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quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Festas e Feiras onde acorriam os forninhenses

Foto de Henrique Lopes, de 08.Dez.2014
No mês passado o Henrique Lopes enviou-me umas fotos que tirou em Esmolfe, concelho de Penalva do Castelo (para quem não sabe é a terra da verdadeira maçã bravo de Esmolfe) quando regressava a Lisboa no dia 8 de Dezembro, dia da Nossa Sr.ª da Conceição, então lembrei-me de fazer um 'post' sobre as festas e feiras, bem como as romarias, onde acorriam os forninhenses num passado recente. A Esmolfe, por exemplo, acho que só se ia a 23 de Janeiro, à feira do Santo Ildefonso. Mas como agora é que estamos perto da data, achei melhor só hoje trazer aqui este tema.

St.º Ildefonso - Esmolfe (cortesia do google)
À feira anual dos 20 (a 20 de Janeiro), no Mosteiro, Penaverde, é que se ia sempre e ainda se vai, mas menos agora. E à "Feira Nova" - no mesmo sítio - igualmente. 
Depois, claro, à feira da vizinha freguesia de Dornelas também ia muita gente de Forninhos pois, em Forninhos não havia feiras. E todas as 2.ªs Feiras de feira iam à feira de Fornos de Algodres vender o queijo, bem cedo. Estranhamente, não se ia muito à feira de Castendo/ Penalva do Castelo e à de Aguiar da Beira muito menos. Mas na "monografia, Forninhos, a terra dos nossos avós" lê-se isto: "Em Forninhos havia feiras, mas existia o hábito de se ir à feira de Penaverde, de Trancoso, de Aguiar e de Penalva." - quem puder confirme tal na pág. 109 e diga-me, se tiver coragem (para não dizer outra coisa...) que não se lê nada disto e sou eu que o estou a inventar!
Depois na 2.ª Feira da Páscoa e a 16 de Setembro, ia-se à Santa Eufémia, na freguesia da Matança, concelho de Fornos de Algôdres; ao S. Miguel "ali ao lado" na Quinta da Ponte, não se ia antigamente - só mais tarde. Mas ia-se à Nossa Senhora da Saúde, da Moradia, no último Domingo de Abril e a 8 de Setembro, dia da Natividade de Maria. Também se ia à Muxagata, à festa em honra da Senhora dos Milagres.

S. dos Milagres, Muxagata, foto retirada do blog D´Algodres
E à grande romaria anual do Senhor dos Caminhos, nas Rãs-Romãs, Sátão, também não se podia faltar, bem como ao São Bartolomeu, em Trancoso.

S. dos Caminhos, Rãs, Sátão (cortesia do google)
Também iam à Senhora da Lapa, mas por razões óbvias só no dia 14 de Agosto (ao arraial), já que dia 15 de Agosto celebra-se em Forninhos, desde tempos imemoriais, a festa em honra da S. dos Verdes. 
Dentro de cada um de vós também haverá deslocações e lugares especiais onde iam muitas vezes, contribuam falando também desses lugares da vossa terra, da vossa vida.

À tia Agostinha - mãe do XicoAlmeida - um grande BEM-HAJA pela ajuda. Os caminhos eram penosos, pois ía-se a pé, mas é maravilhoso ter na lembrança essas idas e vindas que ficaram para sempre guardadas dentro de si, até aquela ida à Senhora dos Remédios, em Lamego, de má memória por causa da morte de um homem.


Nota:
Quem quiser saber mais de algumas das festas e feiras referidas, clique nos links em baixo:

31 comentários:

  1. Ter recordações é riqueza...
    Quando tais tocam a festas e feiras e olhando para detrás, caramba, custa colocar uma vírgula por "tu e os teus devaneios". Fortes as recordações que tanto recordo no "caramba, não te lembras..." da voz de minha mãe, como se fosse esquecido, mas era apenas menino.
    Menino agora "adulto" que continua criança quando quer ter certezas dessa meninice e dos seus irmãos. Vou tentar ser breve, pois por vezes...
    Havia as feiras mais lucrativas por serem aquelas que melhor mostravam e vendiam a qualidade do produto. Fornos e Feira Nova..
    Íam a pé as pessoas de canastras à cabeça, carregadas de queijo...
    Neste mundo feirante, teríamos estórias infinitas.
    As festas.
    Religiosas e ricas no cumprimento de promessas, como se os pecados menores fossem absolvidos ao pé da porta...
    As Gentes da Beira sempre foram "arrogantes", mesmo no maior dos seus sacrifícios e tal prometido seria levado a cabo na sua dignidade.
    Acreditem que chegavam a andar mulheres grávidas a cumprir a "promessas" para a Senhora dos Caminhos, cerca de três quilometros a pé por fé!
    Dizem que uma ou outra pariu pelo caminho, mas por respeito não diziam de onde...
    Podia aqui ficar toda a noite a recordar coisas, desde a Feira Nova em que as calças no amigo do meu pai "Tio Luís das Alças" de Dornelas, até ao deslumbramento em que vi pela primeira vez em Algodres, "foguetes de lágrimas", a convite e acomodo de uma prima distante.
    Lindo post, Paula!

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    1. Mil perdões por erradamente a intuição me ter levado para o nome de outra pessoa de bem, o "tio Luis das Alças" quando deveria ser o "tio Luis Alfaiate", este já falecido e por aqui recordado noutro texto, não obstante ser de Dornelas mas que marcava Forninhos pelo seu modo de ser tão amigo e carinhoso. Fazia fatos "à medida" e imagem de marca, a sua bicicleta, faces sempre rosadas e aquele eterno pequeno chapéu, colocado ligeiramente de lado. Tinha pinta...Bom homem!
      O fatorua para o exame da quarta classe e com a qual me "apresentei" à porta do seminário, foi por ele talhado na Feira Nova no Mosteiro. parece que o vejo com o lápis atrás da orelha e alfinetes na boca para "marcar" a roupa...
      Um amigo que guardo carinhosamente nas minhas recordações.

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    2. E quando falas das promessas ao Senhor dos Caminhos deves querer dizer trinta, pois o Senhor dos Caminhos, nas Rãs, deve distar de Forninhos uns 30 quilómetros e não 3.
      Que engraçado falares do deslumbramento em que viste pela primeira vez em Algodres, "foguetes de lágrimas". A tua mãe contou-me que quando ela e outras iam a pé para Fornos com as canastras à cabeça, carregadas de queijo, chegadas ao alto de Algodres ficavam deslumbradas com as luzes em Folgosinho da Serra, já que por esse tempo ainda não havia electricidade na Vila de Fornos de Algodres!

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    3. Obrigado pelo reparo quilométrico, mas ando tão baralhado com as áreas "doadas" aos benfeitores por parte dos mecenas Valagotenses (acho que acabei de criar um adjectivo), que troco o quilometro em metro.
      Nem oito nem oitenta!

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  2. Lindo trazer à tona tais festas tradicionais dai! Muito legal! bjs praianos,chica

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    1. Obrigada.
      Todas as festas e feiras tradicionais das aldeias e vilas vizinhas de Forninhos já mereciam uma menção n´O Forninhenses, até porque quando alguém, no nosso dia a dia, fala da S. da Lapa ou da maçã bravo de Esmolfe, acabamos por dizer que somos de lá perto, daquela zona...
      Bjs**

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  3. Paula,

    Mais uma riqueza de história sobre Forninhos.
    E essas fotos maravilhosas, que deram um brilho ao post, através de seu lindo relato.
    Um lindo final de semana! Beijos

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    1. Para algumas não encontrei fotos, mas penso que escolhi as melhores que na «net» vi ;-)
      Beijos e bom fim de semana.

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  4. Por aldeias e vilas...as tradições dão aquele cunho pessoal a cada lugar!
    As fotos retratam essas festividades e tudo o que com ela está relacionado!
    Gostei...e tudo de bom

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    1. É verdade, as tradições são a referência de cada lugar!
      As festividades referidas são de locais da nossa zona, mas podiam ser de outra qualquer,

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  5. Em terras do interior, com uma economia tipicamente agrária, sempre houve essa necessidade de "correr" as feiras das redondezas, até porque seria a oportunidade para as grandes e pequenas transacções, tanto de animais, como de outros produtos que a terra dava...
    Curioso ver esse nome de Muxagata"; há dias falou na radio um senhor com esse nome, perguntaram-lhe qual a origem, e ele respondeu que tinha a ver com uma terra do norte do país. Um senhor que devido ao declínio da construção civil, tinha decidido ir para Cabo Verde, onde abriu um restaurante. Desculpa o à parte, mas agora fiquei a saber que Muxagata é para essas bandas...:-)
    Quando era criança o grande acontecimento era a feira, e claro que também tínhamos de andar muito a pé até lá chegar. Ainda hoje gosto de feiras e mercados. Aqui, temos o grande mercado mensal, já para não falar do mercado semanal de frutos, legumes frescos e secos, ervas aromáticas, bolos e outro tipo de doces, que acontece todos os sábados, e a feira anual de Novembro. Claro que nunca falho, embora o barulho dos carrosséis me incomode um pouco..:-)
    Ah e também existe uma Feira de Arte Doce, com doçaria regional a concurso, artesanato e animação musical!
    Um post muito informativo, e com belas fotografias. Achei linda a igreja da Sra dos Milagres.
    xx

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    1. É o que me dizem os homens e mulheres de Forninhos que trabalhavam as terras; iam às feiras das redondezas para vender o queijo e outros produtos como nozes e também para vender e comprar vivo (gado) e que se certas feiras já não são o que eram foi porque acabou a venda de animais e do queijo.
      A outras feiras da zona, por exemplo a Penalva do Castelo, de Forninhos não iam porque essa tinha fama de só lá irem os regateiros de Viseu, acho que quer dizer que era feira para comerciantes.
      Tudo tem um porquê...
      A Laura fala do nome "Muxagata" e desse Sr. que foi para Cabo Verde. Com isso lembrou-me que há tempos escreveu-me um sobrinho-neto de um homem que emigrou para o Brasil ainda bem no início do século 20 e que foi o responsável pela electrificação da sua freguesia: Dornelas. Ainda construiu um lagar de azeite e reactivou a feira da freguesia que funcionou até os anos 40, mas pelos vistos como contrariava muitos interesses, não foi avante...
      Esse homem chamava-se Francisco de Andrade Campos e morreu em meados dos anos 60.
      Fiquei curiosa sobre a reabilitação dessa feira, pois lá acorriam as gentes de Forninhos. Então fiquei a saber que dantes só se realizava uma vez por ano e um ano fizeram-na no dia de Natal. Através de uma monografia local (Penaverde) li que realizava-se mensalmente na 5.ª Feira que ocorresse entre os dias 19 e 25.
      A mercados e feiras também eu gosto de ir e, como a história das feiras e mercados não é estática, acho que por lá algumas feiras até podiam ser ao Sábado e não numa 2.ª Feira. Afinal à segunda-feira o mercado não está fechado?
      Pelo menos aqui diz-se que não devemos fazer compras (fruta, legumes, flores e peixe) à 2.ª Feira porque não há mercado, por outras palavras, as praças estão fechadas porque há segunda nada é fresco!
      Mas para lá talvez tudo seja fresco...
      Gostei de saber das feiras e mercados que por aí existem. Bem-haja, Laura.
      Sobre a Sra. dos Milagres, achei por bem publicar a imagem exactamente por a achar muito linda. Podia publicar uma da Capela de Santa Eufémia, onde ainda hoje acorrem os forninhenses e à Muxagata não, mas...a Capela da Santa Eufémia está mais "gasta", digamos assim.

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  6. Mais um interessante artigo, bem haja por referir o meu blogue e a minha querida "Terra de Algodres"!

    Ainda bem que voltou a publicar.

    Um abraco de amizade.

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    1. Caro amigo, é um prazer referir aqui o seu blog e essa querida terra, pois se sempre que havia feira em Fornos lá iam tantos a pé e de caminho passava-se por a "Terra de Algodres"... Ir à feira de Fornos era mais frequente do que ir à de Aguiar e à de Castendo (Penalva do Castelo, que era a mesma distância).
      Lamentavelmente a monografia da minha querida terra sequer refere a feira de Fornos!
      Depois, ainda se ia à Santa Eufémia e, segundo soube agora, ia-se à S. dos Milagres na Muxagata. Para mim esta foi uma informação preciosa. Desconhecia mesmo que no passado havia o hábito de ir a pé à S. dos Milagres.
      Um abraço de amizade tb.

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  7. Boa noite Paula, um tema bem interessante que trouxe aqui ao vosso Blogue!
    Começo por lhe agradecer a explicação da origem do nome das maçãs bravo de Esmolfe, que desconhecia terem origem numa localidade, que deu o nome a essas tão saborosas e aromáticas maçãs que o meu pai, ferroviário, se habitou a trazer das viagens que fazia à Beira Alta. Só que na época as maçãs eram conhecidas, imagine só como "maçãs de bravo mofo”! Diria uma deturpação da fala das nossas gentes antigas.
    A deslocação às feiras e romarias era uma festa! Apesar das pessoas se deslocarem a pé para venderem os seus produtos, era também uma das poucas formas de convívio que existiam naqueles tempos! Não tive muita experiência disso, porque vim cedo para estes lados onde nada acontecia, pelo menos na minha perspectiva de criança acabada de vir da aldeia.
    Mas não esqueço a feira dos santos do meu concelho e a festa do Senhor dos Passos de renome ainda hoje.
    Excelente forma de ajudar a que Forninhos continue viva! Bonitas fotos também.
    Beijinhos e um bom domingo.
    Ailime

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    1. Ailime, o correcto é maçã bravo de Esmolfe, só que devido à dificuldade que algumas pessoas tinham de pronunciar correctamente diziam “maçã de bravo mofo”, assim também era conhecida em Forninhos!
      Hoje, claro, os mais novos já chamam à maçã "bravo d' Esmolfe" e alguns se fôr preciso "fazem pouco" de quem utiliza o linguajar próprio da terra!
      Voltando às feiras, anualmente realiza-se por lá, em Esmolfe - Penalva do Castelo, há talvez 20 anos, a feira desta maçã. Acho que se faz no largo de St.º Ildefonso. Nunca lá fui - costuma ser em Outubro - mas já ouvi dizer que vale a pena lá ir, pois compra-se maçã do bravo a muito bom preço. Como sabe, aqui, é bem cara!
      Antigamente estas maçãs guardavam-se nos sótãos ou adegas, em palha, e ali se aguentavam até ao fim do inverno.
      Na aldeia de Esmolfe existe um monumento em granito dedicado à maçã do bravo. Simples, mas muito bonito.
      Beijinhos e um bom domingo para si tb.

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    2. Olá a todos. Antes de comentar as Feiras queria expressar a minha opinião muito pessoal e irreversível, sobre a maçã Bravo Mofo. Vivi em Forninhos de 1956a 1964. O meu avô paterno, oriundo S.Pedro Sul, Pedreiro de profissão, fazendo trabalhos nos distritos de Viseu e Guarda, assentando morada em Forninhos perto de 1920, sempre disse maçã bravo mofo. Meu pai e minha mãe, igual. Meus avós maternos, idem. Em casa de meus avós, quer maternos, quer paternos, tinham o costume de colocar algumas maças em cima dos guarda vestidos. Quando se abria as portas dos quartos, sentia-se um cheiro muito agradável, suave e aromático, muito próximo ao cheiro do mofo mas mais suave e aberto, talvez daí o nome. Esmolfe, requereu o certificado da maça bravo de Esmolfe julgo que nos anos oitenta mas ainda nessa década, em Lisboa, no Mercado do Rego, a descrição que se via nas caixas da fruta era maça bravo mofo. Claro que é uma opinião minha, mas acrescento que quando estive em Vieira de Leiria de 1964 a 1973, na praça a maça era bravo mofo e alguma ida de Forninhos levada pelo saudoso Sr. José Teodósio. Sua segunda esposa ainda é viva, pode confirmar.
      Sobre as Feiras das que aqui já foram mencionadas a que mais gosto, é da mais pequena, ou seja a do Mosteiro, Feira Nova. Menos aperto, tem o essencial, lembro-me dela ainda a vender gado. Fazemos as compras rápido, pouca gente e muita sobra de tempo, com diz o Xico, para ir à tenda do zé Pequeno, beber, no meu caso, um jeropiga (ou duas) e depois o almoço. Talvez a mais expressiva, seja a de Penalva, mas nesta vai a manhã toda embora. Fornos e Aguiar, talvez tenha ido uma ver por ano e porque calhou. Na do Mosteiro, Feira Nova, muitas vezes fui a pé, hora e meia na certa, fazendo uma pausa de cinco minutos, para aliviar os pés. Trajeto bonito, passando pela Adovinha, S. Pedro e resto já não sei. Espero que esta ainda se consiga aguentar por mais uns anos porque por vezes vejo-a com poucos vendedores. Resto de um bom Domingo a todos.

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    3. Por lapso escrevi o nome Zé com letra minúscula. As minhas desculpas, neste caso a que se refere ate é um Zé com um Z bastante grande. Um abraço para ele.

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    4. Mas convenhamos, Henrique, que a maçã do bravo é nativa de Esmolfe, Penalva do Castelo.
      Hoje nos mercados já é conhecida por "Bravo de Esmolfe", mas acredito que dantes escreviam nas caixas da fruta "maçã bravo mofo", escreviam tal qual pronunciavam...sei lá! Ainda hoje tenho visto muitas vez a palavra "Esmolfe" mal escrita nas caixas de fruta e por vezes até aparece escrito só "maçã do bravo". 99% dos portugueses não sabem que Esmolfe é uma terra de Portugal.
      "Mofo" acho eu é abreviatura.
      Esmolfe, requereu o certificado da maçã bravo de Esmolfe em 1994 e a partir desse ano fazem, no outono, a feira anual da maçã.
      Em algumas terras as coisas fazem sentido!

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  8. Anónimo1/17/2015

    Las Fiestas y Ferias de los Pueblos han ido decayendo los últimos años, aunque parece que hay un reflote, de nuevo; acudiendo la gente en mayor cantidad.
    ¡¡¡Que casualidad!!!...Las Fiestas de mi Pueblo también son el 15 de Agosto al igual que en Forninhos.
    Estuve en varias Ferias y Fiestas en Portugal. Estuve en Valença, Barcelos, Chaves, Vilanova de Cerveira, Braga, Viana do Castelo...etc.
    Abraços e Beijos.

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    1. Olá Pedro, o dia 15 de Agosto é provavelmente aquele em que se celebram em mais lugares festas em honra de Maria, mãe de Jesus. Em Forninhos é venerada com o título de "Senhora dos Verdes" e atraía muita gente de fora que vinham cumprir as suas promessas, entregando à Senhora produtos que a terra dava, principalmente, cereais, mas hoje como há mais campos abandonados do que cultivados, a festa hoje está praticamente reduzida às gentes de Forninhos que gostam de visitar a sua terra.
      Um abraço.

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  9. Oi Paula!
    As festas e as feiras faziam parte das atividades, de muitas cidades também por aqui, mas hoje em dias bem menos, na terra dos meus pais a festa do padroeiro São João Batista, ainda é muito festejada, e é comum se ver os conterrâneos que veem sempre pra esses festejos, embora estejam morando em outro pais, ou estado, sempre dão um jeitinho de aparecer, e as feiras ainda são constantes e de grande movimento. Seria muito bom manter essas tradições.
    Adorei o post e as imagens também
    Beijos!

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    1. Fátima, que bom que os seus conterrâneos, mesmo morando em outro país ou estado, sempre dão um jeito para vir à festa do padroeiro. Em Forninhos a festa da padroeira, que é dia 18 de Julho, está praticamente acabada! Em 2010 ainda houve uma tentativa de reabilitação, mas foi "sol de pouca dura". Valores mais altos se levantam e também a fé hoje é outra!
      No 15 de Agosto é que muitos ainda comparecem e ainda bem.
      Beijos e bom domingo!

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  10. Seu blog continua com boas e oportunas mensagens. Festas e comemorações de um um lugar que merece todo afeto e respeito! É bom conhecer Forninhos através deste "espaço" de referência!!
    Obrigada, Paula, pela maneira tão bonita de anunciar os bons valores e bênçãos desse pedacinho querido de Portugal!...

    Bom domingo... Muita paz! Beijos

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    1. E a minha tarefa é procurar mais...
      Sobre as feiras que havia em Forninhos nas monografias locais que folheei nada encontrei, mas encontrei tal transcrito na de Forninhos, acho eu que se trata de um ERRO CRASSO, pois falei com várias pessoas de idade e todas são unânimes em dizer que se as havia então realizavam-se no "dia de S. Nunca à Tarde" e eu acredito!
      Beijos.

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  11. Confesso que ainda hoje sinto um carinho muito especial pela Feira Nova e um punhado de lembranças pois era a que estava mais próxima e pelos forninhenses mais apetecida.
    Claro que Fornos era diferente, mas mais para os queijeiros lavradores e madrugadores que ainda era manhã cedo e mal daquele que não tivesse despachado o produto pois o preço vinha por ali abaixo e por vezes tinha de o trazer de volta, embora raramente dada a qualidade.
    Aquando dia de Feira Nova, nas aldeias das redondezas, começava no dia anterior o frenesim dos preparos para a mesma. Havia que acomodar bem os animais, descanso e comida em dobro para irem vistosos, pois era naquela região a mais afamada para o negócio do gado e antes da madrugada aparecer, já de Forninhos partiam a pé grupos com as maiores variedades, vacas, cabras, ovelhas, porcos e galinhas, cereais à cabeça e cesta de ovos no braço, serra acima, passando pelos Valagotes, Prado e daqui já se sentia o pulsar da feira, a algazarra dos agricultores e vendedores.
    Do lado oposto à capela de S. Sebastião, naquela colina de lages de granito, era a parte do gado inundada de vendedores, compradores e intermediário.. Mais abaixo e junto ás carvalhas seculares, sentia-se o cheiro a marrã a cozinhar na sertã para entre dois copos de vinho aconchegar o estomago dos mais madrugadores. Nas pedras que tal ladeavam, recordo bem uma ou outra sardinheira, as oveiras que tinham poupado os ovos para ali arranjarem mais uns "alfinetes" para as filhas casadoiras e a circundar tudo isto, os tendeiros com um não sem conta de artigos para o corpo, a casa e lavoira.
    Muitos de entre aldeias vizinhas ali conviviam e conversavam como era apanágio em volta "de mais uma rodada" de tinto, falando das vidas amigavelmente e regressando "satisfeitos" a suas casas.
    Apenas receava que as calças compradas não me servissem ou as botas ficassem apertadas e em tal caso ter de voltar na próxima feira, a pé, esperando que a troca fosse acertada.
    Medo tinha aquando se ouviam os gritos de "acudam" pois havia desaforos a serem julgados na ponta dos varapaus entre gentes mais rudes de alguns locais e ali esperavam o ajuste de contas, quase sempre brindado com sangue...
    Outros tempos que agora nesta feira se resumem no bom comer e beber do Zé Pequeno.

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  12. Uma das minhas lembranças mais antigas é a de ficar à espera que o meu avô, Antoninho Matela, voltasse da feira do St.º Ildefonso com um bolo de azeite e como sabia que eu gostava oferecia-me sempre uma boa fatia!
    A 1.ª vez que fui ao St.º Ildefonso o que mais chamou a minha atenção foi o cambeiro com chouriças, oferendas ao Santo.
    A feira dos Vinte de quando eu era miúda e devo lá ter ido três ou quatro vezes, pois era/é só uma vez no ano, tinha carrinhos de choque. Na vinda ia-se sempre ao penedo da francelinha. Quando se vinha da Santa Eufémia a mesma coisa.
    As feiras e festas serviam também para visitar locais de referência.

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  13. É muito bonito o que vcs fazem divulgando a história , para que nunca morra, é triste o desleixo com nossa história.


    beijinhos e boa semana.

    http://eueminhasplantinhas.blogspot.com.br/

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    1. Exactamente Simone. Porque é triste ver a nossa história e tradição mal contada é que não devemos desistir de pôr os pontos nos "is".
      Boa semana e beijinhos.

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  14. Boa tarde, é maravilhoso as festas tradicionais continuarem bem vivas, fazem parte da cultura e da historia do povo, se não existir quem se interesse em manter estas festas, já tinham sido absorvidas e esquecidas, por aquilo que chamam de evolução.
    AG

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    1. Infelizmente o "progresso" já empurrou bastantes festas de Inverno para o Verão e aqui eu culpo o povo. Mas ainda bem que há povos que acham que ainda vale a pena fazer as suas festas nos dias próprios, mesmo sabendo que haverá menos gente e menos receitas!
      Saudações com amizade.

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