolfe e Sezures, Dornelas, Cortiçada, Valverde, Soito e talvez mais povos, cada uma em seu domingo e cada uma por sua vez cumpria o Voto, à excepção da Paróquia de Dornelas que ia no dia de Santa Cruz (3 de Maio).
Matança, ía nas vespéras do Espírito Santo.
Eram sete as romarias, a última das quais já constituindo a festa do Divino.
Fonte: Maria Augusta Guerra da Fonseca.
O Monsenhor Pinheiro Marques no "Terras de Algodres" sobre o cumprimento de votos colectivos de ordem religiosa das povoações, diz-nos que "competia à Câmara de Algôdres convocar os moradores e ir com êles em romagem a certos santuários". E, ligeiramente, refere que a Câmara de Algôdres, com as anexas ia, desde tempos remontíssimos à Senhora dos Verdes em Forninhos.
O Pe. Luís Lemos no "Penaverde Sua Vila e Termo" refere que ainda lá foi uma vez em criança, no Espírito Santo, quando o Prelado diocesano já tinha proibido a actuação de outros padres, que não o Pároco de Forninhos. "Naquele ano já não foram sacerdotes, mas as freguesias compareceram e cada uma por sua vez "cumpriram o voto" - assim diziam - fazendo romaria à capela e cantando a ladaínha a Nossa Senhora dos Verdes ou outros cânticos marianos".
No "Forninhos a terra dos nossos avós" nenhuma referência, o que demonstra bem a leviandade no modo de tratar e aprofundar o príncipio da fé tão arreigada nestas terras.
Agora, não vos sei dizer quando se iniciaram estas ladainhas, mas terá sido depois do milagre ocorrido há 300 anos, portanto, no século XVIII. Em 1758, o Cura local já fala de romagem ao santuário em alguns dias do ano, principalmente nos dias Santos do Espírito Santo. Sem outra documentação que se conheça e como humanamente é impossível saber como era em tempos mais recuados, fica sempre, claro está, a incerteza.
Também não vos sei dizer quando e porquê terminaram estas romagens. Se calhar foi porque o divertimento se sobropôs à devoção.
O século XX foi trágico para as populações. Primeiro foi a Primeira Grande Guerra e depois veio a Segunda Guerra. A seguir a emigração por razões políticas como forma de não irem combater no Ultramar (Guerra Colonial 1961-1974) e económicas na procura de melhores condições de vida, trouxe novas ideias e costumes e o fim da ditadura com o 25 de Abril de 1974 levaram a uma maior abertura, a uma mudança de mentalidades.
Presentemente, ainda rumam à Senhora dos Verdes no dia da Festa do Espírito Santo os povos de Sezures e Esmolfe, Dornelas e Penaverde.
Nota Pessoal: Este ano devido ao covid-19 não sei se há romagem ou não. A única coisa que sei é que o Sr. Padre há mais de 2 meses abandonou este povo, mas espero que, com ou sem padre, os paroquianos honrem uma história com três séculos, pelo menos!
Matança, ía nas vespéras do Espírito Santo.
Eram sete as romarias, a última das quais já constituindo a festa do Divino.
Fonte: Maria Augusta Guerra da Fonseca.
O Monsenhor Pinheiro Marques no "Terras de Algodres" sobre o cumprimento de votos colectivos de ordem religiosa das povoações, diz-nos que "competia à Câmara de Algôdres convocar os moradores e ir com êles em romagem a certos santuários". E, ligeiramente, refere que a Câmara de Algôdres, com as anexas ia, desde tempos remontíssimos à Senhora dos Verdes em Forninhos.
O Pe. Luís Lemos no "Penaverde Sua Vila e Termo" refere que ainda lá foi uma vez em criança, no Espírito Santo, quando o Prelado diocesano já tinha proibido a actuação de outros padres, que não o Pároco de Forninhos. "Naquele ano já não foram sacerdotes, mas as freguesias compareceram e cada uma por sua vez "cumpriram o voto" - assim diziam - fazendo romaria à capela e cantando a ladaínha a Nossa Senhora dos Verdes ou outros cânticos marianos".
No "Forninhos a terra dos nossos avós" nenhuma referência, o que demonstra bem a leviandade no modo de tratar e aprofundar o príncipio da fé tão arreigada nestas terras.
Agora, não vos sei dizer quando se iniciaram estas ladainhas, mas terá sido depois do milagre ocorrido há 300 anos, portanto, no século XVIII. Em 1758, o Cura local já fala de romagem ao santuário em alguns dias do ano, principalmente nos dias Santos do Espírito Santo. Sem outra documentação que se conheça e como humanamente é impossível saber como era em tempos mais recuados, fica sempre, claro está, a incerteza.
Também não vos sei dizer quando e porquê terminaram estas romagens. Se calhar foi porque o divertimento se sobropôs à devoção.
O século XX foi trágico para as populações. Primeiro foi a Primeira Grande Guerra e depois veio a Segunda Guerra. A seguir a emigração por razões políticas como forma de não irem combater no Ultramar (Guerra Colonial 1961-1974) e económicas na procura de melhores condições de vida, trouxe novas ideias e costumes e o fim da ditadura com o 25 de Abril de 1974 levaram a uma maior abertura, a uma mudança de mentalidades.
Presentemente, ainda rumam à Senhora dos Verdes no dia da Festa do Espírito Santo os povos de Sezures e Esmolfe, Dornelas e Penaverde.
Nota Pessoal: Este ano devido ao covid-19 não sei se há romagem ou não. A única coisa que sei é que o Sr. Padre há mais de 2 meses abandonou este povo, mas espero que, com ou sem padre, os paroquianos honrem uma história com três séculos, pelo menos!