Como estamos em época de castanhas gostaria de trazer, até àqueles que pouco conhecem, a árvore que dá este fruto.
Em Abril, esta árvore desponta, e como as suas folhas vem logo a seguir a flor, flor em rosário, não muito bonita, e por sinal, mal cheirosa.
E não tardam a aparecer os pequenos ouriços, pequeninos mas já agressivos, como quem quer dizer: estou preparado para proteger os meus "filhotes".
Para logo no Outono mostrarem o seu sorriso e deixarem cair os seus frutos.
E, estes sim, menos agressivos, convidam-nos e fazem-nos, como já fizeram, companhia a muitas famílias ao longo dos séculos.
Este ano, apesar do seu tímido sorriso, não quiseram deixar cair as castanhas.
Mas como o ditado diz: "Se o homem não vai ao souto, vem souto para casa".
E...assim trabalha a tenaz e o martelo,
porque a panela e o assador já esperam,
e agora, já assadinhas,com companhia privilegiada
que é a jeropiga da nossa terra.
Vamos a elas...são servidos?
Por acaso até calhava bem umas castanhas, principalmente agora, com as temperaturas mais fresquinhas. Além disso, não há castanhas como estas, tiradinhas do castanheiro direto para o pote :)
ResponderEliminarPor falar em potes, minha avó ainda tem uns tantos.
Boa semana!
Estes dias mais fresquitos já lembra a lareira e os magustos, é para isso que as castanhas se criam.
ResponderEliminarNo momento certo ei-las forçando os ouriços que se transformam num sorriso, este ano, pelos vistos, mais envergonhado, ou melhor, não tão arreganhado.
Quando vivi em Forninhos havia castanheiros altos, talvez centenários, que faziam parte da paisagem, por isso, os magustos faziam parte das tradições da nossa aldeia. Quando as castanhas começavam a dar um ar de sua graça lá ía a malta, às escondidas, apanhar umas castanhas do chão ou da árvore. Os rapazitos faziam um buraco na terra e escondiam as castanhas até ao dia do magusto, que era sempre num Domingo. Nesses tempos qualquer coisa servia para nos divertirmos e são estas vivências de que todos temos lembranças que é importante não esquecer porque só assim vale a pena que tal tradição se cumpra.
É verdade Paula no meu tempo era assim que fazíamos, um buraco na terra e escondíamos as castanhas até ao dia do magusto. No dia do magusto fazia mos uma grande festa cada uma levava uma coisa ,bolos ,arroz doce e etc. Era um dia de convívio e alegria era tudo muito unido.
ResponderEliminarNo dia de magusto era dia de convívio e muita amizade entre todos fazias mos uma grande festa .Como ja foi dito cada uma levava o que podia mas a jeropiga assim que requeijão isso também nao faltava depois havia musica .Hoje nao deve de haver essa convivência ,que pena.
ResponderEliminarHoje as pessoas criaram outras maneiras de conviver, enquanto que em tempos passados os amigos iam juntos aos castanheiros e apanhavam-se as castanhas para manter a tradição dos magustos e o convívio começava logo aí, hoje ninguém vai buscar as castanhas aos castanheiros. Já não há magustos como antes, assim como já não há castanheiros.
ResponderEliminarEste blog foi criado no dia 9 de Novembro de 2009 e no dia 14 de Novembro desse ano publiquei um Post que intitulei “A Árvore do Terreiro da Nossa Senhora dos Verdes” e no dia 26.11.2009 foi sugerido pelo Sr. Eduardo, num comentário, plantar-se um castanheiro junto à Associação (ex-escola primária) que além de dar sombra para se jogar à malha ainda dava castanhas para o S. Martinho (que diga-se são bem caras). É lamentável dizê-lo, mas não foi plantado um castanheiro nem a Associação existe.
Saudações para todos
Nossa Paula!
ResponderEliminarque interessante!!! não conhecia uma castanheira...e os frutos...que gracinha!...parecem bem com uns frutinhos que temos aqui chamado urucum,difícil de lidar com eles, são espinhudinhos rrsrsr
Que delícia! que prazer ver tudo isso, e aprender tambem!! Amei!!!
bjs
Tina (MEU CANTINHO NA ROÇA)
Olá boa noite, as castanhas quem nunca viu ou comeu uma castanha, várias são as maneiras que podem ser confecionadas, cozidas, fritas, em compota, acompanhamento de certos pratos, entre outros tantos, mas assadas é como elas são mais recordadas, no campo as castanhas são motivo de convivio nos magustos, que por sinal também este costume se está a perder, por cá pela cidade são os vendedores de castanhas assadas que com os seus carrinhos, nos fazem lembrar que o outono chegou enchendo o ar com o caracteristico cheiro e fumo, lançando o seu pregão ao vento "SÃO QUENTES E BOAS OLHA A CASTANHA ASSADA", pena mesmo é o preço, acompanhadas da bela geropiga ou água-pé, que belo serão se passa.
ResponderEliminarBom proveito.
Castanheiros e castanhas, essas árvores de grande porte e que serviam para a construção das nossas casas devido à sua dureza, assim como o seu fruto, bem apetecido nesta época, assadas ou cozidas.
ResponderEliminarlembranças como o antigamente, em que nós íamos roubar castanhas e as enterrávamos até ao dia combinado para o magusto.
Boa noite:
ResponderEliminarNos outros anos por esta altura já eu tinha comido castanhas várias vezes, porque o meu cunhado fazia castanhas assadas no meio da caruma porque nós jantamos todos juntos todas as sextas feiras e onde eu moro há bastantes pinhais e apanha-se a caruma, mas este ano ainda não comi nenhuma deve haver poucas castanhas pois estão muito caras, mas vendo estas fotos fiquei com água na boca tenho vontade de as comer, penso que ainda as vou comer antes do São Martinho.
No São Martinho lá comemos as castanhas com o requeijão e pão, não abrimos o pipinho porque cá não temos pipos mas sempre podemos beber um pouco de jeropiga e assim fazemos a festa.
Quando eu estava em Forninhos enterrávamos as castanhas para fazermos o magusto, mas não era só para o magusto era também para o 1º de Abril comermos uma castanha assim que acordávamos, porque não podíamos ver um burro sem comer a castanha, se víamos o burro sem comer a castanha ficávamos burros todo o ano, por isso os donos dos burros punham os burros á solta logo pela manhã, eram tempos muito divertidos, tenho muitas saudades do tempo de quando eu era criança.
Hoje assim é, mas tempos houve em que a castanha assada num largo ou terrado, com um bom monte de caruma, essas sim sabiam mesmo bem.
ResponderEliminarDepois vinham as brincadeiras, uma enfarrusca-dela daqui outra dali, e mais um copo de água pé ou jeropiga, era à escolha, mas o que interessava era o convívio.
Na nossa terra estas árvores tendem em desaparecer, hoje já poucas se vêem e as que existem ainda são novas.
Pelo que me cabe dizer, hoje em dia, para se saborearem umas belas castanhas só em nossas casas, colocam-se meia dúzia no borralho e em família lá se vão comendo umas castanhas juntamente com um copinho de água pé.
ResponderEliminarNada como outrora, vão-se os tempos, ficam as lembranças.
Uma boa noite.
Peço imensa desculpa pelo engano, não era no 1º de Abril que se comia a castanha para enganar o burro como eu referi no comentário mas sim no1º de Maio.
ResponderEliminarPois é, esta tradição que se cumpria noutros tempos no 1º dia do mês de Maio é uma das nossas tradições que os tempos modernos não nos deixam preservar já que em Forninhos hoje ninguém tem um burro, mas que nós aqui não deixamos no esquecimento. Vejam, se quiserem, a postagem que fiz no 1º dia de Maio de 2010, Etiqueta "tradições em extinção”.
ResponderEliminarVeio-me à mente mais recordações da minha infância de quando eu e outros íamos às castanhas para o nosso magusto e guardava-se algumas nos bolsos para comê-las cruas, apesar de descascá-las ser um tormento era hábito comer castanhas cruas e até se dizia, mas devia ser mentira, para não se comerem cruas porque apareciam os piolhos.
Hoje quando compro castanhas para assar ou cozer ainda gosto de comer 2 ou 3 cruas.
Boa noite a todos.
ResponderEliminarEste ano, apanhar castanhas foi mais difícil, como se vê pelas fotos.
O S. Martinho, tão amigo das castanhas, este ano resolveu pregar-lhes uma partida; mandou o seu verão mais cedo e muito prolongado, o que levou á paragem do crescimento das castanhas dentro dos ouriços e estes, pelo menos os mais serôdios não abriram, a juntar a isto, este anos foi muito bichoso e as castanhas, mais de metade não se aproveitaram; para dar um exemplo, destes ouriços das fotos, tiramos 47 kg, mas nem 20 se aproveitaram, por isso elas são caras este ano.
Apesar destes anos serem maus para a castanha, não impede nem impedia noutros tempos idos, que se organizassem os tradicionais magustos espontâneos entre a juventude, mas os jovens de hoje, como eles dizem: estão noutra.
E contra isso, não há nada a fazer, resta-nos realmente a nós mais velhos, desfrutar destes prazeres da natureza: cozidas, piladas ou rudas, são boas, mas para convívio, é realmente assadas, no assador ou na caruma, e acompanhadas pelo tradicional requeijão, mas nunca pode faltar a jeropiga.
Pois depende de cada zona, ainda à localidades em que o clima mesmo adverso, devido ao Verão prologado, ainda são uma fonte de rendimento na produção de castanha.
ResponderEliminarMas, regressando ao bem bom da nossa Aldeia, sempre se arrajam uns quilos de castanhas para um bom magusto, um bom requijão e a boa pinga, para isto basta que as pessoas assim o desejem.
Os jovens de hoje, são levados pelas modernices, e não pelos costumes dos seus antepassados. É a mudança.
Sim, mesmo sem haver grandes soutos, isso nunca impediu de noutros tempos se arranjarem umas castanhas e organizar-se espontaneamente os tradicionais e verdadeiros magustos. Era assim o dinamismo e o gostar da nossa terra.
ResponderEliminarÉ bom, nós mais velhos, ter tão boas memórias dos magustos, do cepo de Natal, das Janeiras e dos Reis, do jogo da reza na Quaresma e das Bodas da reza, dos Santos Populares, dos jogos de futebol aos Domingos entre as aldeias vizinhas, etc…momentos espontâneos que as novas pessoas nunca viveram e, no entanto, são essas pessoas que hoje decidem quando (dia e hora), onde (local) e como deve ser feito um Magusto! Como dizia o Fernando Pessa, e esta hein!
Castanhas rudas ou piladas?
ResponderEliminarSr. Eduardo, de repente entendi rudas como sinónimo de cruas, mas tanto quanto sei, em Forninhos as castanhas que eram secas nos caniços tinham o nome de rudas. Posso estar enganada, mas não se usava o termo piladas.
Rudas é o mesmo que piladas, certo?
Olá.
ResponderEliminarÉ verdade, como já referi, hoje em dia não é necessário haver grandes Soutos, basta haver vontade e num lugar ou noutro se encontra um castanheiro para matar saudades, roubar algumas e depois de assadas, deliciar-se com o divino sabor.
Hoje, já não se fazem os magustos como antigamente, mas sim, quando alguém com alguma esperteza se lembra, e...lá se arranja um pequeno convívio, para Inglês ver.
Cara.
ResponderEliminarSe bem entendo e como sempre ouvi dizer, as castanhas ao serem comidas cruas, será o mesmo que as comer rudas.
As castanhas que eram secas, essas ouvia dizer que eram as castanhas piladas.
Se te servir de algo, é bom saber que a minha opinião sempre valeu algo.
Não Paula, rudas, usava-se e ainda hoje há quem prenuncie esta palavra: batatas estão rudas, diz-se quando as batatas não estão bem cozidas.
ResponderEliminarPiladas é um termo usado para as castanhas secas no caniço, guardavam-se e eram usadas para fazer o caldo, claro que hoje já não há caniços, nem o caldo já há, hoje chamam de sopa, e esta, já há alguns restaurantes que a fazem, mais para recordar.
Boa.
ResponderEliminarQuem mais sabe... são os mais velhos e estes tem sempre razão.
Batatas mal cozidas, ou qualquer outro comestível.
Até as castanhas mal assadas, diz-se " as castanhas estão rudas".
Entendi rudas como algo rijo, duro, que tem de ser rilhado, daí entender que castanha-ruda podia ser a não cozinhada, a castanha-pilada.
ResponderEliminarO serip diz que sobre as castanhas secas ouvia dizer que eram castanhas piladas, mas eu não recordo em Forninhos chamarem às castanhas secas castanhas piladas, só depois, já a deambular por outras paragens, é que o ouvi.
Eu falei que as castanhas secas nos caniços tinham o nome de rudas, mas sim a verdade é que às batatas mal cozidas chamavam batatas rudas e às castanhas mal assadas diz-se que estão rudas.
Obrigada aos 2.
Abraço