Um elemento importante na cultura dos povos é a música e as suas cantigas. Sem televisão que não havia, serviam de bálsamo aos corpos cansados de tanta labuta!
Nos ajuntamentos, cada um fala desse tempo e lembra as coisas boas de Forninhos. Do ponto de vista de uns eram as ceifas e malhas, para outros eram as concertinas, para outros ainda, eram os bailaricos ao som do realejo. Sendo assim, hoje recordo um grupo de música popular que nos anos 90 recordava e cantava as nossas cantigas, mas que rapidamente se extinguiu.
Ceifa do pão com os cânticos populares, genuínos da nossa gente...e da malha a mangual feita por grupos de homens muito bem sintonizados; as mulheres limitavam-se a juntar a palha que se afastava com as pancadas fortes dos manguais e juntar os grãos com uma vassoura rasteira, de giesta, é o que esta gente de Forninhos recorda ao recriar a ceifa e malha do pão, na 4.ª Feira Internacional da cidade da Guarda, 1990.
As conversas dos mais velhos ainda hoje giram à volta de histórias dessas épocas, de quando a rapaziada pegava no ti Carlos Melias com a sua concertina acompanhada de ferrinhos e davam a volta ao povo cantando modas que a concertina tocava. Depois vem a inevitável recordação dos sons dos foguetes a estalarem na passagem dos exames da 3.ª e 4.ª classes e também das contradanças e dos bailes no largo da Fonte da Lameira.
- Que tempos bonitos aqueles!
- Bons tempos, belas músicas de concertina, assim lembram com saudade.
- Que saudades desses momentos de união!
- Hoje a dança é outra!
Comenta quem viveu num ambiente, sem artifícios...
Nos ajuntamentos, cada um fala desse tempo e lembra as coisas boas de Forninhos. Do ponto de vista de uns eram as ceifas e malhas, para outros eram as concertinas, para outros ainda, eram os bailaricos ao som do realejo. Sendo assim, hoje recordo um grupo de música popular que nos anos 90 recordava e cantava as nossas cantigas, mas que rapidamente se extinguiu.
Ceifa do pão com os cânticos populares, genuínos da nossa gente...e da malha a mangual feita por grupos de homens muito bem sintonizados; as mulheres limitavam-se a juntar a palha que se afastava com as pancadas fortes dos manguais e juntar os grãos com uma vassoura rasteira, de giesta, é o que esta gente de Forninhos recorda ao recriar a ceifa e malha do pão, na 4.ª Feira Internacional da cidade da Guarda, 1990.
As conversas dos mais velhos ainda hoje giram à volta de histórias dessas épocas, de quando a rapaziada pegava no ti Carlos Melias com a sua concertina acompanhada de ferrinhos e davam a volta ao povo cantando modas que a concertina tocava. Depois vem a inevitável recordação dos sons dos foguetes a estalarem na passagem dos exames da 3.ª e 4.ª classes e também das contradanças e dos bailes no largo da Fonte da Lameira.
- Que tempos bonitos aqueles!
- Bons tempos, belas músicas de concertina, assim lembram com saudade.
- Que saudades desses momentos de união!
- Hoje a dança é outra!
Comenta quem viveu num ambiente, sem artifícios...
Momentos de uma simplicidade alegre que nunca mais voltarão.
ResponderEliminarAdoro ler as memórias da tua aldeia. São usos e costumes da nossa gente!
Hoje,vivemos num mundo cão!
Beijinhos.
É, quem viveu noutra época, comungou da simplicidade e da transparência do povo, tal qual ele era. Lembrar emociona, até por que hoje é só artifícios mesmo!
EliminarBeijinhos e bom domingo.
É mesmo muito bom ter momentos legais pra recordar e ainda mais atualmente ,onde toda simplicidade parece esquecida... beijos, lindo fds! chica
ResponderEliminarÉ, eu sempre digo que as saudades servem para recordarmos o que foi bom e ainda bem que as sentimos, é porque valeu a pena viver as situações que recordamos.
EliminarMas isto será por quanto tempo?
Beijos.
Momentos que provavelmente se perderão no tempo ... se os mais novos não arquivarem tão belas recordações!
ResponderEliminarÉ muito gratificante termos um povo com muitas e belas memórias!!! Bj
Vão perder-se, Gracinha. Forninhos tem uma má relação com as suas coisas e não lhe dá senão uma importância passageira e muito limitada no tempo.
EliminarEu comparo tudo o que fazem ao funil...cá em cima tem um grande volume, mas depois reduz-se ao bico de saída!
Beijinhos.
Puxa, que postagem tão boa, Paula. Músicas sempre marcam e como é bom recordá-las! Amo lembrar épocas através das canções q me tocaram...
ResponderEliminarObrigada pelo carinho na minha viagem... Têm sido dias formidáveis, a começar por Lisboa/nosso encontro. Logo estarei de volta ao meu aconchego, casa. Tudo tem o seu tempo...
Beijão
Já há décadas Alcione cantava:
EliminarSão coisas do mundo
Retalhos da vida
São coisas de qualquer lugar
Mas se eu fico mudo
Esse mundo imundo
É capaz de me tentar mudar.
Beijo e continuação de boas férias.
Novamente por aqui p deixar um novo abraço...
EliminarAgora em Viena, show de passeios, mostrei um pouco no Vida & Plenitude.
Beijinhos
Recordações que nos acompanham pela vida toda.
ResponderEliminarA vida era tão difícil, mas apesar disso o povo sempre encontrava maneira de conviver.
Um abraço e bom fim de semana
É verdade. Um dos grandes males desta nossa sociedade, é o individualismo cada vez mais acentuado.
EliminarBom domingo.
Abraço.
As desgarradas quer na minha terra, quer por esse país fora fazem parte do meu " dia-a-dia" .....
EliminarAdoro visualizar através desta poderosa ferramenta que é a net. Neste aspecto herdei do meu pai.
Passei parte da minha infância atrás dos artistas nas
festas da minha Ilha. Acho que hoje os " miúdos" não sabem o valor cultural de tudo isto !!
É uma pena.
A música, seja ela qual for,tem sido um aliado forte
nos meus momentos menos bons. Um tónico.
Chegaram-me a apelidar de boémio entre 2006 e 2010
tal o numero de festas e discotecas que frequentei.
Não me arrependo....
Importante mesmo é VIVER ....e continuar.
Ainda hei - de dançar na Festa de Forninhos...
Bom Domingo
Abr
MG
Nas festas de Forninhos concertinas e cantares ESPONTÂNEOS à desgarrada ainda vão dando um ar de festejo popular à moda antiga, o que é bom!
EliminarQuerendo, apareça.
Para as noites de arraial há sempre conjuntos musicais a abrilhantar os bailes.
Abraço e boa semana.
Lembrar as coisas boas, claro, as más "o diabo que as carregue"!
ResponderEliminarAinda me lembro...
Na pouca abundância de quase todos, meio século atrás, nos campos se ouvia o cantarolar característico das modas antigas e outras da rádio enquanto os pés descalços se afogavam na água fresca dos poços ou ribeiros para regar o milho, o mesmo que depois de criado e acarretado no carro das vacas, nas escanadas por norma à noitinha, traziam as modas brejeiras antigas.
Nas ceifas cantavam a desgarrada num desafio "picante", provocando no improviso de foice em riste, o desafiado, cada qual a ver quem quadrava melhor:
" A minha foice é sagrada
Que me deu o meu avô
Já a minha mãe foi criada
Com o pão que ela ceifou".
Eram muitos os sons ligados principalmente à lavoura, à volta da qual praticamente tudo girava e por entre um grito de "ao rego, vaca", nos cadabulhos junto ao ribeiro, com mestria para não arrancar alguma videira dos cordões, a algazarra do passaredo que apenas o relógio da igreja ecoando por vales e quebrados, abafava para dar os quartos e as meias para as tantas.
Curioso que não eram dez e meia (hora da piqueta) mas meia para as onze, como que apressando o tempo.
Coisas estas que de forma melódica nos lembram essas coisas boas que aos poucos se vai tentando salvar, mas de forma tão lenta que temo já ser tardia.
Estão a começar de volta as bandas filarmónicas nos rituais festivos, mas o estoirar dos foguetes que abrilhantavam e era ponto de honra nas festividades, foram proibidos nas aldeias por causa (dizem) dos perigos de incêndio, mas para quem se recorda, as "descargas de fogo", eram sinónimo de festa forte...música para os ouvidos.
No meu exame da 4ª classe, íamos comprar ao tio Augusto Marques estes por cinco tostões, pequenitos claro, mas na inspeção para a tropa e depois de apurados para a guerra, eram bem mais caros...
Cantares "ousados", eram aqueles que depois das vindimas, os homens cantavam nos lagares enquanto de pés descalços e calças arregaçadas até ao joelho,cantavam à luz de candeeiros a petróleo:
"Laranja doce tem a casca fina
O amor dos homens é
Uma menina...".
E mais que não trasncrevo, mas recordar coisas boas sabe bem, ainda por cima parecendo estar a ouvir o saudoso tio Carlos Melias agarrado à sua concertina.
Xico, as lembranças boas dos mais velhos hoje giram à volta do que acabas de recordar, mas Forninhos (todos sabemos) perdeu capital humano para trabalhar as terras e era sobretudo nos trabalhos do campo que as gentes da nossa terra costumavam cantar as nossas cantigas; presentemente basta olhar para os campos que tanto produziram no passado, votados ao abandono, para entender porque se perdeu, em parte, o hábito de cantar. Mas também hoje a televisão lhes traz as canções para dentro de casa. Só que sem televisão que não havia até a recordação da lareira e o caniço com as castanhas, quando as havia, emociona as pessoas. Cada um tem as suas lembranças e fala delas e este post pretende mostrar isso mesmo: só já restam lembranças boas.
EliminarÉ que as cantilenas das ceifa, das malhas, das escanadas, ainda eram lembradas por este grupo de cantares, mas hoje nem isso. Vá lá...no dia da festa da Junta de Freguesia (em Julho???), mesmo sem concertina ou realejo, de passagem, lá cantam ou representam qualquer coisa. Só!
Por isso eu comparo tudo o que fazem ao funil...
A propósito do funil também recordam uma coisa muito boa de Forninhos: os casamentos do entrudo, que além de anunciar casamentos, anunciavam um serão divertido!
Tudo o tempo levou...
Como é bom recordarmos estes belos momentos, recordações que ficam para sempre.
ResponderEliminarUm abraço e boa semana.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
Livros-Autografados
...e que é preciso não esquecer, porque sem falarem, estas fotos são também história que deve ficar registada antes que se perca.
EliminarAbraço.
Eran Tiempos distintos a los de ahora, llenos de artificialismo tecnológico con tanto móvil, televisión y otros artilugios de esta época.As conversas de antes se han extinguido y aquellas músicas, danzas y cantos en Familia han desaparecido de nuestros espacios vitales.
ResponderEliminarHace dos meses fuimos a Oporto y fuimos a un Restaurante con espectáculo que se llama Herança Magna reviviendo bailes y canciones de épocas entrañables de nuestros padres y abuelos.
Abraços.
Olá Pedro, como está?
EliminarÉ como diz, a tecnologia veio alterar este modo simples de viver.
Hoje só restam lembranças através dos ranchos folclóricos ou grupos de cantares e danças colectivas.
Abraço.
Recordar é sempre bom. Lindo tudo aqui. Amo vc e Deus ainda mais. Bjs tenha um bom dia
ResponderEliminarObrigada.
EliminarBjs e bom fim de semana.
Boa noite Paula,
ResponderEliminarTempos outros mais simples, mas vividos com muita alegria e veracidade.
Hoje há tanta coisa e as pessoas parecem saturadas de tudo!
Foi pena esse grupo ter acabado, mas vale pelas memórias boas que deixou.
Beijinhos,
Ailime
Já não há grupo de cantares, ranchos folclóricos também não, teatro amador e o futebol, idem, idem...
EliminarFicam as saudades, mesmo que pensem que não!
Beijinhos.