Tradição levada para os Açores pelos primeiros colonos, a festa do Espírito Santo terá sido fruto da devoção que a rainha Santa Isabel dedicava ao Divino Espírito Santo, sendo que a ocorrência de catástrofes naturais, o isolamento das ilhas aliado à fama dos milagres operados pelo Espírito Santo, contribuíram para o que culto ao Divino se desenvolvesse e fosse levado pelos emigrantes açorianos para terras distantes e está de tal modo entranhado no viver e no sentir das gentes açorianas que aqui deixamos meia dúzia de imagens enviadas pela Natália, que também usa "M.D." para se ter uma ideia do prestígio da Festa do Espírito Santo nos EUA (Rhode Island), onde ainda hoje são repetidas as antigas cerimónias com muito fervor pelos emigrantes devotos católicos:
Como símbolo da Terceira Pessoa da Trindade, a coroa é objecto de culto,
mas de um culto paganizado,
onde a Igreja desempenha um papel reduzido,
limitando-se a abençoar a casa do "Imperador"
Converte-se em altar o espaço, armado de cetins, flores, velas, coroas
e bandeira do Espírito Santo
Como podem ver, o dia do Pentecostes é festejado popularmente, todos os distintos visitantes da casa cantam canções ao Espírito Santo, toca-se e baila-se. Estas festividades têm características diferentes de ilha para ilha e até de povoação para povoação, mas todas têm em comum a coroação do "Imperador".
Em primeiro lugar agradeço à colaboradora M.D. por partilhar esta tradição connosco, pois é sempre interessante saber a origem, história de determinadas festividades tradicionais.
ResponderEliminarNa nossa aldeia, mas com características diferentes, temos há séculos a festa do Divino Espírito por ali na era de 1720 ter sucedido um “Milagre”, mas se recuarmos ao passado longínquo, acho que o “Milagre” poderá estar ligado antes ao Espírito Santo.
Quanto mais leio sobre as tradições do Espírito Santo, mais me convenço que a "nossa história" pode estar mal interpretada.
Parabéns e obrigado, Paula. Sempre aprendo, visitando este espaço. Abraços.
ResponderEliminarGilson.
Fico agradecida por visitar este espaço e aprender. Foi com “o novo blog” que também eu aprendi tudo o que sei sobre a antiguidade da minha terra, além disso, sinto que não sou a pessoa que escrevia no removido blogforninhos, mantenho os mesmos valores, os princípios e aquilo em que acredito, mas sou hoje uma pessoa diferente. Cada coisa a seu tempo e na sua idade, sempre ouvi isto à minha mãe e é verdade. Depois eu gosto imenso de ler e escrever e imagino-me sempre cheia de curiosidade por conhecer melhor a minha terra e a gente antiga que por cá habitou. As pessoas de agora, essas, eu “conheço-as de ginjeira”.
EliminarEstas fotos foram tiradas no dia 25 Sexta feira no salao da igreja. O Sr. Padre esta a benzer a carne, o pao, vinho e a massa sovada que sao uns bolos doces. Contam os Acorianos que esta tradicao vem do tempo da Rainnha S. Isabel. Ia a ver uma guerra entre pai e filho, entao a rainha fez uma promessa ao Espirito Santo se nao houvesse guerra ia dar comer a todos os pobre da terra, aconteceu o milagre nao houve nada de mal. Fez a festa com toda aquela gentinha e punha a coroa dela em cima ds cabecas das pessoas.Esta tradicao foi para os Acores onde e bem celebrada tanto la com aqui nos U.S.A. Depois da Pascoa comecam as domingas como eles lhe chamam, sao 7 semanas uma em cada casa onde fazem um altar com a coroa e a bandeira, vai a familia e convidam pessoas amigas rezam o terco e cantam versos ao Espirito Santo no fim todos comem e bebem do melhor. No Domingo vai a familia com as pessoas que eles querem , o Sr. Padre faz a coroacao rezas as oracoes e poe a coroa em cima da cabeca das que querem receber o Espirito Santo, Depois vao comer as sopas e a carne. E assim que fazem com as 6 domingas, no dia do Espirito Santo ou Pentecostes juntam-se as domimgas todas vao para a igreja onde vai coroar a 7, no fim vai toda a gente que gostem comer as sopas, mais tarde ha o sorteio das domingas para o ano que vem. Em todas as casas que esteve a coroa e bandeirs toda a gente da um esmola e as vezes fazem um leilao para juntarem dinheiro para a igreja. Todos os Acorianos tem em sua casa uma bandeira e coroa. Desculpai por escrever muito, mas tinnha de contar a estoria.
ResponderEliminarHoje ficamos a saber mais uma tradição que tenho a certeza que poucas pessoas conheciam,assim como eu,dà para ver que os Acorianos levam a festa do DIVINO ESPIRITO SANTO mesmo a serio,não fazem as coisas a meio e assim a que deve ser,eu aprecio muito a maneira que a minha tia NATALIA escreve,seja neste post, ou nos outros que ela comentou,porque sei que tudo o que ela diz,vem naturalmente,momentos vividos, hà tantos anos e que ela não se esqueceu e quando é assim,para mim tem muito valor,por isso continue ,porque consigo,tenho a certeza que ainda vamos ficar a saber muito de FORNINHOS, e não so,como foi o caso desta tradição ACORIANA.
ResponderEliminarOlá,Paula!
ResponderEliminarÉ sempre tão bom chegar até aqui e conhecer tantas estórias e tantas tradições! Confesso que também desconhecia o fato de que ainda existem comemorações como essas, do "Divino Espírito Santo", em terras norte-americanas. Achei realmente admirável o fato de que tais festas religiosas tradicionais consigam se manter vivas em lugares de culturas bem diferentes. Sei que aqui no Brasil as comemoraçoes, do "Divino Espírito Santo", são realizadas em vários pontos do nosso país, cada uma com seu jeito próprio de comemoração, que varia conforme a região. Sem dúvida elas sempre são ocasiões muito especiais durante as quais o povo, através de sua religiosidade, exprime o seu jeito cultural de viver e de se relacionar com o sagrado. Festas que hoje são, acima de tudo, preciosas manifestações de fé e regionalidade.
Obrigada, querida amiga, por compartilhar tais conhecimentos e descobertas conosco!
Meu abraço carinhoso pra ti,daqui deste nosso lado do Atlântico! E aqui vão as minhas saudades de Portugal...
Teresa
("se essa lua fosse minha")
Conhecer outras culturas é deveras interessante e esta página é disso amostra. Sobre as comemorações do “Divino Espírito Santo” e ainda do título do “Imperador do Brasil” no outro dia tomei conhecimento através do blog da Anabela Jardim. Sobre as festas açorianas só conhecia a tradição da festa do Santo Cristo, mas pelo que já li as festas do Divino Espírito Santo são candidatas a património imaterial da UNESCO, portanto, é património digno de realçar e os açorianos devem ter orgulho das suas tradições. Mesmo não estando lá (nos Açores) levaram as festas do Espírito Santo para o continente americano e outros locais distantes, como por exemplo, do Brasil e de África. De facto, o povo açoriano é um povo com espírito de devoção, que preserva a tradição e merece admiração.
ResponderEliminarDomingo encima as semanas
Com frutos da tradição
Nas ilhas açorianas
Há o Espírito de devoção.
Não posso deixar de acrescentar que é bom ter aqui a presença do meu irmão e da Senhora minha madrinha. Mesmo estando longe, desta forma estamos mais próximos. Um abraço com saudade aos dois.
Aproveito a ocasião para também enviar um abraço à Teresa do blog “se essa lua fosse minha”.
Madrinha, gostei muito de ver estas fotografias do Divino Espirito Santo que mandou dos E.U.A., está tudo muito bem enfeitado, as coroas são muito bonitas, assim com o seu bonito comentário fiquei a saber a tradição nos Açores no Espirito Santo. E como é bonito ver que os Açorianos que estão na América ainda continuam com esta bonita tradição.
ResponderEliminarAqui em Nafarros - Sintra o Espirito Santo também foi festejado, no Domingo dia 27 de Maio, às 11 horas celebrou-se uma missa com padres de várias freguesias onde eu também estive presente, como não há cá igreja nem capela, a missa foi celebrada no pavilhão desportivo, foi uma missa muito bonita seguindo-se de um almoço também servido no pavilhão para quem quisesse almoçar.
Também nao sabia que o Espirito Santo se festejava noutros sítios que em Forninhos .Aqui onde estou nunca ouvi falar do Espirito Santo . Este altar Com velas ,flores e coroas esta lindíssimo .
ResponderEliminarDepois de Pentecostes e da Trindade,vem o Corpo de Deus não posso deixar passar sem dizer - vos que em Forninhos era bem festejado este dia ,fazia-se a procissão com Jesus Sacramentado dava volta ao povo . Todas as ruas eram bem enfeitadas com verduras ,flores, colchas e outras coisas .Era sempre festejado na quinta feira,pelo facto da Sagrada Eucaristia ter sido intituida por Jesus em quinta feira Santa na ultima ceia , celebrando a primeira missa . E o memorial da paixão,morte e Ressureicao . Jesus e o alimento espiritual para a vida eterna de cada um. Natalia
ResponderEliminarObrigada pela bonita lembrança do tempo que as ruas eram todas enfeitadas para o Senhor. Em anos anteriores a 2010, portanto, antes do aparecimento deste blog, nem já as ruas eram enfeitadas, nem as colchas alindavam nas janelas. Foi a partir da procissão do Dia de Corpo de Deus de 2010 e depois na do Dia da Padroeira Santa Marinha que voltamos a ver algumas colchas a alindar as varandas e alguns tapetes de flores.
ResponderEliminarQuando nós, os que por aqui vamos resistindo, lembramos os costumes desta terra, não temos sequer noção correcta que é aqui que (re)encontram tudo o que estava a cair no esquecimento e em desuso. Só por este motivo (fazer com que continuem a manter as tradições) vale a pena partilhar fotografias e continuar a recordar os acontecimentos do passado.
Este ano, tal como no ano anterior, voltamos a não ter imagens da procissão do Corpo de Deus em Forninhos, pois os que “nasceram nesta terra” que diariamente por aqui passam não sabem partilhar, nem informar. Mas eu sei que ontem na hora que o Senhor saiu do Sacrário para dar a volta à aldeia chovia “que Deus a dava/mandava”, sendo que as colchas com que a Augusta (Joana) alindou as janelas da sua casa para abençoar os passeantes, o palio, capas e as pessoas que acompanharam a procissão se molharam (e não foi pouco) e porque chovia cada vez mais nem sequer foi feito o percurso habitual e assim a procissão não passou por alguns tapetes laboriosamente feitos para este dia (não deu a volta pela Lameira).
Se calhar algum desgosto pela despedida de um feriado religioso.
Oii amei seu cantinho, venha conhecer o meu, grande abraço.
ResponderEliminarhttp://grandeigualdavi.blogspot.com.br/
Então sobre as tradições da Beira Interior Sul , terras de Idanha-a-Nova , ninguém ainda disse nada . Prometo fazer uma postagem no meu bloue , um dia destes . Hoje digo-vos só que na base da colonização açoreana estão beirões .O culto do "Santo Esprito é munto intigo " trazido por Jerónimo de Fiori para Portugal e divulgado pela Rainha Sta Isabel através dos templários "transformados em Ordem de Cristo .Por isso ele está presente em todas as terras que foram pertença da Ordem . Na minha terra há várias comemorações por todo o concelho . A bandeira e a coroa ficam em lugar de culto na casa do principal mordomo ; tem ela muitas fitas que representam cada família idanhense .As fitas pendem todas para um lado .A bandeira tem de entrar e sair da casa onde fica pela janela que tem de estar coberta de linho branco .É uma bandeira muito pesada ... Bem mas não digo mais nada , para lém dos vários "bodos " que existem pelas freguesias , só acrescento que a bandeira tem de estar presente na festa da Srª do Almotão...
ResponderEliminarAb.
Lendo com muita atenção o comentário da “Idanhense”, mais me interrogo sobre as tradições do Espírito Santo (caso de Forninhos). A nossa tradição do Espírito Santo é diferente das que encontramos nas outras terras? Que sabemos nós sobre a história da nossa festa? Sabemos da fama do milagre e, portanto, até é bem possível que o povo tenha feito o pedido ao Espírito Santo para pôr fim à praga de gafanhotos que assolou as culturas pondo em causa o sustento da região.
ResponderEliminarNão descarto completamente a lenda de N.S. dos Verdes, mas coloco na interrogativa: como é que não temos um símbolo do Espírito Santo, coroa ou bandeira? Mas como são tão poucos os que se preocupam realmente com a história da nossa terra o mais garantido é que nem vão querer saber.
Obrigada "Idanhense" por partilhar connosco as tradições da sua terra, pois os objectivos da divulgação das terras do interior são comuns.
Um abraço forninhense.