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segunda-feira, 12 de março de 2012

Cultivo do Linho

Quando eu era pequena, em Forninhos já ninguém cultivava linho e procedia à sua fiação, mas lembro aqui alguns dos nomes de quem mais o cultivava e melhor o trabalhava: a minha bisavó Maria "dos matelas"; a minha bisavó Casimira (conhecida como a tia Caniça); a tia Eduarda; a tia Ana Catrina; a tia Maria da Lameira, a tia Adelina Guerra e a melhor tascadeira a tia Patrocínia Beleza.


Fui procurar saber um pouco mais sobre as principais operações que o linho sofre no amanho e fiquei a saber coisas como:
- Sementeira - monda - quando tem aproximadamente 5 cm de altura;
- Rega - quando a precisa. Desde que deita a flor ainda cresce em média um palmo: «da flor à baganha um palmo apanha.»;
- Amadurece;
- A arranca;
- É ripado - no ripanço;
- É atado em molhos;
- Vai para a água para curtir - durante 8 dias;
- Enxuga-se em estendedoiros;
- É maçado com maços - nos maçadoiros;
- É amuçado - esfregado sobre uma pedra para tirar-lhe a casca rija e fazer as "amuças";
- Tascado - no cortiço com espatelas;
- Vai ao sedeiro - para separar a estopa. O linho em "fêvera" fica na mão da tascadeira e a estopa cai no chão. Depois destas operações ficam em "estrias" ("estrigas" como diziam) que passam à
- Fiação - na roca, com o fuso, que imagino, seria como na imagem:


Desta operação resultam as maçarocas. Várias maçarocas são postas no sarilho para dar as "meadas". Estas são cozidas, barreladas e coradas, passando depois à dobadoira, para fazer novelos que vão ao tear, donde sai o pano que, depois de corado, serve para o bragal, isto é, enxoval.

A tradição de cultivar linho, proceder à fiação e fazer ou mandar fazer a respectiva tecelagem nos teares simples de aldeias ou vilas já acabou. Ficaram peças costuradas e as cantigas:

O linho é poeta e faz versos
como eu jamais fui capaz
Os versos que eu vou tentar
é Ele o linho que os faz

Ninguém esqueça na vida
um fio, com outro fio
dão as velas dos moínhos
mai´las cordas do navio


Fotos: Linho, cortesia do Contribuidor ed santos.

25 comentários:

  1. Na nossa regiao como em muitas partes de Portugal, por tempos ememoriais se cultivou e preparou o linho, dai ficaram na nossa toponimia muitos vestigios; Por exemplo ainda hoje existem umas quintas junto a Fornos d'Algodres, o Linheiro de Baixo e o Linheiro de Cima pelo menos que me vem a lembranca.
    Os minhas bisavos e creio que tambem as minhas avos cultivaram-no e prepararam-no, mas tambem ja me nao lembro de ver esses trabalhos!
    Um excelente lembranca sua.

    Um abraco dalgodrense de amizade.

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  2. Bem-haja pelo comentário.
    Alguém escrevia/dizia “onde todos trabalham nada custa” e em verdade, algumas vezes, são as fotografias enviadas que facilitam este meu trabalho.
    O rascunho estava +ou- pronto desde Julho de 2011, só que fazer o “Cultivo do Linho” não foi fácil, não só em termos de conhecimentos, mas também porque já não há pessoas que passaram por isto.
    Desculpe amigo Eduardo por tão tardiamente publicar este "post".

    Às minhas tias Margarida e Profetina um grande BEM HAJA pela ajuda.

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  3. Saudades de ti Paula...saudades de vir aqui,ando visitando pouco todo mundo,mas vou ganhar um Leptop e ai terei todo tempo do mundo.Imagino o quanto era dificil fazer tudo isso,mas aqui no Brasil até cultivamos alguns costumes antigos,como as Fiandeiras,elas são senhoras cheias de lembranças e musicas.Quando vamos a algum lugar onde elas estão passamos uma ótima tarde comendo bolo de fuba com cafezinho e observando o trabalho arduo delas.Depois e só passar na lojinha que elas organizam e comprar trabalhos manuais...adoro...
    Beijinhos minha querida amiga.
    Deusa
    vasinhos coloridos

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  4. Encontrei este texto na monografia de terras de Algodres de Monsenhor Pinheiro Marques.

    “Diz-se que já no tempo dos romanos, os linhos da Lusitânia eram muito apreciados na Roma dos Césares e preferidos pela sua finura que permitia utiliza-los também para pensos e cura de feridas.
    No seculo XVIII teve uma importância notável a sua exportação para todos os países da europa, que o apreciavam pela flexibilidade e pelas excelentes qualidades da sua fibra.
    Assim se explica que a cultura, fiação e tecelagem do linho se tenha generalizado tanto entre nós, que raros eram os lares onde essa indústria não fosse familiar.”

    Este texto leva-nos a tempos muito longínquos e dá-nos conta da importância do linho na vida das pessoas.
    Ainda há poucos dias, um amigo meu me contava, que a sua mãe e suas tias receberam como dote, um carro de bois carregado de panos de linho como dote.

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  5. Sabe-se que na nossa terra houve tradição de cultivo e fiação do linho, só que não consegui saber se houve tradição de fabrico ligada à tecelagem e tinturaria. Podíamos se calhar isso saber nas “Memórias Paroquiais de Forninhos”, se o padre tivesse respondido a todas as questões do inquérito, mas preferiu não levar a sério os objectivos do Reino, na altura; assim como não alcançou que as suas respostas poderiam ser interessantes para quem, como eu, queira perceber como se vivia antes e o que havia no Séc. XVIII nesta terra: moinhos, lagares, indústrias artesanais ligadas à agricultura…(????)antes achou melhor dizer "aos mais interrogatórios não tenho que dizer”. Dá vontade de dizer…mistérioooo.
    Mas a cultura e preparação do linho pode dizer-se que foi intensa, nas poças distribuídas por diferentes lugares de Forninhos deixavam os molhos atados presos com pedras para ficarem bem mergulhados. A minha bisavó Casimira sei que cultivava o linho nas Androas e era numa poça dali que mergulhava o linho e era tia Beleza, a melhor tascadeira, que a ajudava a tascar.
    Agora, um registo da minha parte:
    A minha homenagem a todas as mulheres que trabalhavam o linho, sejam de Forninhos, sejam de toda a região, que nos deixaram peças lindíssimas. As do enxoval da minha mãe acho que ainda me vão pertencer um dia :)))))

    Adoro tb vestuário 100% linho ou com percentagem de algodão e linho.

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  6. A minha homenagem também a todas as mulheres que um dia trataram o linho.
    Eu comparo o linho noutros tempos á natureza humana, tal como uma criança que depois de gerada, fica aos cuidados da mãe, sabe Deus com que canseira, mas com muito amor e carinho.
    Assim era o linho, depois de semeado e regado pelos homens, o resto era trabalho das mulheres.
    Desde a arranca, ripanço, em aguadouros o iam levar ao rio para curtir, e depois de cerca de duas semanas o iam estender no areal ou lenteiro; enriquecida a fibra, vai a maçar, (aqui, algumas que eram mal tratadas, vingavam-se ao imaginar que batiam no marido, havia uma canção para este acto, não me lembro da letra) depois de maçado ia a triturar (trabalho muito duro este), tasca no cortiço com a espadana ou espadela, cedeiro para separar a estopa e depois a roca e o fuso.
    E daqui a “criança” passa á segunda fase, sem que o pai tenha feito mais do que o semear. Mas o trabalho não acaba aqui, até que chegue ás costureiras, muita volta vai ainda dar.

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  7. Julgo que não haverá ninguém dos que estão a ler que não compare, neste momento, toda a faina do linho ao nascimento de uma criança, ao tratar, acarinhar toda a sua vida.
    Naquela altura, como saberão, terá sido sobretudo os tecidos indianos, muito mais baratos do que o linho e, mais tarde o nylon e o tirilene, de fabrico mecanizado, que aos poucos e poucos, acabou com a industria artesanal do linho.
    E com realismo temos de encarar que na nossa terra não havia condições para continuar com a cultura do linho. As filhas e netas não só migraram e, depois, emigraram, e as “velhotas” sabiam que já não tinham forças nos braços para continuar com aquela linha.
    Deus lhe dê para todo o sempre,
    O Eterno Descanso.

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  8. Eu sabia que o linho dava muito trabalho, mas não fazia ideia dos passos que tinha de dar até ao tear, pois são bastantes.
    O linho, para além do vestuário è também utilizado na medicina.
    A planta do linho è plantada no mês de Março ou Abril, dá-se bem em quase todos os climas, mas dá-se melhor em terrenos argilosos de solo profundo e frescos, a rega deve ser feita conforme a necessidade da terra e o crescimento da planta.
    Antigamente o enxoval das raparigas era todo feito de linho, pois não havia outro tipo de tecido.
    Hoje o linho è uma planta muito rara, também é um tecido muito caro, eu tenho algumas peças de linho, onde paguei bastante por elas, mas não é um linho como o de antigamente esse tem mais valor pessoal, porque sabemos que foi feito manualmente pelos nossos antepassados.
    Esta noite lá na minha aldeia.
    Já todos dormiam só eu namorava.
    Doba dobadeira doba.
    Não me enrices a meada.
    O novelo ainda está pequeno.
    Ainda cabe numa mão fechada.
    Doba dobadeira doba.
    Não me enrices a meada.

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  9. Desculpe-me a correção M. Jorge mas o linho não é plantado ma sim semeado, as sementes (linhaça que é extraída da baganha e que também tem efeitos curativos) eram realmente semeadas em abril, isto, na nossa região.
    Eu tenho algumas destas minúsculas sementes e conto semeá-las num vaso no próximo mês, só para ter o prazer de admirar a cor da flor, que é de um azul maravilhoso, difícil de descrever.

    LINHO CORAGEM…
    RETRATO DE DOR,
    NA DOR DAQUELE BATER,
    DO MAÇAR E DO TASCAR,
    NA DOR DAQUELE SOFRER,
    DO SEDAR E DO ARREPELAR,
    POR GESTOS, TODOS ELES DE AMOR.

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  10. Que belo Sr. Ed. Quando florir, não se esqueça de fotografar para aqui partilhar connosco.
    Imagino (só imagino) como seria bonito admirar os campos de Forninhos em tons de azul…dizem que cada flor tem o seu significado especial e a flor do linho significa o AMOR DOMÉSTICO.

    QUEM TECE MORTALHAS BRANCAS
    DE LINHO, LAVADO E FINO
    PODEM SEM VIR A SABER
    TECER O PRÓPRIO DESTINO

    NINGUÉM ESQUEÇA NA VIDA
    UM FIO, COM OUTRO FIO
    DÃO AS VELAS DOS MOÍNHOS
    MAI ´LAS CORDAS DO NAVIO

    Os campos, do velho mundo rústico, produziam linho de que se fazia as velas dos moinhos, as cordas do navio, os lençóis, as camisas, as calças de Verão e até a mortalha. Da estopa muita gente diz, faziam-se sacos e enxergas (colchões).

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  11. O Linho, como todos já sabem, é semeado por esta altura ou no próximo mes, a sua semente colorida, com tom arrosado,é muito bonita. Quando o linho cresce e ao florir, dá umas flores azuis que depois vai dar a linhaça.
    Em Forninhos, segundo sei o linho ainda foi cultivado.
    Parabens Paula, por este Post.

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  12. Linhaça no linhal,
    Semeado, regado, mondado,
    Linho amado de corpo e alma,
    Linho bendito que o povo salma,
    Em cantos perfumados de ternura
    A suavizar mil gestos de tortura,
    Tortura… amor também.
    Raízes arrancadas sem dó nem piedade
    Ao aconchego da terra mãe.

    Repouso refrescante
    Em agua límpida e reconfortante,
    Suavizar a maciez, no leito da bondade,
    No ribeiro de murmúrio dolorido,
    Aos caules ressequidos.
    Mãos calejadas da fiandeira,
    Mãos sofridas, fiando a tarde inteira,
    Torcendo o linho com jeitinho,
    Girando o fuso devagarinho,
    Mãos molhadas na boca:
    Jogo de sedução do fuso para a roca,
    Mãos que dobavam, dobadoira louca,
    Incansável, gira em redopio,
    Na canseira de enovelar o fio.

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  13. Obrigada serip. O tempo não volta para trás, mas pode-se sempre fotografar imagens como estas para relembrar o passado e dar a conhecer aos mais novos, e até aos mais velhos, os hábitos e costumes da nossa terra e as gentes que por cá habitaram. Temos muito ainda para mostrar.
    Destes trabalhos já não me lembro e das mulheres referidas no intróito conheci a minha bisavó Casimira, a tia Adelina Guerra (mãe do tio Porfírio forra) e a tia Beleza. A tia Ana Catrina, a minha bisavó Maria e a tia Eduarda que era tia-avó da minha mãe (minha tia-bisavó, portanto) não as conheci, mas lembro-me que havia muitas mulheres, inclusive a minha mãe e a minha tia Júlia, que preparavam tiras de tecidos para fazer as mantas e passadeiras de farrapos, que eram encomendadas às tecedeiras – tecelãs – ou farrapeiros de fora, de Rio de Moinhos, creio.

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  14. Peço imensa desculpa pelo meu erro, pois eu sei que o linho é semeado e não plantado como eu escrevi, obrigada Sr. Eduardo por retificar este meu erro.
    Tens rasão Paula o tempo não volta para trás, é pena pois em algumas coisas era bom que volta-se para trás.
    Eu ainda tive o privilégio de conhecer todas estas tecedeiras da nossa terra, mencionadas por ti, mas não me lembro de as ver a tecer, pelo que tenho muita pena.
    Também me lembro de ver a minha mãe, a preparar tiras de tecido para mandar tecer as mantas e passadeiras de farrapos, eu ainda tenho duas mantas e algumas passadeiras dadas pela minha mãe.

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  15. MARIAZINHA É TECEDEIRA
    MARIAZINHA TEM UM TEAR.
    MARIAZINHA VAI P´RÓ ESTRANGEIRO
    GANHAR DINHEIRO, P´RA SE CASAR.

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  16. O linho este tratado praticamente só por mulheres, desde a monda até chegar ao tear.
    Trabalho um pouco árduo, mas que no final todas as Senhoras se orgulhavam se ver o resultado do seu esforço; belas peças tecidas com o linho por elas tratado.
    Cheguei a ver em Penaverde um tear antigo, isto era eu ainda muito pequeno, mas reparava com a tecelã sentada no seu tear e com bastante agilidade passava o rolo de tiras velhas de um lado para o outro, assim se via nascer uma bela manta de farrapos.
    Mais, ainda á poucos dias vi uma Senhora a trabalhar no seu tear, encontrava-se a tecer uma peça de linho por ela semeado e tratado.

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  17. Como tu dizes, embora o “ciclo do linho” fosse um trabalho duro, as mulheres, mesmo as senhoras (as que tinham uma vida mais folgada) tinham gosto nesse trabalho. As minhas tias “dos matelas”, consideras de família rica, tinham muito linho e orgulhavam-se disso, por exemplo.
    Eu sabia (um bocadinho) destas operações que o linho sofre, mas aprendi um pouco mais da nossa história ao fazer o “Cultivo do Linho”. Certamente muitos desconhecem que muitas etapas eram feitas durante o dia nas ruas de Forninhos, no Oiteiro, no Lugar...o tascar no cortiço com espadelas ou espadanas, o separar a estopa, o cozer, barrelar e corar.
    O dobar, fazer novelos, já era à noite. Daí a cantiga:

    ESTA NOITE LÁ NA MINHA ALDEIA
    TODOS DORMIAM SÓ EU NAMORAVA
    DOBA, DOBADEIRA, DOBA
    NÃO M´ENRICES A MEADA

    O NOVELO AINDA ESTÁ PEQUENO
    AINDA CABE NUMA MÃO FECHADA
    DOBA, DOBADEIRA DOBA
    NÃO M´ENRICES A MEADA

    Espero que um dia Forninhos lembre de forma séria esta “etapa” importante da nossa terra e refira as mulheres dantes, que trabalharam e preparam o linho, essas sim trabalharam e honram a história.

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  18. É sempre com algum agrado que todos os Forninhenses olham os seus ante - passados, Senhores e Senhoras que sabiam trabalhar a terra.
    Trabalhar o linho, ou outro qualquer bem que produzisse, para o bem estar da familia! Eles e Elas aí estavam sempre prontos para mais um dia de azafama nos campos.
    Semear e colher, era o principal da nossa Aldeia.
    " CADA TERRA COM SEU USO, CADA ROCA COM SEU FUSO".

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  19. Já agora outro ditado:

    "Linho e vinho é frio no corpo um bocadinho".

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  20. Numa aldeia perto de Viseu (Calde), foi inaugurado há pouco tempo o museu do linho: ainda se cultiva algum, embora muito pouco, e não é uso cozer o lino nos panelões (barrela) mas sim no forno, só depois vai para a dobadoira que o reduz a novelos, e daqui para o tear, onde ainda se pode ver alguns exemplares; são os tais usos e costumes que variam de terra para terra e os métodos eram variáveis segundo o local.
    Para quem gosta do linho, recomendo uma visita ao museu de calde, perto de Viseu, não perde o seu tempo.

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  21. Sobre o comentário de «al cardoso» lembrei-me e confirmei agora que na toponímia de Forninhos também ficaram vestígios do cultivo e preparação do linho, o LINHAR DO RIBEIRO. O nome correcto é linhar do ribeiro (onde no ribeiro dantes deixavam o linho a curtir) e não “meado do ribeiro”.

    É interessante ver que se deu nome a um sítio, se calhar, desde há séculos!

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  22. RECORDAÇÕES.
    Eu não conheço muito do passado recente de forninhos, como já disse, não passei aqui a minha infância, e muito menos a meninice, no entanto, em conversa recente com duas senhoras da minha geração, (sempre as mulheres, pois, só estas sabem falar do linho), foram ao fundo do seu “baú” de recordações e arrancaram da sua memória, que os fundos da casa da minha sogra foi outrora uma oficina onde se tecia o linho. Na lembrança destas pessoas, quem o fazia era uma irmã da minha sogra que se chamava Leonor.
    O último tear, mas este de mantas de trapos, estava na Matela, possivelmente ainda lá está, porque este é mais recente, mas desativado.
    Também vim a saber, que em forninhos era hábito enterrar o linho em valas feitas na terra, antes de ir para o rio.
    Um bom fim de semana para todos.

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  23. O tear da aldeia da Matela ainda se manteve activo e tinha encomendas até há bem pouco tempo, a minha mãe (e outras pessoas) ainda lá mandou fazer mantas, mas com a idade as forças vão faltando e assim a tecedeira (Sra. Adília, acho) deixou de fazer esse trabalho.
    Agora gostei de muito de saber que na nossa terra há também tradição de fabrico ligada à tecelagem, mesmo que mínima. Só podia ser. De outro modo, não fazia sentido. E, assim, sabe-se hoje que em Forninhos se cultivou e preparou o linho, que chegou a ter oficina de tecelagem e que ficou na nossa toponímia o linha´do ribeiro.
    Mas… que se saiba, no que se refere à participação em cortejos etnográficos Forninhos nunca apresentou o trabalho do linho, não se sabe bem porquê, mas sei que aquando na inauguração do Hospital em AGB a população da Cortiçada o fez e cantaram a cantiga do linho que escrevi na entrada deste “post”, com letra adaptada ao “nosso hospital”.

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  24. Deve ler-se aquando do "Cortejo de Oferendas", em benefício do Hospital da Misericórdia de Aguiar da Beira e não "aquando da inauguração do Hospital em AGB".
    Foram muito populares esses Cortejos e merecem também referência especial neste blog. O grande problema é que a política na nossa terra cada vez mais divide a população e a cada ano que passa vemos menos gente motivada a participar nos Cortejos ou no que quer que seja.

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  25. izildinha4/20/2017

    Que prazer enorme encontrar o seu blog com sua escrita sobre o linho.
    Sou brasileira-portuguesa e me apaixonei pelo linho quando vivi em Portugal. La tive nas maos linho fino e linho rustico, ambos com bordados maravilhosos feitos pelas muitas tias e primas prendadas da familia do meu marido.

    Ca estou agora ha 30 anos no canto noroeste dos USA.
    E morando ha pouco meses numa zona rural fiz muitas amizades algumas das quais me acolheram para um grupo que fia na roca. Algumas tecem o que fiam enquanto que outras fazem tricot ou outras artes.
    Fiquei muito surpreendida pelo numero enorme de pessoas que praticam essa actividade e dos inumeros eventos e fontes de materiais e equipamentos que apoiam essa arte. Enquanto minhas amigas tem muitos anos de experiencia fiando muitos tipos de la, eu comecei logo a fiar o linho devido a minha ligacao forte com Portugal.

    Tenho muitas referencias quanto a materiais, equipamento e livros que terei muito gosto em compartilhar.

    Tambem quero dizer que fiar na roca e uma actividade maravilhosa, diria mesmo terapeutica, quase como uma meditacao.

    Muito obriga por compartilhar seu artigo

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