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quarta-feira, 9 de maio de 2012

Memórias de outros tempos: As Excursões III


Esta geração vivia com muitas limitações e as excursões serviam de bálsamo para estes homens e mulheres que todos os dias trabalhavam as terras, tratavam dos animais, cuidavam dos filhos e da casa. Noutra excursão aqui já editada a Yayá disse-nos que as pessoas antigamente não sorriam em demasia nas fotos. Esta tirada em Braga (numa excursão) confirma bem esse detalhe, mas conhecer um lugar diferente certamente era muitíssimo agradável e dentro do autocarro os momentos eram de muita reinação como ilustra a fotografia seguinte:


Diz a minha tia Margarida que a foto tirada ao meu avô Cavaca e à Rosinha (de Dornelas) foi dentro do autocarro em andamento. A Rosinha está com o casaco e chapéu do meu avô e ele está com o casaco e acessórios dela. A minha tia ajudou-me a reconhecer a Rosinha, mas da foto a Braga pede-nos ajuda para identificar as pessoas. Eu reconheço algumas mulheres, mas não consigo identificar nenhum homem, mas reparei que apesar das apertadas liberdades da época, o sexo feminino estava em vantagem. 

15 comentários:

  1. Ainda bem que anos atras havia essas excursoes e tiravan estas fotografias para agora recordarmos as nossas pessoas de Forninhos e arredores como os dos Valagotes e Matela. Eu conheco minha mae Maria Coelha tia Maria do Herique , tia Felisbela D. Mariana a Micas a tia Antonia
    Choninha Pe. Vigilio e sobrinha Antonia ,o homem que esta ao pe de minha mae e dos Valagotes nao sei o nome , a mulher do sr. Albaninho da Matela e filha .Os restantes eram das terras procimas porque o Padre era da Matela Valagotes e Forninhos e eram eles que organisavam as excursoes gosto imenso de ver esras fotos tao lindas de gente tam humilde .O meu marido que e dos Acores disseme que os aventais so se usavao na cosinha mas naquele tempo os aventais era moda o meu pai e meu padrinho Saraiva tambem foram nao estam na foto talvez tinham ido tomar um copo.

    M. D.

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    1. Os homens devem ter mesmo ido tomar um copo :))
      O dos Valagotes que está ao pé da minha avó parece que é o tio Sousa. Também está lá a mãe do Sr. Pe. Matos, acho que é a Sra. de lenço cachené mais próxima da avó Coelha. Estes lenços também eram moda. A Micas parece que na cabeça tem um véu.
      Gostei de ver como era o Pe. Virgílio e a tia Maria do Henrique, de quem sempre ouvi falar.

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  2. Lindas fotografias que seriam bom ampliar e guardar para lembrar a "nossa" historia proxima!
    E muito bom ver-mos alguem como voces, interessados em nao deixar morrer, a historia colectiva de uma terra e regiao.

    Um abraco de amizade.

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  3. Aqui, cabe um aparte. Nas fotos em família, os sorrisos suaves eram permitidos, em outras não. Você me trouxe a vontade de procurar umas fotos antigas, algumas descontraídas entre amigos e outras cerimoniosas. Lembro que até perguntei à minha mãe quem brigava com quem naquela foto e ela respondeu: ninguém, era tradição o semblante sisudo:) Um abraço, Yayá.

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  4. As máquinas antigas capturavam mais que a face das pessoas, imortalizavam momentos únicos e não há dúvida que ainda bem que no tempo antigo havia estas excursões e já se tiravam fotografias ao grupo; e fiz bem criar “o novo blog” para divulgá-las. Todas que já por aqui foram editadas e outras que se seguirão que vieram parar à minha mão, são uma mais valia para a história colectiva da nossa terra/região.
    Esta tirada em Braga as mulheres vestem saia, blusa, avental e lenço na cabeça. Assim era o vestuário das mulheres da nossa região. Na época o avental era uma peça essencial, as mulheres não usavam mala e era os bolsos, aliás, as algibeiras, do avental que serviam de “mala” (reparem no volume dos bolsos). Nas alcofas e cestas de palhinha levavam a merenda e nas algibeiras do avental guardavam o porta-moedas e lenço de mão. A minha avó Coelha tinha muito amor ao avental, muitas vezes o avental de trazer a cote, rompia-se e ela ia-o remendando para ainda durar mais algum tempo.

    Mudam-se os tempos ficam as fotografias para lembrar a nossa história próxima.

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    1. olá Paula , tenho andado meia desaparecida ....Algum trabalho a mais que o habitual tem-me afastado do meu ritual de vir espreitar as novidades . Mas hoje cá estou para lhe dizer que estou inteiramente de acordo com o amigo Cardoso . Quanto à falta de sorrisos nas fotos de antigamente não me parece difícil a explicação :somos mesmo um povo triste ...se nos fotografarem agora o que é que vemos ? Mas guarde , guarde bem essas relíquias ,das quais podemos tirar lições enormes desse Portugal profundo
      Bj.
      Quina

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    2. Gostei de voltar a ouvir essa expressao: "de trazer a cote"! O mais provavel e que se perguntar o que era isso a gente mais jovem, ninguem sabe o que e!

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    3. A expressão “de trazer a cote” ainda não há muitos anos se escutava da boca dos mais velhos. Ainda assim, para quem não sabe, a roupa de trazer a cote, seria a roupa usada no trabalho durante os dias da semana. A roupa de Domingo ou de ir à missa era de melhor qualidade e era chamada de roupa de sair, era o fato domingueiro. Neste contexto, podemos dizer que a gente deste grupo usa roupa de sair, só usada ao domingo para ir à missa ou então por ocasião de festas e excursões também.
      Eu sempre tive o hábito de procurar no dicionário o significado das palavras, que não sei exactamente o que é e ainda hoje o faço com prazer, mas os que nos lêem podem também fazê-lo, como também podem ensinar o que sabem, um bom exemplo é o que a Yayá nos deixou. Eu fui procurar e confirmei que noutros tempos não muito distantes, era costume as pessoas não sorrirem nas fotografias, daí ficavam com ar tristonho. Hoje sabemos que não temos muitos motivos para sorrir, se calhar por isso é que vemos tantas fotografias por aí a fazer beicinho, o tal “bico de pato”, mas eu prefiro ver fotografias do tempo dos meus pais e avós e todas guardo religiosamente. Estou muito grata aos meus familiares e amigos do peito, por todas as fotografias antigas que cedem ao blogue.

      Abraço meu amigo ...e cumprimentos à Idanhense sonhadora e a todos os que nada sabem, mas que sabem “pela calada” vir aqui e muito bem fazer o “guardar como” no seu pc… fotografias e conteúdos, afinal até sabem muito e até têm muito a ensinar…só não sabem é socializar, via comentários!

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  5. As excursões que faziam antigamente eram feitas mais ao norte do país, todas essas excursões eram feitas ao Bom Jesus de Braga, a Lamego à Nossa Senhora dos Remédios, a Viana do Castelo à Santa Luzia e Nossa Senhora da Agonia etc. Não me lembro de quando era pequena fazerem excursões ao sul do país, eram sempre feitas ao norte.
    Na fotografia conheço bem a tia Felisbela e a minha avó Coelha, nunca tinha visto uma fotografia da minha avó tão nova gostei muito de a ver, as outras pessoas não conheço ninguém.
    Na segunda fotografia conheço o meu avô Cavaca, mas nem parece ele, está bem disfarçado.

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    1. Também gostei de ver a Rosinha tão novinha. Muito linda.
      Ver o avô assim disfarçado, confirmou melhor o que sempre ouvi sobre a sua pessoa e o seu carácter.
      O que seria de nós sem o carácter, valores e bons exemplos que os nossos avós e pais nos transmitiram?
      Eu, provavelmente, andava a bajular gente que se considera prestigiosa e que tudo agora querem fazer para mostrarem que são úteis a Forninhos.

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  6. Boa dia.
    São fotografias como esta e outras mais que se escondem no fundo do Baú que nos trazem á memória grandes lembranças; Dos tempos aureos, das nossas gentes e dos costumes.
    Estas excursões levadas a cabo de tempos a tempos, levavam algum lazer mais profundo a este Povo, que assim podiam conhecer um pouco mais do nosso grande Portugal.
    Pena estas pessoas não estarem cá e agora poderem ver o que alguns fazem para os recordar.
    Bom fim de Semana.

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  7. Muito bem visto amigo Pires. É pena a nossa gente antiga que arduamente trabalhou os nossos campos não estar entre nós para poder ver o que alguns fazem/e/escrevem para os lembrar e também ver os interesses de outros, mas adiante…as acções ficam com quem as pratica e as palavras, essas, ficam com quem as escreve, sejam aqui, sejam noutro lado!
    E, diz a minha prima Maria que gostou muito de ver a nossa avó tão nova, eu também gostei imenso, ainda mais, vê-la com um avental florido, pois sempre conheci a minha avó vestida de preto. Acho eu se não me engano, que todos os netos e netas gostam de ver como eram os seus avós e outros familiares bem mais novos e diria mais: no caso da minha família paterna, tenho a certeza, porque já mo disseram, tanto a Cila, como o Miguel, que se não fosse este blogue nunca tinham visto uma fotografia do nosso avô Cavaca.
    Voltando às excursões de outros tempos, as mesmas eram organizadas pelos párocos e para os seus paroquianos, como acima disse uma forninhense, que nos dá tão belos contributos e que passados tantos anos não esquece a terra onde nasceu e viveu parte da sua juventude - Natália. Pelo que, sendo organizadas pela Igreja/Padres, os Santuários do norte do país eram obrigatórios e geralmente o dia escolhido era o dia da festa religiosa. Mas também era “obrigatório” uma paragem na praia, para ver o mar e molhar os pés. Só assim a nossa gente podia ver o mar e muitos nunca o viram. Mais lá para a frente publicarei a da praia.
    Antes dessa ainda vou publicar, como já prometi, as excursões da catequese, Buçaco e...Nazaré.

    Beijos** p/ vós e bom fim-de-semana p/ todos.

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  8. Ora boa noite, como a M. Jorge diz e com razão, as excursões antigamente eram quase todas elas realizadas para norte e quase sempre com caris religioso, pois eram sempre realizadas pelo Sr. padre da freguesia, por isso os destinos eram sempre um santuário, e os mais conhecidos e próximos de Forninhos entram-se todos a norte, Fátima por exemplo já ficava nesse tempo muito longe, mais a sul existem alguns mas isso já era longe demais, pronto mas essas excursões era uma forma mesmo por pouco tempo esquecer o trabalho.

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  9. São fotos como estas que nos dão a conhecer os nossos ascendentes, assim como o seu modo de vestir e viver, ao ver-mos estas fotos muitos diram ouvi falar desta ou daquela pessoa e aogra já tenho uma ideia de como ela era.

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  10. Visitas ao estrangeiro, nessa altura, eram impossíveis e ao Sul do país eram raras. Sei que houve uma excursão a Lisboa quando o Cristo Rei foi inaugurado. A minha mãe costuma contar que foi a 1.ª vez que andou de barco. A Fátima também se ía, mas o Norte do país era mais visitado, está certo.
    A vida era outra nesse tempo e no dia da excursão a vida era mesmo outra…conheciam lugares diferentes, não pensavam no trabalho, comiam coisinhas boas, etc. e tal.
    Passear sabe sempre bem.

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