A obrigação da igreja manter registos de casamento, nascimento e óbito, surgiu no Concílio de Trento em 1563, mas a data de início dessa prática não foi igual para todas as paróquias, registe-se que de Forninhos, o primeiro assento de baptismo de que há conhecimento é de 1634, em Penaverde 1626, em Aguiar da Beira 1609, em Carapito 1604, nas Antas 1589.
Assim, começo hoje a publicar uns registos de casamento do séc.XVII.
É fácil ler os registos |
Acima temos o registo de casamentos nos anos de 1650, 1651 e 1652
A segunda imagem é um pormenor da primeira, na qual está ampliado o nome do casal Manuel Fernandes e Maria Antunes que casaram faz exactamente hoje 370 anos. O pároco João Baptista registou assim esse facto:
"Aos doze de Junho de mil seiscentos e cinquenta e hum annos feitas as denunciações conforme o Sagrado Concílio e Constituições deste Bispado e testemunha o povo recebi em face da Igreja Manuel Fernandes e Maria Antunes deste Lugar e por ser verdade fiz este termo e assinei dia, mês e era ut supra."
Não são referidos padrinhos "testemunha o povo". Era segunda-feira e na aldeia, pelo menos alguns habitantes devem ter interrompido os trabalhos do campo.
Em 1645 e 1646 parece ter havido apenas um ou dois casamentos por ano:
1- João Domingues e Antónia João (15-01-1645)- Domingo
2- Diogo João e Maria João (10-09-1645) -Domingo
3- Silvestre João e Maria Dias (15-08-1646) - Quarta-Feira (Dia Santo)
Destacamos o de Silvestre João e Maria Dias, no dia 15 de Agosto de 1646, "forão padrinhos Balthazar da Fonsequa, Pedro Vaz eh mais povo, por ser dia Santo...".
O Pe. Cura faz referência ao dia Santo, mas não à festa da aldeia, por nessa altura não haver, mas certamente houve boda na casa da noiva.
Outros casamentos do séc. XVII:
No ano de 1647 contamos meia dezena e assim crescia a aldeia, mas entre 1648 e 1649 o número é novamente reduzido a um casamento anual:
1- Bartolomeu Almeida e Isabel Pires (14-05-1647) -Terça-Feira
2- Francisco Lopez e Isabel Domingues (01-09-1647) - Domingo
3- António Gomes e Maria Nunes (26-10-1647) -Sábado
4- Mateus Nunes e Isabel Antunes (05-11-1647) -Terça-Feira
5 - Francisco Vaz e Maria João (30-11-1647) -Sábado
6- António Fernandes e Catarina João (19-01-1648) - Domingo
7- António Belchior e Catarina Fernandes (03-02-1649) - Quarta-Feira
Consultável em:〔PT-ADLSB-PRQ-PAGB07-004-M1_m0068.tif⦎
Onde estão e quem são os descentes destas famílias?
História de vidas bem registradas por lá e bem guardadas. Lindo! Ótimo fdsemana! beijos, chica
ResponderEliminarBem guardadas porque não estão em Forninhos!
EliminarDesde o princípio da nacionalidade que fora apenas a Igreja a fazer o registo dos baptizados, casamentos e óbitos. Depois de 1911 (o registo civil é uma criação da Primeira República), o Estado recolheu os livros desses registos na Torre do Tombo em Lisboa e nos Arquivos Distritais. Ainda bem que o fez, caso contrário, estas fontes históricas tão ricas, já tinham desaparecido, tal como tanta coisa da Igreja de Forninhos desapareceu!
Bom domingo de Santo António.
Muito interessante. Eu consegui chegar até aos tataravós maternos, mas não consegui nada do lado paterno.
ResponderEliminarAbraço, saúde e bom fim de semana
Acho que todos conseguimos montar uma pequena genealogia, com cinco gerações, mas não é impossível chegar às sextas gerações!
EliminarDa parte do meu pai, eu até já cheguei ao nome de quatro 7ºs avós (heptavós).
Mas nestes casamentos estamos a quase 400 anos de distância o que equivale a quase 10 gerações, mas é bem provável que ainda exista algum descendente! O nome "Fernandes" ainda existe em Forninhos, por exemplo.
Abraço, bom domingo.
Boa tarde Paula. Como gostaria de ter a oportunidade de saber e conhecer a história da minha família. Parabéns pela linda matéria.
ResponderEliminarOlá Luiz e obrigada pelos parabéns!
EliminarConvém saber pelo menos o nomes dos seus trisavós e começar por aí...
No nosso caso, esta documentação está on-line, o que permite às pessoas comuns, como eu, pesquisar e tentar encontrar os nossos antepassados.
Nem precisamos sair de casa e apanhar com a poeira das estantes, micropartículas de papel, dejetos de traça ou de rato.
Bom domingo!
Quando a Paula encontra estas coisas eu comparo com a alegria que nos dava descobrir uma cabeça amarela a romper a terra quando andávamos aos míscaros. E ela depois serve isto com o mesmo esmero de quem serve uns míscaros guisados aos amigos e diz: provem lá, são de Forninhos!
ResponderEliminarParabéns por mais Um Grande Registo e Obrigada pelo teu esforço.
Ou se descobre umas pútigas debaixo dos sargaços que já são raros!
EliminarMas, sim, a alegria da descoberta é igual e aqui também é precisa aquela técnica de ver mais além...embora às vezes leve bastante tenpo e nos enganemos também!
Eu faço-o por prazer, ainda que custe algum esforço (tanto melhor que seja assim), mas a autarquia se o quiser pode fazer a genealogia de toda a população da freguesia de Forninhos, temos muita informação on-line. Basta querer.
Curiosa e importantíssima pesquisa a sua, Paula. História é história e fatos assim merecem trazer à lembrança.
ResponderEliminarBom domingo. Boa semana, querida. Bjs
Olá Anete.
EliminarPena não começar no ano de 1635, mas os primeiros registos de casamento estão em mau estado de conservação.
Comecei nos comunicáveis (para mim) apenas para que fique para o futuro mais uns factos veridicos dum tempo vivido pelos nossos antepassados.
Boa semana, bjs.
Interessante este registo!
ResponderEliminarHá tempos vi assim uns registos e fiquei maravilhada!
Bj
São coisas tão nossas que é impossível ficarmos indiferentes.
EliminarBjs, boa semana.
Boa tarde
ResponderEliminarAbsolutamente notável . Paula .
Enorme trabalho de investigação .
Brilhante !!
Abraço
MG
Miguel Gouveia, as suas palavras elevam a minha autoestima! Obrigada.
EliminarAbraço
Boa Semana.
Boa tarde Paula,
ResponderEliminarContinuo a admirar essa sua incrível pesquisa que se estende ao Séc.XVII!
Adoraria conhecer os meus ascendentes, mas no fundo também não tenho feito nada para saber quem foram.
Deus queira que os descendentes dessas famílias de Forninhos respondam ao seu apelo! Merece!
Beijinhos e Parabéns por mais um excelente trabalho.
SAilime
Duvido Ailime! Desafiados publicamente a exercerem o direito de resposta, como vê, remetem-se a um silêncio desprezível. Acho que é verdadeiro o ditado: "Santos da casa não fazem milagres".
EliminarMas obrigada pelas suas palavras.
Beijinhos.
Interessante estes registos históricos e ainda bem que eles não desapareceram.
ResponderEliminarUm abraço e bom Domingo.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
Livros-Autografados
Graças à criação da Primeira República, porque Forninhos que até teve um Posto do Registo Civil, segundo se lê em alguns assentos de casamento, nunca se preocupou (as diversas Juntas de Freguesias) em identificar o local onde funcionou, de modo em preservar essa memória!!
EliminarBom domingo e um abraço para si também.
Boa noite de domingo, querida amiga Paula!
ResponderEliminarGostamos muito eu e filho de fazermos árvores genealógica.
Temos resgatado pessoas e ele é perito na questão.
Gosto muito das suas pesquisas muito bem fundamentadas.
Tenha uma nova semana abençoada!
Beijinhos carinhosos e fraternos de paz e bem
Também gosto, quanto mais não seja para ajudar a esclarecer as relações de parentesco entre as gentes da nossa terra, por vezes difíceis de explicar...
EliminarE gosto de decifrar documentos como estes...
Beijinhos.