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segunda-feira, 25 de maio de 2020

O Dia da Criança está a chegar...

Nasci nos montes,
Outeiros,
Sem pontes,
Nos ribeiros,
Em Forninhos.



Usei burel
E cotim
Fiz moinhos
De papel
Comi mel
De alecrim
e rosmaninhos

Era uma alegria
A gente crescia
Tão feliz
E não sabia...

Fui um petiz
E um muito feliz
Menino...

Ilídio Guerra Marques

Não sei se é um poema, se um texto poético, só sei que contém uma mensagem tão clara, que oxalá que a criança que há em cada adulto, ao longo do seu caminho, seja um petiz e um muito feliz menino.
Gostei imenso.

20 comentários:

  1. Que linda poesia e que cada adulto traga em si um pouco da criança que foi...Obrigadão pelo carinho lá! bjs, chica

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    1. De nada, chica. A vida são nascimentos sucessivos e no dia do nosso nascimento nascemos de novo e voltamos a ser criança, cada dia.
      Bjs

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  2. Um post muito bonito e cheio de ternura
    Abraço, saúde e boa semana

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    1. Essa ternura decerto influenciou a pessoa adulta que somos e por mais anos que passem, são as lembranças da meninice que nos mostram a utopia do mundo perfeito.
      Saúde!
      Boa semana.

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  3. Por momentos, qual num teste de alquima, senti-me voar no tempo.
    Poisei nas coisas sem lugare marcado, tal como o Ílidio diz.
    Éramos a esse tempo crianças que apanhavam gafanhotos e borboletas.
    Tipo andar ao Deus-dará pelos ribeiros e montes, na sua inocente alegria, mero bando de petizes que carregavam nos seu sonhos, o quererem ser felizes.
    Adorei a filosofia poética!

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    1. Espero que esse bando de petizes tenham arrumado os seus brinquedos, mas mantenham sempre os sonhos!

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  4. Bom dia de paz e saúde, querida amiga Paula!
    Petiz e feliz combinam super bem.
    Um poema lindo de suavidade que a criança de um modo em geral precisa ser tratada.
    Tenha dias abençoados!
    Bjm carinhoso e fraterno de paz e bem

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    1. Isso depende muito dos adultos que as educam e nos adultos em que elas se transformarão, por tal é que faz sentido a velha máxima de que "as crianças são o futuro".
      O meu abraço de amizade.

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  5. Boa tarde Paula,
    Um poema lindo, libertador!
    Já me senti assim feliz e também não sabia como poetiza o autor, mas sempre que posso dou asas a essa liberdade rssss.
    Um beijinho.
    Ailime

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    1. Ainda bem, Ailime!
      Nunca deixe de ser criança.
      Os olhos das crianças são os que veêm essa liberdade!
      Beijinho-

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  6. Boa tarde tudo bem?Desculpe o encomodar. Sou brasileiro e procuro novos seguidores para o meu blog. Novos amigos também são bem vindos, não importa a distância. No mais desejo muita saúde para você e sua família.

    https://viagenspelobrasilerio.blogspot.com/?m=1

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    1. Obrigada pelo convite. Já visitei e gostei do lema "Valorizando sua Cultura e Natureza".
      Bom fds.

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  7. Bonito poema! Sim, que as boas lembranças da infância possam animar o coração de cada adulto, afinal, somos muito do que vivemos naquele tempo... Eita tempo de aventuras, curti demais os lances com vibração e “pés nas alturas”, com asas sonhadoras...
    Linda postagem...
    Bjs

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    1. Memórias de infância, quem as não tem?
      Essa infância de cada um, foi com certeza o embrião da semente do futuro...
      Ainda bem que a nossa preparação eram brincadeiras sadias; aventuras, por vezes arriscadas, mas tendo sempre por companhia amigos, família, tradições e natureza.
      Bj, bom fds.

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  8. Olá Boa Noite

    A criança que eu fui
    Naquele lugar perto do mar
    Por lá me construí
    Á Cidade vim parar
    Chorar ..rir ..e abraçar
    O Tejo a me ver lutar ..

    De vez em quando o Mar
    A beijar a minha manhã ..
    A Criança que eu fui
    Um Homem sempre a labutar .

    Um dia por FORNINHOS
    Passei..chorar rir e abraçar
    As crianças a jogar .
    No páteo da Escola de lá
    Vi passar o rebanho
    O trator e muito suor ..

    Aprendi com aquele povo
    Bagaço, milho e batata ..
    Gente rude e amável ..
    Por lá me vou passar ..

    Saudades ..
    De ser Criança ..
    O tempo a não perdoar .
    Por aqui apenas passei .
    Para vos dizer que estou
    Obrigado...
    Por tudo o que de bom me fazeis .

    Não vale a pena inimigos ..
    Perdidos na calçada ..
    Já basta este Vírus ..
    Que nos deu uma grande
    Bofetada ...


    Bom fim de semana
    Abraço

    MG

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    1. Um bonito poema.

      Gostei em especial da parte:
      - As crianças a jogar.
      - No páteo da Escola de lá

      Eu frequentei aquela escola primária e brinquei muito naqueles recreio; também vi passar o rebanho, o trator e muito suor...milho, batata...
      Fiz desenhos alusivos ao Dia da Criança e uma redação...

      Parabéns MG por poema tão bonito.

      Bom domingo!

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  9. Anónimo5/30/2020

    Olá prima Paula,reconhecido pela publicação.

    É um hino de louvor e saudade à liberdade única da nossa infância em Forninhos.Éramos como o vento.Podíamos não ter quase nada,mas tínhamos o tempo todo,numa vivência da cada momento sem programas,a tal sensação de estarmos entregues a nos mesmos, isto é,aquela liberdade natural da serra que nunca mais voltámos a ter nem reencontrámos.

    Na minha vida profissional, lembrei a algumas pessoas o porquê de não concordar nem me sujeitar facilmente as conveniênias do sistema:sou da serra,da Beira Alta mais alta...

    Nasci nos montes...
    Outeiros,
    Sem pontes
    Nos ribeiros...

    Agradeço e louvo te uma vez mais a tua extraordinária capacidade de descobrir o nosso verdadeiro património cultural,pessoas,costumes e tantas tradições,tantas, que continuariam enterradas no esquecimento do próprio tempo...
    Muito obrigado prima Paula.Um abraço ao Xico.
    Bj
    IlídioGuerraMarques

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    1. Primo Ilídio, eu é que agradeço a partilha dos seus escritos, as vivências de cada um são das coisas mais íntimas que há e, acredite, são poucos o que tal fazem!
      A saudade está sempre presente e o sentimento de liberdade faz-nos ainda acreditar no futuro da nossa terra, cada vez mais submissa às conveniências do sistema! Pena, pois!
      Nunca desista de, à sua medida, fazer alguma coisa pela cultura da nossa terra, pois é algo de si que oferece aos outros. Nesse gesto nos assumimos como comunidade.
      Um dia, os que ficaram, vão compreender que quando saímos da nossa terra, ao longo dos primeiros meses, adormecemos a rever montes e ribeiros...o ninho dos pais...o toque do sino que queremos continuar a ouvir...
      Depois acostumamos com a impessoalidade e fica a saudade pura!
      Beijinhos meus e um abraço do Xico.

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