Para complementar o Post anterior fotografei a banca onde
comprei o meu colorido raminho, que decerto nem todos sabem como é,
e para completar pedi à minha prima Maria se podia enviar o dela,
que eu gostava de ver o pão atado:
Tradicionalmente o ramo deve ser apanhado pela manhã e depois pendurado atrás da porta e durar até ao dia da Espiga seguinte, para termos fartura durante todo o ano,
mas como andei arredada muitos anos desta tradição arrumei-o na minha lareira.
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Não sabia mesmo, mas agora sei, são bonitas. Bonitos são todos os raminhos que você nos mostra. Um abraço, Yayá.
ResponderEliminarEm Forninhos dizia-se que Quinta-Feira da Ascensão seca a raíz ao pão, anunciando assim o pão, a vida e o aloirar/amadurecer das searas.
ResponderEliminarDepois as coisas foram mudando, pois tudo na vida se vai transformando,já assim dizia o nosso Camões, nem há hoje searas, nem se fala do “nosso pão”.
Já a deambular por outras paragens, como Lisboa, é que tomo conhecimento do ramo da espiga e seu significado, que acho muito bonito.
Hoje, dia 20 de Maio, é que a Igreja católica comemora a subida de Jesus ao Céu.
Bom Domingo!
Obrigado pelo esclarecimento, eu também não conhecia!
ResponderEliminarObrigada eu, pelo seu comentário.
ResponderEliminarAo contrário do que se passava antigamente, que os povos de uma terra ou região viviam muito voltados para si mesmos, tudo é muito diferente agora, a tecnologia põe hoje ao nosso dispôr meios diversificados que permite informar e divulgar costumes, tradições, crenças, filosofias de vida, de uma qualquer terra ou região.
Um exemplo:
No dia de Santa Cruz (dia 3 de Maio) tradicionalmente o costume em Forninhos era colocar uma cruz de pau nos campos semeados, no entanto, recentemente vê-se em alguns campos a cruz enfeitada com partes (alecrim e loureiro) do ramo benzido no Domingo de Ramos. O costume de adornar a cruz é uma tradição de outras localidades, mas começa a ser já prática em Forninhos.
Em Forninhos também houve casamentos que trouxeram costumes de outras regiões. Segundo as falas dos mais velhos, o costume da introdução dos tractores como transporte dos andores, na procissão de N. Senhora dos Verdes, assim como em cada um deles de crianças vestidas de anjos, pastorinhos, mártir S. Sebastião e outros elementos que os decoravam, foi trazido da Vieira pela tia Olívia e Sr. Zé Teodósio.
Já o costume do raminho da espiga não calhou, mas defendo que é melhor assim, afinal o que nos dá identidade e nos diferencia das outras regiões ainda são as nossas tradições.
Os ramos da espiga que são feitos para vender, são apanhados no dia anterior ao dia da espiga, para os venderem logo pela manhã na quinta-feira da espiga.
ResponderEliminarO meu ramo que está aqui exposto é um ramo original porque foi apanhado no próprio dia da espiga nos campos aqui ao pé da minha casa, porque a tradição diz que o ramo deve ser apanhado na quinta-feira da espiga.
Maria,
ResponderEliminarPor cá, até se diz que o ramo deve ser apanhado antes do sol nascer, mas sabemos bem que os apanham só com o intuito de vender, porque se não fosse isso nem sequer era lembrado o dia da espiga, nem o significado do raminho, mas “quem não tem cão, caça com gato”.
Eu aqui onde resido, comparo o “Dia da Espiga” ao “Dia de Reis”, dia 6 de Janeiro, que é um dia lembrado pelos comerciantes com o intuito de vender o bolo rei e nada tem a ver com a tradição.
Mas seja no caso da Espiga, como no dos Reis, sempre se assinala e lembra os dias.
Estes ramos estão muito bonitos ,o ramo da Maria com o pão atado e a primeira vez que vejo . A quem pode apanhar o se ramo nos campos, e quem nao tem campos vai comprar o seu ramo da espiga como se vez na banca as flores do campo muito bonitas .
ResponderEliminarSim, as flores do campo são muito bonitas e alindam a banca da florista, que publiquei por parecerem-me necessárias para ilustração e reforço do título. Na cidade surgem muitas coisas dignas de mostrar, mas como é compreensível este espaço nasceu para dar visibilidade às coisas da Beira Alta, com destaque, sempre, para a aldeia de Forninhos. Mas para relembrar o passado e dar a conhecer aos mais novos, e até aos mais velhos, podemos em qualquer lugar do mundo fotografar imagens de coisas usadas na nossa terra. Só têm de apertar o clik da máquina e ter vontade de partilhar as fotos.
ResponderEliminarBoa noite, ainda me lembro que nos meus tempos de menino, no dia da espiga eram vendidos nas padarias pequenos pães feito propositadamente para ser atado ao ramo da espiga, por isso para mim não é novidade o pão ser atado à espiga, e como diz a Paula no dia em que ninguém comprar o ramo da espiga a quem os vende, este dia como muitos outros acabaram por se perder, por isso não interessa se é apanhado no próprio dia ou no dia anterior, o que interessa isso sim é lembrar o dia, o ramo da espiga tem em comum as flores campestres, ramo de oliveira e as espigas, isso de juntar pão é costume de outros lugares, quiçá em outra terras lhe juntam outras coisas que para nós serão estranhos e que para outros são perfeitamente normais, cada terra tem o seu uso.
ResponderEliminarE há terras que o uso é colocar nas portas as maias na 1.ª noite do mês de Maio e assim a fome não entra. Esta tradição está também associada a rituais pagãos ligados à celebração do início de um novo ano agrícola, colheitas/fartura.O fundo é o mesmo que o raminho de espiga.
ResponderEliminarComo as giestas verdes em tons de amarelo ou branco dominam a nossa paisagem nesta altura do ano, eu até já perguntei se noutro tempo era tradição a colocação de flores nas portas, isto porque recordo na minha tenra infância ver um dia na Lameira a Graça “pissota” colocar nas portas mimosas floridas. Mas obtive como resposta um redondo NÃO. Ora, não sendo costume da nossa terra, é porque a Graça o trouxe de outro lado e, por graça, achou-o interessante.
A Graça era uma pessoa muito dinâmica e outra lembrança que tenho dela é vê-la fazer pelo tempo das fogueiras de S. Pedro, as “maçanetas” de farrapos e enfeitar o pinheiro. Alguns sabem bem (outros não) que esta tradição pouco conhecida foi também trazida da Vieira pelo Sr. Zé Teodósio. O Sr. Zé, embora não sendo natural de Forninhos, foi um Homem que culturalmente fez muito por esta terra (eu acho).
Que ambos descansem em Paz!