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sábado, 1 de agosto de 2020

Do ângulo perfeito


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É para nós um privilégio destacar esta pintura e a sua autora, Ana Constança, em que os pormenores vão ao mais ínfimo detalhe para "copiar" o original. 
Muitos Parabéns!
É um desenho feliz de uma casa típica da nossa terra que pertenceu inicialmente a duas irmãs, as professoras D. Maria e D. Júlia, filhas de António Saraiva da Quinta de Colherinhas, Dornelas e de Rita de Jesus, de Lusinde, Penalva do Castelo. No entanto, António Saraiva morreu a 01-06-1901 e Dona Rita volta a casar, diz o assento a 12-02-1905 com José Rodrigues, jornaleiro, de 28 anos, natural de Forninhos.
Mais tarde, uma parte, veio a pertencer ao meu tio Abel Albuquerque e sua esposa, Céu; e, a outra parte, ao Sr. Antoninho Bernardo e D. Mimi.
Muitas terras eram doadas em coutos às Ordens Militares, monásticas e mitras, mediante uma renda e tem também esta casa uma coutada  que pertenceu à Casa dos Condes de Anadia em Mangualde -  pelo menos o nome "coutada" parece ter origem nas porções de terras que o Rei dava a cultivar.
Cultiva-a a tia Cardosa, casada com o tio António Cardoso, tio da tia Céu "do Rei Pedro".
Em Fevereiro de 2011 um violento incêndio reduziu a cinzas esta casa (duas em uma) cheia de memórias...
Mas o que lá vai, lá vai, e o tempo não volta atrás...
19-10-2021:
Após a publicação de 01 de Agosto de 2020, encontramos mais elementos:
- A Professora Maria nasceu a 20-12-1885 e foi batizada em Forninhos no dia 17-01-1886.
- A Professora Júlia nasceu a 26-03-1889, foi batizada em Forninhos no dia 22-04-1889 e casou com Augusto António Vaz, natural de Forninhos, no dia 27-07-1921. Este faleceu em 08-02-1960, em Santo António dos Olivais, Coimbra. Ela faleceu em 24-03-1969.

17 comentários:

  1. Boa noite de sábado, querida amiga Paula!
    Muito gosto de cenários assim.
    O destaque é privilégio bem como o e para nós o contemplar tamanha beleza.
    Tenha um ótimo domingo!
    Bjm carinhoso e fraterno de paz e bem

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    1. Obrigada Rosélia!
      Inicialmente pensei não identificar e não referir a localização da casa, era um desfio à procura, mas como os forninhenses andam sempre mais preocupados em conhecer o longinquo e não conhecem o que os rodeia, achei melhor aqui contar um pouco da história desta casa que guarda (ou melhor, guardava) entre as suas paredes estórias de um Forninhos que já não existe.
      Bom domingo, Bj.

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    2. ,🍀💐🏡👼😘🕊️

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  2. Um belo resgate de memória dessa casa que faz parte da história de Forninhos! beijos, linda semana! chica

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    1. É um orgulho saber que alguém ligado a Forninhos por laços familiares ou afinidades contribui para a nossa história e memória com trabalhos desta natureza.
      Boa semana, bj.

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  3. "O tempo não volta atrás." Realmente, uma reflexão boa e forte. A pintura retrata tempos felizes e quanta história!...
    Bom domingo... Bom Agosto, Paula... Bjs

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    1. O tempo não volta atrás e é impossível recuperá-lo, assim como os bens reduzidos a cinza, mas é possível os proprietários ou futuros proprietários a(s) reconstruir, preservando o seu aspecto exterior e melhora-la(s) em termos de interior, para que tenham condições de habitabilidade de acordo com os novos tempos.
      Acho que está à venda.
      Bjs, bom domingo!

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  4. Elogio o texto e o que me parece ser uma aguarela bonita, quanto a coutadas, acho que era a de cima e debaixo, a seguir ao Amaral, uma família de ricos, pois tratavam as senhoras por "donas" e a eles por "senhores" e já tinham carros, o Antoninho um carro de aluguer o Virgilinho uma camioneta para levar gado e lavradores para as feiras; um tinha taberna e outro um café. Recordo mais a coutada de cima, mas memórias do meu ângulo "perfeito", no parapeito da Fonte da Lameira, ali bem encostada, e os medos que tínhamos em nos encostar aos muros da dita, muito menos tirar uma peça de fruta pela calada.
    Ainda hoje custa a aceitar sermos tidos por pobres, mas foram outros tempos e sem rancores.
    E houve um dia, em que tudo acabou...

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    1. As coisas são muito mais antigas do que nós pensamos; se digo que esta coutada (a de cima) pertencia à Casa de Anadia é porque o registo de propriedade da casa dos meus bisavós António Coelho e Emília- hoje é da Juvelina - confrontava a sul com essa Casa.
      A coutada de cima e casa antes de ser dos proprietários que conhecemos foi da D. Júlia e D. Maria (filhas da Senhora Ritinha) e as árvores de fruto vieram de Coimbra.
      A coutada de baixo não sei...
      Sei que Casa da Senhora Ritinha era a agora casa da tia Aida/Ismael Lopes.
      O meu bisavô Eduardo (pai do meu avô Cavaca) tinha grande ligação com esta família, daí uma sua filha se chamar Rita (mãe da Augusta Rita).
      A Senhora Rtinha era também a dona da Clementa (hoje da família Guerrilha) e o meu avô Cavaca ainda a cultivou.
      As professoras foram viver para Coimbra e pouco ou nada se sabe dos seus descendentes...
      A D. Maria teve 2 filhas: Henriqueta e Júlia;
      A Henriqueta não casou.
      A D. Júlia casou com um irmão do tio Zé Vaz: Sr. Augusto Vaz.

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  5. Ainda ontem, no nosso passeio, vi tanto abandono que entristeceu meu olhar!... esta casa desenhada parece real e a sua história não se perderá na memória!
    ...
    Portugal está cheio de belos baloiços e eu já conheço alguns! Obrigada por dar a conhecer outros!!!
    Boa semana 💖

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    1. A pintura mostra-nos que foi construída num bom sítio e tal qual as suas donas o desejaram, com vistas desafogadas, com boas janelas viradas ao sol, telha marselha, boa cantaria, com um belo jardim...
      Se não fosse aquele incêndio...
      Boa semana.

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    1. E viajar no velho sobrado de Cora Carolina.
      (...)
      "Bem que podia ser conservado,
      bem que devia ser retocado,
      tão alto, tão nobre-senhorial.
      O sobradão dos Vieiras
      cai aos pedaços,
      abandonado.
      Parede hoje. Parede amanhã.
      Caliça, telhas e pedras
      se amontoando com estrondo.
      Famílias alarmadas se mudando.
      Assustados - passantes e vizinhos.
      Aos poucos, a "fortaleza" desabando.
      Quem se lembra?
      Quem se esquece?"

      Boa semana.
      Abraço.

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  7. Boa tarde Paula,
    Uma pintura linda, que revela bem como a casa era para a época de boa construção.
    Depois do incêndio, e tantos que têm devastado o nosso País, fica assim a memória nesse belo registo.
    Um beijinho.
    Ailime

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    1. Pois é Ailime, por tal é costume dizer-se que após a “terra queimada” apenas fica a indignação e a memória.
      Beijnhos.

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  8. Ficou o quadro para mostrar aos vindouras a casa que aí existiu.
    O fogo é uma desgraça. Destrói tudo por onde passa.
    Abraço e saúde

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    1. E cada vez mais, mas o desleixo também grassa por todo o lado.
      Abraço/Saúde.

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