Forninhos, já o dissemos, é rodeado de pinhais, predominando o pinheiro bravo. Não admira, portanto, que tenha havido pelas nossas bandas serradores de madeiras. Não era um prolongamento do Pinhal de Leiria, mas serradores de região de Leiria que se dedicavam à comercialização de madeira estiveram ligados a Forninhos e aos forninhenses e alguns deixaram descendentes: tio Zé Teodósio e irmão Diamantino e cunhado Silvestre; tio Joaquim "Buchas".
painel de azulejos que representa os serradores braçais |
A imagem acima encontrei-a algures e mostra-nos um trabalho que envolvia um tremendo esforço.
Depois de abatida a árvore com o machado, esta era cortada com a serra de punhos em toros nas medidas exigidas pela futura aplicação que teriam. Para o efeito, transportavam até à floresta os seus pontais para fazer a burra (uma espécie de cavalete), o fio e a tinta para marcar os cortes, os machados e a sua grande serra, não esquecendo a saca das ferramentas e lá no local de corte/abate de árvores iniciava-se então a serragem com um serrador em pé em cima e o outro no solo. À custa de grande esforço físico, repito, os dois serradores faziam uso da grande serra braçal, puxando-a para cima e para baixo.
Dali saíam barrotes, caibros, cumieiras, falheiras, falheira é a primeira tábua que se separa de um toro ou tronco, quando se serra longitudinalmente em várias tábuas, e que é sempre falha "arredondada" na face externa, ripas, etc...
Posso estar a abrir as tábuas do meu caixão era a sina do Serrador.
Serravam e transportavam a madeira até à Estação do Caminho de Ferro mais próxima. Muita madeira proveniente de Forninhos foi despachada na Estação de Fornos de Algodres. Hoje só os nossos velhotes se lembram disto, apesar desta profissão artesanal ter resistido até à segunda década do século vinte.
Dali saíam barrotes, caibros, cumieiras, falheiras, falheira é a primeira tábua que se separa de um toro ou tronco, quando se serra longitudinalmente em várias tábuas, e que é sempre falha "arredondada" na face externa, ripas, etc...
Posso estar a abrir as tábuas do meu caixão era a sina do Serrador.
Serravam e transportavam a madeira até à Estação do Caminho de Ferro mais próxima. Muita madeira proveniente de Forninhos foi despachada na Estação de Fornos de Algodres. Hoje só os nossos velhotes se lembram disto, apesar desta profissão artesanal ter resistido até à segunda década do século vinte.
Mais tarde ainda vinham os "homens dos burros", que aproveitavam raízes e toda a lenha sobrante, pois dantes tudo era aproveitado, nada ficava no mato como hoje se vê e depois os incêndios acontecem.