Ultrapassada a fase de alargamento territorial e imposição religiosa, no século XIX e por motivos comercialistas, surge a grande vaga rumo ao Brasil, um acto de coragem em arriscar o bem estar familiar e social, em prol de outros anseios económicos e para tal sacrificar o "pé de meia" guardado com sacrifício para algum "achaque" que viesse.
Assim começou a "diáspora " portuguesa tantos séculos atrás, fazendo jus ao termo grego que seria a dispersão de qualquer povo ou etnia pelo mundo. Hoje, a pátria Lusa tem cerca de dez milhões residentes e cerca de cinco milhões (contando com os luso-descendentes) espalhados pelo mundo.
De Forninhos partiam quais fidalgos de pés e mãos encardidas, escondidas no fato a preceito para impressionar na chegada, mas orgulhosos de serem gente de bem, que eram!
Paralelamente à América do Sul, a do Norte também "acenava" convidativa por fervilhar de riqueza na altura para quem para tal tivesse engenho e arte.
Começam a aparecer as "cartas de chamada", quantas vezes forjadas. O meu avô Francisco, por exemplo, para lá abalou e felizmente voltou pensando trazer com ele uma fortuna, mas apanhou a recessão da América e os dólares pouco mais valiam que uma cavaca de pinheiro na lareira.
Males que vêm por bem, caso contrário não teria conhecido este meu avô, conjuntamente com meus pais, a melhor coisa da minha vida na altura. Foi e voltou para a sua casa, coisa que outros tal não puderam fazer.
A maioria adoptou a nacionalidade dos países que escolheram para viver e apenas uma maioria ia regressando, subsistindo traços fisionómicos, nomes de família e costumes transmitidos, parecendo que do outro lado do mar, as raízes se iam perdendo no tempo...
Agora...
Lembram-se de por aqui falarmos da Etelvina de Forninhos, a mulher-homem, brava, lutadora sem medo de nada, nem mesmo pela vida?
Fazia carvão para vender para fora da povoação e teve quatro filhas: Maria Adélia, Maria da Graça, Maria da Conceição e Alzira.
O seu neto Aurélio Fernandes Pereira, encontrou o blog dos forninhenses e enviou-nos do albúm da família umas fotos.
As pessoas mais antigas, dizem que sem desprimor, a mãe dele era a mais nova e a mais bonita de todas.
Alzira, filha mais nova da Etelvina |
Agora digam se não vale a pena por "aqui" andar quando as coisas daqui nos levam até lá e na recompensa e força vem tanta emoção?
Da direita para a esquerda: Olímpia e Beatriz (irmãs de sua avó); os noivos são os seus pais. A moça de preto é a Graça, depois uma prima do pai, a seguir a Conceição, uma avó e tia paterna. A criança maior é filho de Maria da Graça e a criança menor é filho da Adélia.
Na primeira foto abaixo, no portão da casa no Ipiranga, bairro de São Paulo, está a sua mãe, que é a Alzira e as três irmãs da avó, a senhora mais baixa à esquerda da Alzira é a Maria. Na foto do meio, a de branco é a sua mãe e a de preto é a sua tia Maria Conceição. Na última foto está a Conceição e o menino é filho da Adélia.
Graça, filha da Etelvina, vive em Varginha, no Estado de Minas Gerais |
Adélia |
Felicidades para esta família fruto da diáspora e sempre bem vindos a Forninhos!
Post muito bonito, Xico! Gente disposta e corajosa que tudo faz para viver uma vida com dignidade e paz!
ResponderEliminarO meu abraço...
Obrigado Anete.
EliminarEstas páginas soltas do Blog vão por aí...
E nessa filosofia, por vezes encontram destinatários e ficamos contentes pela resposta na volta do "correio". Acho que todos.
Um abraço.
Memórias da dispersão de povos quer por motivos religiosos ou políticos.
ResponderEliminarÉ com agrado ver que não esquecem as suas origens.
Beijinhos.
Tem razão plena, Elisa.
EliminarMemórias de dispersão...
Apenas espero que alguém com sabedoria, explique os motivos ainda hoje vigentes do obscurantismo medieval e em vez de "correr" com a juventude para a "diaspora" imposta, não susteem e tendo por base raízes ancestrais o exôdo e frutificam as raízes Lusitanas...
Beijinho.
Depois da família de Albano Rosário de Almeida, vieram já ao nosso contacto outras pessoas, como o Artur, de Minas Gerais, Brasil, um bisneto de Adelino Esteves, da família dos Serafins de Forninhos; depois, em Agosto último, uma neta e filho de José Urbano, conhecido como Zé da Helena e de Maria Urbano, irmão de Porfírio Urbano e Antónia Urbano. Chegados a Forninhos já sabem que podem encontrar - como encontraram - um primo direito, o tio Porfírio Forra.
ResponderEliminarO Aurélio, neto da Etelvina chega ao blog dos forninhenses através do post “Cruciformes em Forninhos?”. Tinha visitado Forninhos em 2012 e reconheceu a casa fotografada com as cruzes. Depois emocionou-se com a história de vida da sua avó Etelvina...
E foi a possível presença de Judeus em Forninhos, o interesse aos cristãos-novos e os resquícios deixados pelas comunidades judaicas, que trouxe também até nós o sobrinho-neto de Francisco de Andrade Campos, de Dornelas.
À procura da família Cardoso Ferreira Tavares, da aldeia de Colherinhas tivemos o contacto de uma Gerontóloga que estava a acompanhar um Senhor que se chama António Cardoso Ferreira Tavares, que em tempos foi alfaiate em Angola, com uma história de vida magnífica, contudo, por a sua memória recente estar bastante fragilizada, queria saber se esse Senhor ainda tinha família nessa aldeia.
Segundo apurei e isso transmiti era irmão do Joaquim alfaiate, de Colherinhas.
Outros contactos houve, contudo pela distância e tempo decorrido estes são para mim os mais especiais. Portanto, desde o início que vale a pena por aqui andar e não há dinheiro que pague isto!
Ao contrário do que duas ou três vozes dizem por aí... eu continuo a ver o blog dos forninhenses como um veículo de transmissão para quem o lê; e se temos hoje visitantes que observam pormenores que os sensibiliza tal deve-se a nós (desculpem uma vez mais a imodéstia).
A história de todas as famílias forninhenses que emigraram não cabe no espaço de um blog, mas é bom que os forninhenses saibam que a diáspora vai muito além de uma mera compilação feita por doutos!
A filosofia do Blog continua a sua senda e esta passa e deverá passar na sua continuidade; um serviço cívico comungado por variados continentes. Daqui levando cumprimentos, de lá recebendo saudades e perguntas.
EliminarAinda hoje, uma hora atrás e da América do Norte ligaram: "..já lemos e as filhas da tia Etelvina eram assim...".
Tal como do Brasil e deste continente.
As estórias e histórias susceptíveis de serem partilhadas para ainda maior solidez dos alicerces que ergueram Forninhos, serão sempre muito bem vindas e divulgadas. Esta terra que vem do tempo dos tempos, sempre teve arcaboiço para passar com desdém, ao lado de tempestades e tal continuará. Mais forte agora na era moderna que outrora mais amordaçada.
Os netos e bisnetos desses que outrora tiveram de partir, procuram agora a "semente" das suas origens...
Adorei estas fotos que em boa hora vieram de tão longe, tal como outras já publicadas e em arquivo, remetidas por descendentes genuinos de Forninhos, com relatos tão diversos que nos permitem quiçá um dia escrever a autentica genética forninhense, alicerçada em base sustentável.
Tal como a diaspora, escrita com sangue, suor e lágrimas.
Mas com honradez e amor, na sinceridade das palavras.
Quando a história é entregue a pseudo-historiadores é natural que a contem segundo o ajuste monetário, mas nem todos somos iguais e ainda bem. Para mim não há dinheiro que pague isto e ainda que custe algum esforço, tanto melhor que seja assim. É da maneira que dou mais valor ao que consigo!
EliminarXico, muito interessante o percurso dessa família. E que dizer dos olhos azuis de Graça?
ResponderEliminarBeijo e bom fim de semana.
E quanto aqueles lindos olhos podem contar...
EliminarPunhados de vida!
Beijo, Nina.
Boa tarde Paula, muito bonito e emocionante este relato sobre a Diáspora!
ResponderEliminarFilhos de Forninhos que longe procuraram outro "futuro" melhor e que não esqueceram a sua terra ou os seus descendentes que dela se sentem orgulhosos!
Ontem como hoje tantos que continuam a "emigrar" em perseguição dos seus sonhos, onde labutam também com sacrifícios (embora os tempos sejam outros) deixando a família de coração partido!
Mas voltando ao que relata: vê como vale a pena continuar aqui e como é gratificante saber que lá longe alguém reconhece o vosso trabalho em favor de Forninhos;))?
Continue, sempre!
Bom fim de semana.
Bjs para si e Xico.
Ailime
Sem dúvida e se pensarmos bem o que vem de longe é que merece ser publicado neste espaço, Ailime.
EliminarConfesso que me sinto muito feliz pelo facto de saber que um simples blog chega bem longe e pode proporcionar-me contacto com tantos netos dos naturais da terra que emigraram.
Aqui só está a prova de que a nossa terra é para muitos um ponto de referência, um elemento crucial de identificação, isto tanto para os que lá nasceram e de lá partiram, como para os que, não tendo nascido lá, traçam a sua genealogia a partir de quem lá nasceu, viveu e morreu.
Bom fim de semana. Bjs**
Um belo texto, muito comovente, sobre a diáspora portuguesa.
ResponderEliminarSempre achei que quem abandona a sua terra, (sem nunca "abandoná-la"), ou é aventureiro, ou então terá profundas razões para fazê-lo. Infelizmente, Portugal nunca conseguiu oferecer as melhores condições aos que aqui nasceram. Tiveram por isso, de abalar....situação que voltou a acontecer nos últimos anos.
Felizmente o seu avô voltou; se não fosse a recessão, às tantas teria lá ficado, e não haveria Xico para contar a história.
Muito bonita a história desta família, com belas fotos com vida dentro, que o sr. Aurélio decidiu partilhar. Lindas memórias de família.
Bom fim de semana!
xx
Pois...o Xico tem tido muita sorte na vida, embora com muitos "ses".
EliminarNão sei se a Laura sabe, dias depois de ter nascido fui dado como morto, baptizado de noite para poder ir para os "anjinhos". Levava comigo para debaixo da terra no dia seguinte o nome dos meus avôs, Francisco e António, o mesmo que hoje consta no Cartão de Cidadão.
Tipo "diáspora" de uma viagem ao "outro lado".
Este meu avô Francisco, era o mais novo de oito irmãos e tal como muitos outros andou na "demanda" de novas oportunidades se bem que para uma aldeia, tinha terras que lhe permitiam ser considerado uma pessoa bem remediada. Um "apessoado" que gostava de ostentar a sua camisa branca de colarinho engomado e a sua gravata preta.
Era respeitado!
Mas sempre a todos tratou por igual na terra, daí a estranheza de ter emigrado para as Américas. Apenas acho que além de temerário, era aventureiro sendo que em boa hora voltou e como dizia, "foram os anéis, ficaram os dedos...".
Abençoados por os ainda sentir firmes nas minhas mãos de criança em que todos os dias ia a casa dos meus pais, ao lado, levar-me com ele para onde fosse; gostava de mim e sabia que ele era o meu herói.
Tinha alguns toques de boemia, tocando a sua guitarra no acompanhar de cantadas a algumas meninas desejadas, tipo serenatas.
Um ano antes de morrer, ficou comovido ao ver que no seminário tinha aprendido um pouco a tocar bandolim. Aqueles dedos ainda tentaram compor a posição dos meus na escala, mas esta era diferente e sei que gostou...
Disse-me depois que na América o instrumento chamado de banjo, era tão popular como cá a guitarra portuguesa e aí ia contando coisas da travessia marítima tão longa, com fome e mortes a bordo, da febre do ouro e das intensas saudades das suas terras e rebanho, do seu vinho e filharada.
E quando os colegas seminaristas me perguntavam porque razão era tão moreno, respondia copiando a pose altiva do meu avô:
" Sou neto de peles vermelhas, meu avô andou por lá...".
Índios e cowboys...
Es cierto; muchos dejaron a su Familia y a su Pueblo detrás con el propósito de volver algún día y, desgraciadamente, no pudieron llevar a cabo su cometido; quedándose para siempre postergados en su nuevo lugar sin tener opción para volver a su tierra de Nacimiento.
ResponderEliminarMaravillosa Historia y Fotos de Etelvina.
Siempre es un placer visitar y recorrer las Historias de vuestro espacio.
Abraços.
Boa tarde, amigo Pedro.
EliminarDe facto uns por "lá" ficaram sem meios para poder voltar ou por tal não quererem. Vidas sofridas em "que vir de mãos a abanar, vazias" era motivo de vergonha. felizmente que também hou ve o oposto.
Recordo de meados dos anos sessenta doi grandes amigo que até tinham uma vida razoável em Forninhos com terras próprias para trabalhar e assim viver.
Foram vendo a aldeia a ficar vazia pois abalavam os mais necessitados ou audazes mais para a França e alguns para a Suiça e Alemanha e alguns que outrora para eles davam a "jeira" (trabalho ao dia), começavam as construir casas novas.
Entre eles os dois combinaram ir a "salto" até França. Tiraram o bilhete de identidade e em Fornos de Algogres aguardaram o comboio que os levaria próximo de Vilar Formoso, pois tinham de sair antes da fronteira e entregar o destino aos "passadores".
Nem o barulho e cheiro da locomotiva do comboio, apagava a dor da despedida, aqueles gritos de mulher e filhos num adeus quiçá eterno.
Subiram ambos calados, vergados pelo peso da emoção e nem se olhavam naquele silêncio brutal.
Apita o comboio para a partida e começa acelerar.
É nesse instante que se olham com lágrimas e...
Saltam do comboio em andamento!
Aqueles vinte quilómetros até casa, percorridos a pé, levaram mais tempo do que chegar perto da fronteira.
Em cada taberna das aldeias por onde passava, era momento de festa.
Como foi o regresso da diáspora de sentimentos.
Abraço, amigo.
Gostei de ler, sim senhor!
ResponderEliminarUm pouco do que aconteceu também a muitos açorianos, mais perto do Canadá.
Em 1900 o meu avô materno viajou até aos EU, regressou 2 anos depois e voltou em 1909, por outros 2 anos. Depois nasceu a minha mãe, a última dos 4 filhos, e já não voltou a embarcar.
Dos parentes que foram para o Brasil e para o Canadá, alguns nunca mais voltaram. Agora só vêm alguns, apenas de visita.
Adorei os bonitos olhos azuis da linda senhora!
Bom domingo.
Ainda bem que gostou.
EliminarParece que finalmente as pessoas começam a te tempo para reflectir.
Não sei se pelo turbilhão que envolve o mundo actual ou se pelo simples facto de introspeção: "quem sou, de onde venho...".
Sinais.
A internet tem este poder, é um facto, mas é preciso saber aproveitar e partilhar.
E Portugal, a mais velha nação da Europa, quase podia ter como sua a palavra "diáspora", tal como a "saudade", tal como o "fado".
Do continente para as ilhas e destas para o mundo em caravelas.
Aqui, neste espaço, as caravelas são uma coisa preta com letras brancas, um teclado.
Haverá porventura coisa mais linda que ter respostas a perguntas inocentes e expectantes de filhos, netos e bisnetos:
" como eram os meus avós, conta, conta...".
Ou dos vizinhos:
"tens tido notícias, dizem que...".
Ou, olhando estes olhos azuis:
"ainda me lembro dela, ainda está viva, como ela veio aqui parar?".
E depois o desenrolar de histórias:
"naquele tempo íamos aqui e ali, lembro como se fosse hoje...".
Beijinho, Teresa.
É verdade, Xico. A blogosfera aproxima as pessoas... quando estas são atentas e interessadas (que é o meu caso!!!...) Estive um pouco arredia para dar mais atenção ao meu irmão, que esteve connosco 3 meses, mas já regressou a S. Miguel. Mas visitei os seus blogues, por vezes tive de fazer leitura transversal... mas prometo não me dispersar.
EliminarEste seu texto é lindo... toca a publicar livros! Cá em casa dizem-me para o fazer... mas, como?
Xico, a minha filha mais nova (agora com 37), chorou, com 5 anos, porque queria ter conhecido o meu pai, que morreu quando eu tinha 18 anos. Chorou a ver os filmes em que ele aparece. Sempre filmei e fotografei TUDO! Tenho histórias da minha mãe filmadas... uma verdadeira fortuna, para mim!
Bem!, isto é conversa longa... um dia, lá para o tempo ameno, havemos de combinar o tal encontro. O meu marido alinha... e eu levo a sobremesa... ou o folar de carne transmontano!...
Beijinho
Enquanto fico a sentir as sua palavras e tais "moer", iremos com toda a certeza meter a conversa em dia.
EliminarDe tal não tenho dúvidas, e venha o folar, que vinho e carinho não faltará...
Beijinho, Teresa.
Boa noite Paula e Xico,
ResponderEliminarComo ambos repararam decerto, no meu entusiasmo ao ler este excelente relato, nem reparei que tinha sido publicado pelo Xico. De qualquer forma agradeço à Paula que fez o favor de me responder e ao Xico peço desculpas! Como Forninhos é a vossa querida aldeia, na qual me sinto aqui tão bem acolhida, penso que me consideram um pouco como “vossa conterrânea” e que estarei perdoada;))!
Beijinhos para ambos.
Ailime
Ailime, não se "arrenegue"!
EliminarAinda bem que nos confunde, sinal de estarmos irmanados até agora, coisa difícil nos tempos que correm...
Se um leva "porrada" (desculpe a ousadia da língua), a outra parte salta em defeso, se bem que por vezes se discutem diferenças e de que maneira!
Permita minha amiga que apague o seu pedido de desculpas por um sincero obrigada.
Mas muito forte aquela palavra: "vossa conterrânea". É!
Com muito orgulho.
Beijinho amiga
Memórias fotográficas de um tempo e um povo que partiu em busca de pão.
ResponderEliminarMuitos tiveram coragem de regressar às suas origens e acabar os dias nas terras que os viram nascer.
Outros ficaram pelos campos que amaram e construíram as suas descobertas.
Obrigada Sr. Luis Coelho por aqui vir.
EliminarPor vezes aparecem surpresas que se coadugnam com o perfil deste espaço.
Como que momentos do imaginário tornado real de forma abrupta e fria.
Um choque.
A gente ouvia falar de "fulano" e "cicrano" e por tal idealizava como seriam, porque motivo ficaram e outros vieram. estariam mortos?
Como sabe bem as pessos terem respostas de tão longe como as suas memórias quase iam esquecendo.
Xico,
ResponderEliminarMais um post encantador. Que gesto lindo desse rapaz.
Amei as fotos, e a Alzira era uma mulher muito linda. Alipas, toda a família é muito bonita. Olhos lindos da Graça, e com um sorriso muito sublime.
Esse é um dos motivos que esse blog não pode parar. Manter viva, a memória de pessoas e coisas, que fizeram e fazem dessa aldeia, ser muito especial.
Paula e Xico,
Peço desculpas pelo comentário desabafador no post em que vocês contaram sobre o plágio de uma página do Facebook. Fico muito chateada com essas coisas, pois já aconteceu comigo também. Portanto, existem muitas outras coisas maravilhosas, que fazem a grande diferença. Vamos em frente! Rs
Abraços
Boa noite Lucinha!
EliminarQuais desculpas quais carapuça, como aqui se diz. Vamos em frente...
O interesse está na continuidade daquilo a que nos comprometemos, Forninhos.
O resto são "balelas" de quem não respeita as escolas que houve na aldeia,reflexo de nada terem aprendido, muito menos educação...
Vamos ao que interessa. esta saga que nos traz de anos atrás, investigando e escrevendo, vale a pena quando na praça pública condenados, "aparecem" momentos como este e outros passados.
Por tal não iremos parar, sabendo contudo o risco de em algumas mentalidades "responsáveis" que vivem no antigamente por interesse, se trazerem a terreiro evidências sérias, muito sérias!
Beijinhos, Lucinha.
Como deve estar lindo o seu jardim...
As décadas de 50 e 60 do século passado foram anos de muitas mudanças. Foram os anos da grande emigração o que significou grandes alterações na vida diária da aldeia de Forninhos (e de tantas outras). Foram anos de mudança de hábitos e de outra qualidade de vida. Disso, volta e meia, se falará por aqui e quem não gostar de nos ler, dos temas, comentários... tem outras opções... a net dá para todos e para todos os gostos!
ResponderEliminarJá quem gosta e por aqui está atento recorda ou fica a saber como era a vida em Forninhos há 50 e tal anos e é isso que me interessa mais: homenagear aqueles que fizeram da minha aldeia um lugar especial.
Eu nunca me canso de falar das pessoas antigas da minha terra e cada vez mais quero saber das famílias forninhenses que partiram para terras longínquas e que não voltaram à terra que as viu nascer.
Às pessoas que nos copiam (para fazer brilharete no facebook) aconselho-os é a que perguntem aos pais ou aos familiares mais velhos, quem era a Etelvina de Forninhos, a mulher-homem que fazia carvão para vender. Uma vida difícil, muito difícil. Perguntem como era viver em Forninhos na década de 40 e 50 do século passado; mostrem-lhe as nossas fotografias, porque eles vão gostar de saber das filhas da Etelvina que partiram para o Brasil ainda meninas e deixem aqui algo a este neto de Forninhos, que adoraria saber tudo sobre a sua família forninhense, pois quer contar aos seus filhos (que ainda não tem) sobre as suas origens.
Já diz assim o ditado:
"Vive-se recordando e recorda-se vivendo".
No pior do viver recordando, é o não saber viver.
EliminarExemplos de passados de ancestrais pessoas necessitadas pelas circunstâncias da época, não é vergonha, pelo contrário, honra agora esquecida, infelizmente.
Alguns, agora e mesmo nem tendo sido emprenhados nas terras de Forninhos, trazem as pedras que por ali e acolá disseminam.
Uma afronta!
Aonde trazem o sentimento, a genuidade e ancestral linguajar de um povo?
Se as rochas falassem, há muita que algumas cabeças partidas, dormiriam nos braços das moiras encantadas; ou das mouras desencantadas...
Peço a um senhor adoptivo (pensa ele..), respeito!
E um desafio: sendo Dornelas tão próxima e com boas relações com esta terra, qual o motivo porque não realça a sua terra Natal?
Por vergonha não será, pois Dornelas é "grande" e respeitosa.
Desculpa paula o desabafo, mas quando os fantasmas se presumem vivos..que vão para o inferno!!!
Se ao menos Dornelas fosse a sua terra natal - que não é - ainda poderia haver alguma ligação sentimental às pedras e à história da nossa serra...mas eu já perdi muito tempo com esse sr. e só estou resolvida a perder mais se o mesmo fôr filho ou neto da diáspora.
EliminarLindas fotos. Convivi muito com esta família, pois eram nossos vizinhos e tinham um terreno em Valongo junto do nosso; vivivam numa casa térrea, que hoje pertence à Olívia. No início dos anos 60, fui-me despedir da Alzira juntamente com o Dr. Ezequiel da Quinta da Ponte, numa casa junto à Igreja de Santo Condestável em Lisboa. Até hoje nunca mais tinha sabido nada desta família. Felizmente hoje há Net que faz destes milagres. Um grande e saudoso abraço para esta família.
ResponderEliminarSabe que foi através dessa casa térrea que o Aurélio, filho da Alzira chegou até nós, mas ele esteve em Forninhos no ano de 2012 e até junto da tia Olívia. Na altura já queria saber mais sobre este lado da família, mas ficou com um pouco de vergonha de perguntar...
EliminarEste neto de Forninhos sabe que a avó Etelvina faleceu quando a sua mãe ainda era pequena e ficou só, pois as irmãs estavam já no Brasil. As pessoas desse tempo contam que ela ainda ficou na casa e aos cuidados do meu tio José Matela que foi, acho, o seu tutor. Talvez por isso o meu primo Ezequiel (sobrinho de José Matela) se tenha ido despedir dela.
Entretanto, palavra puxa palavra, fiquei a saber que a família dos "Matelas" ainda acolheu em sua casa outras crianças orfãs. É de louvar a atitude desprendida desta família e é pena estas coisas ficarem cobertas pela pátina do esquecimento como diria o falecido Sr. Pe. Luís de Lemos.
ResponderEliminarBenajas Aurelio por mandares fotos tao lindas da tua familia.
Ainda conheci a tua avo Etelvina, uma mulher alta de saias compridas de chapeu na cabeca.
Nao me lembro da Graca da Conceicao da Adelia mas sim da tua mae
Alzira porque penso eu quando morreu a tua avo ela foi viver para casa dos Senhores Matelas que eramos
vizinhos,fomos amigas e quando partiu para o Brasil chorei de saudade.Obrigada mais uma vez por nos
recordar velhos tempos.Um abracao da NATALIA CAVACA.
Lindo! Nessa altura os valores da amizade eram muito fortes na nossa terra!
EliminarQuanto ao que contas: conheci avós que criaram netos, pelo facto dos pais terem emigrado, mas não me lembro de casos como o da Alzira, aliás, sequer imaginava que lá bem para trás havia em Forninhos quem acolhe-se os filhos orfãos. Com certeza a Alzira já não tinha avós, mas como eles diziam (os nossos avós) há males que vêm para o bem, pois assim juntou-se à família no Brasil.
Quantas histórias haverá por este Portugal fora iguais à da Alzira?
Beijos e obrigadinha pelo comentário, Maria Natália ;-)
Um abraço Natália.
EliminarValor enorme, tem esse blog, por tudo que vem apresentando, desvendando... Essa é a verdadeira historiografia que vai acontecendo. Sei bem a emoção que é, poder mostrar essas imagens, essa bela história de família. Considero-me filha da diáspora, por descender de famílias portuguesas que vieram para o Brasil, possivelmente em busca de "vida melhor".
ResponderEliminarO blog torna-se um elo entre as pessoas espalhadas por todos os continentes. Há dias recebi, por e-mail, o desenho de uma Igreja que é a cópia da Igreja do Engenho Tamatanduba que eu havia publicado no meu blog, em 2011, em Saga de Uma Família, onde relato toda a saga de minha bisavó com os filhos, quando emigraram do Rio Grande do Norte para o Ceará. No tal engenho havia vivido meu bisavô, português, que foi assassinado por um desafeto. O desenhista pede autorização para publicar o tal desenho em seu blog. A igreja está em ruínas.Estive lá em 2007 e tirei muitas fotos. O blog dele chama-se Ruínas e outras Igrejas. Autorizei em seguida.
Essa postagem - Diáspora - tem um valor inestimável. O "Blog dos Fornienses" é um veículo quem vem trazendo grandes belos frutos.
Parabéns, Xico e Paula.
Abraços,
da Lúcia
Daqui, boa noite Lúcia.
EliminarO tempo tem estado menos agreste, céu limpo, sol e um quentinho agradável, quase cheiro a primavera...por tal a resposta tardia, pois não apetece ficar em frente ao computador...
Mas este tema mexe. Questiona emoções ao ponto de trazer veredictos mal formados (porventura não pelas leis) ou não, na consciência de quem teve de largar da mão aqueles que lhes eram queridos.
Durante anos ou talvez vidas, os primogénitos se foram questionando pelo eventual despropósito de os deixar abalar, mas era a vida, ao ponto dos netos chamarem pais aos avós...
Foram coisas reais que com suor e lágrimas foram moldando, melhor, empedernindo a alma de um povo.
Quem sente as suas raízes, tem obrigação moral de partilhar memórias das suas glórias. Tal aqui e em situações maioritariamente adversas, tentamos espalhar a corajosa saga dos nossos.
O seu comentário maravilhoso, é um autêntico post. Irmão do nosso.
Familiar, diria, até pelo seu bisavô ser português e os seus relatos suscitarem a curiosidade ...
Acredite Lúcia, somos um blog pequeno que nos dá ânimo e um orgulho imenso ao sentirmos que somos ouvidos em tantos lados.
Uma pergunta numa procura por e-mail tentando encontrar a eterna pergunta de quem eu sou...
Hoje, mais uma vez, a TVI, importante canal televisivo português, veio até nós, Blog dos Forninhenses (que acompanham) solicitar eventual ajuda para um programa do próximo dia 5 de Fevereiro, intitulado " Eu criei os meus netos".
Ficamos felizes e um pouco recompensados.
Nós tão pequeninos...
Beijinho, minha amiga.
Para grande surpresa dos dois, a TVI contactou-nos pela 3.ª vez. A primeira vez foi para abordar "O segredo do nosso amor"; a 2.ª vez "Casamentos de ontem e de hoje" e a 3.ª vez (hoje, porque estão a preparar o tema "Criei os meus netos".
ResponderEliminarO jornalista diz isto: "...procuramos avós que tenham criado sozinhos os netos pelo facto dos filhos terem emigrado.".
Agrada-me muito o tema e era bom Forninhos aparecer porque o merece mais que outras terras (julgamento meu, claro!), já que teve muitos avós que criaram os seus netos quando os filhos emigraram, é certo que a maioria já faleceu, mas ainda há 2 ou 3 avós que podem contar como foi...
Fica assim divulgado o pedido aqui n´O Forninhenses.
Para terminar sublinho esta frase da Lúcia: "O desenhista pede autorização para publicar o tal desenho em seu blog.".
Pois...não custa nada pedir autorização para publicar algo que sabem não lhes pertencer.
Obrigada Lúcia e um abraço meu tb.
Bom sinal para o Blog pois tais interesses publicos demonstram que vale a pena continuar o trabalho.
EliminarCompreendo a dificuldade em satisfazer o pedido da TVI, atendendo a que poucos avos devem restar e mesmo esses sendo esclarecidos e querendo, devem ter netos e bisnetos a quem tal nao agradaria verem exposto agruras e sofrimentos de outrora.
Novos fidalgos...
Que interessante sua matéria. Os avós de meu pai vieram de Portugal pra cá e trabalharam muito para construir a cidade de Mostardas, aonde nasci. Hoje temos uma linda cidade graças ao desbravador João Luis de Araujo. Lindas fotos de grande pessoas.
ResponderEliminarBjos tenha uma ótima semana.
Portugueses que palmilharam o mundo num desafio imortal.
EliminarCada canto do mundo ainda continua com o seu perfume de gente capaz, trabalhadora e honesta.
Por mais que queiram denegrir o povo Lusitano, havera sempre a imagem sentimental de um antepassado contado em historias, em cada um dos continentes.
Estava escrito nos livros que tal assim seria...
Beijinho, Anaja.
O interessante é ver que ainda se vê a história que lá do passado
ResponderEliminarveio infuenciando a todos nós , nos dias de hoje .
beijinhos
http://eueminhasplantinhas.blogspot.com.br/
E continuara a influenciar, Simone.
EliminarNao fora Portugal a mais antiga nacao da Europa.
Beijo.
Um excelente artigo que infelizmente li hoje, dia do falecimento do meu tio no Brasil, tio esse que nem eu nem a sua filha um pouco mais nova que eu, chegamos a conhecer pessoalmente!
ResponderEliminarComo se dizia antigamente; "o Brasil e a terra do esquecimento", para alguns como o meu tio foi-o, embora por razoes que podem ser diversas de outros!
Estou muito triste, por isso este artigo fez-me comentar!
Um abraco de amizade.
Lamento a coincidencia, amigo Albino.
EliminarMais ainda pelo facto de o destino ter privado a filha do seu falecido tio de sentir o colo do pai. Por vezes o mundo mostra crueldade..
Aceite um abraco.