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domingo, 10 de fevereiro de 2013

Viva o Entrudo!

Bom Entrudo ou Carnaval, como preferir!


Hoje o Entrudo ou Carnaval, como preferir, na nossa aldeia é mais ou menos assim: um pequenito grupo de entrudos dos dois sexos percorre as ruas neste Domingo Gordo e na Terça-Feira de Carnaval. 
Mas dantes, à noite,  ao longo da semana carnavalesca, que começava no Domingo magro até ao Domingo gordo e terminava no dia de Entrudo, vários grupos de entrudos percorriam as casas de vizinhos, amigos e familiares com quem tinham mais confiança; havia ainda as quintas-feiras das comadres e dos compadres e os casamentosas raparigas mostravam os seus trajes coloridos e os seus dotes de dança, pois havia as contradanças, mas agora cada vez há menos rapazes e raparigas, nas nossas aldeias, como é que pode haver casamentos e danças folclóricas?
Por volta da meia-noite o Santo Entrudo era "cremado". O Santo Entrudo é um boneco feito de palha de centeio que depois de pronto a rapaziada e alguns mais velhos lhe faziam o funeral, após acompanhamento fúnebre por diversas tochas de palha e a cantarolar uma ladainha. Chegados à Lameira o Entrudo era queimado e chorado. Nos últimos anos quem habitualmente fazia o funeral ao Santo Entrudo era o tio Abel Peleira e o tio Zé Coelho.
O nosso Entrudo já não é sinónimo de cor, alegria, música e divertimento, ainda assim VIVA O ENTRUDO e algumas quadras que se cantavam no Carnaval:

Deixai passar, deixai passar
Deixai passar, esta brincadeira
Ó ai somos todos de Forninhos
Ó ai concelho d´Aguiar da Beira!

20 comentários:

  1. Que lindo! Bem diferente! Bom ENTRUDO, então. Aqui, fico longe de Carnaval.Prefiro o descanso....beijos,chica

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  2. Anónimo2/10/2013

    Bon Entrudo y que los pases Fenomenal en compañía de tus Amigos y Familia.
    Abraços.

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  3. Agradeço e desejo um bom Entrudo aos dois.

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  4. Pois era Paula , era assim que também se passavam as coisas na minha terra ....Só que os cantares eram ao som do adufe e as contradanças ao toque das concertinas . E eu ficava tão feliz com o meu traje de "arraiana "! Boas recordações ...
    Beijinhos

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  5. Do Carnaval deste tempo o que eu mais gostava era do trajo folclórico, pinturas, dos estalinhos, papelinhos e das serpentinas. Das pistolas/bisnagas de água também.
    Uma foto do nosso rancho folclórico ficava aqui bem e eu ainda tenho a esperança que essa foto um dia vai aparecer...procure o leitor, se faz favor, as suas fotos antigas de Forninhos ou dos forninhenses e veja se tem essa fotografia e se puder entregue pessoalmente ou envie para o email de: aluap_a@hotmail.com. Gracias ;)

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  6. Belo Entrudo...Espectacular....
    Cumprimentos

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  7. Era assim era, que embora ja entradote ainda tenho uma memoria aceitavel. (digo eu)

    Isto sim eram tradicoes so nossas, os meus parabens a gente de Podence em Tras-os Montes, que o continuam.

    Ainda ha uns poucos de anos, em Algodres, a terra mais "carnavaleira" do concelho de Fornos, ainda saiam a rua com umas carantonas e com chifres, a imitar os "diabos" da lenda da "Quinta do Inferno" e, com o seu conjunto de bombos!

    Nao sei se ainda fazem algo, mas nem me admira que nao, porque juventude ha cada vez menos pelas nossas terras e os velhos, querem mas ja nao podem!!!

    Ate me fez lembrar uma frase famosa de "Pancho Villa": ..."Ai se os novos soubessem, ou os velhos pudessem"....

    Um abraco e um bom "santo entrudo"!

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    1. Quanto às caretas com cornos/ou/chifres e com chocalhos, duas ou três décadas atrás também saiam pela minha terra, eram assustadoras, mas ao mesmo tempo provocavam um riso saudável.
      No momento, nem sei se as poucas crianças se ensaiam de entrudos.

      Receba também um abraço meu e uma boa terça-feira de entrudo.

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  8. Agora já não se vê entrudos nem grandes nem pequenos, quando era pequena tinha muito medo dos entrudos, na altura do carnaval se alguém batia à porta ia esconder-me com medo, hoje não é só em Forninhos que se não vê mascarados aqui onde eu moro também já se não veem, só me lembro que é carnaval pelo que vejo na televisão.
    Um bom Entrudo para todos.

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  9. Anónimo2/12/2013

    Já houve entrudo na minha terra...noutros tempos, não tão longínquos, mas a modernidade engole a tradição.
    Forninhos está moribundo, não na honestidade das pessoas, mas pela falta de luta de perder a tradição e aí se resignarem. Nós miúdos nesta quadra era a ânsia de brincar ao carnaval, era o apostar entre nós "a mim ninguém me vai conhecer", eramos os ensaiados pelas ruas, pelas casas e era bonito e sincero. A carranca do tio Zé Carau, as diabruras do tio Abel Peleira, a burra do tio Carlos Melias, os lacraus que o Luís mudo dentro de uma caixa assustava a criançada, o estarbalhar da terra na pá do Zé Coelho aos olhos de toda a gente. No fundo também morreu a folia da nossa infância.
    Bom Entrudo

    Xicoalmeida

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  10. Não tenhamos dúvidas que as pessoas antigamente passavam mais necessidades, mas eram mais alegres e divertiam-se."O que deixa a impressão que a abundância e a evolução humana são proporcionalmente inversas à alegria."

    in "Memórias do meu Querido Torrão Natal", de J.C.Cardoso, Quinta da Ponte.

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    1. Palavras sabias do nosso comum amigo: Senhor Jose Cardoso!

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  11. E verdade que antigamente as pessoas eram mais divertidas e alegres e nao era preciso muitas coisas , bastava vestirmos uma roupa velha e grande para nao nos conhecerem e andava-mos ,contentes e alegres . Mas hoje nem um entrudo se vês na rua , nem parece dia de carnaval .

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  12. Será que ainda haverá quem neste dia de abstinência, não coma carne?
    Tenho sérias dúvidas.
    Uma vez, já lá vão uns anitos, andava eu no Seminário de Gouveia e tocava bandolim lá na orquestra.
    Nas férias do Carnaval, trouxe o instrumento para Forninhos.
    Na quarta-feira de cinzas, deu-nos para a maluqueira.
    No Outeiro, no balcão das brasileiras, puxo do bandolim e armamos um bailarico, a Nazaré, a Zita, um grupinho animado.
    Não caíu bem por ser quaresma, mas se calhar ainda vimanhos animados da folia do dia anterior.
    Até o Sr. Padre no domingo seguinte, ralhou na missa...

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    1. Nessa altura, depois do Carnaval cessavam quaisquer demonstrações de alegria, porque na Quaresma não se cantava senão na Igreja, nem se tocava qualquer instrumento. Muito menos dançar! Sabes que até às crianças se proibia o simples assobio.
      Hoje é diferente, é carnaval todos os dias! Mas ainda há quem não coma carne na Quarta-Feira de Cinzas e todas as Sextas-Feiras da Quaresma. Eu ontem não comi.

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  13. O carnaval em algumas terras está a ficar moribundo, em outras acabou, todo isto porque quem nele participava ou se mudou para outros luagares ou simplesmente já passou da idade para continuar a fazer das suas, hoje o Carnaval é sinónimo de lucro, um Carnaval com um ligeiro cheiro a Brasil, por isso é que vamos assistindo a um definhar dessa tradição que em tempos teve o seu encanto, e que era aguardado com alguma ancia, hoje é o que se vê, poucos ou nenhuns mascarados, só crianças porqueos pais já não têm coragem ou m otivos para isso, pode ser que um dia voltemos a assistir a um renascer do verdadeiro Carnaval.

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  14. Eu acho que o Carnaval em Forninhos já deu o que tinha a dar!
    Mas eu nunca pensei que viesse a terminar tão cedo...só que hoje percebo melhor que aos poucos e poucos tudo acaba porque, como diz o nosso amigo 'al cardoso', há cada vez menos juventude e os velhos já não podem!

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  15. Pois é, caros amigos, o Entrudo já se foi, com as suas festas e excessos, conhecido por dias gordos, porque antecedem o período em que os fiéis são convidados a um período de penitência, através do jejum, oração e abstinência.
    A Quaresma é o período de 40 dias, que antecipam o Domingo de Páscoa, que comemora a ressureição de Cristo, que segundo a igreja, passou 40 dias no deserto em jejum e oração.
    Começa na quarta-feira de cinzas e termina quinta-feira santa, data da última ceia.
    Após a quaresma, inicia-se o chamado Triduo Pascal, que finda Domingo de Páscoa.
    Não se devia comer carne e jejuava-se todas as sextas-feiras deste período.
    Para os pobres, já ela escasseava, se é que aparecia, mas os ricos podiam pagar ao Sr. Padre uma espécie de "taxa" - chamada bula ou indulto, para se poder comer carne nos dias "proibidos".
    Primeiro só os ricos podiam pagar, depois afinal onde estava o sacrifício?
    Penso que ultimamente muita coisa mudou, até a própria Igreja.
    Fica na consciência de cada um, as atitudes a tomar e o respeito pelo próximo.

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  16. Aqui já não há mais entrudo, mas entruzos costumes que arruínam o Carnaval.

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  17. Não fico surpreso por "entruzos costumes", terem acabado com o entrudo na minha terra.
    Em Belo Horizonte, estranho e fico torcendo para que volte ao que já foi.
    Pelo que sei, o Carnaval de Belo Horizonte tem fama no Brasil inteiro, pela sua alegria e tradição, patente nos blocos de rua por toda a cidade!
    Quem sabe, Anabela se para o ano não será melhor.
    Até porque vocês vão ter um campeonato do mundo de futebol e uns jogos olímpicos.
    Ainda têm muito com que sonhar.

    Um abraço

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