carroça e charrua utilizada na lavoura
fotografada junto à Sede da Junta de Freguesia
Pelas ruas circulavam carroças e carros de bois carregados com diversos produtos agrícolas. As suas rodas de madeira e ferro chiavam sobre o chão de terra batida. Carro ou carroça, animais e homem, há algum tempo atrás faziam parte integrante do dia-a-dia de muitas aldeias. A terra era trabalhada com o sacho ou enxada e com alfaias agrícolas, puxadas por animais.
Hoje os mais novos, e até os mais velhos, não têm ideia do que foi Forninhos noutros tempos: as gentes que por cá habitaram, os seus hábitos e costumes, as suas tradições e crenças, mas há ainda espólio que podia ser reunido e disponibilizado a todos os que manifestem curiosidade por conhecer um pouco mais do passado desta terra (as ferramentas de trabalho dos nossos antepassados, as fotos que fixaram momentos do antigamente, os vestígios arqueológicos, entre outros).
Boa noite.
ResponderEliminarÈ bonito ver esta simples foto, que representa o ainda velho carro de bois, que era puchado por duas vacas ou bois, estes animais quase sempre ainda novos.
Sempre conheci agricultores, em que nas suas lojas, dito curral, tinham para seu proveito, ou mesmo para a jorna, a sua junta de animais; Nem sempre, essas jornas, eram pagas com quantias monetárias, recorde-se que as pessoas com menos posses efectuavam o seu pagamento, através do seu trabalho ou outro tipo de bem.
Volta aos tempos: Uma coisa, penso eu, claro, que as pessoas mais novas, que até hoje desconhecem os útencilios respeitantes á lavoura e até a outras artes, de outros tempos, poderiam visitar um local,"Zé Coelho" onde várias peças dos tempos aureos se encontram expostas; em emitação, mas sempre representam esses utêncilios, mais que não seja para terem uma pequena ideia.
A todos um bom FSD.
Hoje mesmo eu estava vendo umas fotos que meu irmão me enviou, sobre carro de boi. Essa foto acima, me fez lembrar disso.
ResponderEliminarQuando eu ouvia o ruido do carro de boi, eu saia correndo da fazenda da minha avó pra estrada. Pegava carona com ele até onde podia e depois voltava a pé.kkkkkk Muito bom lembrar disso.
Gosto demais de vir aqui e aprender mais sobre Forninhos.
Beijos
Esta foto é uma das mais bonitas que recebi…é daquelas fotos que despertam a saudade e as lembranças da infância, do tempo em que pelas ruas da aldeia circulavam os carros de bois, homens com as enxadas aos ombros, molhos às costas…
ResponderEliminarNo dia 19 de Janeiro de 2010 fiz o Post (I): “Memórias: as alfaias agrícolas” e escrevi:
“...e quanto às alfaias e utensílios agrícolas antigos, enquanto ainda existem ninguém lhes dá valor, vêem-se nas feiras de artesanato e exposições e sorte a dos que nascem "agora" e ainda os conhecem! Daqui a uns tempos dizem-nos os que nascem, que são invenções nossas, lendas, coisa de velhos (nós)!”
Se publiquei agora o alfaias agrícolas II, é porque continuo a ver oportunidades que vamos perdendo e para as quais nem sequer são necessárias grandes verbas para as pôr em prática e digo isto convicta que um dia iremos precisar do que deitamos fora hoje, tanto a nível material como cultural.
Felizmente tenho este blog para poder publicar, falar e não deixar cair no esquecimento as nossas coisas. É o contributo possível para o futuro das coisas de Forninhos, porque infelizmente não posso ajudar a realizá-las, devido à distância e falta de recursos.
Um bom FDS.
Esta carroça devia ser do tio Francisco,tambem me recordo quando ainda havia muitas em forninhos,embora não possa falar muito destas alfaias,pois os meus pais não possuiram.Mas vi muitas vezes estas carregadas,e bem carregadas,coitados dos ainimais tinham que aguentar a bucha,mas penso que o mais duro era a lavragem,para os animais não sei,mas para o homem não era facil,e então quando eles não obedeciam,era uma dor de cabeça,embora eu nunca tivesse participado,mas observei vàrias vezes,o que eu não posso deixar de escrever aqui ,é quando ouço dizer por pessoas que conheceram muito bem o tio Zé CAVACA,me dizem,o melhor lavrador e quem tinha os melhores animais aqui em forninhos, era o teu avô CAVACA,è claro que aqui o neto fica todo orgulhoso,quem não ficava hehe ,imensa pena de não o ter conhecido!!!Bom FDS A TODOS.
ResponderEliminarBom dia para todos.
ResponderEliminarNão há dúvida que esta imagem é daquelas que merecem um lugar de destaque.
O carro de bois no seu melhor, um carro chedeiro com rodas de meia lua como se usava naquele tempo, não faltando o chavilhão na ponta equipado com as sebes.
Para quem não conhece; as sebes só eram usadas para acartar o estrume curtido para as terras.
Mais um pequeno tesouro das nossas memórias. O título deste post bem podia ser “uma foto com história” porque as alfaias e utensílios agrícolas são mesmo pedaços de história com muita vida e que agora estão a desaparecer.
ResponderEliminarSão fotos como esta, que fixaram momentos do antigamente, que este blog continuará a publicar para relembrar o passado e homenagear aqueles seres humanos, que já não estão entre nós, como o meu avô Cavava, e dar a conhecer aos mais novos a história de uma das terras mais antigas do concelho: Forninhos e das suas gentes.
Boa noite,
ResponderEliminarComo este, havia mais algumas dezenas, todos iguais, para o mesmo serviço e efeito.
Estes carros de bois, possuíam nos seus rodados e em toda a sua circunferência, piso, meias luas em ferro, pois assim o seu rasto em madeira era mais protegido contra o desgaste, uma vez que andavam por todo o lado, caminhos em terra, pedras e até atravessar os ribeiros com água.
até á próxima.
Lembro-me que na altura das sementeiras o lavrador carregava o carro/ou/carroça com a charrua, a grade, enxadas e com diversos produtos agrícolas.
ResponderEliminarComo aos poucos e poucos as alfaias antigas desapareceram, hoje os mais novos não conhecem, por exemplo, a charrua. Para fazer este post, confesso, tive de pesquisar imagens e fiquei um bocado confusa, baralhada. Ou seja, qual a diferença entre arado e charrua? Alguém me sabe explicar?
Bem, vou tentar explicar a diferença que há entre o arado e a charrua.
ResponderEliminarO arado é composto de: rabiça; temão; aivecas; rastro; relha e teiró.
Normalmente, só a relha é de ferro, todo o resto é de madeira. É mais utilizado em terras altas/secas e serve para rasgar a terra.
A charrua tem um maquinismo de ferro que, para além da relha que rasga a terra, tem uma aiveca móvel, que se vira sempre que se inicia o rego, para que a terra vire sempre para o mesmo lado. É na charrua que encontramos o cambão, trata-se de um pau que liga a charrua á canga ou jugo.
Em síntese:
O arado rasga a terra.
A charrua vira a terra.
Esta que vemos encostada á parede, é uma charrua.
A charrua vira a terra sempre para o mesmo lado, o que quer dizer que a terra cai sempre para cima do rego aberto. Estamos sempre a aprender, obrigada ed santos.
ResponderEliminarAté fazer este post nunca me tinha dado ao cuidado de saber qual a função do arado e da charrua e foi através da pesquisa de imagens de arados e charruas que conclui tratar-se de uma charrua usada para lavrar os terrenos e não um arado.
A lavra ainda se vai fazendo, agora com a charrua mecânica atrelada ao tractor, mas o carro de bois, a charrua, arado, grade, antigos, esses já só são recordados pelos mais velhos. Por isso, antes de terminar este meu comentário, apenas uma nota para uma passagem do discurso que o Presidente da República fez, no passado dia 10 de Junho. Cavaco Silva lançou o apelo para que se preservem tradições e mantenham os vestígios da memória, salvaguardando o património material e imaterial que nos foi legado.
Que bom que era que em Forninhos, por exemplo, este apelo fosse seguido, para que não nos voltássemos a lamentar de que mais um pedaço de história forninhense se perdeu… como sucedeu com o antigo povoado de S. Pedro.
Por aqui ainda se encontra muitos destes carros de boi, aqui no meu cantinho não, a rodovia BR 146 asfaltada e bem sinalizada corta o nosso lugar, facilitando o transporte, e dificultando o uso de carros de bois...mas em lugares um pouco mais distantes ainda se vê. Se voce tiver um tempinho, veja uma postagem que fiz no ano passado...espero que goste.
ResponderEliminarhttp://meucantinhonaroa.blogspot.com/2010/08/eeee-booooieee-boooi.html
Te desejo uma semana muito feliz
Tina (MEU CANTINHO NA ROÇA)
Esta imagem dos finais dos anos 80, cedida por LLopes, foi fotografada junto à Sede da Junta de Freguesia, que ao longo das últimas décadas sofreu diversas intervenções. Também este imóvel tem história, até 1959 era aqui a Escola Primária de Forninhos e durante muito tempo foi conhecida por “Escola Velha”.
ResponderEliminarA “Nova”, segundo apurei foi inaugurada no ano de 1960, todavia a julgar pela forma como tem sido estimada e tratada nos últimos anos, é provável que nos arrisquemos a ter de lhe escrever um elogio fúnebre num destes dias. Falo da ex-escola-primária, que é hoje uma pálida imagem daquilo que foi no passado.
Sou de opinião que os actuais responsáveis podiam e deviam converter este imóvel num espaço cultural, respeitando sempre a herança histórica, pois era dar seguimento àquilo para que foi criado, ou seja, ensinar e transmitir a cultura da terra.
Boa noite.
ResponderEliminarEsta foi a Escola em que os nossos Pais aprenderan a ler e escrever, falo isto porque, no que diz respeito aos anos anteriores a 1959, anos em que ésta Escola funcionava, éra em que os nossos Pais e irmãos mais velhos, iniciaram a sua aprendizagem, talvez, outros, os mais novos, já aprenderam a ler na Escola junto á Igreja.
Esta Escola " nova", que após ter fechado as suas portas ao ensino, parte dela foi "ócupada", por um grupo de Forninhenses, que ali, passam bons momentos de lazer.
Por isto, esse mágnifico edifício, ainda não caiu no esquécimento.
Caro serip, se me permites uma correcção, a parte da escola, Sala de Cima, ou, Escola de Cima, foi cedida à Associação que resolveu fazer desta Sala um espaço de convívio de feriados e fins-de-semana, mas esse espaço já encerrou há muito!
ResponderEliminarDaí, caro serip, o meu comentário continua actual. Basta olhar para este local com olhos de ver para percebermos que está votado ao abandono. Onde anda a tão badalada, em tempos, dignificação do espaço?
Se foi construído para ensinar e transmitir cultura, este é o local ideal para guardar o espólio documental, fotográfico, e outros artefactos da tradição da freguesia.
Boa Tarde, é ao ver imagens como estas que as lembraças acordam e nos fazem recuar no tempo, como era bonito o ranger do eixo dos carros de bois, o matraquear das rodas e o passa lentos dos animais que puxavam esses carros, lentos mas carregados de força pura, como era bom viajar num desses carros, coisas que os mais pequenos hoje não conseguem de imaginar.
ResponderEliminarAinda bem que eu tive oportunidade de conhecer essa emoção, João.
ResponderEliminarApanhava-se boleia até à Oliveirinha, em qualquer carro de bois que passava na Lameira; depois voltávamos a pé e às vezes nas cavalitas uns dos outros. Nessa época a amizade era pura e nada nos impedia de gozar a nossa infância.
Um abraço a todos os que brincaram comigo na Lameira e um beijo grande à minha prima Cila, companheira de todas as brincadeiras e traquinices.
Boa tarde, o meu pai faz e tem algumas miniaturas de alfais agrícolas alentejanas de antigamente, neste momento quer fazer uma enfardadeira manual obviamente mas já não se lembra muito bem como eram.
ResponderEliminarOnde é que eu, já que o meu pai tem alguma dificuldade com a net, poderei encontrar fotos desta alfaia.
Eu já procurei mas não consigo encontrar, se me poder ajudar fico bastante agradecido
Boa tarde,
EliminarVeja uma imagem neste blog:
http://miniaturasruisilva.blogspot.com/2009/08/usada-na-preparacao-das-palhas-para.html