Em termos históricos, em Portugal, os primeiros centros sociais apareceram no final dos anos 30 do século XX.
No início dos anos 50, nascem os "Centros de Assistência Paroquial", por influência de D. António Ferreira Gomes, antigo Bispo do Porto, que existem hoje como "Centros Sociais Paroquiais", dado que são organizações pertencentes à igreja católica, de acordo com o modelo de Estatutos em vigor.
Juridicamente, o Centro Social Paroquial está equiparado às IPSS, mas tem estatutos próprios aprovados pelo bispo diocesano e são consideramos um serviço da paróquia.
Já na natureza nada se cria, nada se muda...tudo se transforma! E aqui temos à entrada um candelabro...ecológico, claro está!
Que se faça luz, então, na mente dos actuais responsáveis do Centro Social Paroquial de Forninhos, porque vou falar do aproveitamento social consentido por parte dos membros sociais, da assistente social e utilizadores, fazendo apenas leitura das fotos que seguem:
Celebrou o Centro de Forninhos, no dia 26.10.2014, a VIDA, sendo os utentes incentivados pela Sra. Mariana Vaz a retomar esta "tradição", isto é, a festejar os anos no Centro no último domingo de cada mês. Recomeçou em Outubro e ficou marcado o de Novembro. Acontecerá, presumo, hoje, domingo, dia 30.11.2014. Tudo muito bem. A ideia é boa. Boa mesmo.
Mas...como é useiro e vezeiro, quando há festa ou é domingo, o Centro recebe familiares, amigos e conhecidos de todas as idades, quando a sua actividade principal é o apoio à 3.ª idade.
Eu não acho bem, não só porque vejo ali jovens utilizadores que não necessitam da "caridade" do Centro, mas também porque vejo ali pessoas que bem conheço a aproveitarem-se de apoios financeiros que esta Instituição recebe destinados para a resolução dos problemas dos mais carenciados.
Este tipo de ajuntamento que já vi acontecer anualmente na Festa do Espírito Santo, por exemplo, quanto a mim é "só para inglês ver". Sempre senti que o Centro de Forninhos limita-se a ver a pessoa como um número, ou seja, para receber verba inscreve residentes e não residentes e sei lá mais que tipo de utilizador...
Aceita inscrições para almoços de não-inscritos!
O problema da desertificação/ou/despovoamento e, consequentemente, o encerramento por falta de utentes, não pode servir de desculpa para isto. Que saibamos o Centro Social e Paroquial de Forninhos é uma organização sem fins lucrativos e que tem o dever de fazer uma leitura e análise da realidade concreta em que se insere.
O problema da desertificação/ou/despovoamento e, consequentemente, o encerramento por falta de utentes, não pode servir de desculpa para isto. Que saibamos o Centro Social e Paroquial de Forninhos é uma organização sem fins lucrativos e que tem o dever de fazer uma leitura e análise da realidade concreta em que se insere.
A intervenção desta Instituição não pode reduzir-se à mera "comezaina"; a sua intervenção tem de ser mais alargada e dar resposta a necessidades diagnosticadas, a casos sinalizados. Não é, depois da MORTE, vir dar "assistencialismo" à família enlutada, como li no outro dia...!
Para este 'post' seleccionei um poema de Sophia de Mello Breyner Andresen:
Porque
Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão.
Porque os outros têm medo mas tu não
Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão
Porque os outros se calam mas tu não.
Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não.
Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não.
Este "tu" claro são todos os leitores que, por natureza, acreditam nos valores da verdade, liberdade e solidariedade.
Os "outros", são os que ficam calados.
Nota: as fotos são do evento divulgado no facebook "do Centro".
Este "tu" claro são todos os leitores que, por natureza, acreditam nos valores da verdade, liberdade e solidariedade.
Os "outros", são os que ficam calados.
Nota: as fotos são do evento divulgado no facebook "do Centro".