Uma andorinha não faz a primavera e por morrer uma andorinha não acaba a primavera, são dois provérbios que nos fazem relacionar andorinha com primavera. Elas estão quase a chegar, pois começa hoje, 20 de Março, às 22h45 a primavera.
A chegada das andorinhas é sempre bem recebida pelas pessoas, pois isso significa que o tempo está a ficar mais ameno. No campo, sempre foram aves cuja protecção as pessoas se encarregavam de assegurar, ninguém as caçava nos custilos, ninguém estragava os seus ninhos. Dizia-se que as andorinhas eram sagradas, sabe-se lá porquê.
Nas áreas mais urbanas, fazem os ninhos nas partes de baixo dos beirais dos telhados e são feitos à base de lama que depois de seca confere uma consistência que lhe permitem segurarem-se. Os ninhos são totalmente tapados, apenas possuindo uma entrada do tamanho da ave.
Nas áreas rurais, as andorinhas fazem os ninhos à base de palhas/pauzinhos e lama, muitas vezes nas paredes, numa qualquer reentrância entre pedras.
Achamos este ninho de andorinha na parede duma casa, não habitada, de Forninhos:
A sua alimentação é quase exclusivamente efectuada à base de insectos que apanham em pleno voo. Quando se estão a alimentar voam com o bico aberto fazendo com que os insectos entrem naturalmente com o movimento. Também para beberem água o fazem, muitas vezes, com o bico aberto, fazendo voos rasantes às superfícies dos rios.
Diz-se que as andorinhas "advinham" quando vai chover, i.é., diz-se que quando as andorinhas voam baixo, ou seja, perto do chão, vai chover. Mas não é por as andorinhas possuírem qualquer característica meteorológica, o que se passa na verdade é que quando o ar fica mais húmido os insectos concentram-se junto ao solo e às andorinhas só lhes resta voar junto ao chão para, assim, facilmente apanharem os insectos.
Claro que as pessoas vêem mais facilmente as andorinhas do que os insectos, daí dizerem que estas "adivinham" a chuva, mas afinal "os meteorologistas" são os insectos!
Bem vistas as coisas, ajudam a proteger as colheitas dos insectos, pois cada andorinha come milhares de insectos por dia.
O seu canto, se de canto se pode falar, não é musicalmente rico, nem melodioso.
Ouça o seu chilrear:
Magnífico e instrutivo post.
ResponderEliminarLi-o , ouvindo o chiirear das andorinhas.
Desconhecia o ninho feito nas reentrância entre pedras.
Beijinhos.
Obrigada Lisa,
EliminarNa minha pesquisa até li que muitas vezes os fazem nas paredes de pedra dos poços destinados à captação de água para rega dos campos.
Este foi feito por baixo da varanda da casa.
Beijinhos/Bom fs.
"Andorinha que vais alta,
ResponderEliminarPorque não me vens trazer
Qualquer coisa que me falta
E que te não sei dizer...".
Sao lindas confesso, mas estranhas, nao por falta de beleza.
Simplesmente por se ostentarem rainhas dos ceus, coisa que incomodam os mortais. Intocaveis, assim se julgam e pavoneiam, ao ponto de a gente (putos) as venerar e odiar. E confundir com as aboeirinhas (alveolas), sendo que estas eram companheiras do lavrador, sempre atras do arado, apanhando uma ou outra minhoca ou grilo enterrado, ate ao fim do rego e acompanhando o virar da rabica do mesmo.
Estas, "gajas" finas, dizem que fazem milhares de quilometros e ate chegam a Forninhos.
Se chegam...
Curioso que as "bandidas", quase cobrem os ceus na zona do ribeiro dos Moncoes aquando da despedida, passado que foi o calor, mas procriam em sitios mais recatados, tal como o ninho da foto, tirado um ano atras, na Rua das Alminhas, por debaixo da casa do tio Eduardo Craveiro, por esta altura e que iriam restaurar. Preguiceiras, digo eu e parece que santificadas, ninguem lhes toca. Seria pecado, pois dizem que seguiram as pegadas da fuga do Menino...
Mas e desculpem mais uma vez, sinto pena dos tralhoes que aquando com eles (coitados...) se cruzam por cima dos mares os chamam de loucos por virem muitos e voltarem poucos.
E, eles coitadinhos, ainda arremedam que elas "da vida" , chegam poucas e voltam muitas...
Mas e afinal, com elas vem a Primavera que hoje comeca.
Que voltem e bem vindas!
A foto do ninho tirada vai fazer um ano (pela Páscoa) por baixo da varanda da casa do tio Eduardo Craveiro, possivelmente ainda ia ser revestido com lama. Recordo ter achado estranho ser feito entre pedras e apenas possuir uma entrada do tamanho da ave, mas nas zonas rurais acho que é norma ser feito em qualquer reentrância entre pedras.
EliminarQuanto à reprodução, reproduzem duas ninhadas e cada postura de andorinhas atinge entre 4 a 6 ovos e o grau de sobrevivência de cada ninhada é elevado muito porque naturalmente as populações as protegem.
Que bom te ler e ao fundo, ouvir as belas andorinhas!Adorei! Lindo fds! abração,chica
ResponderEliminarOlá chica!
EliminarÉ mais um chilrear desconexo, pouco intendível, mas entendi aqui inserir o vídeo (cortesia do youtube) pois alguns leitores o desconhecerão e agora podem ficar a conhecer.
Um abraço amigo
Seu dúvida uma escolha bem interessante!
ResponderEliminarA andorinha é uma bela ave...e hoje aprendi um pouco mais!
Bom sábado!!!
Estas de que falo são as que visitam a região das Beiras, a plumagem é um misto de branco e preto, mas pelo que li na «net» existem muitas espécies de andorinhas em que a coloração das penas é diferente. De qualquer modo são todas belas.
EliminarTudo de bom.
Boa noite Paula, excelente artigo sobre estas graciosas aves que em grandes bandos invadiam as aldeias fazendo os seus ninhos nos beirais como diz, para alegria da pequenada e de todos!
ResponderEliminarAqui na zona onde moro não me recordo de as ter visto, por isso adorei o vídeo, pois sinceramente já nem me lembrava como era o seu chilreio.
Beijinhos e bom fim de semana.
Ailime
Este ano estão a demorar a chegar aqui também, Ailime!
EliminarQuanto aos seus ninhos. Parece que as andorinhas não fazem os ninhos no campo, nas árvores, mas sempre dentro das localidades. Nalguns casos como o da imagem, construído na parede e apenas tendo uma entrada do tamanho da andorinha na parte superior, fazendo uma espécie de fresta com a parede de pedra.
Bom fds e uma boa primavera.
Já disse noutro local que para mim é novidade. Diria ninho de várias aves menos da andorinha. Sei que fazem nos poços, nos valados mas no meio das pedras das casas e desta maneira, desconhecia. Estamos sempre a aprender. Obrigado pela informação. Bom fds.
ResponderEliminarHenrique, se calhar duvidas porque por norma os ninhos das andorinhas são feitos à base de lama, mas nós vimos a andorinha sair dali (por baixo da varanda da casa do tio Eduardo Craveiro) e achamos estranho que entrasse para lá, foi quando achamos o ninho e logo deduzimos que se tratava de uma visita ao ninho construído na parede e que possivelmente ainda ia ser revestido com lama.
EliminarComo sabes as andorinhas têm um voo muito veloz e foi impossível fotografar.
Bom fds para ti tb,
Ainda não vi as andorinhas este ano. Por aqui ultimamente só gaivotas e pombos.
ResponderEliminarUm abraço e bom Domingo
É verdade, até parece que não entramos na primavera, mas amanhã, segunda-feira, talvez o tempo acorde com outro ambiente.
EliminarDesejo-lhe um bom domingo também e agradeço a sua visita comentada!
Abr./Paula.
Já deves ter percebido o meu fascínio por aves, e as andorinhas são aves que fazem parte da nossa cultura e do nosso imaginário. Existiam imensos ninhos no beiral da casa enorme da minha tia, no Alentejo, e recordo-me das andorinhas em plástico que nessa altura faziam parte da decoração das paredes interiores das casas.
ResponderEliminarAdoro vê-las regressar, e acho que é o único chilreio que verdadeiramente reconheço.
Claro que tive de ir ver o significado de "custilos", e aprendi também com a tua explicação acerca dos insectos e das andorinhas em relação à chuva, algo que não sabia.
Obrigada, Paula. Um belo post neste início de Primavera.
Bom fim de semana.
xx
Lembro-me de a Laura ter falado no post que fiz no começo do outono dos imensos ninhos no beiral da casa da tia, no Alentejo.
EliminarQuanto aos custilos, há terras portuguesas em que essa armadilha de apanhar pássaros se chama "costelos", mas "custilos" é como se diz lá na nossa terra e quando digo que ninguém as caçava nos custilos é porque quando elas chegam (na primavera) ninguém arma essas armadinhas para as apanhar, ao contrário de outras aves que mal chegam logo as armam. Por outro lado, a pequenada que tanto gostava de descobrir os ninhos e depois estragá-los, não estragava o das andorinhas, diziam que porque as andorinhas eram aves de Deus, mas hoje os donos de casas 'novas' já os deitam abaixo!
É porém de notar ainda que ninguém come uma andorinha, Graças a Deus!
Bom domingo, Laura.
Este ano parece que teimam em voltar e arejar as casas aonde nasceram para ficarem bonitas e rebocadas.
ResponderEliminarAgora sobressaem mais os seu ninhos.
Casas modernas, pintadas a preceito e que apesar da beleza, tanto incomodam os donos, os "adornos" que ali deixam. Dizem que "borram" as
paredes todas e por tal, muitas vezes sao deitados abaixo.
Mas por remorsos ou rendidos a sua beleza, compram ainda nas feiras aquelas figurinhas delas, pintadas em preto e branco.
Mas antigamente por onde elas faziam a casa e criavam a filharada...
Eram vistas em bandos rasantes e circulares, numa doideira de alegria, tipo emigrantes que vinham de ferias, mas ao cair da noite, a magia desaparecia.
Aquando estas coisas me intrigam e mais quero saber (e partilhar...), pergunto. Tal como hoje tal fiz.
Se na nossa terra e outras parecidas, na altura delas, aonde dormiam, sendo que a quase totalidade das casas eram de pedra crua.
Por debaixo dos pequenos pontoes, num ou outro beirado e pegadas as chamines, das poucas que havia. Ficavam protegidas nos buracos das paredes, atulhando os ninhos de desperdicios dissimulados com alguma lama e barro.
Tal como as nossas gentes, casas delas, pobres mas acolhedoras.
Para finalizar, partilho que quando perguntei se nao estranhavam tantas centenas destas avezinhas, chilreando o dia inteiro, por onde iam dormir, tive esta resposta para mim sublime...
" A miudagem perguntar, perguntava, mas as nossas avos diziam que faziam os ninhos no ceu!".
Sendo que eram memorias de quase um seculo, por aqui fiquei, por acreditar.
E a olhar para o ceu!
Muito bem, Francisco António!
EliminarSendo que a quase totalidade das casas eram de pedra crua, como podiam fazer os ninhos nos beirais? Num ou outro beirado talvez e sublinho "pegadas às chaminés, das poucas que havia." e "protegidas nos buracos das paredes, atulhando os ninhos de desperdícios dissimulados com alguma lama e barro".
Sobre as coisas que nos intrigam e queremos saber, temos mesmo de perguntar. A consulta àqueles que são hoje os mais velhos da aldeia sobrepõe-se a qualquer informação disponível na wikipédia!