Há quanto tempo não se vê cair um nevão em Forninhos? Acho que podemos afirmar que já não cai neve a sério há muitos, muitos anos. De vez em quando, lá caem umas farripas de neve, mas há 40 ou mais anos atrás caía bastante neve, mesmo em Forninhos que até é uma aldeia com um clima bem mais ameno do que a Matela, lá em cima.
Eu nasci em Forninhos, num dia que caiu um grande nevão e esta fotografia foi tirada no dia do meu baptizado. Diz a minha família que naquele tempo os Invernos eram bem frios e a neve era uma chatice, pois não se podia deitar os rebanhos fora, nem apanhar comida para o outro gado, custava muito lavar a roupa nos ribeiros, interrompia também a apanha da azeitona e outros trabalhos, não havia Correio, etc... só para as crianças (e havia muitas, muitas mesmo) é que era uma festa. Saíam para a rua e faziam bonecos de neve e era uma correria a atirar bolas uns aos outros. Era uma alegria nas ruas! No tempo da Senhora Professora Fernanda, de Dornelas, não tinham escola (não se dizia aulas), pois como na maioria das vezes a professora deslocava-se a pé, pelo caminho/atalho da sapa, com a neve não vinha dar escola (na escola velha).
E...hoje?
Oxalá me engane, mas a escola de Forninhos não voltará a abrir, pois há cada vez menos nascimentos, nem Forninhos voltará a gelar porque como sabemos cada vez mais se acentua o Aquecimento Global. Hoje o nosso Inverno é mais de chuva e vento.
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Caro leitor(a), do passado com certeza têm boas recordações, por exemplo, das vossas brincadeiras de infância, do frio que até cortava as orelhas e até dos provérbios populares que sempre ouviram dizer sobre os anos de muito frio, de muita chuva e de muita neve: "Canta o melro em Janeiro, temos neve até ao rolheiro", "Ano de nevão, ano de pão" "Boa noite após mau tempo, traz depressa chuva e vento". É só avivarem a memória e certamente vão lembrar-se de como se fosse hoje.
Muitos dos que por aqui passam têm de certeza 'coisas' para contar, as quais se não forem contadas perder-se-ão no tempo…é preciso, portanto, ir mantendo a nossa história e estórias para que todos os que 'passeiam' por aqui sintam que saem mais ricos a nível de conhecimento, por isso, eu como responsável por esta 'empreitada' a que me propus, só posso dizer que vou continuar em 2013 a dar a conhecer o que Forninhos simplesmente foi!
ResponderEliminarE te parabenizo muito pela empreitada e é um lindo trabalho de resgate da história do povo e do lugar! Que sigas muito tempo e que o pessoal possa contribuir e te ajudar! beijos,tudo de bom,chica
ResponderEliminarOlá Chica,
EliminarSabe que na maioria das vezes, não são os santos da terra que fazem milagres(infelizmente), por tal fico muito contente com a sua participação activa no blog dos forninhenses e de todos que são 'de fora'. Mas vamos aguardar para ver se ao longo de 2013 alguma coisa muda, pelo menos, a nível de mentalidades! Beijos.
FELIZ ANO NOVO PARA TODOS.
ResponderEliminarO maior nevão que há memoria foi num dos anos 65,66 ou 67 não tenho de momento ao certo qual desse anos foi , eu estava na tropa em Mafra quando aconteceu esse nevão que na altura as pessoas de 80 anos não se recordavam de outro igual, e hoje as pessoas que estão tambem com 80 anos dizem que nunca viram nesta zona outro igual. O ano certo não sei mas foi num dos acima referidos. Nos anos cinquenta tambem houve fortes nevões, mas o mais forte foi o ja referido. Tambem nessas alturas havia meses de Janeiro que chovia do dia 1 ao 31 sem deixar de chover.
Manuel Cardoso
Relativamente ao tema em questão muito agradeço as suas palavras. O meu receio é que daqui para a frente os mais jovens não fiquem a saber que as nossas aldeias já foram terras de neve! Na verdade, nem eu não sabia que o maior nevão de que há memória caiu entre o anos de 1965-1967.
EliminarUm Ano Bom para si e um abraço, Paula.
Não foi um nevão, mas tenho a certeza que tenho umas fotos com neve em Forninhos, já lá vão uns anitos mas vou ter que procurar no fundo da gaveta das fotos e tentar encontrar essas fotos para vos poder mostrar, nunca tive o prazer de assistir a um forte nevão em Portugal e muito menos em Forninhos, já ouvi contar que em tempos quando nevava era uma festa para as crianças e alguma apreensão para os adultos, como bem relembra e diz a Paula, a neve trás à minha lembrança, os tempos que passei em França, junto à fronteira com a Alemanha eram dias, semanas e meses com neve e mais neve, hoje quando a piso é um renovar de sentimentos, umas vezes dura, outras vezes macia, outras quase algodão, branca e leve mas fria.
ResponderEliminarAinda bem que o tema trouxe vontade de procurares essas fotos, que sirva também para qualquer um dos leitores (ou nós contribuidores) se lembre de partilhar uma foto ou documento, que por vezes podem parecer insignificantes, mas se não formos nós a fazê-lo, ninguém o fará por nós!
EliminarPor alguma razao, nos que viviamos no "vale do rio Mondego, chamava-mos as terras de Infias para cima; "Terra Fria"!
ResponderEliminarSim, os nevoes nas nossas terras sao coisa do passado, olhe que ainda me lembro de alguns na minha aldeia e, esta numa cota bastante menos elevada.
Como dizia o outro; "outros tempos, outras eras"!
É o caso de Forninhos também, que é um lugar mais ou menos cálido. Eu, embora me lembre ver de vez em quando cair neve, tenho noção que a neve que caía em Forninhos nos finais dos anos 70 e princípios de 80, não tinha consistência de nevão. Na Matela (lá em cima), sim, por ser uma terra mais gelada, caía com mais abundância.
EliminarTudo muda ou tudo acaba, como geralmente se diz também.
Que legal!
ResponderEliminarPaula, por aqui alguns anos atrás tbm era gelado no inverno.hoje em dia nem sei mesmo o que é um casaco ...rsrsrssr
Mudanças climáticas.
Bjs, querida.
É mesmo Rose. Ninguém pode ignorar que a degradação do meio ambiente e a mudança climática atingem presentemente níveis críticos.
EliminarDiz-se que para estabilizar o sistema climático é preciso reduzir para metade as emissão de CO2 nos próximos 40 anos.Bjs**
Não sei aos anos que foi, mas lembro-me de quando era pequena cair nevões em Forninhos, nesse dia não havia escola e passava-mos o dia a brincar com a neve no largo da lameira, fazia-mos bolas para atirar uns aos outros, para nós apesar de estar bastante frio, era um dia de muita alegria e com muita brincadeira.
ResponderEliminarFás 9 anos em Fevereiro que fui passar um fim-de-semana a Forninhos, na noite de Sexta para Sábado caiu neve, não foi um grande nevão mas ainda deu para andar-mos a escorregar na neve que caiu, as crianças ficaram muito contentes ao verem a neve a cair.
Em Forninhos nao me lembra de grandes nevões ,mas cheguei a ver la neve nao era muita mas dava pra brincadeira e era sempre grande alegria .Ainda hoje gosto de andar na neve antes de ficar muito pisada .
ResponderEliminarExcelente fotografia. Muito bonita mesmo. Deve ter um significado especial para si, Paula. Obrigado pela partilha.
ResponderEliminarUm bom ano
António
Olá pessoal de Forninhos! A todos um bom 2013.
ResponderEliminarNa minha infância havia grandes nevões e, quando a geada caía a seguir, a neve demorava vários dias a derreter. Gostava muito quando nevava, pois além da sua beleza, a professora Ema não vinha e a aula era trocada por bonecos de neve e uma batalha campal com bolas de neve.Quando andava com as ovelhas, era o regresso a casa; algumas vezes ficavam na loja vários dias a comer de "seco". As oliveiras e os pinheiros ficavam com um aspecto maravilhoso.
Em Março de 1968, convidei os meus primos António "Carau" e a Júlia "Cavaca" para irmos dar um passeio à Serra da Estrela; quando íamos a meio do caminho da Torre, a neve era tanta que não deu para seguir; para fazer a inversão de marcha foi um caso muito sério, pois não sabíamos onde ficava a largura da estrada; apesar do carro ser um Mini 850, tive que fazer muitas manobras, enquanto o meu primo com a chave das porcas das rodas picava a neve para ver se ainda havia estrada. Seguimos para Manteigas onde saboreamos o presunto, o queijo e o chouriço da nossa terra, junto ao Poço do Inferno; aproveitámos o dia para tirar algumas fotos na serra. À tardinha quando estávamos a saborear as excelentes morcelas na casa da minha tia Maria "Coelha", começou a nevar intensamente. Depois dessa data nunca mais assisti a um nevão como deve ser.
Um abraço a todos.
As fotografias antigas são maravilhosas e despertam lembranças antigas, neste caso, quando as nevadas eram o pão dos nossos Invernos.
ResponderEliminarObrigada por o que acima escreveram, M.Jorge, manuela, António L. e João Albuquerque.
Também está na minha lembrança e boas recordações, as brincadeiras na neve e a imagem dos pinheiros e telhados brancos. Para nós pequenitos era uma festa. Na ladeira ao pé da casa do tio António Carau (quando ainda não tinha alcatrão), lembro-me que devido à geada ficava ali um autêntico escorrega e havia quem deslizasse a grande velocidade. Houve até quem ali partiu um braço ou perna, mas já não me lembro muito bem quem foi.
Já para os antigos hoje percebo que devia custar aguentar esses dias, sobretudo se tinham gado, mas parece que o Inverno devia ser bem rigoroso: com chuva e com muito frio, para matar os bichos que estragavam as colheitas.
Eis mais um dito popular que recorda que os anos de neve eram anos de abundância na produção agrícola:
“A neve que em Fevereiro cai nas serras, poupa um carro de estrume às terras”.
O clima passa por mudanças e o fenômeno é global e te conto que usei casaco de frio em março, com geada; é o clima mudou. Um abraço, Yayá.
ResponderEliminarAVENTURA NA NEVE
ResponderEliminarJá lá vão uns anitos...
Acordou-se com os pinheiros derreados pela neve,as couves todas branquinhas, as chaminés fumegavam, para aquecer as pessoas e também cozer a vianda para o vivo e ganau.
Os lameiros cobertos por uma leve neblina,aquecidos pelo tenue calor do sol que despontara, embora meio encolhido.
Fui ter com meus amigos Lopes a casa da mãe, a Tia Aida.
Estava o tempo propício para irmos caçar, seguindo as pegadas dos coelhos.
Farnel robusto ás costas, formado por chouriça, entremeada de presunto, pão de milho e uma garrafita de cachaça para adormecer o frio.
Faltava a arma, mas estava garantida; passamos pela casa do Tio Quintaneiro, na Pardamaia que emprestou a caçadeira velhinha e alguns cartuchos.
Subimos em direcçao aos Valagotes e dali para S. Pedro, qual expedição ao Evereste, com tantos tombos de permeio, muito por culpa da alura da neve que camuflava as giestas,silvas e as fendas entre as rochas.
Foi um belo passeio de quase todo o dia, mas dos coelhos apenas as pegadas, pois escondiam-se nos buracos dos muros, qual abrigo de guerra.
Deviam ter passado a palavra entre eles que vinham os talibãs atacar!
No cimo de um penedo, ainda avistamos uma linda raposa que calma e indiferente a uma velha arma, mostrando os dentes, sorridente parecia dançar sobre a neve.
E os "grandes caçadores" empreendem o regressso, fustrados e vencidos pela natureza.Perto da Pardamaia pousou um bando que cotovias, alvo de uma descarga de cartuchos, mas apenas acertamos nalguns canecos de resina.
Foi um belo dia em que até esquecemos os pés molhados e gelados.
Foi muito, muito bom!
XicoAlmeida
Por vezes quando nevava, metiamos as galinhas em cima da neve, por galhofa, e elas ficavam praticamente cegas e desorientavam-se; barrigada de riso!
ResponderEliminarOu então abriam-se as janelas e os loucos dos pardais entravam por ali dentro na procura de abrigo.
Muita alegria a neve trazia!
XicoAlmeida
Querida Paula!
ResponderEliminarQue interessante saber que mesmo aí, em Forninhos, já nevou bastante em tempos passados! Fico daqui a imaginar, que provavelmente, em Fornos D'Algodres, terra de minha avózinha, também...Então, na minha imaginação, vejo aquelas antigas ruas,casas de pedras e telhados cobertos pela neve tão branquinha e iluminada! Uma delícia de sonho no meio da realidade tão quente e úmida do Rio de Janeiro!
Mas quem sabe,um dia, mesmo contrariando as mais pessimistas previsões do "aquecimento global", a neve volte a cair, silenciosa, mágica e soberana sobre estas terras encantadas dos nossos ancestrais? E como num lindo conto de Natal, as cidadezinhas,vilarejos e quintas se vestirão de um branco lindo da paz e irradiarão alegria para todos nós...
Mas hoje venho aqui te agradecer pelo teu carinho de sempre e a tua doce companhia ao longo de 2012, e enviar-te daqui de longe,do outro lado do Atlântico, os meus sinceros desejos de um Novo Ano iluminado e de muitas felicidades pra ti,querida amiga!
Meu abraço apertado e grande beijo!!!
Teresa
("Se essa lua fosse minha")
Neve:
ResponderEliminarBelos tempos em que apreciei em Forninhos os valentes nevões.
Era surpreendente quando acordávamos, sentir-se um silencio nas ruas, apenas se viam as galinhas a andar estonteadas, dava a impressão que a brancura da neve as cegava mesmo.
Logo em seguida, a pequenada (alguns mais matulões e matulonas) vínhamos para a rua atirar neve uns aos outros, numa euforia e alegria imensa. Na minha rua havia muita gente nova, cada casal tinha nada menos do que 5 a 7 filhos, com idades muito aproximadas, por isso a brincadeira na neve era por demais animada.
De Forninhos avista-se o lugar da Matela, que por ficar num plano mais alto a neve demorava mais tempo a derreter e costumava-se dizer que a neve em Forninhos almoçava, mas já não ceava. Enquanto na Matela, almoçava, jantava e ceava, mas Forninhos também teve alguns nevões em que a neve chegava a cear e passar para o dia seguinte!
Quem não gostava dos nevões realmente eram os animais, sobretudo os do pastoreio, que tinham de comer de seco dentro dos currais. Como nesse tempo não havia rações, para se resolver a situação guardava-se as cascas dos feijões, as abóboras, as crutas do milho e o grão do milho propriamente dito, etc.Na agricultura desses tempos nada se perdia.Secavam-se os fenos, as canas do milho que se atavam em faixas ou molhos e se guardavam nas palheiras para os dias de Inverno, que para além da neve era um Inverno duro e constante.
A neve purifica os terrenos, tornando-os saudáveis e férteis, para produzirem mais e melhor, combatendo pragas e doenças e lá diz a sabedoria popular “Ano de nevão, Ano de pão”, “Medra o trigo debaixo da neve, como o carneiro debaixo da pele”.
Um abraço e um Bom Ano para todos.
Margarida Albuquerque
“Ano de neve paga o lavrador o que deve”.
ResponderEliminarA sabedoria contida nos provérbios fascinam-me e, por isso, tenho ao longo de 3 anos registado por aqui alguma coisa sobre a sabedoria popular! Só que eu não sou a pessoa mais indicada para explicar se os ditos populares pesavam muito no dia-a-dia das pessoas de Forninhos, então aqui deixo um desafio a quem souber, que nos deixe aqui um comentário com esse contributo.
Outra coisa:
O Xico em alguns comentários lembra muita coisa da nossa aldeia, sobretudo fala muito dos animais que povoam ou pelo menos povoavam as nossas terras, o lobo, a raposa, lebre, o coelho, a cotovia, os pardais que não emigram, porque são nossos amigos todo o ano, etc. e tal…penso que seria interessante também a descrição dos animais que mais abundavam e que muita companhia faziam ao lavrador e garotada, além de que para o homem, a caça e pesca foram sempre uma tentação (além da necessidade nos tempos trogloditas).Isto faz parte da nossa história e memória local e só com alguma explicação de alguém mais velho é que ainda se lá vai…
Sobre a meteorologia, parece que houve arrefecimento em Portugal de 1940 a 1970 e que desde então as coisas muito mudaram na atmosfera, fruto de muitas alterações. Se as alterações climáticas continuarem deixará, talvez, de haver Primavera, Verão, Outono e Inverno e aí se secalhar nunca mais se fale de neve em Forninhos, Matela ou Fornos, talvez resista alguma farripa lá para a Serra da Estrela.
Presumo que Forninhos não voltará a gelar da mesma maneira, mas quem sabe, um dia volte a cair um grande nevão sobre estas terras, como diz a Teresa, contrariando todas as previsões. Beijo e um Bom Ano Teresa e um futuro melhor para todos nós.
Navegando, encontrei este espaço, vou ficar e acompanhar...
ResponderEliminarMuito obrigada pela visita e por me seguir. Espero que então visite mais vezes esta página e que saia daqui agradada com a leitura.
EliminarPaula,
ResponderEliminarDoces lembranças. Eu acho lindo a neve, mas só nos filmes e fotos. Aqui na Ilha do Norte não neva, mas na Ilha do Sul, neva até no Verão. Rs
Eu costumo dizer que o Inverno também tem seus encantos. Beijos
Da nossa infância todos temos doces lembranças, mas como do antanho da minha terra não vivi muita coisa, criei este novo blog para que os mais velhos recordarem o seu passado em Forninhos e também para que os mais novos venham a saber e conhecer algo mais sobre a sua terra. Se tivesse nascido 10 anos antes, sei que poderia fazer melhor, mas tenho esperança que um dia alguém ainda o faça e eu possa conhecer mais sobre a minha terra e as gentes que por cá habitaram, os seus hábitos e costumes, as suas tradições e crenças, etc...
ResponderEliminarE está tudo dito.
A todos os meus amigos leitores desejo um Dia de Reis bem passado e envio, em especial, um Abraço aos Contribuidores: al cardoso e J Seguro pela passagem do seu aniversário. PARABÉNS aos dois e muitos anos de vida, da amiga Paula.
Vim agradecer teu carinho e desejar um lindo Dia de Reis e de presente deixo minha amizade também! beijos,chica
ResponderEliminarAntes de mais, feliz dia de Reis a todos!
ResponderEliminarA Paula deixa a sugestão de se fazer o quadro da fauna existente em Forninhos, muita dela felizmente ainda existente.
Cá vai o que ainda recordo, começando pelas aves.
A Poupa mal-cheirosa na palheira do Ti Esmael,o Cuco na estrecada(ao primeiro canto-Cuco ramalheiro quantos anos estou solteiro),os Gaios para os lados do Castiçal, Corvos em Valongo, os Piscos e Flosas (gordinhas) nas silvas ribeirinhas,
Andorinhas, tralhões e aboeirinhas, o medo esuperstição da Coruja e do Mocho, os taraloucos dos pardais à mão de semear, em S.Pedro os Tajasnos, Milhafres e Rolas, as Ferreirinhas quase tão lindas quanto os Pintassilgos, os Melros na ribeira e os Guarda-Rios.Será que ainda existe a minorca da Carriça?
Também as Pêgas lá para os Valagotes, os Pica-Paus na Pardamaia
Tantos e tantos mais, não esquecendo os de casa - Galos, Galinhas, Patos e Perús... e a bela e genuina Perdiz, Codorniz e Cotovias, abundantes em Valongo, tanta coisa, um paraíso que se vai perdendo pela incúria humana, abandono da agricultura, pesticidas, incêndios, etc, que vão tornando a fotografia a preto e branco e um dia nem o "negativo" fica, como por exemplo, aonde pára o Gato Bravo ou Ginete, que ainda vi a caminho dos Valagotes, em miúdo, os Lobos e as as crias, pela madrugada, no Castiçal em fila e impávidos, mas majestosos, poucos Coelhos e Lebres; quase já nem Cobras se vislumbram e perde-se a sensação do medo ao caminhar das matas, mas deixa saudade! Os Texugos na serra de S. Pedro. Ficamos no reino do Javali que com tudo vai correndo e destruindo.
Até o caseiro Porco vai acabando - Sinais dos tempos!
Os Tralhões e as Andorinhas, no seu ciclo migratório, cruzam-se sobre o Oceano e as Andorinhas perguntam:
- Para onde ides vós ò loucos
que ides muitos e vindes poucos?
Ao que eles respondem:
- E donde vindes vós ò putas,
que ides poucas e vindes muitas?
Agora pessoal, vão pedir as Janeiras, com muita alegria!
XicoAlmeida
Esqueci o ouriço-cacheiro.
EliminarUma vez no Outeiro, apanhamos um e tentamos afoga-lo para o esfolar, mas qual quê, resistia e só depois de queimado lhe tiramos a pele e ficou uma espécie de rato.
Assamo-lo e comemos dele ou apenas provamos.
Acho que sabia a texugo.
Grandes malucos, predadores da natureza que apanhavam rãs, enfiavam-lhe uma palha no cú, sopravam e ela ficava um balão para depois rebentar.
Que Deus lhes perdõe.
XicoAlmeida
Em meu nome agradeço o envio dos parabéns, é mais um dia somar aos muitos já vividos. Obrigado.
ResponderEliminarOlá Paula , muitos parabéns (atrasados !)e um ANO NOVO com tudo de bom .Bela postagem e tem de ser mesmo uma "menina com o coração sempre na serra "!Nascermos lá marca-nos para sempre !
ResponderEliminarBeijinhos
Quina
Tambem me lembro de cair neve mas muito mais chuva,lavava-se a roupa a segunda feira e se nao fosse ao calor da lareira nao estava seca para o Domingo.
ResponderEliminarXico nem sabia que havia tanta variedade de aves e animais gostei do teu comentario,penso que faltou o morcego nos dias de nevoeiro a noitinha pareciam AVIOES na rua do ribeiro.
Olá Natália,
EliminarSe a roupinha se lavava à segunda feira e tinha de secar para domingo, só podia ser a domingueira, correcto?
Não havia muitas mudas e as mulheres eram vaidosas!
Pois é, esqueci-me dos morcegos e logo eu que os apanhava com uma cana em forma de roca, frente à minha casa,lembras-te?
Eram muito feios e eu se já tivesses visto o diabo, devia acha-los parecidos.
Um beijo para ti.
XicoAlmeida
Eu tambem me recorddo de alguns dias de neve em forninhos, mas nada como este da foto, mas quando me lembro desses poucos dias de neve, a primeira coisa que me vem à cabeça, é que a gente so esperava que o autocarro não nos viesse buscar para as aulas, pois era para a aguiar da beira que iamos e a estrada até là ainda era bem pior,os limpa neve não tinham mãos a medir lolll. E claro là ficavamos nos todos contentes ,podiamos começar a batalha de bolas de neve , para fazer o boneco era mais complicado ,a neve não era muita e ainda por cima derretia num instante, o Xico falou na passarada toda não deixou nada para mim, mas o que é engraçado é quando li o teu comentàrio ,passado 10 minutitos fui ao meu quintal e não é que estava là um pardal num custilo e um merlo noutro,custilos esses jà ensinados por mim que eu trouxe de casa dos meus pais e que apanharam muito tralhão,tajasnos,,merlos,sombrias,tordas,flosas como diz o Xico e muito bem, gordinhas graças às amoras, as ferreirinhas era sempre ao pé das casotas (palheiras)que elas caiam,os mejerengos tambem são lindos,mas foi a primeira vez na minha vida que apanhei um pardal num custilo,tinha mesmo que ser francês tontinho lol . BOM ANO A TODOS
ResponderEliminarCaro David,
EliminarClaro que não fugi com a passarada.
Traz daí algumas espécies para ensinarem a falar francês!
Já imaginaste o Cuco a cantar em francês?
Devia parecer a Edit Piaf!
Com esses custilos tão bem treinados, ainda te hei-de ver junto à Torre Eiffel, frasco de agudes na algibeira a apanhar tralhões, franceses claro!
Um abraço.
XicoAlmeida
Espero que estejas bem, mas estou preocupado contigo.
EliminarOuvi agora nas notícias que as autoridades francesas estão extremamente preocupadas com a súbita diminuição de melros e pardais, estando a ponderar colocar estes na lista de animais em vias de extinção e a proteger.
Suspeitam do mentor desta catástrofe e até difundiram um retrato-robô, imagina, de um Portugês!
Quem será? por acaso conheces?
Dizem que a pessoa deve ser violenta e que utiliza para o efeito armas metálicas, modernas e poderosas.
Francesises e mais nada!
XicoAlmeida
Os meus sinceros agradecimentos por todos os comentários. É bom ter algum feedback e sentir que não estou a escrever e publicar para ‘ninguém’.
ResponderEliminarComo podemos constatar, os ares puros e um clima ameno, a flora e fauna, fazem parte do nosso território, por isso, é que eu acho importante referir no projecto ‘Livro’ da Junta de Freguesia, capítulo ‘Território’, além da nossa arquitectura modesta, o clima, a flora e fauna e outros vestígios ancestrais que ficaram neste lugar de Forninhos…
É minha intenção publicar, um dia destes, o referido pelo XicoAlmeida num artigo, com fotografias de animais que povoam ou povoavam Forninhos. Será, pois, mais um pequeno Contributo do blog dos forninhenses para a ‘história e memória de Forninhos’…no entanto, que fique bem assente que ainda nada recebi da Junta de Freguesia de Forninhos para publicação! Assim vai o nosso Forninhos...uma aldeia com um espírito cada vez menos coeso...infelizmente!
Por fim, obrigadinha a quem aqui me endereçou os parabéns, assim como a todos os familiares e amigos que o fizeram através de telefonemas, sms e email. Um grande abraço.
boa noite.
ResponderEliminarE com esta, mais uma e linda foto com um pouquinho de neve, junto á nossa Igreja.
tempo já lá vão, em que os nevões eram bem grandes, atingiam alguns centímetros de altura, era uma maravilha.
Muitas foram as manhãs em que nós miúdos acordávamos e ao ver tanta neve....que agradável, porreiro, dia de festa.
um grande abraço para todos que tiveram o prazer de ver esses grandes nevões.