Hoje, já se utiliza o tractor, ao qual é acoplado o arado, no entanto a maioria das terras está abandonada, por falta de braços que cuidem delas.
Quando o meu amigo Júlio Coelho me fez chegar esta foto, fiquei inebriado pela beleza da sua ruralidade crua. Digam lá se esta foto não enche a alma?
Perguntei a este amigo se poderia usar a foto n´O forninhenses para os mais novos verem como se lavrava a terra no tempo dos seus avós e o seu situar.
- Sim.
Uma pessoa fica sentida, sente que vale a pena continuar porque depois de meia dúzia de anos ainda se obtêm fotografias destas...
- Sim.
Uma pessoa fica sentida, sente que vale a pena continuar porque depois de meia dúzia de anos ainda se obtêm fotografias destas...
Conta que andavam a lavrar nos Olivais para semear as batatas, mas não se lembra quem é o homem que estava ao lado da junta de bois (aquilo que eu pensava serem vacas, afinal era uma junta de bois).
- Pergunta ao meu pai, ti Ismael...
Tal farei dentro de dias (a casa desta família pega com a dos meus pais) e porventura trarei estórias deste homem vivido de quem muito gosto e que como poucos manobrou uma verdadeira enxada e a rabiça do arado.
Chegados ao final, dá-se a volta e volta-se em sentido contrário, assim a terra cai sempre para cima do rego aberto. Este ritmo continua nesta rotina até a terra estar toda lavrada.
Assim se lavrava a terra em Forninhos no século passado e, assim, continuamos homenagear o nobre trabalho dos nossos lavradores.
aluap Al deixou um comentário na mensagem "Recordações: Bois a lavrar":
Na foto, à frente da junta de bois, muito parecido com o Quiel, mas deve ser o irmão Julio, pois nesta altura o Quiel devia ser um pequenito. Ao lado o Tio Braslieiro, irmão da Tia Augusta e Tia Clementina brasileiras, como eram conhecidas no povo. No arado, o Tio Ismael Coelho, penso.
Tal farei dentro de dias (a casa desta família pega com a dos meus pais) e porventura trarei estórias deste homem vivido de quem muito gosto e que como poucos manobrou uma verdadeira enxada e a rabiça do arado.
Chegados ao final, dá-se a volta e volta-se em sentido contrário, assim a terra cai sempre para cima do rego aberto. Este ritmo continua nesta rotina até a terra estar toda lavrada.
Assim se lavrava a terra em Forninhos no século passado e, assim, continuamos homenagear o nobre trabalho dos nossos lavradores.
aluap Al deixou um comentário na mensagem "Recordações: Bois a lavrar":
(...)
Quanto ao homem que está ao lado da junta (de bois), dei um leve tratamento para se conseguir ver melhor (mais perto) as pessoas e acho que não é o ti António Casão.
Santos Lopes deixou um comentário na mensagem "Recordações: Bois a lavrar":
(...)Na foto, à frente da junta de bois, muito parecido com o Quiel, mas deve ser o irmão Julio, pois nesta altura o Quiel devia ser um pequenito. Ao lado o Tio Braslieiro, irmão da Tia Augusta e Tia Clementina brasileiras, como eram conhecidas no povo. No arado, o Tio Ismael Coelho, penso.
É de alma cheia que agradeço ao Júlio esta fotografia.
ResponderEliminarFotos como esta vê-se hoje, amanhã, depois de manhã...e volta-se a ver e publicar daqui a algum tempo, enquanto as que tiram hoje, olhamos uma vez para elas e no mesmo instante nos esquecemos delas.
Sempre gostei de ver lavrar a terra e acho os terrenos lavrados belos! Pena é ver tantos terrenos abandonados, por a população agrícola de Forninhos estar envelhecida.
Hoje com a ajuda das máquinas, os trabalhos não são tão duros como no passado, mas está a faltar algo...
Bom domingo!
Um gozo tremendo que me da escrever sobre as sombras eternas da ruralidade da nossa terra.
EliminarComo dizes e bem, de alma cheia e quando desperta memorias "baralhadas" no tempo, esse que corre mais rapido que nos, nada como perguntar.
Foi o que fiz minutos atras!
Pelo descrever da foto, tal foi "identificada" como sendo no lugar das Nogueiras, uma hipotese plausivel, afinal o tio Antonio Casao e tio Ismael eram irmaos e tinham por ali courelas pegadas.
Olivais, Nogueiras, Regadas e Cerca.
Como combinam bem estes lugares de cultivo nesta terra!
Continuo a achar que o mais bucolico era aquando estes animais se prendiam ao toro de uma oliveira, melhor, na sua sombra e remoendo um pouco de feno levado, enquanto os seus donos comiam uma "mastiga".
E quem passava e via, espalhava a noticia de que fulano ja havia preparado a terra para a sementeira.
E por tal, estes como neste caso, despertavam o orgulho dos que nao queriam ficar para tras de quem tinha plantado o "Ramo". O primeiro!
Os dias seguintes, um frenesim do chiar das rodas do carro carregados de estrume...
E na hora da "mastiga", quem passava saudava: "Deus Nosso Senhor os ajude", ao que estes respondiam: "Venham ou venha ajudar-nos também na nossa merenda."
EliminarTambém era usual o lavrador lavrar a terra a cantar.
Quanto ao homem que está ao lado da junta (de bois), dei um leve tratamento para se conseguir ver melhor (mais perto) as pessoas e acho que não é o ti António Casão.
Sim senhora, era mais ou menos assim...
Eliminar"..aqui na sombra esta fresquinho, nao se acanhe e coma uma mastiga, a geira esta quase feita, falta agradar que os animais nao aguentam tanto inferno...".
Mas Paula, tens razao, sempre (outrora), a primeira palavra era a "saudacao" para amigos ou menos amigos.
O homem podia por vezes parar e beber um trago de vinho do garrafao de dois litros, o "palhinhas", mas por respeito, pois o mais fresco o esperava na sua adega.
A mastiga deles havia sido comida, mas faziam assim parados na sombra dos caminhos, como que um cumprimento aos seus iguais da labuta.
E para acabarem a conversa pequena, o eterno desabafo...
"olhem, a gente vai andando que temos de acomodar o gado que as moscas naos os largam...".
E pronto, a gente na sombra ficava a ouvir o ranger da madeira do rodado do carro, mais um bocadito e a coisa estava feita.
Porventura o feijao que ficou na panela de ferro, estaria mais que cozido, aguardando umas couves migadas e um bocado de carne entremeada.
Mesmo no verao, sabia a frescura quando comido ao relento nas sombras das escadas de pedra.
Parecendo no relaxar que continuavam a ouvir aquelas cantinelas antigas e antes da sesta, por vezes cantarolavam de mansinho ate adormecerem. Isto ao cair do dia, sim, pois o corpo tambem precisa que lhe cantem...
Os animais descansam tal como os seus donos e mais logo, ha que dispor o estrume...
A vida nao para!
Que o dia o tio Brasileiro,resguardado no seu chapeu...
Ainda vi lavrarem assim em Hombres, Penso que nas aldeias do interior ainda usarão este método.
ResponderEliminarEssa foto é uma relíquia.
Beijinhos.
Cinco, seis anitos, porventura tinha eu quando de madrugada me acordava a minha mae.
Eliminar"Toca a levantar que tens de ir na frente das vacas...".
Disto gostava eu, na mao a guia (corda) como se fosse condutor de carros e era ...
E falava com as vacas, claro por serem mansas, mesmo quando um moscardo lhes mordia o traseiro e davam coices...amigas.
E o cheiro da terra rasgada pelo arado com bandos de passarada atras aproveitando as minhocas, tal como eu que as guardava para o anzol...
Imaterial do tempo que se vai perdendo.
Beijo.
Foto e texto muito bons!
ResponderEliminarTerras bem cuidadas são bonitas e lucrativas! O antigo tem lá o seu lado belo e vantajoso...
Obrigada pelo carinho no Ciranda, Xico e Paula!! Família é p se amar e cultivar...
Abrações...
Falta o cheiro...da terra!
EliminarEu aqui, consigo tal sentir, porventura pela lembranca, mas nao posso partilhar. Pena.
O lucro era palavra quase desconhecida, mas mesa composta, essa sim, era o orgulho do lavrador.
E o coracao batia forte nas gentes quando a colheita tinha medrado...
Abraco
Lindas lembranças e bom serem lembrados esses trabalhadores de Forninhos! abração,chica
ResponderEliminarCada pessoa foi predestinada para uma ou mais missoes na vida.
EliminarUma das nossas foi esta, nao deixar "morrer" Forninhos.
Mesmo tendo em homenagem as nossas gentes, em vez de uma enxada, um teclado.
Acho que os nossos antepassados nao vao levar a mal...
Beijinho amiga Chica.
É História que se vai fazendo aqui. As fontes tradicionais, tal como as orais e as escritas são mais k úteis para a compreensão do passado. A foto obtida é uma fonte tradicional, assim a podemos classificar.
ResponderEliminarA lavra, sempre, foi a atividade principal das nossas gentes.
Fico então a aguardar essas histórias, as do Ti Ismael.
Abraço e boas "fainas"!
Ola!
EliminarEntre o que por aqui ao longo dos anos se vai escrevinhando, talvez alguma similaridade.
O desnudar de sentimentos, sendo que aqui se trata de algo ancestral e real que nao podemos de modo algum comparar com o que quer que seja, pois por tao antigas nao necessitarem de fantasias. Foi assim e ponto.
Nao leve este palavreado como desaforo, pelo contrario.
Afinal (fico grato) a sua sensibilidade tem esse espirito que tao descreve no comentario supra.
Bem haja e muito bem vinda.
Aluap (creio k te chamas Paula, pke já li comentários aqui, em k os amigos/as te tratam por esse nome. Assim sendo, passar-te-ei a tratar por Paula, caso não vejas inconveniente).
ResponderEliminarOlá, Paula!
Já comentei o texto publicado e agora quero só agradecer a tua visita e comentário no meu blogue. Tu escreves "coisas" k não viveste, dizes, ou seja, alguém te as conta, gentes daí. Eu escrevo "coisas" k em 90% dos casos, tb não vivi, mas há leituras e relatos amorosos. Evidente k já vivi bons e felizes dias, sentimentalmente falando, mas nunca numa tenda, nem à noite.
Boa semana.
Beijos, com amizade e apreço.
Sim, já tenho dito que muito do que escrevo não foi vivido por mim.
EliminarE podes tratar-me por Paula, é o meu 1.º nome.
Um abraço de amizade e passa um boa semana tb.
Pois antigamente era assim como na fotografia, uma vida dura e difícil a que se levava na lavoura das terras, era de sol a sol e à força de muito sacrifício de animais e humanos.
ResponderEliminarUm abraço e boa semana.
Comungo consigo essas lembrancas e por acaso do destino termos o mesmo nome.
EliminarO sacrificio dos animais, mais acarretava aos lavradores que tentavam o mais possivel tais poupar das agruras do trabalho e do calor.
Ter bois ou vacas bem tratadas, era o "espelho" de uma casa de trabalho! A casa de Lavrador!
Um abraco.
Vida dura, a de antigamente, hoje o trator e condutor, faz a vez de três pessoas e mais rápido, evolução do tempo. Lembro-me, em pequeno, ajudar meus avós, quer à frente das vacas, quer em cima da grade. Em ambos tive acidentes, na grade entalei um pé e à frente das vacas, levei uma cabeçada, de uma delas, (cornada) que fui parar alguns metros à frente delas, desta faceta, lembro-me como tenha sido há dias.
ResponderEliminarNa foto, á frente da junta de bois, muito parecido com o Quiel, mas deve ser o irmão Julio, pois nesta altura o Quiel devia ser um pequenito. Ao lado o Tio Braslieiro, irmão da Tia Augusta e Tia Clementina brasileiras, como eram conhecidas no povo. No arado, o Tio Ismael Coelho, penso.
Bonita foto e oportuno post, venham mais.
Henrique… “recordar é viver” e, neste caso, recordar o passado é recordar como era andar à frente das vacas, em cima da grade ou do carro dos bois e peripécias várias há uns anos…há uns anos valentes! Por isso, na frente dos bois deve ser mesmo o Júlio; eu à primeira olhadela também disse que era o Quiel, mas é como dizes, o Quiel na altura devia ser mais pequenito.
EliminarNo arado o tio Ismael, sem dúvida. Ao lado, o tio António brasileiro, que me lembro bem ver muitas vezes na Coutada do Sr. Virgílio.
Uma foto que nos faz recuar no tempo...onde eu sinto saudade no olhar de quem dele fala!
ResponderEliminarAqui na aldeia...a terra não era lavrada desse jeito pois a inclinação do terreno não o permite!
Mas a lavoura por aqui...em pequenos talhões ainda se mantem viva...trabalhada por gente de meia idade!
"Eu gosto do "recordar" de outros tempos...outras "romarias"... outras canseiras...como diz meu pai..."quando da janela não vislumbra vivalma!!!
Boa semana!!!
Recordares diferentes.
ResponderEliminarOu nem tanto.
Claro que por aqui nao temos os Tabuleiros de Tomar...magia universal, mas temos estas sombras dos pinhais e oliveiras, coisitas que dos antigos pouco restam no modo do tratar da terra, mas sejamos sinceros, a mesma terra ainda acarreta na modernidade sem bucolismo romanceado,o proveito de um ano de trabalho.
Bem haja,
Não esquecer que em Forninhos havia lavradores que não tinham possibilidades económicas para ter gado; então faziam um contrato/acordo oral com os mais endinheirados que eram quem comprava um bezerro e o punha na sua loja da outra parte para o criar durante algum tempo, ficando com o encargo de o amansar, estimar e alimentar e quando estivesse em condições de o vender, o ganho era dividido pelos dois, caso fossem animais de engorda. Caso fossem animais para trabalho, aquele que o tinha comprado ganhava mais de metade. Era uma maneira de ambas as partes realizarem algum dinheiro, embora com maiores vantagens para quem tinha feito o investimento inicial, pois só arriscava o dinheiro e não tinha nenhum trabalho.
ResponderEliminarChamavam a este negócio "bois ao ganho" ou "gado ao ganho".
Boa tarde Xico,
ResponderEliminarFotos raras e de boas lembranças!
Tempos difíceis aqueles e muito trabalhosos!
O que me enternecia no meu avô e lá volto eu às saudades era ele nunca se queixar! Trabalhava a terra como se de um livro se tratasse!
Fico a aguardar as historias do Tio Ismael!
Beijinhos e boa Festa!
Ailime