Porque se nota bem o Outono neste Setembro, trago à memória as páginas correspondentes ao Outono, do livro de leitura da 2ª classe, com as suas cores quentes e alguns frutos, lembrando o tempo de colheitas das coisas amadurecidas pelo Verão (teve a sua primeira edição em 1968).
É um bonito texto magnificamente ilustrado pela Maria Keil e pelo Luis Filipe Abreu, mas creio que estas ilustrações são do pincel do Luis Abreu.
A ilustração teve um papel fundamental como auxiliar na interpretação e como adoçante da própria leitura.
Sentem-se os primeiros frios.
Sopram os primeiros ventos.
Caem as primeiras chuvas.
Uma nova época do ano começa: é a estação do Outono.
A música não me recordo ter aprendido, mas mostrava-nos que o Outono era época de colher para o longo Inverno e isto ainda acontece um pouco nas nossas aldeias, só já não há rezas do lar ao serão, pois a televisão veio tirar esse costume/uso.
Eu fui para a Primária na década de 70 do século XX, sem qualquer conhecimento de que muitos foram os métodos e manuais de ensino utilizados ao longo dos séculos, mas sei agora que fui aprender a ler e a escrever quando se deram grandes mudanças no modo de ensinar e de aprender, se mudou para melhor ou para pior, não sei, sei que o ciclo da natureza não mudou e ainda bem.
É Outono.
(Clicar nas imagens para ampliar).
Lindas recordações e belo livro. Tão lindo! Feliz Outono cheio de lindas cores e momentos! beijos, chica
ResponderEliminarObrigada e Feliz Primavera por aí...
EliminarAs recordações são do tempo que passei na escola primária, mas que não são apenas minhas, são de todos nós que já passamos sobre essa fase da nossa vida.
Beijos.
Não me recordava do texto nem da música mas como professora trabalhei muitos textos sobre o Outono!!! Bj e obrigada pela partilha!!!
ResponderEliminarO texto do Outono era dos primeiros da segunda classe. Eu adorava as histórias, lenga-lengas, poemas e desenhos dos meus livros de leitura e tive a sorte de, se calhar, ter os melhores professores primários que passaram por Forninhos!
EliminarSerá que hoje os livros e professores deixam boas recordações?
Apesar do Outono fazer a minha alegria, enquanto fotografa ou aprendiz de pintora, eu tremo sempre que ele chega, já que todas as crises graves e cirurgias que fiz na vida, aconteceram no Outono.
ResponderEliminarAbraço, saúde e bom fim de semana
À margem:
Já tenho o computador em casa, mas em 6 horas já se encerrou 8 vezes o que quer dizer que se não está melhor está pouco melhor apesar de desta vez eles me dizerem que substituíram uma peça. Noto diferenças, está mais rápido e o ecrã de encerrar voltou a ser azul. Passara a ser verde quando o problema começou. Vamos ver como se porta amanhã, mas se continuar assim, volta para lá na segunda-feira.
Pois é Elvira, o Outono é belo, mas não traz só os meslhores sabores e cores bonitas, traz também a realidade, mas tudo vai correr bem.
EliminarUm abraço e rápidas melhoras do PC.
Coisas da escola...
ResponderEliminarRecordo o meu "andar à escola", porventura a coisa mais "atroz" e feliz da minha vida.
A gente, pequenitos, íamos ainda a dormir de sacola de pano nas costas, uns descalços, outros mal calçados, esperando o tempo "dessa" coisa acabar para irmos ajudar os pais nos campos, era do que se vivia...
Recordo uma senhora professora de uma aldeia chamada Mata, a melhor para mim e dois lugares numa carteira com os buracos para os tinteiros e as canetas de aparo que do uso abriam e esparramavam a tinta barata que o mata-borrão não secava. As réguadas, que recordo ao entrar na sala, enregelados por ser Outono e as noites serem frias, havia que aproveitar os calções desde que tivessem remendo e só depois da venda de algum animal se comprar roupa comprida. Não eram vestimentas a preceito para cumprimentar o tio Américo e o Salazar, pendurados na parede em quadros, pena faltar a corda...
Ainda andei à escola no tempo do Salazar e por altura do OUTONO, era o princípio de duas coisas, o recomeço da escola e o de mais esforço nos campos, estudar por obrigação, trabalhar por necessidade e havia que decidir, por nós e pelos nossos, ou ao contrário, pois os quadros da parede eram apenas enfeites de cravos mal-paridos (curiosamente e anos depois, floriram os autênticos, puros e vibrantes...).
Chegado ao livro(s)!
Infelizmente ou muitos infelizmentes, não era posse de muitos, uns iam à escola obrigados, outros podendo dela fugiam pela liberdade cá fora, ir apanhar os tralhões, tortulhos pelas vinhas e rebuscos, logo a seguir as castanhas e navegar para casa com a boina e os bolsos cheios..
Tinha chegado o Outono, o livro ficava na mesa da escola, mas a liberdade cá de fora...
Mais para o fim do inverno e com um ler mais polido, o livro ia ser lido!
A realidade espelhada no teu comentário era comum a todas as crianças da Beira Alta daquela época!
EliminarQuanto à escola e lições de Salazar que (segundo a história me diz) serviam para realçar os feitos, progresso e valores do regime em várias áreas, como a economia, lavoura, escola, obras públicas...a verdade é que mesmo na actualidade (mesmo com a escola encerrada), a propaganda e demagogia continuam a fazer parte do dia a dia da nossa aldeia. Mudaram apenas os protagonistas, os meios e os métodos, mas quem exerce o poder sobre o povo, mantém as lições de convencer o povo dos méritos dos feitos dos políticos!
Uma estação de que gosto e este ano parece que vamos mesmo ter um verdadeiro Outono.
ResponderEliminarUm abraço e bom fim-de-semana.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
Livros-Autografados
É verdade, este ano o outono está com boas entradas! Um dia destes o ar vai estar cheio daquele fumo perfumado - o fumo dos assadores das castanhas - porque elas já apetecem.
EliminarAbraço e resto de bom domingo!
Cada estação com a sua beleza e o Outono 🍂 é tão bonito e importante.
ResponderEliminarGostei das suas colocações, interessantes, Paula!
Uma boa semana. Abçs. 🍁🍃
Obrigada. O Outono é um bom tempo para começar a ler e deu-me para escrever sobre o que aprendi.
EliminarBjs&Abrçs
Boa noite
ResponderEliminarAs réguadas
Para cada erro no ditado da manhã .
Uma réguada ao início da tarde .
Eu levava poucas .
Duas, três se tanto.
Minha Prima Luísa companheira e amiga de sempre levava zero.
Boa aluna .
Hoje é engenharia .
Orgulho - me dela .
Mas tinhámos um colega (já faleceu)
Paulo Nóbrega ,deficiente ,andava de canadianas , tinha ferros numa das pernas, ruía a pele dos dedos ,dava aos vinte e trinta erros no ditado.
Imaginem .
A força do Paulo com o braço da outra mão que estava estendida para a régua . Barrando o castigo.
Metia braço e cotovelo à frente da régua . Força contra força .
A força do Paulo era superior à força da professora Noémia .
Aquilo marcou -me para a vida toda.
Aliás , toda a PRIMÁRIA me marcou
pela positiva e pela negativa .
O Poder da PROFESSORA .
Os castigos .
Os ensinamentos .
O carinho e o castigo .
De pé no banco.
Quem fazia barulho.
De joelhos voltado para parede ...
Hoje os professores estão na "corda bamba " se castigarem um aluno.
Naquela época antes do 25 de Abril
com Salazar e Cristo nas paredes
a " malta " era penalizada .
Por tudo e por nada.
Havia buyling .Sim .
Havia os poderosos .
Os menos poderosos .
Mas na sala a Professora Noémia não
permitia abusos .
Voltando ao Paulo Nóbrega viveu
intensamente, filho de empresário
rico , mulheres e carros ,droga
prisão e a morte . Prematura.
São já muitos os meus amigos que partiram . Pelos desvios e menos
sorte na vida .
Para mim a Lotaria continua.
Renovei por mais um ano.
Não semana amigos de FORNINHOS
Bom Outono.
Abraços
MG
Um comentário que só (felizmente) fazia parte do meu imaginário, tal como a temível palmatória ou "menina dos cinco olhos", mas cheguei a conhecer vulgar régua (ainda levei uma reguada).
EliminarNem todos os professores eram iguais e os castigos corporais, idem, mas a "pedagogia da reguada" durou demasiado tempo! Já ouvi dizer que alguns professores, no Inverno, aplicavam palmatoadas ou reguadas só para aquecer as mãozitas enregeladas e os pais sabiam e não faziam queixa, porque receavam que o professor "tomasse de ponta" o seu filho e não o levasse a exame, portanto, à época, todas as barbaridades eram toleradas, algumas até recomendadas e agradecidas pelos pais!!
Isto parece que aconteceu na antiguidade, mas não! Aconteceu a crianças que ainda hoje são vivas!
Hoje os pais não toleram tal.
Abraço.
Bom Outono.
Boa noite de domingo, querida amiga Paula!
ResponderEliminarOs livros da escola nos trazem boas recordações.
São inesquecíveis.
Canções que se ouvimos, logo relembramos.
Que seu outono seja bem colorido mesmo que haja uma segunda onda por ai, amiga
Deus cuide de todos os seus amados e de você.
Tenha um abençoado outono!
Bjm carinhoso e fraterno
Sempre apreciei mais a prosa que a poesia, talvez por isso não me lembre ter aprendido/ouvido a música.
EliminarPandemia à parte...
Bom Outono com muita calma, porque nada adianta desesperar.
Beijos.
Boa noite Paula,
ResponderEliminarUm livro muito mais recente dos que usei na minha primária, mas pareceu-me que o estilo da escrita é muito semelhante.
Era uma forma de ensinar completa. Aprendíamos a ler e ao mesmo tempo ficávamos a saber muitas outras informações importantes para nosso conhecimento.
Beijinhos e feliz outono.
Ailime
A partir do final de década de 1960, os manuais escolares conheceram alguma transformação, com temas mais quotidianos, mais ligeiros, mas alguns textos eram adaptações de outros livros escolares do tempo do Estado Novo.
EliminarBom outono.
Beijinhos.