«Haja Saúde e Coza o Forno e o Pão que seja nosso». Uma frase que no passado o povo dizia. Em verdade, a importância maior para o povo era a Saúde e o Pão, alimento de todos os dias, mas para haver pão na mesa, tinha de cozer o forno. No Forninhos antigo, havia o forno da tia Purificação, o da tia Esperança, o da tia Isménia, o do tio Luís da Coelha e o do Sr. Amaral. O forno do Lugar e o forno Grande (na Lameira) eram do povo. Cada família tinha o hábito de ir cozer ao forno mais próximo e/ou por simpatia com o dono do forno. Em muitas terras, os fornos "comunitários" com proprietário, embora de livre acesso, os utilizadores tinham de pagar a «poia» (paga por fazer pão no forno). Na nossa terra nunca se pagou por fazer pão nos fornos particulares. O espírito comunitário sempre foi um traço vincado que marcou o povo forninhense. Curiosa era a prática de emprestar o fermento. Uma malga com fermento rodava pelos vizinhos, que tinham obrigação de devolver novo fermento. Era também prática corrente emprestar pão ao vizinho ou vizinha até que este(a) cozesse e devolvesse o pão que tinha pedido emprestado e ninguém regateava o tamanho ou o sabor do pão, reforçando desta forma os laços de comunidade.
Nao podia ter o toponimo de Forninhos, (Fornos, antigamente) se nao houvesse por ai fornos de cozedura, neste caso de pao!
ResponderEliminarEmbora eu esteja mais inclinado, que o toponimo ter que ver com fornos de cozedura ceramica!
Gostava que me informa-se conhece algum filao de argila na s redondezas?
Um abraco de amizade.
Ps: Entao ja decidiram se vao agregar-se a Penaverde ou a Dornelas?
Por momentos pensei começar a postagem pelo topónimo Forninhos, que tal como referido, foi Fornos antigamente. Vem-lhe o nome, se calhar, por no lugar ter havido algum forno ou fornos de cal, telha, ou então trigo. Assim é defendido por alguns historiadores e mencionado nos livros de História, lendas e tradições de outros lugares como o mesmo nome.
ResponderEliminarNo entanto, para além dos existentes fornos de cozer pão, iguais aos muitos que existem por todas as aldeias do país onde se produzia centeio, trigo e milho, não existem fornos ou forno de cozer cerâmica ou qualquer vestígio parecido.
Desconheço se existe nas redondezas algum filão, mas a existir era uma grande ajuda para a história da minha aldeia.
Boa tarde.
ResponderEliminarEstes fornos que se veem nas imagens, foram em tempos locais de muitos encontros entre familias e até de criânças, quando as pessoas íam cozer o seu pão, levavam também os seus filhos, ali com o aconchego do calor que vinha do forno, os miúdos brincavam, enquanto os seus pais esperavam que o pão fosse tirado, para logo a seguir entrar nova fornada.
Algumas dessas pessoas ainda veem esse forno tal como se encontra, mas é pena, podia ser reconstruído.
Abraço.
Do tempo de meninice o forno que melhor recordo ver cozer era o do tio Luís da Coelha/tia Maria da Urgueira. Creio que nessa altura o forno Grande não cozia, devido à degradação. Numas escadas que havia no interior do pátio do forno do tio Luís da Coelha esperava-se a saída do pão, quentinho. Que bem que sabia um pedaço daquele pão.
ResponderEliminarAos poucos e poucos, muitas pessoas construíram fornos particulares, a venda do pão fabricado nas padarias aumentou, a população diminuiu, deixou de se cultivar centeio e trigo e os fornos “comunitários” deixaram de cozer pão.
Mas também eu tenho pena que as gerações vindouras não fiquem com a noção como eram estes fornos e as casinhas de pedra de granito miúdas da nossa aldeia, que continuo a defender que são de preservar, mas para isso devíamos ter uma Câmara empenhada em valorizar este tipo de património, e não temos.
Depois há outra coisa, “os profissionais da política” são quem mais estão por dentro da abertura de candidaturas, acesso a verbas possíveis, etc…só que nada informam, tudo é opaco, muitos avisos são até publicados tardiamente, etc…por estas e por outras é que muitas vezes não se recupera o antigo.
Eu também sou de opinião que, topónimo Fornos/Forninhos, vem de fornos de cozer cerâmica e não de cozer pão; porque se vemos bem as coisas, fornos de cozer pão era igual em todas as aldeias, enquanto que, cozer cerâmica já não era tanto assim.
ResponderEliminarPor não se encontrar vestígios de exploração, não quer dizer que outrora não a tenha havido, como sabemos, a qualidade da argila (matéria prima da cerâmica) nas terras altas como a nossa, é muito inferior ás baixas, e com a evolução dos conhecimentos e mais facilidade nos transportes, é normal que esta actividade, se tenha desenvolvido mais onde a qualidade da matéria prima é melhor.
A argila da nossa região, tem pouca liga. O que não quer isto dizer, que não se cozesse cerâmica nesta terra, os cacos que aparecem na serra, que são muitos, possivelmente foram cozidos aqui ou perto, e a sua qualidade é grosseira, provavelmente feita com argila proveniente daqui.
Se formos ao “fundo do baú das memórias” dos mais antigos ainda vivos, o que já não são muitos, possivelmente ainda se lembrarão de explorações de barro, creio mesmo, que há quem se lembre de um desses poços estar onde hoje está uma casa construída na povoação.
Neste momento não sei dizer qual, mas vou tentar saber.
Um bom domingo para todos.
Boas.
ResponderEliminarMesmo assim, cabe-me dizer que em parte estou de acordo, com Fornos, isto sem aspas, verificando os pedacinhos de cerámica excistente na serra, que eu vi, feitos de matéria prima ainda tosca, estes vieram de onde? Possivelmente de algum forno exitente em Forninhos ou arredores, pois não estou a ver esta vir de muito longe.
Algures entre a Matela e Matança, existem terrenos com bastante barro, seria dali a extração e que depois vinha para Forninhos ou Fornos!
Muitos anos antes da extração de minério, pelo que já houvi, existiram poços de extração de minério em Forninhos, julgo que um pouco mais acima, onde se encontra o campo de futebol existia um grande poço, dizia-se que era para extração de minério. Pois concretamente não sei.
Deverá haver pessoas que se recordaram desse poço, que expliquem, se assim o entederem e quizerem.
Abraço.
Boa tarde. Aquel forno da tia Maria da Urgueira se pudessem restauralo ate ficava muito bem no centro da Lameira . Pois muita gente assim podia lembrar o cheirinho do pão quente e dos bolos ali cosidos em altura das festas ,e onde muita criança esperava para lamber o fondo do alguidar ode faziam os doces, era tao bom .
ResponderEliminarBoa Noite,
ResponderEliminarNo tempo da guerra de 1939-45, ou talvez há 65/67 anos, foi descoberto um filão de volfrâmio no Picão, o local ficou conhecido por "Poço do Minério". Trabalhadores como o tio Joaquim Beleza e filhos de lá tiraram contos e contos de reis, que como vieram assim se foram.
O solo da nossa Beira é granítico e Forninhos não foge à regra. Há porém uma particularidade curiosa, deve ter havido por aqui alguma veia de barro, pois o barro amassado era usado nos pinoucos dos fornos de cozedura de pão. Os nossos antepassados também usavam (antes da cal e cimento) o barro para calafetarem o interior das casas. Não se usava por fora, pois desfazia-se à chuva.
Terrenos argilosos ou semelhantes, só me lembro de algumas vinhas na Ademonte.
Nas proximidades da Serra, apenas tenho conhecimento que foi encontrada uma protuberância rochosa (quando o fogo de Agosto de 1995 pôs a descoberto muita coisa), mas que não eram penedos, mas grandes blocos informais de cerâmica que pela sua configuração seria ali “a fábrica” onde se cozia(???).
Não há, porém, na tradição, nem as lendas fazem referência, a qualquer forno ou fornos de cerâmica.
Fornos de cozedura de pão centenários houve alguns, há vestígios seculares nas pedras e, que embora tivessem perdido a sua utilidade comunitária fazem parte da história da nossa aldeia.
O forno Grande (grande, porque na época era o dobro do que é hoje) em alturas festivas, em especial na Páscoa, ainda ganha algum ritmo de outros tempos. Por ser hoje mais pequeno já só coze uma pessoa de cada vez, mas no tempo que foi maior, coziam 2 ou 3 famílias ao mesmo tempo – mais uma utilização comum – porque como o forno Grande levava muita lenha, e nessa altura havia pouca, era costume juntar-se mais que uma família para cozer, os pães eram marcados ao entrar no forno para não haver enganos depois de cozidos.
Por acaso, na Páscoa, quando alguém vai fazer doces (não têm outro nome, são apenas doces) o forno, que já não é tão grande, é partilhado.
Boa tarde.
ResponderEliminarMais uma vez se vem provar que a nossa serra se fosse limpa, muitas outras coisas nos poderiam mostrar.
Como se diz, foi preciso por azar haver um incêndio em 95 e limpar toda a serra, onde penso que foi por ali que verificas-te os blocos de cerâmica.
Poderam ser vestigios de uma possivel existência destes falados fornos.
Pois como antigamente se fazia o carvão, poderiam esses fornos ser construídos no subsolo para assim isolar o calor; esta a minha opinião.
Quem achou os por mim referidos blocos de cerâmica, perto de um outro povo destruído - os Moradios - além de cerâmica romana e pequenos pedaços de cerâmica apelidável de castreja, assim como uma pedra com a inscrição latina “M.Jovi”, não fui eu. Somente tenho conhecimento através de um conjunto de informações.
ResponderEliminarPela sua configuração é possível que fosse ali a “fábrica/fornos”. Quem sabe? E, se calhar, Fornos (hoje Forninhos) adoptou o nome para a aldeia, porque os primeiros moradores do nosso Forninhos foram os homens deste antigo povoado. Até nem é de descartar completamente a hipótese.
Ainda antes de terminar fica também a referência a mais um lugar da aldeia a que chamam o Barreiro, provavelmente recebeu o nome por lá haver barro.
;)
ResponderEliminarEsse fornos do seculo XIX com as duas cruzes esta mesmo a espera de conservacao e protecao e um monumento!!!
ResponderEliminarÉ verdade, esse forno é o do tio Luís da Coelha/tia Maria da Urgueira, que por estar até fisicamente num local privilegiado, na Lameira (como já referido pela Manuela), só está à espera de um impulso.
ResponderEliminarSabiam que a primeira vez que vieram vender pão a Forninhos, foi uma padeira de Coruche, que vinha num burro?
Mas,em Forninhos, também houve a padaria da tia Esperança (mãe da tia Geménia). Nesta padaria artesanal, fazia-se, dizem-me, uns trigos grandes e muito saborosos, com um sabor que não se encontrava noutras padarias e também sêmeas. Tinha vários trabalhadores(as) que tinham por responsabilidade amassar a massa nas masseiras, manusear o equipamento, transportar a lenha para uso do forno, etc.
Ficam os lugares de recordação.
P.s.: Um nosso amigo forninhense fez-nos chegar a tradução de “M. Jovi”. Bem-Haja!
"M. JOVI" quer dizer "MAXIMUS JOVI" o que se traduz por "JUPITER O GRANDE", essa pedra evoca um lugar de adoração, um templo a Júpiter que é o Deus máximo dos romanos.
Da minha parte, espero continuar a dar a conhecer ainda melhor a história de Forninhos e dos forninhenses.
Um grande Bem-Haja aos que participam nas nossas iniciativas e que connosco têm colaborado.
Saudações forninhenses
Boa noite, não sou velho mas também não sou novo, mas em comparação com os Forninhenses, at+e que sou novo cerca de 26 anos, por isso ainda me lembro de todos estes fornos ainda servirem muitos dos Forninhenses, lembro-me mais de serem usados na época de Páscoa, pois é nessa altura em que os fornos são mais usados para cozerem os bolos de azeite entre outros. Quanto ao recuperarem esses fornos era uma mais-valia, mas isso devia partir dos seus actuais proprietários, esses sim, é que deviam zelar pelo seu património, tudo isto quer queiramos quer não tudo se deve à evolução dos tempos, já não há a necessidade de cozer o pão porque temos as padarias que nos trazem o pão a casa diariamente, mas ainda hoje se verifica que algumas pessoas, ainda têm o seu forno em condições de perfeito funcionamento e outros ainda adquirirão um pequeno forno como é o caso da minha família Carau. Mas é pena ver estes fornos que tanta alegria deu chegarem ao seu fim.
ResponderEliminarBoa tarde a todos.
ResponderEliminarTambém sou da opinião de J. SEGURO. Estes fornos podiam muito bem ser preservados, os atuais proprietários podiam ser sensibilizados para preservar este património, que ao fim e ao cabo nem daria assim tanta despesa, mais a mais porque sempre os iam utilizando de vez em quando, quanto mais não seja, para cozer os bolos na pascoa e fazer os assados dos dias festivos, que quase toda a gente faz quando, pelo menos em Agosto, se juntam por aqui muitas famílias.
Hoje em dia, normalmente, qualquer casa nova ou restaurada, já fazem uma churrasqueira e por vezes um forno, porque não restaurarem estes que ficam muito bonitos e preservam a identidade desta aldeia beirã com tradições?
É curiosa esta inscrição num dos fornos das fotos, sabemos o quanto o pão e consequentemente os fornos, estão ligados á religião, por isso aqui vemos muito bem esculpido no granito, duas cruzes ao lado da data, que tinham como fim, afugentar o mafarrico.
O povo lá tinha a sua sabedoria.
Aliás, ainda não está desactualizado o costume de fazer cruzes na massa do pão, dos bolos de azeite ou filhoses. Com a rapadoira faziam-se cruzes na massa e o nosso povo dizia a seguinte oração:
ResponderEliminar- São Vicente te acrescente
- S. João te faça bom pão
- E que Deus acrescente o pão no forno e as coisas pelo mundo todo.
A mulher que metia o pão na pá, depois da porta do forno fechada, dizia:
- Deus te acrescente (enquanto deitava farinha, salpicos).
Jamais vou deixar de dar um grito de alegria quando você entra no meu blog,gosto imensamente de ti.
ResponderEliminarAluap,seria possivel cogitar a idéia de me deixar levar esta postagem para o meu blog em nome de vocês com o nome do Blog...tudo certinho,para mostrar um pouco desta materia incrivel?
Se permitir ireia copiar e colar no meu Blog,mas com o nome do Blog de Forninhos e o seu ou de quem você quiser.E muito importante que as mulheres brasileiras vejam,leiam,conheçam sobre estas mulheres portuguesas,estas tradições.Somos mulheres que trabalhamos muiiito,somos mães severas a apaixonadas,esposas esmeradas,mas estamos nos esquecendo de como era antigamente,como era a vida das mulheres...em todo o mundo.Muito interessante esta materia.
Deusa
vasinhos coloridos
Olá Deusa e obrigada por querer divulgar os hábitos e tradições da nossa aldeia.
ResponderEliminarMuito mais haveria a dizer sobre a actividade ancestral de cozer pão nos fornos de Forninhos e das gentes que o faziam, noutros tempos era mesmo uma correria a estes fornos, pois eles eram fundamentais para que houvesse pão na mesa.
Geralmente os fornos do povo, em especial o Forno Grande, eram também um local onde a rapaziada se juntava nas noites de Inverno, aproveitando com certeza o quentinho que ali se sentia. Não é por acaso que os rapazes se juntavam no forno Grande pela altura carnavalesca, para fazer os papelinhos com o nome dos rapazes e raparigas, para realização dos “Casamentos”. Quem não se lembra das “Quintas-Feiras das Comadres e dos Compadres”?
Os fornos eram de uma utilidade muito apreciada, não apenas para cozer pão, mas também para “pôr a escrita em dia” e conviver.
Eu quero continuar a divulgar esta terra sita na beira mais alta, só que com um pouco mais de aplicação de cada um de nós, acho que é possível melhor conhecer e dar a conhecer a História desta terra.
...mas como dizia o nosso povo: Haja saúde e coza o forno e o pão que seja nosso!
Assim se amassa,
ResponderEliminarAssim se peneira,
Assim se dá volta,
Ao pão na maceira.
Era assim que se trazia para a rua as canções populares do trabalho de amassar o pão.
De terra para terra, havia modos de dizer diferentes, mas no fim, todos tinham a mesma finalidade.
S. Vicente te acrescente.
S. Mamede te alevede.
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Nosso Senhor te ponha o que falta.
Deus te faça crescer, e nos dê saúde pró comer.
Os utensílios usados nos fornos eram: rodoiro, rodo e pá. A vassoura era de giesta verde enfiada no rodoiro.
Já agora, para se achar a temperatura ideal, utilizava-se o que ainda hoje se faz para a cozedura dos bolos, atira-se um pouco de farinha para dentro do forno, se queima lentamente, está bom para enfornar, se queima rápida, tem de se deixar arrefecer um pouco.
Hoje usa-se lenha seca para aquecer o forno, noutros tempos era rama verde de pinheiro, esquentava-se na chama que saía da boca do forno e metia-se lá dentro, ardia bem.
Desde o amassar o pão, a oração, o deixar levedar, o aquecer do forno, varrer, o enfornar do pão no melhor sítio, o cozer do pão e controlar a cozedura, o retirar do pão do forno e dar-lhe a palmadinha para ver se já está cozido, são pormenores feitos com o conhecimento adquirido ao longo dos tempos e relacionados com este tema, muitos são os utensílios.
ResponderEliminarPor curiosidade eu procurei no Grande Dicionário de Língua Portuguesa a palavra rodo e rodoiro. Rodo significa utensílio com que se puxa a cinza do forno, mas a palavra rodoiro não encontrei. A palavra mais parecia que encontrei foi “rodura” = acto ou efeito de rodar. Aquilo que se junta de uma vez com o rodo.
Já agora pergunto:
O rodoiro serve para quê?
Rodoiro é o mesmo que rodura?
Pois é, Paula, o rodoiro nao é o rodo/rodura; muitas palavras no meio rural, não aparecem nos dicionários, eu mesmo já aqui utilizarei algumas, mas era assim que as ouvia e prenunciava.
ResponderEliminarO rodo, serve para puxar as brasas para a porta ou para fora do forno.
O rodoiro, é um pau comprido que serve para nele se enfiar a vassoura de giesta verde para varrer o forno, para mexer a lenha dentro do forno, e para alem disso, tem a função de barriscar o forno.
Barriscar, creio que também não aparece no dicionário, mas é o seguinte:
Com o arder da lenha, juntam-se brasas e cinza no lastro do forno, o que impede o seu aquecimento normal, o rodoiro serve para empurrar a lenha que está a arder para um dos lados e barrisca-se (risca-se em vários sentidos com a ponta do pau) e depois faz-se o inverso.
Se não for feita esta operação, o lar do pão não sai cozido.
Noutras terras chamam ao pau comprido com que se mexe a lenha no forno, varriscadoiro, ranhadouro ou bulidor. Ao pau com a vassoura chamam varredouro.
ResponderEliminarPara mim foi um espanto não encontrar no Grande Dicionário da Língua Portuguesa a palavra “rodoiro”, este dicionário que tenho no escritório onde trabalho é uma obra com XII Volumes, é muito completo e eu sempre encontro o vocabulário por nós utilizado, ou, semelhante, daí o meu espanto não encontrar o rodoiro, mas encontrei:
- Barrisco, por exemplo, significa terreno barroso, barrento.
- Varriscar, significa Varrer a miúdo e rapidamente.
Reparem:
- BARRISCAR diz-nos ed santos, significa riscar o chão do forno com a ponta do pau em vários sentidos, o que quer dizer rapidamente.
Eu orgulho-me do nosso vocabulário e se tivesse tempo e recursos gostava de compilar uma espécie de dicionário nosso.
Quem sabe um dia não conseguia editar o livro "onovoblogdosforninhenses"?
Olá a todos, eu ainda me lembro da minha mãe coser pão no forno da tia Maria da Urgueira, muitas das vezes cosiam o pão á noite e quando o pão era pouco juntavam-se duas pessoas ao mesmo tempo para o forno ficar cheio para não desperdiçarem a lenha que lá punham.
ResponderEliminarMas nós ainda hoje temos um forno a lenha onde assamos carnes e fazemos bolos, quando nos juntamos todos na terra principalmente na altura da festa em Agosto.
M.Jorge,
ResponderEliminarO forno da tia Maria da Urgueira deve ter cozido até meados dos anos 80, pelo que devemos ser muitos os que recordamos com saudades o fim do mundo rural e as saudades servem para recordarmos o que foi bom e ainda bem que as sentimos, é porque valeu a pena viver as situações que recordamos.
Que este blog possa fazer parte do teu dia-a-dia, seja para falar de recordações, seja para assuntos da nossa terra que a todos interessam.
Para quem já vive o seu dia-a-dia neste mundo "mágico" e fôr amante da nossa História, aproveitem-no.
****grandes
Boa tarde.
ResponderEliminarSempre é bom falar sobre estes fornos antigos, das pessoas que ali já cozeram o seu pão e bolos, entre outras coisas, como na altura das Festas ali fazerem as assaduras.
Boas recordações; os mais pequenos quando podiam e isto no inverno, ali se aconchegavam pois o local estava sempre quentinho: falando do forno da lameira, são horas de o restaurar.