Sempre houve pessoas que por sua iniciativa organizavam visitas a terras de Portugal (o estrangeiro era impossível) e era ver grupos de aldeões a visitarem geralmente o Norte do País, vestidos com o seu fato domingueiro e melhor calçado...com cestas e alcofas em palhinha onde ia o farnel que daria para toda a excursão...os homens levavam uns tantos garrafões de vinho...eram obrigatórios! Há algumas fotos destes grupos. O Post de hoje mostra precisamente um desses grupos, na década de 60, numa visita a Santa Luzia, em Viana do Castelo:
Quem são as pessoas?
E o que mudou na vida destas pessoas?
A realização de excursões hoje poderá não ter tanta importância, mas no Forninhos de antigamente era a única forma de algumas pessoas conhecer outros lugares.
As fotos de época confirmam os costumes de um tempo. Antigamente as pessoas não sorriam em demasia nas fotos. Observei esse detalhe em outras fotos antigas, mas as suas confirmam. Hoje o mundo é menor porque o tempo de viagem encurta as distâncias, mas conhecer algum lugar diferente, todavia, abre os nossos olhos para a vida, mesmo que seja um local próximo de onde moramos. Um abraço, Yayá.
ResponderEliminarAinda a pouco tempo, meu sogro foi presenteado com uma fotografia deste tipo, uma excursão que levou as pessoas da aldeia à Lisboa.
ResponderEliminarNão nos cansamos de olhar a foto, as vestes, os autocarros antigos, pessoas que já não estão entre nós e daí vieram muitas histórias e recordações.
É pena sermos agora um povo sem memórias :(
Boa semana!
As imagens são um testemunho vivo de cada época e estas têm a marca do seu tempo. Por este blog passam muitas fotografias que servem, sem qualquer dúvida, para fazer a história da aldeia, só que a fotografia ainda não alcançou o status de documento (o tradicional documento escrito, manuscrito).
ResponderEliminarAs aqui publicadas, são de um grupo de excursionistas perfilados para a fotografia, mas a face das pessoas não retrata naturalidade. As pessoas fotografadas que presentemente estão entre nós, ainda hoje têm boas lembranças desses passeios, de bons momentos de reinação. Estes passeios sempre foram animados, as pessoas andavam contentes por conhecer outros lugares, ver coisas diferentes, era um dia em que se não pensava no trabalho, nos problemas, comiam coisas diferentes.
Mesmo os filhos que ficavam à guarda dos avós ou tios tenho a certeza que têm boas lembranças das excursões de outros tempos. Eu lembro muito bem que quando os meus pais iam numa excursão eu só contava as horas e minutos para que chegassem, porque sabia que me iriam trazer um brinquedo, nem que fosse uma simples botelha de plástico para a água com a imagem de Nossa Senhora ou uma pandeireta. Apesar das dificuldades que havia, os pais não esqueciam os seus filhos, mesmo quando iam à feira traziam sempre uma guloseima.
Acredito que muitos dos meus leitores também têm doces memórias dos tempos das excursões. Vamos deixá-las aqui.
Conheço a maior parte das pessoas que estão nestas fotografias, entre elas está o meu pai e a minha irmã Zita, muitas delas infelizmente já não estão entre nós que é uma pena.
ResponderEliminarComo a Paula diz, eu também adorava quando os meus pais iam nas excursões, porque quando chegavam traziam sempre alguma lembrança, entre bonecas, corricas, gaiolas pequenas para os grilos e algumas guloseimas.
Quando a carreira chegava ao largo da lameira as pessoas vinham todas de pé a cantar e a dançar era uma alegria velas chegar.
Bons tempos, tenho imensas saudades de alguns momentos do passado.
Boa noite.Pois eu também me lembra de ir a um passeio desses pelo norte com a minha mae tinha sido um passeio muito divertido quando paramos a noite no Porto para comer e dormir todo o pessoal cantava e dançava .era uma festa entre todos, foi um bonito passeio mas ao voltar para casa paramos em Viseu e a Rosa tinha sido atropelada e teve de ire para o hospital mas nada de grave . vao se os tempos ficam as recordações .
ResponderEliminarBoa noite, as excursões não só um acontecimento na vossa terra, era natural existirem por muitas terras, pois nesse tempo era o único meio de conhecer outras terras e uma forma diferente de conviver, as lembranças que os pais traziam não era nada mais do que um pedido de desculpas aos filhos que ficavam em casa, porque no meu caso antes queria ir do que receber uma prenda.
ResponderEliminarPois é era uma alegria participar, além do passeio era o convívio era uma festa dentro de outra, os picnics que se faziam e o garrafão (mais conhecido pelo KODAC, ou seja máquina fotográfica) de vinho peça obrigatória, as concertinas e o bailarico, velhos tempos que hoje é quase impensável voltar a ver, é uma pena ver como estes costumes também vão acabando por desaparecer com o tempo.
Hoje muitos dos mais novos não sabem porque é que se chamava ao garrafão "máquina fotgráfica", mas aqui fica o porquê, os turistas estrangeiros traziam consigo uma máquina fotográfica na mão, e os protugueses quase sempre era o garrafão eis o porquê de chamar ao garrafão "máquina fotofráfica". Boa noite e bons passeios.
ResponderEliminarOlá!
ResponderEliminarEu também conheço quase todas as pessoas, a minha avó Jesus, a minha mãe (hoje bem mais madura), o meu primo António ali tão pequenino (hoje tem 50 anos), o tio Maximiano com a Emília ao colo, a Sra. Deolinda, o Sr. José Matela, a tia Celeste e tantos outros. Quem clicar em cima das fotos para aumentar consegue melhor “ler” estes dois momentos aqui retratados que demonstram bem que apesar de Forninhos ser uma aldeia pequena, sempre houve um enorme espírito de união entre todos e vontade de fazer mais e melhor.
Hoje também se fazem excursões, ainda se leva o farnel na cesta e o garrafão de vinho, mas já não há brio de ser de Forninhos, se um grupo vai numa excursão; o outro grupo vai noutra; e aquele cartaz que se colocava na carreira que indicava a proveniência “Forninhos” e que ficava tão bem, foi substituído por um número!
A Manuela recorda aqui uma excursão de que eu também tenho memória, deve ter sido a única em que as pessoas não vinham a cantar e a dançar, porque a minha prima Rosa foi atropelada e teve de ficar no Hospital. Os meus pais também foram nessa excursão e eu fiquei com a minha tia Júlia ou avó Coelha e a carreira nunca mais chegava…a minha tia ficou “de rastos”, a minha avó chorava, mas Graças a Deus não foi nada de grave e quando a Rosa voltou os momentos foram de alegria.
ResponderEliminarBons tempos?
Penso que sim, é bom recordar pelo menos.
João,
ResponderEliminarNão acho que as lembranças que os pais nos traziam fossem um pedido de desculpa por não nos levarem, porque nessa altura as excursões nem sempre eram realizadas ao fim-de-semana o que significava que tínhamos escola.
Normalmente era o pároco quem organizava a excursão/passeio e as festas e romarias a maior parte das vezes eram obrigatórias e bem sabemos que o calendário religioso é diferente do calendário civil.
Um abraço
Boa noite.
ResponderEliminarLembrar tempos passados é de um todo uma boa recordação.
Recordações essas que nem todos podemos ter, como se tem dito, os pais vão ou filhos mais velhos, conforme a disponibilidade financeira, os mais novos ficavam em casa, sempre à espera de uma pequena lembrança que não podia faltar.
Estas fotos a Santa Luzia na bonita Cidade de Viana do Castelo, que por acaso já por diversas vezes visitei, é um boa visita para não dizer a sua bela vista sobre toda a Cidade e o mar.
Sinto, não reconhecer toda agente ilustrada nas fotos, mas, penso ainda reconhecer muito nova a Zita Carau mais ou menos ao centro, julgo, por acaso não estará ali próximo a filha da tia Rosa, a Luz?
Não podemos esquecer que naquele tempo também havia mais filhos e era complicado para os pais pagar a excursão para todos, umas vezes iam uns, outras vezes outros, mas outra razão porque os mais novitos não acompanhavam os pais era porque estas excursões eram principalmente para os adultos e as crianças (nós) tínhamos os nossos passeios/excursões da Escola e da Catequese.
ResponderEliminarEu, por exemplo, lembro-me das excursões da Escola e da Catequese ao Luso, Buçaco, Figueira da Foz, Buarcos, Coimbra (Portugal dos Pequeninos), Comímbriga, Fátima, Batalha…e não me lembro participar nas excursões dos adultos.
À 1ª olhadela, a mim também me parece ser a Luz, filha da tia Rosa.
Paula,
ResponderEliminarEssa foto é uma reliquia. Imagino a emoção das pessoas que participaram desse passeio, se vendo nessas imagens.
Recordar é viver! Beijos
Muita coisa mudou na nossa aldeia e na vida destas pessoas. Uns partiram, outros cresceram, outros amadureceram, mas esta gente continua a fazer parte da história desta aldeia e, para mim, é bom recordar e partilhar tão boas memórias.
ResponderEliminarObrigada a quem dá tão belos contributos.
Que alegria era quando saiamos da terra e iamos numa excursao . Na noite anterior nem se dormia de jeito com aquela anseadade de irmos conhecer lugares que ouviamos dizer que existiam mas que nao conheciamos . Como alguem ja disse que se levavam boas merendas e verdade , eu ate me lembro de levar um arrozinho de passaros que era bem saboroso . Hoje comemos tudo o que nos apetece mas naquela altura era so em dias assim. Conheco muita gente da foto mas nao vou dizer os nomes porque os leitores ficam cansados . O nosso amigo Eduardo deve-se lembrar de uma excursao que ele organizou com o pessoal de FORNINHOS A SERRA DA ESTRELA . Que saudades desses tempos. Um bom S. MARTINHO. NATALIA CAVACA .
ResponderEliminarSe me lembro! Natália.
ResponderEliminarEu escolhi o melhor autocarro entre trinta e seis que tinha a empresa onde eu trabalhava. Nesse tempo não eram muito confortáveis, ou pelo menos não eram tão confortáveis como os de hoje, mas este servia, apesar de ser novo não queria subir a serra, deu em aquecer, ainda paramos, creio que por mais de uma vez, talvez algumas de vocês se não apercebessem, mas eu sentia-me muito preocupada, estava a ver que tinha de pedir aos excursionistas para o empurrarem para chegar ao cimo da serra, mas lá fomos. A sua alegria também era contagiante, BONS TEMPOS NÃO ERA NATALIA? Gostava muito de a ver quando vier a Portugal.
Boa noite.
ResponderEliminarÉ bom saber que nalguns tempos houve excursões da catequese e da Escola, para os mais pequenos, assim poderam desde novos conhecer um pouco mais do nosso Portugal lindo.
Apenas me lembro de ir a uma excursão a Lamego, visitar as caves da Raposeira, também gostei e muito.
Um bom copo de espumante, coisa rara.
Bom São Martinho a todos.
Não me diga ed santos que essa carreira da excursão conduzida por si eram umas que havia muito foçunhudas!!
ResponderEliminarTenho guardadas outras fotografias de excursões, mas não há fotografias “da festa” na viagem (no interior do autocarro/carreira). Se alguém guardou alguma e quiser dar um belo contributo para as nossas memórias…
À frente vamos voltar com uma excursão da catequese ao Buçaco para relembrar os passeios da catequese do passado.
Não Paula, não era das fucinhudas, era uma volvo de 1975/76 e este passeio mencionado por M.D. , não me recordo bem a data, mas foi talvez em 78/79, a Natália pode ajudar.
ResponderEliminarAinda não há meia dúzia de anos, estive junto de uma camioneta (hoje chamam autocarro) que possivelmente passava em forninhos nas décadas de 50/60. Essa sim, era fucinhuda, tinha bancos de madeira e os da traseira, eram uns virados para a frente e outros para trás.
Hoje tenho pena não a ter fotografado para a trazer aqui, era mesmo um espectáculo.
Pode ser que São Martinho que também ele foi um viajante “nos ouça” e apareça um dia por aqui um Post com um “topo de gama” da época.
ResponderEliminarEduardo a data da escursao deve estar certa nessa altura eu estava em Viseu. Foi uma excursao muito divertida, a malta do ribeiro e Outeiro foi quase toda. Ainda me lembro da historia que contou o seu sogro, foi a feira de Trancoso vender um burro, um cigano tambem tinha um disse a seu sogro quanto quer pelo burrinho la lhe disse , o cigano disse-lhe fique aqui com o meu que vou dar uma voltina com o seu , esperou esperou nunca mais apareceu o cigano depois o seu sogro trou-se o burro para casa , ao outro dia e que deu conta que o burro era cego. Ficou arreliado e pensou quem quer nao se meta com ciganos.Foi uma alegria nesse dia todos tinham historias engracadas para contarem. Desculpem os erros. Um forte abraco da amiga NATALIA
ResponderEliminarComo não se pode estar com um olho no burro e outro no cigano, o tio Armando ficou prejudicado no negócio.
ResponderEliminarA expressão “com um olho no burro e o outro no cigano” significa ter de estar alerta, com atenção em duas coisas ao mesmo tempo.