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sexta-feira, 1 de maio de 2020

No campo...

O 1.º de Maio é o dia do trabalhador, e  para o comemorar escolhi um "textosito" dum Livro que aprecio muito, em homenagem aos trabalhadores do campo, que dele(s) tira os miminhos que todos apreciamos:
"Romperam há semanas as batatas na leira estrumada e pedem monda e logo rega, murchas ao primeiro aperto da canícula, enquanto ao lado, as fêveras do milho grosso, já saído, vão crescendo com as lufadas do suão...E é o tempo das sachas. Andam ranchos, em tapadas e cerrados, vergados para a terra a mondar os milhos entre cantigas em côro ou à desgarrada (...)



enquanto as cerejas coram, às meiguices do sol de Junho.
E, num ai, as ceifas à porta. Não há mãos a medir. Ao domingo se combina o serviço entre todos, para todos se ajudarem, porque todos se devem favores: - tal dia para fulano, tal dia para cicrano, outro para beltrano, e fica a semana encarrilhada. Mal se dorme, que as noites são pequenas e o trabalho não dá sesta."

"Penaverde Sua Vila e Termo, Pe. Luís Ferreira de Lemos

Que todo o trabalhador seja recompensado pelo esforço continuado de manter o mundo alimentado e farto.
Que viva pois,  o Dia do Trabalhador.

14 comentários:

  1. Gostei do texto e coube bem pra lindamente homenagear a data! Bjs chica

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    1. Também gostei, por reflectir muito daquilo que é a nossa agicultura e as minhas memórias.
      Bjs, bom domingo.

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  2. Boa noite de esperança, querida amiga!
    Adoro o campo. Tanta coisa singela e,na simplicidade, vamos homenageando aos que nos alimentam.
    Linda postagem!
    Tenha uma noite abençoada!
    Bjm carinhoso e fraterno de paz e bem

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    1. É homenagem possível ao trabalho dos nossos agricultores que nesta pequena aldeia fizeram o seu mundo e também às gentes que levaram um pouco deste mundo para o sítio onde estão hoje.
      Bjs&Abraço.

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  3. A agricultura é m pouco desvalorizada....e uma profissão muito mal paga...infelizmente.
    Isabel Sá  
    Brilhos da Moda

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    1. Verdade. No campo nem tudo são rosas!
      É preciso valorizar mais o trabalho dos agricultores.
      Bom domingo!

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  4. Cheguei neste domingo e leio um texto muito bonito da sua homenagem ao Dia do Trabalho! Parabéns p você também, Paula, aplausos dobrados!...
    No campo!!! A palavra campo soa dentro de mim de uma maneira calmante e suave...
    Bom domingo... Abçs

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    1. Obrigada Anete. Eu farei todas as propagandas que puder sobre a obra do Padre Lemos. São pág. e pág. a descrever-nos, com grande sensibilidade, o que era a ruralidade, o viver e o sentir das pessoas da sua terra e do seu tempo.
      Bom domingo.
      Bjs/Abçs

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  5. Uma data que não se pode esquecer e o trabalho do campo não é "pêra doce"!!!
    Bj

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    1. Ainda assim os trabalhos não são tão duros como no passado!
      Bj

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  6. Boa tarde Paula,
    Tão bonito e tão verdadeiro o texto do Padre Luís de Lemos.
    Ao lê-lo imaginei-me na infância atrás do meu avô vendo-o a fazer esses trabalhos do campo. Tenho tantas saudades dele!
    Que viva o Dia de todos os trabalhadores que se esforçam por nos proporcionar uma vida melhor.
    Beijinhos e continuação de boa semana.
    Fiquem bem.
    Ailime

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    1. Ailime, o livro deste Padre é como um filme do Vasco Santana, lê-se hoje e volta-se a reler daqui a algum tempo.
      Eu penso muito no meu avô paterno, porque viveu numa época que esta data não era comemorada em Portugal, viveu até morrer sob o jugo do regime fascista!
      Dizem que nunca mais houve um 1º de Maio igual ao de 1974, pois foi a primeira vez que se celebrou o dia do trabalhador em liberdade.
      O meu avô faleceu em Novembro de 1973 :(
      Bj, tudo de bom.

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  7. "...tal dia para fulano, tal dia para cicrano, outro para beltrano, e fica a semana encarrilhada. Mal se dorme, que as noites são pequenas e o trabalho não dá sesta".
    Quem diria que anos mais tarde, o Povo iria mostrar que a sesta era coisas de ricos, acordados em sobressaltos por uma orde de semi-mortos, míseros comedores de fome...
    E um dia, o povo saíu à rua de barriga vazia mas alma cheia.
    Estive no segundo Maio e vi que o campo tinha vindo à cidade.
    Só quem esteve, pode ter a noção, de norte a sul do país, carregaram um pouco do tudo, da adega à arca salgadeira, as vozes e cantorias das ceifas, milhos espalhados das eiras, era tudo o que cabia na bagagem das carreiras.
    Tudo fazia sentido, o povo desceu à cidade, trazendo sementes de Maio.
    Parabéns pelo post que me traz um pouco do "meu" Maio!

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    1. Fizeste-me recordar "A Batalha do Picão" e a correria da aldeia para festejar e os foguetes pelo ar, mandados pelo tio Zé Carau (a seguir ao 25 de Abril, no calor da Revoluçao dos cravos).
      E agora...um campo vazio do muito que poderia ter!

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