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domingo, 26 de fevereiro de 2012

1734 - Visão da Igreja de Forninhos

Como já antes escrevi, a Igreja Matriz de Forninhos, foi reedificada ao lado da velha capela-mor, que ficava ao lado da Igreja nova. "1797 - Forninhos - Os moradores do Lugar e Freguesia de Forninhos, anexa a Penaverde, reedificaram a sua Igreja - «tanto de paredes como de armação...e da mesma sorte a CAPELA-MOR com a sua TRIBUNA nova, asseada com toda a decência».Durante as obras de reedificação, os fregueses serviram-se da velha capela-mor, que ficava ao lado da igreja nova, na qual não cabia a quarta parte do povo da freguesia.".
E quando parece que já nada mais de concreto há para descobrir sobre a nossa história, não porque não haja passado, obviamente, mas por não haver documentos, vestígios e outras provas, eis este fabuloso documento de 1734:


"He cousa pouca não convem estar ali igreia pode ir a Ornelas, ou a Matança - Dandose algua cousa pellos currãres, mas não a Ornelas por serem Abbas anexas a Pena Verde.".
Do que leio, embora Forninhos ao tempo não tivesse uma boa igreja, assim como não haveria grande coisa, já era sede de paróquia, e como os seus moradores reedificaram a sua igreja, em 1797, suponho que não fosse preciso ir a Dornelas ou à Matança, mas fica sempre a incerteza, claro está, dada a falta de outra documentação que se conheça e falta de investigação do passado longínquo de Forninhos.

12 comentários:

  1. Boa tarde.
    Como é sabido por quem procura saber um pouco da historia da sua terra como é a Paula, sabe que não é nada fácil encontrar escritos relacionados com estas aldeias, porque os historiadores achavam insignificantes e os seus habitantes não encontravam interesse para alem da sobrevivência e a igreja.
    Os poucos documentos que nos chegam, são provenientes de informações paroquiais, e muitas vezes são escassas, porque a maioria dos párocos de então, não se interessavam muito, apenas respondiam ao que os seus superiores questionavam, e por vezes nem isso, como é o caso do pároco da paróquia de Forninhos em resposta ao inquérito de 20 de Junho de 1758.
    Por conseguinte, até mesmo nos pequenos arquivos paroquiais não encontramos muito, podemos encontrar nos arquivos diocesanos, mas nestes, também não é muito fácil.
    Uma boa semana de trabalho para todos.

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  2. Mas sabe Sr. Eduardo, quanto mais leio documentos de antigamente, mais me convenço de que, ainda assim, os Srs. Padres de agora menos se interessam e nenhum esforço fazem por conhecer e dar a conhecer a história e as memórias das suas paróquias. E os habitantes e naturais, de um modo quase geral, idem, aspas, aspas.
    Quanto às “Memórias Paroquiais de Forninhos”, que o novo blog já antes mostrou, são um texto com pouca informação e até insignificante que nem sequer nos permite aprofundar outros conteúdos, mas eu sinto necessidade de saber mais sobre a história da minha terra e quando fez o favor de me enviar este fabuloso Documento, que muito lhe agradeço, ao ler, tive mesmo noção como seria antes a nossa igreja e do que não havia. Não sei se tivemos um período sem Igreja, mas como foi reedificada, tudo me leva a crer que não, mas por acaso gostava de conhecer outras opiniões.

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  3. As reacções a este documento antigo foram as que esperava e não estou surpreendida e muito mais e mais devia dizer, mas não vale a pena, parece que quase todos, se não mesmo todos, são contra a nossa história.
    Vou antes dizer que há 270 e tal anos atrás nem todas as pessoas iam à igreja, sempre havia alguns (homens, principalmente) que não iam, mas a maioria religiosamente ia. E naquela época, tentar convencer “os fregueses” de que não era conveniente ter ali igreja – devendo ir a Dornelas ou à Matança – não seria desejável e, por um lado, deve ter sido isso que levou à reedificação da igreja nova e, por outro, na velha não cabia a quarta parte do povo de Forninhos.

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  4. Eu penso que Fornjnhos nunca deixou de ter uma igreja, visto que a nossa padroeira é Santa Marinha que é uma padroeira das mais antigas, além disso também a nossa irmandade já vem de muitos anos atrás, é uma irmandade muito antiga.

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  5. A história de um povo é a nossa história, mas a historia das nossas aldeias, é mais nossa.
    Como já referi no meu comentário anterior, não é fácil encontrarmos escritos relacionados com estas aldeias, mas se nos interessarmos de verdade, sempre vamos encontrando pedaços dispersos, como é este documento e outros já aqui publicados, outros ainda que porventura encontraremos. Podíamos assim conhecer pelo menos mais um pouco do que foram os nossos antepassados; mas não é assim, e cada vez vemos menos interesse por parte dos mais novos, e sendo assim, não vale mesmo a pena.

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  6. Depois de algumas perguntas e muitas dúvidas tiradas com os mais velhos, há muito apurei que em Forninhos não se sabe de que lado estava a igreja velha e pouco se sabe sobre o passado longínquo desta terra. Mas, há meia hora atrás, fui procurar nas páginas da monografia do nosso concelho, saber um pouco mais sobre a nossa Igreja e ao ver as páginas 381 e 382 onde é referida a Igreja de Forninhos não encontrei nada de novo e tenho estado a pensar “para os meus botões” o porquê do autor nada escrever sobre a velha capela. É que uma coisa é a igreja nova e outra a igreja do documento de 1734, que ao que julgo saber em 1758 ainda existia, pois o Padre Cura Baltazar Dias no inquérito responde que Forninhos não padeceu ruína alguma no terramoto de 1755, portanto, ainda ali estava em 1758. Pode não haver escritos, mas havia indícios…incomoda-me bastante, que se ignorem, como se ignoraram, documentos, provas, vestígios e sobretudo indícios.

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  7. Boa tarde para todos.
    Há um provérbio que diz: o saber não ocupa lugar.
    Pois bem, se o saber não ocupa lugar, e se na procura gastamos apenas um pouco do nosso tempo, tempo este, muitas vezes desperdiçado com banalidades sem conteúdo, porque não damos as mãos e construímos algo que possamos transmitir aos nossos filhos?.
    O povo desde sempre, esteve muito ligado á religiosidade, ainda hoje está, embora, pela evolução, as pessoas tenham uma visão mais abrangente, mas ainda hoje, a melhor fonte de
    Informação é através destes documentos, que quanto a mim, ainda são muito subestimados.
    Por exemplo: É uma pena que, embora as pessoas ainda estejam muito ligadas á sua igreja e a maioria não conhecem a história ou a lenda do seu ou sua padroeira, quando para isso, bastava um pequeno fascículo e distribuir pelos paroquianos no dia dos festejos.
    Pequenos gestos que podiam marcar a diferença.

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  8. Cara amiga Paula:
    E muito interessante e sempre agradavel, termos conhecimento destes documentos antigos!
    Agora queria pedir-lhe um favor, sera que nao me podia enviar uma copia desse documento por email, como sabe eu tambem sou dos que adoro a nossa historia e como ai estam incluidas igrejas, varias povoacoes do actual concelho de Fornos de Algodres, tinha muito interesse nesse documento!

    Um abraco de amizade.

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  9. A Igreja Matriz de Santa Marinha é um monumento importante do legado histórico forninhense e este documento antigo ajuda-nos a perceber que foram operadas grandes e profundas transformações ao longo dos séculos. Na minha terra nem sei, se houve outra religião, mas uma coisa eu sei sempre fomos um povo de ir à Igreja e foi este povo que reedificou a sua Igreja e pergunto eu se este povo sabe em que ano/ou século foi fundada a Igreja de Santa Marinha?
    Muita gente ainda se lembra da “igreja nova” ser em pedra e mais baixa e das grandes obras aquando da colocação dos sinos, estava-se ali por 1949/1950. Do templo antigo, claro está, que não há quem se lembre.
    Quanto a Santa Marinha creio que há documento que refere que já era a Padroeira desta paróquia no Séc. XVI e há indícios de uma maior antiguidade, mas é pena no seu Dia não se dar continuidade à sua história, gostaria de dizer e com o devido respeito, que por vezes até os padres têm comportamentos inusitados.
    Santa Marinha foi uma virgem mártir, natural da cidade de Braga, e foi martirizada durante o tempo do império romano. Era irmã de Santa Eufémia que se venera na Capela da Matança. A Capela de Santa Eufémia, é um templo que tem fundação românica e é de crer que a antiga igreja de Santa Marinha possa ter sido fundada na mesma altura da capela de Santa Eufémia.
    Pena não restar nada deste templo, pena não haver um padre interessado em divulgar a história e as memórias da época da(s) sua(s) paróquia(s).

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  10. Olá Paula. O documento é interessante. Ainda assim, todas as conclusões que podemos tirar são, em última análise, suposições - até porque todo o escrivão se engana. O ideal é podermos "cruzar" informações. E essas até podem ser de fonte oral, apurada em conversa com os mais antigos. Daí também a importância deste Blog.

    Se estiver interessada num workshop de paleografia para iniciantes diga-me. Mas tem de ser para breve.

    Um abraço

    António

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  11. Estes documentos antigos são importantes porque situam-nos em determinada época, mas para que as lendas, histórias, tradições da nossa terra não sejam esquecidas é mesmo muito importante a fonte oral.
    Muitos escritos são mesmo difíceis de decifrar, “vi-me grega”, por exemplo, para perceber a parte dos “currãres”, que julgo ser sinónimo de “deslocações”, mas sobre o escrito das terras de Algodres muita coisa não consigo perceber, portanto, um workshop de paleografia vinha mesmo a calhar. Se o António puder envie-me mais informação para o meu email. Obrigada.

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  12. Boa noite Paula. Lembro-me agora que tenho um dicionário de abreviaturas que lhe pode ser útil. Vou procurá-lo e envio-o depois. Quanto ao workshop, já lhe enviei alguma informação. Atenção que a data-limite para as inscrições, caso esteja interessada, é o próximo dia 9.

    Até breve.

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