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sábado, 6 de fevereiro de 2021

crostes, colostros ou calostros

O calostro é o primeiro e segundo leite das fêmeas após o parto. É um leite muito forte para o estômago tenrinho então costuma-se impedir a cria de o mamar, mas na aldeia este leite não se desperdiçava. Com este leite antigamente faziam-se crostes de vaca ou de cabra e eram comidos com açúcar. 
Muito fáceis de fazer. 
Bem...talvez esta receita tradicional da nossa aldeia não seja assim fácil de fazer, porque o ingrediente principal, o leite de animal recém parido, é já difícil de encontrar, mas ficam os crostes também arquivados no BlogDosForninhenses por trazer o sabor e a memória dos nossos antepassados...


O leite da primeira ordenha ao ferver, cortava e ficava quase requeijão, mas mais aguado.


Pode servi-los frescos ou quentes, só com açúcar ou polvilhados com canela...como você preferir.  

Ingredientes
1 litro de calostro
- açúcar a gosto 5-6 colheres de sopa...
- canela em pó (opcional)

Nota
Alguns de nós, como eu, dizemos crostes, mas o termo correcto é colostros ou calostros, o primeiro leite das mães, humanas ou animais, após o parto. É um leite muito rico em nutrientes.

19 comentários:

  1. Aqui chamaos de colostro. E confesso, não lembrava desse doce ...Deve ser difícil conseguir esse leite da primeira ordenha...

    Gostei de ver! beijos, ótimo fds! chica

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    1. ...principalmente nas cidades.
      Podemos sempre fazer uns crostes falsos com: leite integral, requeijão, iogurte natural sem açúcar e açúcar a gosto. A gente bate tudo com a batedeira, põe numa panela e deixa ferver, baixa o lume e mexe como se fosse um creme.
      "Bom apetite"

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  2. Colostro eu sabia o que era, agora que dele se faziam doces, não.
    Abraço, saúde e bom domingo

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    1. Hoje na cozinha moderna já podemos colocar uma casca do limão e um pau de canela enquanto ferve e, depois de frio, polvilhar com canela em pó ou servir com um fiozinho de mel, por exemplo, mas numa altura de mais miséria em Forninhos só havia um limoeiro então levavam só açúcar; ao arroz-doce adicionavam folhas de limão. O ideal era juntar 1 ou 2 cascas de limão, mas não havia...
      Abraço, saúde e bom domingo p si também.

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    2. P.S: É uma pena que mais sobremesa nossa quase tenha caído no esquecimento.

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  3. Lambi-me tanto com eles, não fora filho de lavradores.
    Desde criança acompanhava o meu pai apeados pela serra a levar a vaca ao boi, andava toirina e passado tempos estava prenha.
    Era na loja do meio, por debaixo da casa que eram acomodadas, ali comiam na manjedoura, ali descansavam até irem para o trabalho. E ali pariam quando a hora era chegada.
    Segurei por vezes o candeeiro a petróleo para ajudara minha mãe no parto, um bezerro já nascia forte e esfomeado e havia que controlar as primeiras mamadas, não fossem estas ser nefastas.
    Claro que me lembro do caldeiro ao lume da fogueira com bastante água e sal e no levantar da fervura, era deitado o primeiro leite grosso.
    Era um regalo, uma festa ter crostes na ceia...
    Depois de dois dias de parida a vaca, iam começando a aproveitar parte do leite para fazer queijo, mas ficava pouco amanteigado e mesmo nas feiras e depois de curado, pouco valor tinha, era acortiçado, seco, olhudo e duro.
    Havia ainda os crostes das cabras, mas estas tinham o amoujo mais pequeno e pouco sobrava das crias por ser mais leve e por tal o que restava, ia para o requeijão.
    Uma delícia os crostes!

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    1. Em Forninhos, os crostes eram mais das vacas, sim, a maioria das vacas dava muito leite, pois eram muito bem tratadas, antes do próprio parto e nos dias que se lhe seguiam, por tal sobrava muito leite e havia quem fizesse queijo de crostes.
      O Livro de Penaverde já refere crostes de cabra.
      Mas não os havia em todas as casas, por não terem vacas (ou cabras), só que o espírito comunitário sempre foi um traço vincado que marcou o povo forninhense, havia sempre quem oferecesse uns crostes com açúcar à pequenada. Caso da tua mãe, a quem agradeço também todas as dicas para este post. Na net encontrei, em espanhol, muitas versões. Em alguns, adiciona-se um pau de canela ou casca de limão ao prepará-los. Em algumas cidades espanholas era comum adicionar um pouco de pão esfarelado para dar maior consistência. Já nos Açores os crostes eram consumidos à ceia, em vez do leite tradicionalmente utilizado naquela refeição e comido com pão, bolo ou papas, no caso do pão e bolo sobre a forma de sopas. Outras vezes era, simplesmente, bebido sem nada, mas sempre depois de fervido.
      Cada terra com seu uso...
      E nós deviamos aproveitar as diferenças. É uma sobremesa que nunca vi nos nossos restaurantes e bem a podiam incluir na sua ementa, principalmente nos meses da Primavera.

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  4. Boa noite

    Mais um post muito interessante .

    Bom fim de semana
    Abraço
    MG

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    1. Obrigada.
      Com este post notamos também a nossa distância em relação a este linguajar bem popular.
      Bom domingo.
      Abraço.

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  5. Boa tarde Paula. Não conhecia. Parabéns pela excelente matéria.

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    1. Boa tarde Luiz e obrigada. É uma matéria que alguns conhecem, mas muitos desconhecerão, mas que agora todos podem ficar a conhecer.

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  6. Boa segunda-feira, Paula. Inédita postagem, não sabia desse doce, receita. Deve ser gostoso!...
    Boa semana. Bjs

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    1. Eu não gosto, mas gostos são gostos e eu não gosto de leite, nem dos seus derivados. Para arrasar a minha reputação, não gosto de carne de caprinos, ovinos e bovinos.
      Beijinhos.

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  7. Bom dia Paula,
    Só em criança comi crostes, que na minha terra se chamavam colostro.
    A minha avó tinha duas cabritas e era delas que comia o colostro, na época só açucarado, mas uma delícia.
    O requeijão não aprecio.
    Saudades desses tempos.
    Gostei de recordar.
    Um beijinho e continuação de boa semana, com saúde.
    Ailime

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    1. Tudo mudou muito e em pouco tempo, Ailime!
      A partir do momento que se incentivou o pequeno produtor a vender o leite para as indústrias de lacticínios, acabaram-se os queijos, os requeijões, os crostes...
      Depois, às crianças de hoje não lhes faltam sobremesas de todo o tipo e nós adultos muitas vezes também ficamos deslumbrados com tantos e variados doces que compramos tudo e mais alguma coisa!
      Beijinhos, saúde!

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  8. São 12h48m. O que é que eu
    vim fazer aqui, gente? Logo
    na hora do meu almoço...
    Tô mortinho de fome e quando
    olha...
    Um beijo, minha amiga. Um beijo.

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    1. Aqui está na hora do jantar, são 19h53.
      Quem sabe um dia prova crostes! Nada é impossível e o turismo está para todas as delícias.
      Bj, bom fds.

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  9. Olá, querida amiga Paula!
    Tive um recipiente para fazer.
    Não sei mais...
    Gosto de requeijão muito.
    Não tenho acesso ao colostro aqui.
    Esteja bem, amiga!
    Beijinhos

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    1. Cara Roselia espero que esteja em franca recuperação.
      Hoje não tenho oportunidade, mas amanhã irei até à FLOR DO CAMPO🌹
      Beijinhos.

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