" Vem a chuva, anda o caldeireiro na terra..."
Assim se comentava em Forninhos quando se ouvia no povo o barulho do bater dos caldeiros, isto há mais de meio século atrás.
Contrariamente ao que os autores dos textos "Forninhos a terra dos nossos avós" nos quiseram fazer crer, no capítulo "a arte dos ofícios", a nossa aldeia nunca teve determinados mestres, entre eles o da latoaria e não tem de se envergonhar de tal, pois teve outras coisas que outros não tinham, mas que partilhavam com as redondezas.
Quando se lhes referem que: "Com mãos ágeis a dobrar o latão ou a folha-de-flandres, o latoeiro produzia um sem número de peças, quase todas ligadas ao dia-a-dia desta comunidade, como as candeias, os baldes e cântaros para a água, as almotolias, os funis, etc." sei eu e todos os forninhenses que estão a referir-se aos latoeiros de algumas aldeias de concelhos limítrofes, afamadas pelos seus bons mestres latoeiros, tais como os casos de Pindo e Matela, no concelho de Penalva, Juncais e Figueiró da Granja, de Fornos, Coriscada de Trancoso e porventura muitas outras, mas de Aguiar da Beira pouco ou nada que eu tenha conseguido saber.
Contrariamente ao que os autores dos textos "Forninhos a terra dos nossos avós" nos quiseram fazer crer, no capítulo "a arte dos ofícios", a nossa aldeia nunca teve determinados mestres, entre eles o da latoaria e não tem de se envergonhar de tal, pois teve outras coisas que outros não tinham, mas que partilhavam com as redondezas.
Quando se lhes referem que: "Com mãos ágeis a dobrar o latão ou a folha-de-flandres, o latoeiro produzia um sem número de peças, quase todas ligadas ao dia-a-dia desta comunidade, como as candeias, os baldes e cântaros para a água, as almotolias, os funis, etc." sei eu e todos os forninhenses que estão a referir-se aos latoeiros de algumas aldeias de concelhos limítrofes, afamadas pelos seus bons mestres latoeiros, tais como os casos de Pindo e Matela, no concelho de Penalva, Juncais e Figueiró da Granja, de Fornos, Coriscada de Trancoso e porventura muitas outras, mas de Aguiar da Beira pouco ou nada que eu tenha conseguido saber.
Trabalhavam com folha de flandres (lata), zinco e das suas mãos saíam os utensílios mais usuais para o dia a dia, é verdade, quer para a casa, quer para o campo. Potes de azeite, panelas, almotolias, funis, lampiões, enxofradeiras para as vinhas, a ferrada para a ordenha e transporte do leite, acinhos para a feitura do queijo, assadores de castanhas, etc. e tal...
De Forninhos, quem podia ou tinha oportunidade, nas feiras da zona encontrava as bancas repletas destas e outras coisas, sendo que na nossa aldeia, era normal de vez em quando aparecer o"Feno" de Dornelas, porventura a pé, para remendar tachos, panelas, regadores e caldeiros. Encostava no Largo da Lameira ou no pátio das casas e com a solda derretida, lá remediava a coisa.
De Figueiró da Granja, também vinha uma vez por outra um artífice de alcunha o "Preto", por ser moreno, mas este já vinha de carrinha. Entregava trabalhos feitos por encomenda e levava mais um ou outro pedido.
Mas o que melhor recordo, sem dúvida é o amigo Vasco da Matela, melhor, mestre Vasco, que agora, ainda apesar da idade, artesão certificado e muito requisitado pelos certames de artesanato pelo país. O Vasco vinha sempre ao domingo e com ele a tristeza era uma palavra por inventar. Por vezes a pé, afinal a Matela fica perto e depois começou a vir com uma motoreta, trazendo e levando encomendas.
Forninhos nunca teve latoeiros, mas também nunca teve falta deles!
Fotos: Cortesia de Henrique Santos Lopes.
Este é um assunto que me interessa comentar, por várias razões; e, desde já, peço desculpas por este comentário que vai ser longo, mas é o espelho de uma grande revolta e indignação!
ResponderEliminarEm Forninhos predomina a actividade agrícola e nunca fomos um povo que se dedica-se muito ao comércio. No capítulo ou subtítulo "a arte dos ofícios" a sua pág. 167 o autor ou os autores dos textos (são vários: Carlos Alves, Maria de Fátima Beja e Costa, Paulo Celso Monteiro, Pedro Sobral Carvalho) sobre Forninhos até escrevem isto:
"Durante séculos não havia como hoje uma especialização profissional. O ferreiro, o carpinteiro, o cesteiro eram também agricultores, ou melhor em muitos dos casos a sua principal actividade era a agricultura, que complementavam com a prática de um ofício.".
Ora, referência ao ferreiro «nada», mas o cesteiro e o latoeiro, profissões que se conheça nunca houve em Forninhos, mereceram referência, porquê?!?
Eu em criança ainda presenciei os tipos de consertos referidos neste 'post' e tenho gravada na minha memória um latoeiro de Dornelas, talvez o "feno" a derreter a solda nessas reparações, ali entre a casa que é hoje do Sr. Paredes e a casa da tia Neves, mas adiante...
Houve um Sr. que em Outubro de 2013 deixou um comentário num 'post' que fiz sobre "A Forca" que disse que em Forninhos não acreditava haver vestígios dum povo disperso por muitos séculos e que deixaram muitas marcas na nossa região - os judeus!
Nota: Esse Sr. desde Agosto de 2010 até Fevereiro de 2013 até se dizia convencido que a Forca que alguns arqueólogos chamam-lhe lagareta foi mesmo um lugar de sacrifícios, mas em Outubro de 2013 já dizia o contrário, nada a dizer...é mesmo assim, algumas pessoas mudam de opinião, conforme as conveniências e as convivências!
Voltando ao povo judeu, é sabido que nas classes mais pobres entre outras coisas eram: alfaiates, sapateiros, carpinteiros, latoeiros, cesteiros...
Talvez nos possa esclarecer esse Sr. - porta voz dos arqueólogos que acompanhou e da Jf Forninhos também - se afinal há ou não vestígios em Forninhos desse povo disperso por muitos séculos!
Como defende tanto o "livro" que ajudou a elaborar, podia elucidar a nossa plateia o porquê do cesteiro, do latoeiro, etc. ser introduzido como uma arte da minha terra e dos meus avós - Forninhos - já que ninguém do povo se recorda dos latoeiros de Forninhos, será porque afinal eram judeus? Mas se eram, ainda bem que tal registaram, em documento escrito. Como defensor acérrimo do "livro" agora já não pode dizer que não sabe da sua presença aqui (Forninhos). Até lhe ficava mal...!
Ficavam Todos melhor na fotografia se em vez dos latoeiros referissem os ferreiros, que os houve em Forninhos, mas enfim...
Deveriam ter ouvido as pessoas da terra de Forninhos, mas preferiram copiar o que é de outras regiões e/ou dos nossos vizinhos.
Fico por aqui hoje...
Boa noite/Parabéns Xico.
P.S - Eu sempre pensei que o projecto "livro" tinha como finalidade a divulgação da memória e história local de Forninhos, mas sendo verdade que serviu para homenagear um sapateiro e um latoeiro da aldeia da Matela, é grave, muito grave, porque quem financiou o projecto foi a autarquia de Forninhos e não outra!
EliminarE lamento que os autores dos textos não tenham deixado a sua identificação no final de cada texto, sempre se ficava a saber quem da EON escreveu o texto do sapateiro e do latoeiro e também do cesteiro!
Gostava de saber se foi o Sr. Paulo Celso Monteiro ou se foi o Sr. Pedro Sobral Carvalho ou outra personalidade de áreas cientificas diversas, que sequer foram contratadas pela Junta de Freguesia de Forninhos através de "ajuste directo", muito menos por concurso público!
Esses "investigadores" e "consultores científicos" entraram em cena como e porquê?
Se calhar porque viram aqui a hipótese de elaborarem um catálogo de modo a apresentarem um projecto e assim poderem candidatar-se aos prémios APOM (Associação Portuguesa de Museologia), sim, porque para elaborar um livro sobre a Historia e Memória Local de Forninhos, não foi, já que muito do que se lê diz respeito a outras terras nossas vizinhas!
Resumindo: Isto é o que eu chamo a transparência opaca de Forninhos!
Cada aldeia tem as suas proprias cararcteristicas, os seus habitos e modos de vida. A nossa por nao ser intrinsecamente uma aldeia serrana, tem no entanto essa componente e nos seus vales ferteis terrenos, por isso e nesta dualidade, quase podemos dizer que se trata de uma aldeia que se completa e dado o facto, a imaginacao local para suprir necessidades do dia a dia, tinha os seus artifices necessarios, sendo que o pontualmente carecido, era provisionado pelos das redondezas e as redondezas por nos noutras areas.
EliminarO que revolta e ai estou solidario contigo na indignacao, tem o nome de "Afronta". Falta de respeito por um povo. Explico, Forninhos serviu de cobaia sem pedirem licenca, para meia duzias de pessos dele se servirem em proveito proprio, dela se servirem para concursos, pois bem sabiam que tem uma historia muito forte.
Nao foi dificil, bastou juntar a "Turma da Monica" que encantada com a "Bruxa Min", a transformou, nela colocando o que nao tinha.
E assim aparce a "Alice no Pais das Maravilhas".
Forninhos travestido. Foi obra!
Mas por quem e para quem...basta irem ver como apareceu o "louvor" e para quem foi. Forninhos (melhor, os chegados a Forninhos), deu o nome e porventura o dinheiro e os "mestres da genetica etnografica", ficaram com os louros!
E ainda festejaram nas portas das tabernas!!!
Mas eu não tenho dúvidas disso! Para o historiador Forninhos vem servindo de cobaia desde 2011 pelo menos...basta para tanto ver uma publicação da sua autoria promovida pela ADD!!
EliminarNa altura, deu-lhe jeito encontrar um machado próximo de S. Pedro, no vale em direcção ao alto dos Valagotes, mas em 2013 já deu jeito o mesmo machado ser achado junto a um muro na "villa romana" da Pardamaia!
Não é por acaso que eu duvido que o machado tenha sido recolhido na terra de Forninhos! Mas se o foi até seria interessante, que voltasse à casa a que pertence!
Cheira-me que o "louvor" da Associação Portuguesa de Museologia tem mais a ver com achados arqueológicos e pouco ou nada tem a ver com o catálogo "Forninhos, a terra dos nossos avós", se assim fosse tinham-se candidatado ao prémio catálogo e não ao prémio investigação!
Há muita coisa que este povo inculto desconhece!
Olá primos.
EliminarNão sabia sobre o "livro Forninhos, a terra dos nossos avós", estava tentando adquirir um exemplar, mas com o relato acima perdi a vontade.
Vocês conhecem o historiador Fernando Barbosa Barros Leite de Penalva do Castelo. Quando fui a Forninhos foi uma visita muito rápida estava hospedado em Coimbra, próximo à aldeia onde meu pai nasceu, e no dia seguinte passeando pela faculdade entrei em um "sebo” (aqui no Brasil e como chamamos loja de livros usados), não estava procurando por nada, minha esposa procurava livros de arte, eu estava perdido em pensamento quando um livro me chamou a atenção, pela cor, uma azul no meio de capas vermelhas e pardas, ao pegar vi que era de Penalva do Castelo e comprei. Acho que poderia ajudar muito na pesquisa do Blog.
Olá primo Aurélio,
EliminarSe quiser o "Forninhos, a terra dos nossos avós" envie-me o seu endereço, por email, que eu envio-lhe um exemplar; o livro não está à venda (porque não pode ser vendido), mas nós compramos mais que um, porque pode ser "doado" desde que se entregue à Junta de Freguesia € 10,00...manobras dos políticos!
O "livro" tem muitas fotos de Forninhos (algumas bem interessantes) que vale a pena ver, mas quem conhece bem a história da terra dos nossos avós fica sem vontade de lê-lo, porque a história de Forninhos é tão rica e cheia de tradições que, a nosso ver, merecia uma atenção diferente.
No caso - a arte dos ofícios - revolta-nos, porque vêm referenciadas profissões de terras vizinhas e profissões que houve em Forninhos, como o barbeiro, ferreiros e até a actividade a que se dedicava a sua avó Etelvina (a carvoaria) sequer mereceram uma linha!
No entanto, existe um livro, duma aldeia do concelho de Penalva do Castelo, chamada "Quinta da Ponte", em que o autor José da Costa Cardoso, dedicou umas linhas à sua avó de Forninhos.
Do historiador Fernando Barbosa Barros Leite ainda não li nada, uma falha que tenho de colmatar! Obrigada pela dica ;-)
Um grande abraço forninhense.
Latoeiros, lembro-me perfeitamente na Lameira de fogueira acesa, ferro de soldar na brasa, garrafa de ácido, solda e bigorna cravada no chão, respetivo martelo, tesoura e alicate. Esperava que o povo trouxesse lata para arranjar.
ResponderEliminarConcertava tudo o que fosse chapa e por vezes fazia pequenos objetos na hora.
Objetos de maior porte eram feitos na sua oficina. Saliento os algerozes e os canos de rega. Exponham nas feiras e festas das povoações. Foi numa dessas festa, Sra. dos Verdes, que conheci o Mestre Vasco da Silva, da Matela, do qual me tornei amigo e fã das sua peças. Um dos primeiros a certificar a sua arte.
Hoje, com bastante idade e sem forças para a arte. A Matela perdeu um Grande Artista.
Com 59 anos de idade, lembro-me de haver em Forninhos, Alfaiates, Costureiras, Carpinteiros, Pedreiros, Ferreiros, Lenhadores, Serradores ,Resineiros, Mineiros, Arranjadores de bicicletas mas Latoeiros, só viajantes.
pois, amigo Henrique, boas lembrancas dos latoeiros que vinham a Forninhos, mas que gentes abusivas os tomaram como sendo de ca. Deu jeito e proveito proprio.
EliminarTachos, panelas e jarros levavam «pingos» de solda quando furados e os fundos, quando gastos, eram substituídos. O mesmo sucedia com recipientes de metal, incluindo penicos. No caso da louça, pratos, travessas e tampas partidos, eram reconstruídos usando «gatos» de arame.
Tudo muito bonito dentro das necessidades, mas tu que primas pela Transparencia e com certeza tens em casa a "coisa", nao te incomoda que um dia a tua neta se tal "obra" ler, fique com uma imagem dos seus antepassados que nao existiu, tal como no conto de fadas...
Muita parra e pouca uva e ...siga a banda!
O livro sobre Forninhos é o que é. Para uns é uma obra de arte do outro mundo que até recebeu uma menção honrosa, (prémio, dizem eles) para outros estão-se marimbando, receberam o exemplar e colocaram-no na prateleira, e eu, já disse e volto a dizer, preocupo-me com o que fica para a posterioridade. No meu exemplar, já fiz a minha retificação daquilo que acho que está errado, o meu filho já tem conhecimento disso e a minha neta, quando se interessar pelo que está nele, não ficará com ideias erradas, sobre os antepassados de Forninhos. Se a Junta, não anexar uma errata nas entregas do livro, problema deles, são eles que vão ficar mal vistos, se já não estão.
EliminarAliás, vai ficar, para a posterioridade, muita matéria escrita, que contrariará parte do conteúdo do livro.
Ainda hoje, em Lisboa, uma pessoa com 77 anos, de Forninhos, me comentou que em Forninhos (eles) fazem o que querem. Não querem abrir a pestana, problema deles. As maiorias são assim.
Eu a considerá-la uma obra de arte, só se fôr de arte sacra!!!
EliminarAcho que essa gente não tem noção do ridículo. Quando um autarca, que é o maior responsável, pelos erros, mentiras e invenções constantes na obra, vem a público dizer "Este prémio é partilhado também com a empresa Eon-Industrias Criativas que liderou, investigou e soube agregar para este projeto enormes contributos de diversas personalidades de áreas cientificas diversas que em muito o engrandeceram.".
Prémio...???
Personalidades engrandeceram este projecto...??? As mentiras, pelos vistos, engrandece-os!!!
Essas personalidades usaram foi Forninhos, se não fosse esta terra não tinham projecto algum para apresentar ou candidatarem-se a um prémio-investigação!
Eu só ainda não fiz um post sobre o assunto porque ando a juntar o puzzle, quer saber como é que essa equipa de investigadores ligada a um outro projecto é metida no projecto financiado pela autarquia, mas chego lá...
Em relação às profissões, de Forninhos, deixo aqui uma pequena memória, muito vaga mas que tenterei transcrever como me lembro.
EliminarJunto à Casa da Junta, na altura, escola velha, do lado esquerdo, ainda o Sr. Antoninho não tinha construído o anexo (armazém). havia várias oliveiras e um caminho por onde passava-mos quando íamos para a Ribeira e até para o Picão. Nesse largo, entre as oliveiras, existia um estábulo descoberto onde se ferravam os animais, burros e vacas. Se alguém exercia essa profissão e que fosse de Forninhos, ou se servia para alguém que viesse de outra povoação, isso eu não sei dizer, que me lembra desse curral, lembro. Isto tem um nome, mas não me lembra, perdoem-me por isso.
Sobre o livro, eu acho que não vale a pena bater mais no ceguinho. Como diz o título- Forninhos Terra dos Nossos Avós, e eu vivi algum tempo com os meus avós paternos, e muito me ensinaram, carqueja- lembro-me de falar que havia na Serra da Matela, Latoeiros-só viajantes, Cesteiros- lembro-me dos Ciganos e por aí fora. Uma das pessoas, ligada ao livro, comentou comigo, que não há livros sem erros, então façam uma retificação. Só serão elogiados por isso. E por aqui fico, chá chega. Resto de uma Boa Tarde a todos.
Acho que essa profissão é de ferrador. Ferrador de cavalos e mulas, talvez seja um profissão que já fez parte do dia a dia da nossa aldeia nos mesmos termos que a de latoeiro!
EliminarSobre os erros. A pessoa que te disse isso a ti, também mo disse a mim, mas o que ele diz entra-me por um ouvido e sai-me pelo outro, repito! Exemplo, eu tenho o livro de Penaverde e dele consta uma errata!
O Mundo é feito de muitas pessoas e das suas maneiras de ser e esse Sr. já deu provas mais do que suficiente do que é capaz de fazer com o património natural e cultural de Forninhos!
Se é verdade que faz parte duma Associação de Defesa do Património "Valha-me Deus"!
Da mesma maneira que tu, Henrique, queres decifrar o imbróglio dos "baldios", eu quero decifrar o imbróglio do "livro", portanto, da minha parte continuarei a "bater no ceguinho" as vezes que forem preciso, quem sabe consigo que alguns tirem o "livro" da prateleira?!
Não achas estranho uma empresa usar o Forninhos dos nossos avós para se candidatar aos prémios atribuídos pela APOM, que tem como objectivo "incentivar e premiar a imaginação e criatividade dos museólogos portugueses e o seu contributo efetivo na melhoria da qualidade dos museus em Portugal"?
Quando a candidatura PRODER tinha como finalidade a divulgação da memória e história local de Forninhos?
Já pensaste porque o machado e outros achados nunca apareceram?
Estarão em algum museu que não o de Forninhos, que não tem museu algum?
Tu que bem lestes os conteúdos do "livro" e bem conheces as mentiras por lá espelhadas diz-me se achas que nos devemos calar!
Nunca pensaste como metade dos 24.000 euros do baldio desapareceram?
Se calhar a resposta está aqui...EON...museólogos...APOM...e mais não digo, fica para um futuro post!
Esqueci-me de dizer que a anexarem a errata era admitirem que a obra de arte de outro mundo tinha erros!
EliminarEu quando me referia que não sabia o nome era o" estábulo". Era o género de uma cerca de varas de pau ou cancelas em que o animal parecia estar numa jaula, e estava sossegado enquanto lhe eram pregadas as ferraduras.
EliminarTambém quando disse que não valia a pena bater mais no ceguinho, não quero dizer que me desinteressei pelo assunto, mas por agora, standby até porque estou a rele-lo. À segunda volta, encontra-se sempre alguma coisa que passou.
Nesta altura da Pascoa, reparei que há pessoas interessadas, nestes dois assuntos, o livro e a venda dos baldios. Como é possível ainda haver gente em Forninhos que desconheciam a venda do baldio aos Srs. Brasileiros. Verdade, e conhecedor do local. Notei também que há pessoas interessadas em assistir às Assembleias, pois devem ir e perguntar para onde foram os 24. 000.00 €. Será que vamos ficar sem o Baldio e sem dinheiro. Grandes governantes, parece-me o Governo do País, privatizaram tudo e dinheiro népia, PARAR NUNCA, É MORRER.
Ok, Henrique!
EliminarE, claro que de quando em vez, temos de mudar de assunto, para variar e também não aborrecer os nossos amigos bloguistas.
Mas a forma como elaboraram o "livro" tem de, volta e meia, vir a público até porque a candidatura foi com o objectivo de conservar e valorizar o património rural de Forninhos e não foi para a Junta ou a empresa que contrataram inventar!
Repara que sugeriram a origem duma "vila agrícola romana" ("villae") situada na Pardamaia e a credibiliza-la apenas têm uns cacos recolhidos que nada provam! Maior quantidade de cacos havia-os nos terrenos de cultivo de S. Pedro. Ainda por cima vem-nos dizer que encontraram um machado ali à superfície!!! Disserem em 2011 que machado foi encontrado em S. Pedro, agora já foi encontrado na Pardamaia!
Havia uma villa romana na Pardamaia, mas as lagaretas situam-se noutros terrenos de cultivo ou com cultivo ao redor!
Isto é só uma das muitas mentiras que engendraram de modo a poderem candidatar-se aos prémios da APOM, usando para tal a publicação em papel financiada pela Junta. As pessoas não sabem, mas para o prémio investigação têm de apresentar uma investigação que aborde temáticas da museologia e que, se conheça, o dinheiro (público) veio para escreverem a história e memória de Forninhos, o objectivo da Junta, que se saiba, nunca foi elaborar um livro a abordar temáticas de museologia; se o foi, então muito mais têm a explicar, têm de explicar se foi a Junta que autorizou tal e com que intenção!
É como a história dos pinheiros dos baldios. Os brasileiros cortaram-nos e agora a Junta diz que foi sem autorização. Poderá ter sido verdade ou não, mas alguém no seu perfeito juízo acredita que a Junta não autorizou o corte?
Muitas pessoas de Forninhos, desconhecem a venda do baldio, como sobre o "livro" desconhecem muita coisa, inclusivé quanto custou a Forninhos as mentiras e as asneiras nele contidas!
Na altura que publicitaram "o projecto em construção" falavam em cerca de 12.000 euros, agora resta-nos saber se foi 12.000 euros ou mais.É que além da EON são mencionados consultores científicos e os consultores científicos, acho eu, não trabalham de borla! Devem ser todos amigos, é certo, mas há um ditado antigo que diz "amigos, amigos, negócios à parte".
Meu avô materno era latoeiro...por aqui havia alguns!
ResponderEliminarUm profissão...tal como muitas...que desapareceu...em prol de toda uma modernidade!
Bj amigo
Curiosamente os meus antepassados da parte do meu avo paterno eram ferreiros, profissao e arte, essa sim, com raizes profundas em Forninhos mas nao digna de registo no "auto de fe" de uma pseudo monografia.
EliminarAinda bem...
Agora apenas recordacoes que nem os plasticos ainda nao conseguem apagar.
Beijinho.
E note-se que a alcunha "ferreiros" que advinha da profissão exercida na arte de malhar o ferro, ainda hoje perdura!
EliminarPor aqui se vê bem que tipo de recolha fizeram...é mais fácil fazer uma consulta à wikipédia...
Segundo me contaram, o avô do teu avô já era ferreiro e a forja situava-se entre a agora casa do meu tio António Cavaca e a do meu tio António Carau.
Ainda hoje quando se referem ao meu saudoso avo Francisco o tratam por Xico Ferreiro.
EliminarMesmo a mim, volta e meia...o Xico dos Ferreiros.
Nao me arrenego por ter orgulho em tal!
Boa tarde, hoje ainda existe a profissão de latoeiro mais no interior, repara e constrói varias peças, incluindo as cataplanas algarvias, a tendência é para acabar entras outras profissões como a do sapateiro.
ResponderEliminarAG
Boa tarde, Antonio.
EliminarO Algarve tem outras similaridades proprias quer no litoral quer no interior das serras algarvias potenciadas pelo turismo que incentivam artifices locais e viabilizam (pelos menos ajudam) a continuidade de certas artes.
Aqui na Beira interior, o que vai restando, praticamente se cinge ao exposto nas feiras e em termos de latoaria, a procura quase se cinge aos produtores de queijo, pois o resto vai sendo adquirido para objectos de adorno.
Pena ver tudo isto ao lado de utensilios de plastico, sinal dos tempos...
Um abraco.
Cada terra tinha as suas artes e ofícios, o que fazia com que neste caso, os latoeiros que não existiam em Forninhos, pudessem até ter mais clientela, porque faziam peças não só para as pessoas dos locais onde moravam, mas também para as localidade vizinhas, o que não aconteceria se existissem latoeiros em todo o lado...:-)
ResponderEliminarAté já quase me tinha esquecido da quantidade de objectos utilitários saídos das mãos dos latoeiros; já nem me lembrava das candeias e dos funis! E é pena que seja uma das profissões cada vez mais raras.
Gostei das fotos, Xico.
xx
Era uma festa, Laura, quando chegava a "esta terra perdida nos confins" um viajante, independentemente das artes que trabalhavam.
EliminarA garotada saida da escola, acorria sempre a ver quem era e o que faziam e por tal viamos nestas gentes um bocado de um mundo novo.
Sempre tive um carinho muito especial pelos ciganos, como escrevi uns tempos atras, na maneira esperta como viviam felizes o seu mundo, mas outros tambem nao passavam indiferentes, desde o caixeiro viajante para abastecer as "vendas" e que vinha de Renaul 4, ate o carro de aluguer preto e verde da Guarda, sendo que esse era um alvoroco para as galinhas...os "nossos" mineiros de volframio no Picao, resineiros tambem "nossos", mulheres de maos frias para o queijo sair a preceito, pastores e lavradores com juntas de vacas a preceito, resineiros e ...
Os produtos locais eram a troca convertida em escudos para pagar as necessidades acudidas de gentes de fora. Troca por troca e por tal os latoeiros e caldeireiros estavam metidos no orcamento da dona de casa que tinha a obrigacao de zelar por tal e para em parte satisfazer as reclamacoes do homem de casa que saia de casa de noite e de noite voltava do campo.
Cantaros, baldes, cabacos e enxofradeiras para o campo, alguidares e tanta coisa para a casa, sendo que as panelas com o aproximar do inverno tinham que ir a revisao e a miudagem ficava expectante ao ver as pessoas chegar juntos dos latoeiros e ver como vinham os caldeiros e as panelas que tinham de levar um cu novo, soldado.
Depois iamos contar as nossas maes que iriam comentar com as vizinhas na coscuvelhice, tipo que fulana havia tempo que nao acendia o lume por ter as panelas rotas...
Confesso que tenho saudade dos latoeiros.
As replicas estao expostas em qualquer loja dos chineses, mas sem legendas sentimentais.
Um beijo, Laura.
Eu então não me lembro dessas bilhas metal para aquecer os pés!
EliminarQuer dizer, de igual formato conheci umas de cerâmica. Eram de uma bebida rara (não sei o nome) que após consumido o líquido servia para aquecer os pés!
As de metal acho que já não são do meu tempo ;-)
Gente que loucura esses utensílios, quero todos, vou ai buscar. Que bela arte, hoje em dia por aqui só temos a lembrança e a saudade dos baldes de zincos. Algum jovem herdou esse dom? Hoje em dia estão voltando as coisas do passado, seria maravilhoso ter a juventude fazendo essas belas peças.
ResponderEliminarAbraços aos queridos amigos.
Tenham uma ótima semana.
Vem Anaja, mas aconselho que tragas um latoeiro, pois nem que te quisesse valer, em Forninhos nunca os houve, mas existe ainda sim, uma panoplia destes objectos em todas as casas, uns em melhor estado que outros, mas como deduzo pelo que sei do teu gosto e do Alfredo por este tipo de (agora artesanato) de coisas, quem sabe nao valeria a pena a viagem...
EliminarNao tendo havido pais nesta arte em Forninhos, seria milagre um filho tal receber de heranca, mas aqui ainda vamos tentando resgatar e manter vivo o genuino e verdadeiro passado da nossa terra.
Beijos e abracos.
Xico,
ResponderEliminarSabes porque é que dantes se dizia que quando o caldeireiro anda na terra vem chuva?
é que trouxeste aqui esse dito e assim foi - choveu!
Estará o caldeireiro relacionado com o amolador?
Aqui, como sabes, é o amolador de tesouras, que também conserta guarda-chuva e noutros tempos deitavam "gatos" em travessas e alguidares de barro rachados, que traz a chuva!
E quando escrevi o Post das Feiticeiras, tambem veio uma trovoada do outro mundo. Calhou!
EliminarUma pessoa tenta falar com os mais velhos e decifrar destes ditos ja se esfumou, pois a resposta continua no que "ouvi dizer".
Como apologista das "nossas" coisas, prefiro ficar pelo que Forninhos nos vai dizendo sem pesquisas para escritos encomendados.
Prefiro ouvir a uma pessoa idosa " ja a minha mae dizia que...", do que mil explicacoes academicas.
Livra, que estas a falar de uma aldeia, sao maleficas!
Oficios artesanos que formaban parte de nuestros pueblos, aunque dentro de ellos no se ejerciera este trabajo, si es verdad que, desde distintos puntos cercanos, mostraban y vendían sus artesanías.
ResponderEliminarSon auténticos testimonios históricos y nos muestran, con claridad, el día a día de nuestros ancestros.
Me ha encantado este Post.
Abraços.
Como bem sabes amigo Pedro o passado sustenta a historia de um povo e as suas gentes sao as pedras basilares.
EliminarComo bem sabes, temos tido a felicidade de procurar e encontrar pedras solidas, para nao correr o risco de este Blog desmoronar com pedras moles que minariam os alicerces e algumas ja andaram nestes muros.
Aqui tentamos ser um pouco artesaos e por vezes com tal nos sentimos ao estudar, escutar os mais velhos, sofre com dixotes maldizentes e mesquinhos, mas em cada tema, "vestimos" a roupa das personagens. Neste tema, latoeiros, pois entao!
Amanha sera outro, sempre no sentido de preservar o nosso genuino patrimonio ancestral.
Aquele abraco, companheiro!
Xico,
ResponderEliminarEu gostei muito da história dos latoeiros. Na verdade, eram grandes artistas.
Amei as peças, e confesso que gostaria de tê-las para decoração. Isso me faz lembrar muita coisa boa dos tempos da infância.
Paula, eu também lembrei da nossa saudosa Tina, com a foto da Hortência.
Abraços
Artefactos que trazem estorios e carregados de sentimentos, minha amiga Lucinha, mas que outrora tambem recebiam lagrimas de dor por mal se encherem daquilo que deviam ou ficarem vazios.
EliminarOutros claro, reluziam cintilantes, mas que eram bonitos, sim senhora.
Beijinho.
A TRAMOIA
ResponderEliminar" Forninhos a Terra Dos Nossos Avos"
Bom, vamos ver se as pessoas inocuas percebem de uma vez por todas que nada nos move no que respeita ao engrandecimento da nossa terra, no pressuposta de que tal seja de maneira acertiva e verdadeira, consentanea com o nosso passado e honradez no tratar dos nossos pergaminhos ancestrais.
Por tal, continua imperativo na filosofia deste Blog, demistificar "operacoes" de cosmetica.
Na apresentacao escrita do "livro", o sr, presidente da junta da altura, Ricardo jorge da Costa Guerra, entre palavreado de circunstancia " deja vue", diz no ultimo paragrafo...
" O meu orgulho e que todos os forninhenses se identifiquem com esta obra e nela sintam orgulho...A equipa da Eon_Industrias Criativas...o nosso especial agradecimento pela forma amavel como se envolveu na nossa comunidade...Forninhos deu assim, o seu contributo para a valorizacao do patrimonio da nossa regiao...vivia em comunidade com o territorio...relacao que o leva a produzir objectos...muitos destes oficios atravessaram geracoes...
Pagina 167.
"Ha um tempo para tudo. Um tempo para se viver, descobrir e criar.Um tempo para relembrar e preservar.".
Correcto e afirmativo, digo eu, para "tese de mestrado".
Eu ja tenho mais de meio seculo de vida e nunca me desinteressei dos costumes, tradicoes e raizes de Portugal, na imensidao da sua etnografia e riqueza material e imateria, muito menos os contos e estorias da minha aldeia.
Irei eternamente a chamar "coisa" a esses escritos que ROUBARAM a alma de uma aldeia, por gentes estranhas que dela se aproveitaram como cobaia, para apresentar a concurso um trabalho que podia ter sido noutra aldeia das redondezas, tal como a dos senherores escribas. Intrigante!
Por a aldeia ser rica em historia, acredito. Por as pessoas serem facilmente colaborantes, acredito. Por vaidade e satisfacao pessoal, acredito, mas..
O que ganhou Forninhos?
Quem pagou a quem?
A quem reverteu a venda da "coisa"?
Quem ficou com as moedas romanas?
Quem ficou com o machado?
Quem ficou com a vergonha?
Pois"'andam os latoeiros na terra, vem chuva...". O ceguinho que va abrindo os olhos, vai precisar...
Que os latoeiros, cesteiros, moleiros, almocreves e até sapateiros especializados vinham a Forninhos toda a gente sabe, mas sobre os latoeiros até digo mais, se no texto queria referir-se ao Vasco da Matela ou a outro latoeiro das redondezas que vinha a Forninhos, na parte que falam de equipamentos agrícolas DE COBRE andaram muito mal, porque toda a gente sabe que os nossos avós normalmente tal encomendavam aos latoeiros de longe, de Rio Tinto! Portanto, até o que é de doutras regiões foram buscar, lhes serviu, com que intuito não sei...
EliminarPeças maravilhosas. Verdadeiras relíquias.
ResponderEliminarEm casa dos meus avós havia leiteiras, funis e lancheiras.
Obrigada pela partilha.
Beijinhos.
Tambem na casa dos meus avos, recolhi e tenho guardado bocados de historia, coisas que pergunto aos mais velhos e me perguntam "aonde foste arranjar isso?".
EliminarGuardo para restaurar e mostrar...
Beijinho.
Boa noite Paula,
ResponderEliminarAqui encontro sempre boas memórias do que se via e vivia na minha aldeia! Ao fundo da minha rua existia um latoeiro! Grandes obras de arte saiam da suas mãos como essas peças lindíssimas que nos mostram, hoje autênticas relíquias!
Beijinhos e bom fim de semana.
Ailime
O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem.
ResponderEliminarPor isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis.(Fernando Sabino)
Amei a postagem...sobre os latoeiros, linda arte!
Uma abençoada semana!!!
Abraços Marie.