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sábado, 12 de maio de 2012

História Antiga: O NOSSO VINHO

A produção de vinho é em Forninhos uma arte secular, se não mesmo milenar. Querem saber porquê?


Temos desde épocas muito remotas alguns exemplos de lagaretas/lagares talhados em rochas graníticas, que se destinavam provavelmente à pisa da uva pelo pé do homem. Estes lagares constituídos por piso pouco profundo (pia rectangular) e pio (orifício ou bica que deixa escorrer o mosto) devem ter sido o modelo base.
E, já há mais de meia dúzia de séculos, a produção do vinho nas nossas terras era referida a par de outras produções, isto escreveu o principal informador das Inquirições de D. Afonso III (1258) no seu relatório.
F. Dominici disse darem de jugada uma taleiga de trigo e três de centeio os homens de Fornos, de Dornelas, Casais de Moreira, Mosteiro e Fim de Moreira e Queiriz que eram aldeias de Penaverde. E quem tivesse vinhas e colhesse delas cinco moios devia dar um puçal; se não tivesse cinco moios nada pagaria.

Et homo qui haberet vineam et colligeret de ea quinque modios debeat dare I pugal et si non haberet quinque modios nihil debate dare.

Mas Forninhos é, ou, não é, terra de produção de vinho, de boa pinga? Não haverá agora ninguém dos da "velha guarda" que não recorde aquela cantiga da nossa terra:

No concelho é a primeira
Na produção de bom vinho
É uma terra hospitaleira
Tem de tudo um bocadinho


Em qualquer aldeia da nossa região, a vindima era uma das tarefas que com mais prazer se fazia, diria mesmo que o dia da vindima era um dia de festa em cada casa. Mas desde o cultivo à ingestão do próprio vinho, muito trabalho há que fazer e os que me estão a ler melhor do que eu sabem como se faz toda a faina do vinho. Plantar videiras; tratar delas; podar com sabedoria (são poucos que a sabem fazer mesmo a sério); atar; descavar, a cava, que era feita no dia 25 de Abril, porque no S. Marcos os bois não trabalhavam e escolhia-se este dia para cava das vinhas; enxofrar/sulfatar com a enxofradeira, lembro-me falarem do míldio como uma verdadeira praga; espoldrar; curar. Depois parece que até à vindima não se "toca" mais na videira a não ser, se calhar, para tirar alguma folhagem para facilitar o trabalho aos vindimadores.


A uva dantes era colhida para os cestos/canastros e daí para a dorna e para o lagar, mas num passado recente podia ser pisada só na dorna, com os pés descalços e bem lavados (digo eu).


Em todo o caso, o vinho depois disso ferve e limpa tudo. 


De seguida era metido nos pipos e nas pipas e assim ficava nestas vasilhas por umas semanas. Mas regra sagrada:no dia de S. Martinho, vai à adega, fura o pipinho e prova o teu vinho.


O que sobra é o canganho, que vai servir para fazer no alambique a aguardente bagaceira. Esta tarefa cada vez se faz menos, mas ainda se vai fazendo.


E não podia terminar este artigo sem me referir à ASAE, uma polícia que tanto tem destruído e continua a destruir o que sempre foi feito com sabedoria - fazer boa aguardente, por exemplo.


Lembrete:
Vai acontecer em Forninhos, no dia 12 de Agosto de 2012, a "Rota do Azeite e do Vinho Dão" inserida na actividade denominada "Caminhadas na Natureza". 

26 comentários:

  1. Bom ao ler este post,tambem eu me me lembrei logo de alguns trabalhos feitos nas vinhas,nos quais eu participei,ajudando e tambem a ganhar o dia.Paula depois da descava,fazia-se a cava e ainda a arreda ,a descava era fazer as covas à volta da videira,a cava,era fazer aqueles montes e arreda era so desfazer os montes,que era a tarefa mais fàcil,até havia um ditado que dizia,que uma certa altura um homem foi ganhar o dia para a cava das videiras,so que não sei o que se passou,o dono da vinha não lhe pagou o dia,então ele não fez mais nada,passado uns dias pega na enxada vai à vinha e desfaz os montes,resultado, o dono ficou todo contente,pois ficou com arreda feita. Mas uma coisa é certa era um trabalho bastante fisico,mais porque ninguem queria ficar para tràs e quando paràvamos para comer a piqueta,sabia tão bem,não so porque iamos comer qualquer coisa,mas tambem,porque eram 20 minutos de descanso,mas claro quando acabava o trabalho,jà ninguem se sentia cansado e là se ia ainda beber mais um martelo à adega,era mais ao menos assim a vida do artista, LOL,bom fim de semana a todos.

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    1. Bem reparado David. A seguir à cava fazia-se a arreda. Falei com o pai e ele contou-me essa história, que se calhar não passa de uma anedota, porque segundo creio é uma história antiga e nesses tempos quem ajudava os amigos era ajudado pelos mesmos, não havia pagamento em dinheiro, mas também pode ser uma história vivida. Forninhos está cheio de histórias passadas de pais para filhos, outras vividas pelos mais antigos e mesmo por jovens como tu. Pode ser que algum filho de Forninhos, estou a lembrar-me agora do Xico (que também gosta tanto "dodavide"), aqui possa contar, não digo semanalmente, mas mensalmente, umas boas histórias. Aguardemos pois a sua volta para voltarmos aos “Serões” no teclado, etiqueta que foi criada em Out/2010.

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  2. Ora aqui está um post que nos recorda como o vinho é um produto bem ancestral na região de Forninhos, testemunho disso são os pequenos lagares e lagaretas que ainda hoje se pode ver um pouco por esses lados, hoje já pouco se faz como antigamente ou seja a cava ou a descava, porque as máquinas fazem quase todo esse trabalho, mas a vinha tem-se mantido quase inalterada aliás é das poucas culturas que tem mantido, durante todos estes anos, pelo menos disso me tenho apercebido, dá muito trabalho mas depois sabe bem ir até à adega e beber um bom copo de vinho ou como diz o David "um martelo"

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  3. Gostava de vos deixar um ditado sobre o vinho que eu quando o ouvi achei um certa piada, não me recordo bem mas era mais ou menos assim:

    " quem beber um pouco mais que a conta, canta que nem um galo, um pouco mais fica forte que nem um leão e quem beber mesmo demais fica como um burro"

    e tem alguma razão de ser, bebes pouco falas muito, bebes mais um pouco e ficas com coragem de tudo enfrentar, mas se bebes mesmo demais então não dizes nada de nada.

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  4. Paula,

    Um dos posts mais lindos que já vi por aqui.
    As fotos já falam por si, de tão autênticas.
    Aqui na NZ, tem produção de bons vinhos, mas eles mesmos dizem que não há vinho mais gostoso que os vinhos portugueses. Esse, é famoso no mundo todo.
    Um abraço bem apertado.

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  5. Obrigada Lucinha. Para mim é muito importante saber a história que a nossa aldeia teve ao longo dos tempos e eu gosto muito de conhecer a nossa história antiga. Noutros tempos no dia 25 de Abril (dia de S. Marcos), os bois não trabalhavam e escolhia-se este dia para fazer a cava. Nessa altura, comparado com hoje que tanta vinha está abandonada, era lindo ver toda a gente a cavar as suas vinhas. Eu até fazer a "História Antiga: O NOSSO VINHO" desconhecia este detalhe e claro que tive de conversar não com uma, mas com várias pessoas que trabalharam e ainda trabalham os campos, as vinhas.
    Já fiz 13 Post´s sobre a nossa história e lendas e orgulho-me de tê-los feito. A cada post que faço aprendo e conheço mais da terra que faz parte da Região Demarcada dos Vinhos do Dão. É uma região que está sujeita a geadas e isso põe em risco as rebentações temporãs, pelo que só lá para Fevereiro e Março se realizam as podas.
    A seguir à poda e ata, era a descava e a cava. A descava e a cava eram muito importantes, mas agora refere o João que já se não faz como antigamente. É verdade. A enxada está a ser substituída pelas máquinas e as novas técnicas de tratamento também resolvem muito. Agora cada vez há menos artistas e assim as artes se vão perdendo. Tempos modernos. Os grandes vitinicultores da nossa região já usam outras técnicas para a vinificação do vinho e assim tem que ser, só assim conseguem sobreviver.


    Sobre o vinho – bom vinho – eu não sei se o nosso vinho é bom ou mau, pois conto-vos que nunca bebi, mas coragem não me falta para dizer o que sinto, mas ó João a alguns fazia-lhes bem beber um pouco mais.

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  6. Eu estou como tu dizes Paula, também não sei dizer se o vinho da nossa terra é bom ou mau, pois é uma bebida que eu não gosto, não gosto da bebida nem do cheiro.
    Gosto de fazer a vindima e comer as uvas quando estou apanha-las, sabe muito bem comer o fruto acabado de colher.
    Quando o meu pai fazia a poda das videiras, eu andava atrás dele para apanhar as vides que as punha em montes e o meu pai depois fazia molhinhos , para depois as vides serem queimadas na lareira, eu não gostava nada de apanhar as vides, era um trabalho que tinha de andar curvada e fazia muitas dores nas costas.

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  7. Boa noite .Também estou como a Maria ,gostava muito da vindima mas andar apanhar as vides isso nao gostava . Na altura de sulfatar as videiras as mulheres andavam com os jarros de plástico a cabeça cheios de sulfate pela vinha fora .O trabalho era duro ,mas que bons tempos .

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  8. Vivi mil passados em mil vidas
    Cada um preso numa singela caixa de madeira
    Que vogam à deriva entre a terra e o infinito
    À espera da minha viagem derradeira

    E nesta viagem tenho feito tanta loucura
    Às vezes consigo despertar a magia
    Já disse tanta palavra de imenso sentir
    Já embarquei em tanto cais em que apenas eu partia

    Já toquei as músicas todas que sonhei
    Feri um coração tanta vez sem querer
    Adormeci esperançado do desencontro com o acordar
    Apenas porque muitas vezes, dói tanto o amar
    Doce beijo

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    1. Obrigada por ter escrito tão bonito poema neste espaço da blogosfera, onde também eu já disse tanta palavra de imenso sentir e lá consigo despertar alguma magia...às vezes.

      Bj** doces

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  9. Maria e Manuela:
    Já somos 3 (três). Mas até a apanha das vides já não é como antigamente, agora dizem-me que já se não se fazem os molhinhos, são queimadas, porque agora há muita lenha, logo não é preciso aproveitar as vides. Tudo muda!
    Dizes tu manuela: «Na altura de sulfatar as videiras as mulheres andavam com jarros de plástico a cabeça cheios…». Eram azuis os jarros e os cântaros, disso lembro-me bem.
    A Maria em Sintra e a Manuela em Paris, e muitos forninhenses espalhados pelo mundo ou que estão ligados a esta terra, sabem bem como era este trabalho e devem lembrar-se das barricas e pias para fazer sulfato espalhadas em algumas vinhas. Algumas destas pias vieram de S. Pedro. “Vieram sepulturas – urnas de pedra - para bebedouros de animais e pias para fazer sulfato.” Diz o Pe. Luís Lemos no Capítulo que escreveu sobre Forninhos.
    Mas:
    A produção do vinho pode ser mesmo uma arte milenar, já que deve ser trazido de Roma para aqui há quase dois mil anos. É pena há mais de dois séculos (em 1758)o Cura no seu relatório para o Marquês de Pombal não ter respondido à questão n.º 15 «15.º Quais os frutos da terra que os moradores recolhem em mayor abundância?».

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  10. Vinho é bom de fazer, canções doces, lazer, amei a trova. Um abraço, Yayá.

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  11. Os alambiques pequenos como esse da fotografia, eram conhecidos na minha terra com o nome de "alquitarras" sera que ai tambem?
    Outro excelente e bem documentado artigo, parabens.

    Uma lagareta parecida com essa, "descobri" eu ha uns anos perto de Vila Cha, bem junto a umas cruzes divisorias, que tando uma como, outra nunca vi ninguem referir-se!

    Um dia destes se tiver tempo ainda me referirei tambem.

    Um abraco de amizade.

    PS: Sabe que vai acontecer um evento brevemente, na minha terra com a participacao de Forninhos, cooperacao precisa-se e e de louvar!

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  12. Eu, é que tenho de lhe dar os parabéns por este e todos os seus comentários que muito me agradam.
    Na verdade, os escritos que há sobre Forninhos são pouquíssimos e nenhum se refere a estes lagares/lagaretas ou lagariços. Mas o meu amigo melhor que eu sabe “destas coisas” e tenho a certeza que fará um artigo bem documentado.
    Eu quando fôr a Forninhos tentarei saber se existe algum mito a eles relacionados.
    O aparelho de fazer aguardente bagaceira que vemos aqui nós chamamos de alambique, mas à parte de cima chamamos “a alquitarra” e à parte de baixo chamamos “o pote”. Estes alambiques já quase se não vêem, pelos diversos motivos, como a morte dos mais velhos ou pelas exigências da ASAE. Por isso eu digo muitas vezes que é urgente registar não só os objectos da nossa etnografia local, como também as palavras, antes que desapareçam de vez.
    Também considero que a cooperação que envolvem freguesias de municípios vizinhos e com afinidades comuns são de louvar e está mais que na hora de agregarmos o que nos une e não procurar divisionismos, por assim pensar, não compreendi, como ainda hoje não compreendo, como no ano passado para a “Caminhada na Natureza” a Freguesia de Forninhos não convidou as Freguesias da Matela e Matança a participar, já que por estas freguesias se caminhou! Por este e outros motivos que nem vale a pena falar, é que não tive vontade de participar, nem divulgar. Não leves a mal -A.m´.
    Mas não sei nada sobre esse evento?!!
    É exactamente o quê?
    É que já visitei o site da Junta de Freguesia e até o Facebook e nada é referido sobre…

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  13. E um evento relacionado com a natureza e sobre a "urtiga", quando tiver mais informacoes eu dou e espero ter a fotografia do cartaz!
    Mas se for ao facebook do Municipio de Fornos de Algodres, tem la algo.
    E tambem ai vera o meu comentario sobre os "fornos de cozer pao"!!!

    Um abraco de amizade.

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  14. Mais uma vez obrigada.
    Não participo no Facebook, mas não é por falta de tempo, mas porque considero que é muita exposição e, no fundo, para nada. Escusam de procurar por “aluap no facebook” e caso encontrem o apelido garanto-vos que não sou eu. Agradeço os convites de "amigos", mas para contacto usem o email.
    O Facebook da JF Forninhos como é disponibilizada a leitura ao público, quando calha, leio alguma coisa, mas no momento só sou usuária do blog, pois ainda me traz alegria e continuo a pensar que faz sentido retratar a história da terra colectiva da minha terra. Nenhuma outra “rede” divulga Forninhos desta forma. Todos os usuários das outras redes sociais, entenda-se: de Forninhos, relatam antes o dia-a-dia e os comentários inseridos não têm, a meu ver, conteúdo digno de registo para a nossa história.
    Sendo assim, caro amigo Al, com muita pena minha, não posso ver o seu comentário sobre os “fornos de cozer pão”, que tenho a certeza é rico em conteúdo, mas fico a aguardar novas sobre o tema e esse evento sobre a "urtiga" também, no “Aquidalgodres” (se puder).

    Aquele abraço

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  15. Fiquei curiosa e fui tentar saber sobre esse evento. Já sei que trata-se de uma caminhada/passeio para observação de espécies de plantas, organizada pela Câmara Municipal de Fornos de Algodres, que se inicia na Matança e termina no Parque das Merendas N.S. de Fátima, Valagotes, Forninhos, dia 2 de Junho próximo, acho.
    As caminhadas na natureza foram o primeiro passo para a divulgação do património no nosso concelho e satisfaz-me bastante saber que o nosso vizinho município de Fornos de Algodres, escolheu o Parque sito na nossa freguesia para aí realizar o almoço.
    Aqui lembrei a “Rota do Azeite e do Vinho Dão” agendada para 12 de Agosto deste ano, por causa do nosso vinho. A ver pelo nome, suponho que os pontos de interesse deverá ser os locais de tradição na produção do vinho Dão na nossa freguesia, os olivais propriedade de famílias e quiçá exemplos de lagares de vinho e de azeite (de que existem ruínas), pois Forninhos teve lagares de azeite activos, mas isso foi na 1.ª metade do Séc. XX. E já agora que se dê a provar o nosso azeite, o nosso vinho - que tem fama de ser bom - e a nossa aguardente de bagaço caseira que é inquestionavelmente boa. Dizem ;)

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  16. Boa noite, hoje o vinho é preparado de forma diferente de alguns anos atrás, por isso hoje o vinho é bem melhor, ainda me lembro de quando fui pelas primeiras vezes a Forninhos ou era por não estar habituado ou o vinho não era de boa qualidade, isto porque ao que me parece antigamente todo o cacho de uvas era aproveitado para o lagar estivesse ele bom ou não, o que interessava era fazer uma grande quantidade de vinho e não se olhava à qualidade, hoje porém já se toma mais atenção ao que entra no lagar e depois temos também outra selecção de castas que foram introduzidas e aprimoradas, que o digam o Sr. Melo e o Sr. Constantino, hoje podemos dizer que o vinho de Forninhos é de muito boa qualidade.
    Vai mais um copo.
    Cuidado ao beber em demasia é que daí para a frente por cada passo que damos para a frente, ele faz-nos dar dois para trás. :)

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    1. Ó João olha o balão!
      Como tu bem escreveste, há alguns anos atrás só contava a quantidade e lá está, essa nunca foi sinónimo de qualidade. Já hoje, podemos dizer que os produtores conseguem vinhos de muito boa qualidade, o que se deve tanto à introdução de novas castas que primam pela qualidade, como pela preparação das vinhas. Em Forninhos há hoje vinhas, muito bem cultivadas, solos bem preparados, algumas muito lindas de fotografar e que dariam até uns bonitos postais – lembranças de Forninhos. Há ainda produtores/engarrafadores locais que possuem boas adegas, dignas de ser visitadas e igualmente fotografadas. Se não me engano, na categoria de tintos, estas adegas têm um vinho de excelência.

      Um brinde a todos os produtores.

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  17. Cara Paula:
    Compreendo o seu comentario sobre o "facebook" mas sabe actualmente muita mais gente consulta essa rede, do que os blogues. Eu tambem andei muito tempo relutante a aceitar fazer parte, mas ja tive muito boas experiencias, e tambem algumas menos boas, mas...!
    Nao sei o que se passara nas outras terras, mas em Fornos de Algodres, atualizam mais a pagina do Facebook do que o proprio sitio do Municipio, seram opcoes correctas ou nao, mas quanto a mim, uma coisa nao tira a vez a outra!
    Sim eu irei referir-me a esse evento no "Aquidalgodres" assim que tiver o cartaz!
    Mas desde ja apraz me, a salutar colaboracao de freguesias, que mesmo sem pertencerem ao concelho de Fornos, tem connosco muitas afinidades e sao proximas, como e o caso de Forninhos!
    Um abraco de amizade.

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  18. A JF de Freguesia de Forninhos também actualiza mais a página do facebook do que o Site da Freguesia e eu já fiz esse reparo ao Presidente e obtive uma resposta simples e que aceitei (dentro do possível). Claro que como não participo no facebook preferia antes ter a informação disponibilizada no site e poder comentar os assuntos, mas…!Sei que “de Forninhos” alguns utilizam essa rede social para socializar, mas a maioria é somente para consulta, mas também sei que todos, sem excepção, consultam/cuscam diariamente este blog e mais…é desta página que os que usam o facebook para socializar, via comentários, daqui plagiam comentários e os inserem com pequenas modificações, como sinónimos, e tudo o que lhes interessa, como fotografias. Diz o ditado: “Com as calças do meu pai, até eu sou um homem”!
    Como vê, prefiro ficar por aqui e postar as fotos que me chegam e deles não copiar nada.
    Já escrevi em várias ocasiões que devemos agregar os que nos une e não procurar divisionismos e a mim custa-me ver que há este divisionismo mesmo dentro da nossa terra :((
    Adiante...
    Desejo os maiores êxitos para esse evento na natureza e que isto sirva de exemplo para que as caminhadas não sejam feitas só para a malta da terra. Aliás, o mês de Agosto é por excelência o mês das férias e por esse motivo é o escolhido, pois o objectivo é ter muita gente, mas gente de Forninhos.E assim é!
    Continuo a dizer que no ano passado a caminhada na natureza podia ter sido organizada conjuntamente com Matança e Matela.

    Outro abraço amigo.

    P.S. Acredito, que haja páginas de facebook com bons conteúdos, mas sem dúvida que há mais blogues bem escritos, alguns melhor escritos que alguns livros até!

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  19. Para quem gosta de vinho aqui deixo os dez mandamentos do vinho.
    1º - Bebe-se inteiro.
    2º - Até ao fundo.
    3º - Como o primeiro.
    4º - Como o segundo.
    5º - Bebe-se todo.
    6º - De igual modo.
    7º - Para provar.
    8º - Para começar.
    9º - Para não tombar.
    10º - Para acabar.

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  20. Há uns dois anos, se não estou enganada, li sobre as tradições de produção do vinho no blog cronicas do beco. Era de outra região, mas uma tradição bem semelhante ao que você fotografou. Gosto disso!

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  21. Há felizmente imensos blogues a divulgar os hábitos e os costumes, as tradições e crenças da sua região.
    Já passaram 2 anos e meio e atingimos 283 Publicações e mais de 121.500 páginas visualizadas, por isso, creio os filhos e netos de Forninhos hoje graças a este blogue têm ideia como foi a vida dos seus avós e conhecem melhor a gentes que por cá habitaram e conhecem bem melhor um pouco mais do passado de Forninhos.
    E eu espero sinceramente que depois do projecto “Livro” o Poder Local pondere seriamente em converter o edíficio da ex-escola Primária num espaço cultural, num museu rural. Há ainda muito espólio que pode ser reunido, desde fotos que fixaram momentos de antigamente, vestígios arqueológicos, ferramentas de trabalho dos nossos antepassados, entre outros objectos da nossa etnografia local…até os mandamentos do vinho ficavam bem afixados numa parede desse museu.
    Todos os dias assistimos à perda de testemunhos de outros tempos, por isso, que mais tarde não se lamente que se perdeu mais um pedaço da nossa história, tal como sucedeu com o antigo povoado de S. Pedro.

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  22. E por falar em S. Pedro: ainda queria dar mais enfoque a este lagar/lagareta e à habilidade do canteiro/canteiros que a talhou no granito tirando partido da forma original desta rocha, de modo a aproveitar o seu declive natural. Este lagar, supostamente destinado à produção do vinho, devia estar localizado no meio de vinhas ou então muito perto delas.
    Agora:
    No piso, ou lagar, propriamente dito, eram deitadas as uvas, que seriam pisadas com os pés. Dado o furo que se vê na parte lateral, possivelmente era com a ajuda de uma alavanca que espremiam as uvas depois de pisadas e como o lagar tem um ligeiro declive, o mosto escorria facilmente para o pio, através do pequeno orifício. E aqui, a meu ver, seria recebido em cântaros, certamente de barro, sendo depois transportado para o povoado onde teria lugar a fermentação.
    Posto isto, mais sentido faz falar da existência de argila para confeccionar e fornos para cozer os objectos de uso doméstico: cântaros, jarros, bacias, panelas, etc., etc.

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  23. O Vinho o Néctar dos Deuses, este e os seus derivados, tal como a jeropiga, água - ardente entre outros.
    Todas estas bebidas tem um sabor maravilhoso, mas para que se possa adquirir estes revigorantes liquidos, foi preciso muito tabalho por parte de várias pessoas, isto porque para se obter o tão apreciado vinho este passa por várias etapas: Plantar as videiras, ( bacelo ), vem a enxertia e os primeiros cachos; dois anos depois já se pode dizer que´há vindima.
    Juntam-se pessoas, familiares e amigos e com cantorias lá se vão enchendo os gigos que irão directamente para o Lagar.
    Homens entram no lagar e com alegria vão pisando as uvas até que o mosto fique bem liquido e macio.
    Espera-se a fermentação deste mosto e na altura certa ( só os bem entendidos sabem ) vai-se envasilhar o vinho, outros tempos em grandes tuneis ou pipas em madeira.
    Em outras décadas, outros póvos existiam na nossa Freguesia, estes segundo podemos ver em certos lugares, tambem cultivavam o vinho, mas com técnicas ainda primitivas, por isso existem as ditas lagaretas de que se tem vindo a falar.

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