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segunda-feira, 21 de novembro de 2011

O Retratista

Na década de quarenta ou cinquenta, quantas aldeias ou mesmo vilas, dispunham de uma casa de fotografia?
Pois bem, Forninhos teve um fotógrafo antigo a trabalhar na rua, com máquina assente em tripé: o tio Carlos Guerra.

Pena o retratista não possuir cenário

A menina, talvez com 3 anos, com expressão de muita atenção, é a minha madrinha (Natália Cavaca). O menino, que aparenta ter uns 6 anos, é o meu pai (Samuel Cavaca). O seu olhar tem uma expressão viva, atento ao fotógrafo...olha o passarinho!
Há sessenta anos não era vulgar as pessoas gastarem dinheiro com retratos e só os mais endinheirados o faziam. Curiosamente os meus avós tinham possibilidades de ir ao retratista.
Ainda bem que tiraram este retrato.

18 comentários:

  1. Que linda fotografia! Quem diria que dali sairia o melhor jogador de sueca de Forninhos e arredores.
    Sem duvida que do "baú" da Paula estão sempre a sair coisas que vale a pena ver e relembrar.
    Já agora aproveitava para enviar os meus pêsames à família e amigos do "Nelo Peleira" que, infelizmente já nos deixou.
    Amigo Nelo, até um dia... (Miguel "GIGAS")

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  2. Boa noite a força de uma foto,cá está simples mas bela foto, que recordações que ela trás a quem é retratado, o fotografo esse já se foi á muito tempo, mas o seu trabalho predura, quanto aos que estão na foto os que eles eram e o que eles são. o relógio do tempo não pára nem perdoa. Assim é a roda da vida.

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  3. Pois é, lá se foi mais uma pessoa muito simpática e popular de Forninhos. Tenho guardada uma foto para recordarmos o Nelo um dia destes.
    Hoje abri o “baú”, onde guardo as coisas de valor, para mostrar esta pérola e recordarmos o retratista de Forninhos, tio Carlos Guerra, porque a história faz-se também de recordações.
    Esta é uma fotografia com história… os meus familiares são lindos… nota-se nas caras um misto de ansiedade e atenção para tentarem perceber o que está a acontecer…a indumentária fazia parte de um modo de viver desses tempos…passaram talvez cerca de…60 ou 61 anos e "o melhor jogador de sueca", o Senhor meu pai, faz 67 anos no próximo dia 28.

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  4. Que lindos estão os meus padrinhos:
    Lembro-me bem do tio Carlos Guerra, ele vivia numa casa em frente à casa do tio Maximiano e da tia Deolinda.
    O tio Carlos Guerra alem de retratista, penso eu, que também era amolador de tesouras e arranjava os sombreiros, o que nós chamamos de guarda-chuva, não sei se em Forninhos ainda alguém chama os guarda-chuvas de sombreiros, talvez as pessoas mais velhas ainda os chamam assim.
    Forninhos é uma aldeia pequena, mas é uma aldeia que tem muitas, e boas recordações antigas.

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  5. Do que me lembro do ti Carlos Guerra, ele era uma das figuras típicas de forninhos, homem dos sete ofícios. Também era alfaiate, se bem calha, muitos não se lembram que esta também era uma das suas profissões.
    A minha mulher diz que ainda lhe mandou fazer umas calças para o nosso filho, não ficaram lá muito bem, mas fê-las.
    Na década de 70, quem o quisesse ver, era sentado nas escadas da minha sogra juntamente com a tia Natividade.

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  6. Como diz o Miguel,que linda fotografia, qual maquinas digitais qual quê, não me lembro do tio Carlos Guerra,mas que devia ser um bom fotografo disso não tenho qualquer duvida.Pois é e esses dois meninos é o meu pai e a minha tia Natàlia,que tambem contribuiram e muito para que a foto ficasse linda,estão ali para aquilo e para aquilo mesmo,lol.

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  7. Boa noite .Também me lembro do tio Carlos Guerra,sabia que era fotografo mas do resto desconhecia .Numa aldeia tao pequena ate fotografo havia . O Sr Samuel e a Natalia estão muito bem.Paula continua a abrir o teu baú .

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  8. Lembro-me do tio Carlos Guerra, homem moderno, a ler o jornal no Sr. Virgílio, mas ouvia dizer que foi alfaiate, amolador de tesouras, consertador de sombreiros(percorria as aldeias vizinhas a oferecer aos seus serviços, porque era uma profissão muito útil em tempos) e retratista que trabalhava na rua com a máquina assente em tripé (a distância era sempre a mesma para manter a focagem), profissões que face às ofertas do mundo de hoje, são quase dispensadas.

    Tive a notícia, amigos bloguistas, que faleceu o tio Casimiro (genro do tio Carlos Guerra). A lei da vida faz com que pessoas que fizeram parte da nossa infância partam e com elas um pouco da história duma terra.
    “onovoblogdosforninhenses” apresenta os sentimentos à família enlutada.

    Paz à sua alma.

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  9. Boa noite Paula,

    Não é tanta pena assim que o "tio Carlos" não tenha trazido o cenário. Eram engraçados mas prefiro estes cenários mais genuínos.

    Atenção à conservação da fotografia porque ela parece estar com sinais daquilo que os especialistas chamam de "foxing" (manchas de "ferrugem").

    Até breve
    António

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  10. Paula,

    Essa foto é uma relíquia. Eu amo fotos antigas.
    Eu tenho algumas fotos do passado, meus pais, meus avós e outros familiares. Vou tentar resgatar umas e trazer para mostrar no blog.
    Parece que vijei no tempo com essa imagem. Bacana demais! Beijos

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  11. Embora a foto tenha um sentido pessoal, reparei na falta de cenário porque nessa época só os mais endinheirados dispunham de vários cenários e esta foto é também um documento histórico que ajuda a compreender melhor como era a minha terra e o modo de viver. Nem sei se mais tarde o tio Carlos G. teve cenário ou alguma cadeira e alguns objectos decorativos, como vasos de flores ou os célebres cavalinhos, para embelezar.
    A foto foi tirada na rua, bem perto da casa dos meus avós, e numa época em que não era nada vulgar as pessoas gastarem dinheiro em retratos o meu avô Cavaca “encomenda” este retrato para enviar para a América ao seu compadre Sr. José Saraiva, do verso lê-se “…para os meus compadres…beijos dos pequenos aceite um aperto de mão deste seu amigo José Cavaca. Adeus Senhor José Saraiva. Forninhos. Aguiar da Beira.”. (sem data).

    Gosto de tudo nesta foto (frente e verso).

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  12. Tenho muitas recordações do tio Casimiro, pois quando eu ainda estava em Forninhos ele, e a tia Alzira passavam muitas vezes em frente da casa dos meus pais, tinham sempre uma palavra amiga para dizer.
    Quero aqui deixar os meus sinceros sentimentos para toda a família:
    Esposa, filho, filhas, nora, genros e netos.
    Com um grande e sentido abraço:
    Maria Carau.

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  13. Olá, boa noite.
    Pelo que me coube saber, no dia de hoje e depois de um prévio telefonema com a minha mãe, " faleceu o Tio Casimiro", recorde-se que este grande homem, bom trabalhador que foi e bom amigo.
    Conhecia-o muito bem, Para a família os meus pêsames.
    Este Blog também deve servir para estes momentos.
    José Pires

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  14. Mas ... continuando.
    Muito se fala, mas cenários simples como este de uma fotografia tirada á já muitos anos, por uma pessoa que aprendeu a ser retratista, numa pequena Aldeia da Beira, Forninhos, está muito boa, e reparem, que após todos estes anos a sua ilustração não foi apagada, bom trabalho.
    Bem como não podia de deixar aqui o que muitas vezes ouvi a pessoas mais velhas dizer, que o Ti Carlos Guerra, também foi alfaiate, amolador de tesouras; acho que ainda o conheci.

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  15. Boa tarde .O tio Casimiro e a tia Alzira eram muito boas pessoas ,sempre tive uma grande consideração por eles assim que por as suas filhas, aqui deixo os meus sinceros sentimentos para toda a família .Manuela Pires Cardoso .

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  16. Também aqui quero recordar o tio Casimiro, uma das figuras marcantes de forninhos. Deixou-nos, a sua alma descanse em paz.
    Os meus sentimentos á família enlutada.
    Eduardo santos.

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  17. É cada vez mais complicado ver partir pessoas que fizeram parte da nossa infância e juventude e para a família será, certamente, uma dor maior. Guardo na memória todos esses “velhotes” que passavam na Lameira, nos anos 80, com os carros-de-bois, enxadas ou sacholas ao ombro, molhos às costas...
    Também ficou na minha memória o tio Carlos Guerra pois a sua residência era próxima à da minha família.
    O que terá representado para Forninhos ter um retratista?
    Em todas as terras sempre houve vários pedreiros, alfaiates, costureiras, sapateiros, ferreiros, carpinteiros, latoeiros, barbeiros, comerciantes estabelecidos, mas em 1949/1950 não havia muitas terras com um retratista…estamos a falar de 60/61 anos de distância.

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  18. Parece que o tio Carlos Guerra tinha um pano que colocava por trás do(s) fotrografado(s). Hoje não tenho oportunidade, mas vou tentar saber a cor do pano…branco ou preto??
    Sei que aos Domingos muitos rapazes das redondezas e por vezes de bem longe procuravam os serviços do tio Carlos Guerra para tirar os retratos, como na época se dizia, para a inspecção/ou/tropa. Deslocavam-se de bicicleta, não sei mais que isto, mas é provável que a deslocação e os serviços de uma casa de fotografia ficavam bem mais caros.
    Com o seu talento inquestionável este homem fazia também uns arcos e flechas para entretimento dos jovens, que se deslocavam “em peso” para testarem e aperfeiçoarem a pontaria e se divertirem, claro. Era uma pessoa de grande capacidade que me permite concluir que fazia de tudo um pouco.
    O espírito deste blog não é só dar a conhecer, é também recolher aos poucos informação que o irá enriquecer. Da minha parte, vou procurar saber mais e mais…

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