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segunda-feira, 25 de abril de 2022

"Cantarei"

"Cantarei, cantarei à chuva, ao sol, ao vento, ao mar, seara em movimento ondulante sem parar."
Felizes os Povos que têm data para CANTAR a LIBERDADE com um dia feriado pela importância que o Povo lhe reconhece. 
25 de Abril, 48 anos depois ainda respira e enche avenidas pintadas com o vermelho dos cravos. Se, infelizmente, as coisas não mudaram o suficiente para o bem de todos, temos a liberdade de contribuir para que  melhore.


Obrigada Pedro Barroso e todos que se bateram pela Liberdade!
25 de Abril Sempre!

terça-feira, 19 de abril de 2022

Flores de Abril, em Forninhos

Com dias tão feios lá fora, é quase uma bênção fruir dos tons que, em Abril, embelezam Forninhos.


Giestas brancas pintam a nossa paisagem 


Quando florescem até parece quererem rivalizar com a neve!!


As ervilhas silvestres florescem em qualquer palmo de terra...


Cerejeira florida...a seguir vêm as saborosas cerejas


E sabiam que a flor do marmeleiro em algumas terras é muito boa de comer ?
Por exemplo Tás-os-Montes.


Estas encontrei-as numa parede sem herbicidas


FELIZ PÁSCOA  2022 
Pois diz a tradição que se prolonga até à Pascoela!

sábado, 9 de abril de 2022

Retrato de Familia

As fotografias em família eram uma prática comum e recomendada para o álbum de recordações desde o século XIX. Começa aqui a valorização do homem (antropocentrismo), pois até então aos artistas só lhes eram permitido pintar, esculpir ou entalhar imagens sacras. E, claro, os nobres e pessoas mais endinheiradas passaram a encomendar retratos aos artistas e surgem as fotos de família, na melhor pose e com a melhor roupa para mostrar toda a sua nobreza e poder económico.
E eis o retrato dos meus antepassados (hexavô e pentavós), feito pelo pintor visiense José de Almeida Furtado, conhecido por "o Gata" que existe desde 25 de Fevereiro de 1949, no Museu Grão Vasco, em Viseu. De acordo com a documentação existente no museu, este retrato de família pertencia ao Pe. Manuel de Moura Marinho.


Executado em 1826 d.C., a pintura representa o Retrato da Família Assis de Moura Marinho num cenário interior, com amplo cortinado do lado esquerdo do quadro, de cor encarnada e junto a este encontra-se a figura mais velha, sentada de lado, com o braço e mão direita apoiada em cima de uma mesa ou secretária de madeira com tampo verde, segurando uma pena, a escrever numa folha branca. Este homem de tez branca e cabelo  grisalho, é o meu hexavô (6.º avô), Manuel de Moura Marinho. Enverga casaco e calça cinzentos, colete desapertado (vê-se 2 botões) e camisa branca com uma abertura por onde se pode ver a pele. Calça meias brancas e botas pretas. 
À direita do quadro, está de pé o seu filho, meu pentavô (5.º avô), Francisco de Assis Marinho e Moura, de cabelo preto e curto, com a perna ligeiramente flexionada, apoia a mão esquerda no espaldar de uma cadeira e a mão direita segura um papel branco. Veste casaca encarnada com botões em dupla fileira (vê-se 8 botões), calça cinzenta. Da cintura, por baixo da casaca, pende um objeto dourado. Calça meias brancas e sapatos pretos com detalhe retangular em dourado.
Ao centro do quadro está a sua esposa, minha pentavó (5.ª avó), Dona Teresa de Sá Costa (Marinho e Moura). Senhora, de tez alva e cabelos pretos apanhados e rematados por uma tiara dourada. Brincos dourados de argola com uma pérola. Traja um vestido longo acinzentado, aparentando cetim, com a manga curta e o decote quadrado debruados. A saia apresenta duas faixas rendadas de cor preta. Uma encharpe dourada cobre-lhe o ombro esquerdo e vem rematar na cintura. 

pormenor


Clicar para ler melhor

Fontes: 

Para a minha família paterna (parte da avó Dulce): 

Quem foi Manuel Marinho?
Foi um comerciante, mercantil de sardinha, rico proprietário que em Aveiro tinha uma mansão que mais tarde (1842) pertence aos "Rebochos" e era do dono na Costa Nova do palheiro vendido (em 1840) ao José Estêvão, um notável jornalista, político e orador parlamentar que tinha uma predilecção muito especial por esta praia para onde vinha descansar da sua tumultuosa actividade parlamentar.
Primeiramente este e outros palheiros construídos na Costa Nova serviam para salgar o peixe. "O negócio da venda e distribuição deste pertencia a gentes de Aveiro e de Águeda (interior), mercantis que "geriam" os grupos de "almocreves", verdadeiras companhias de transporte e distribuição, a quem era remetida a tarefa de fazer chegar o peixe, lá para o interior do país, para as beiras profundas".

Fontes: 

E Francisco de Assis Marinho de Moura, quem foi?
Ainda não consegui perceber se seguiu "as pisadas do pai", mas o seu nome aparece na exposição agrícola de Lisboa, em 1884. 
Expôs pelo concelho de Viseu o seu vinho tinto com a cor "cravo carregado". E podemos ver as quantidades referidas a 100 centímetros cubicos de vinho:

Ano da Colheita:
1882
Densidade do peso por litro: 
991,0
Alcool em Volume - centímetros cúbicos:
11,500
Extracto secco(Gr):
1,920
Tanino (Gr):
0,095
Assucar reductor (Gr):
0,083
Acidos (Gr):
0,476
Grandeabrimento da côr:
--
Coloração:
Cravo carregado

Ainda sobre o nomes de família

Até 1911, no batismo, apenas se registava o nome próprio. Registava-se "Maria", filha de ...e de...Só depois, no casamento, é que seriam acrescentados os apelidos familiares. Se ficasse solteira, ficaria simplesmente Maria para toda a vida. Com sorte, acrescentava-se-lhe um apelido ou alcunha que a distinguia das outras marias.
Muitas pessoas, sobretudo mulheres, por serem menos importantes, eram registadas com o nome próprio, mas depois já não lhes eram acrescentados os apelidos, na altura do casamento, e por isso a avó Dulce, que nasceu em 1855, ficou até morrer (1948) com o nome abreviado "Dulce do Carmo". 

Batismo avó Dulce, em Sernancelhe

A sua mãe, Dona Maria Leopoldina, era da cidade de Viseu e era filha de Francisco de Assis Marinho e Moura e de Dona Teresa de Sá Costa. O pai era de Sernancelhe e chamava-se Constantino António de Sobral e era filho de António Caetano e Maria Santana. Constantino António de Sobral foi escrivão na Vila de Aguiar da Beira.
Como podemos perceber, não recebeu os apelidos da parte paterna, nem da materna. E quando casou com o avô José Dias de Andrade não lhe foi acrescentado os apelidos do casamento.
Se algum neto ou alguém de Forninhos quiser acrescentar algo que ouviu sobre a avó Dulce ou porque ainda a conheceu, acrescente...
É para isto que este Blog serve: descobrir...descobrir...descobrir...
Dizia a minha tia Margarida (bisneta da avó Dulce), que o seu filho homem - o tio Abel - e seus descendentes receberam o sobrenome "Sobral" ou "Dias Sobral", por influência do professor Coelho de Dornelas. Já a filha Emília (minha bisavó), que era a segunda filha do casal, já só tinha o apelido "Andrade" e a filha Maria ficou "Maria da Conceição", mas só era conhecida por Maria.
Recordemos as origens da família aqui
E pronto...
Fica o retrato dos nossos avós mais longínquos e os nomes que são bem lindos!
Nem todas as famílias têm um retrato dos 5.ºs e 6.º avós.

sábado, 2 de abril de 2022

Os Rebelos

Até ao séc. 19 não tinhamos em Forninhos o apelido Rebelo. Para melhor perceberem fiz o levantamento da genealogia desta família:
António Rebelo, nasceu em Espadanal, Fragosela, concelho de Viseu. Era filho de António Rebelo e Filipa Lopes. Almocreve de profissão, casou em Forninhos a 06-05-1822 com Ana de Andrade, filha de José de Andrade Janela, de Forninhos e de Ana Soares, do Souto de Golfar.


O casal teve duas filhas:

1) Maria de Andrade Janela que faleceu em Forninhos no dia 21-11-1870, tinha 52 anos e deixou uma filha, Maria do Patrocínio, filha de pai desconhecido, que casou com Luís de Almeida, ambos de Forninhos.

Nota Pessoal: Há um registo dum filho chamado Marcos, também filho de pai desconhecido, mas diziam ser filho de Manuel, filho de Francisco da Costa e de Maria Moreira, mas creio devia ser falecido à data da morte da mãe, pois o registo de óbito de Maria Andrade Janela, diz apenas que deixou uma filha.

Geração de netos (filhos de Maria do Patrocínio e Luís de Almeida):

- Manuel, nasc: 24-08-1967
- Maria, nasc: 12-02-1869
- Maria do Carmo, segunda do nome nasc: 03-02-1873, casou com José Maria Chantre, no dia 26-11-1908
- Manuel, segundo do nome, nasc: 22-12-1874
- Albano, nasc: 23-10-1878, faleceu em Março de 1949. Casou com Antónia Lemos. Este casal eram os pais de Luísa de Almeida, a esposa de Jose Maria Saraiva, que foram os pais da Lucília, Antonio, José e Augusta Saraiva.
- António, nasc: 16-03-1881, faleceu com 15 meses, a 06-09-1882
- Alberto, nasc: 11-03-1883, casou com Felismina Fernandes Chantre, natural de Forninhos no dia 07-02-1925. Esta faleceu em 27-07-1941, em Forninhos.
- Abel, nasc: 14-06-1886, faleceu com 3 meses, a 12-09-1886

2) Josefa Rebelo, que foi a primeira a utilizar o nome Rebelo, mas também era conhecida por Josefa Janela, casou com Francisco Alves de Albuquerque (Luzio), de Forninhos, a 26-04-1852. 


Tiveram geração de filhos, que deram origem aos Rebelos, de Forninhos:

1) 2 meses após o casamento, 30-06-1852, nasceu o António.
2) José, nasceu a 28-12-1854 e casou com Ana de Andrade, da Moradia, Antas, no dia 21-11-1891
3) Luis, nasceu a 30-04-1857
4) Luís, segundo do nome, nasceu a 11-12-1859 
5) Maria, nasceu a 16-11-1861 e faleceu em 17-08-1935
6) Ana, nasceu a 08-04-1864
7) Ana Rebelo, segunda do nome, nasceu a 03-12-1865, casou com Adelino Moreira, no dia 05-02-1899, faleceu em 16-09-1953
9) Antónia, nasceu a 10-03-1868 e em 1908 residia na Quinta da Ponte, Sezures
10) António, segundo do nome, nasceu a 13-07-1871

→ Josefa Rebelo faleceu em Forninhos no dia 23-08-1910, tinha 80 anos e já era viúva. 
→ Francisco faleceu em Forninhos no dia 05-05-1910, tinha 75 anos. 

Geração de netos (filhos de Ana Rebelo e Adelino Moreira):

- Glória Rebelo, nasceu a 07-01-1900, foi batizada em perigo de vida no dia 28-01-1900 (casou com o tio Carlos Guerra)
- José Rebelo, nasceu a 05-10-1901 
- Luís Rebelo, nasceu a 27-10-1903 
- António Rebelo, nasceu a 15-03-1906 
- Maria dos Santos Rebelo, nasceu a 14-06-1910 

Gente bem parecida "os Rebelos"

Pelo nome dos netos já dá para ver as gerações de bisnetos e trisnetos e as ligações de parentesco com várias famílias de Forninhos. Se alguém da grande família forninhense os quiser acrescentar, acrescente.

Foto: Cortesia do Rui Miguel Moreira, neto do António Rebelo. Obrigada Miguel.