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segunda-feira, 6 de setembro de 2021

O Nosso Fradinho

Por altura dos cem anos das suas missões em Moçambique, 1898-1998, os Franciscanos publicaram um livro-album com a história breve de cada missão e de cada missionário e encontramos, a referência a um forninhense: Frei Fernando Baptista que partiu para as Missões de Moçambique em 1952. Era filho de João Baptista de Forninhos e Maria das Dores, de Carapito. Os avós paternos eram Francisco Baptista, da Fonte Fria, Matança e Maria dos Anjos, de Forninhos e os maternos eram de Carapito.
Nasceu em Forninhos no dia 28-10-1909 e foi batizado na Igreja de Forninhos no dia 26-12-1909. Os padrinhos foram Augusto dos Reis Sá e Mello e Alice Aurora de Sá e Mello, ambos solteiros e de Carapito.
"Entrou no noviciado a 7 de Setembro de 1935, professou temporariamente a 8 de Setembro de 1936 e perpetuamente a 25 de Outubro de 1939.
A 2 de Fevereiro (1952) chegou a Lourenço Marques (Maputo) e a 26 foi colocado na Missão de Mocumbi. A 13 de Maio de 1958 foi transferido para a Missão de Inharrime. No princípio de 1962 veio passar alguns meses de descanso a Portugal. Regressou a Moçambique, sendo colocado na Missão de Panda a 16 de Novembro de 1962. Voltou a Portugal em gozo de férias a 25 de Maio de 1967. De regresso a Moçambique, foi destinado à Missão de Pembe no princípio de 1970. Regressou definitivamente a Portugal em meados de 1974.
Seu lema foi dar o melhor de si mesmo em todas as actividades, prolongando e tornando visível a benfazeja mão de Deus. Cozinha, administração, trabalhos agro-pecuários, colaboração na formação da juventude, em tudo pôs atenção e carinho. A colaboração na formação (lidar com a rapaziada, como ele diz), é das suas mais gratas experiências. Definitivamente em Portugal, foi integrado primeiramente na comunidade de Montariol (Braga) durante cerca de dois anos e depois, até agora, na fraternidade de Faro. Avançado em idade, jovem de espírito, continua a servir os irmãos, dentro e fora do convento, com exemplar dedicação."
A nossa humilde homenagem a mais uma figura do nosso passado histórico esquecida pela sua terra natal. 
Penso que merecia o seu nome numa Instituição ou Rua da sua/nossa terra.

25 comentários:

  1. Seria uma forma interessante de o homenagear!
    Obrigada por dar a conhecer!
    Boa semana!

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    1. Seria até uma forma de fazer entender aos forninhenses espalhados pelo mundo que esta sempre foi uma terra de gente humilde, mas GRANDE.
      Boa semana.

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  2. Certamente merecia e seria bela homenagem! beijos, linda semana! chica

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    1. Agora que já morreu e porque sou daquelas que defendo que só “Aqueles que por obras valerosas se vão da lei da morte libertando” o merecem, acho que o seu nome "Fernando Baptista" ficaria bem colocado numa das ruas que tanto calcorreou quando ia a Forninhos.
      Bjs e boa semana.

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  3. Era mais que justa uma homenagem a este ilustre Franciscano de Forninhos.
    Um abraço e boa semana.

    Andarilhar
    Dedais de Francisco e Idalisa
    O prazer dos livros

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    1. Nem uma linha mereceu na monografia da sua terra natal editada em 2013!!
      Que pena que muitas vezes não tenhamos a humildade de reconhecer os erros e os corrigir enquanto é tempo, em vez disso andamos por aí a vangloriamo-nos de «nada».

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  4. Gostei muito de ler. O saber nunca ocupou lugar. Grato pela partilha.
    .
    Saudações poéticas
    .
    Pensamentos e Devaneios Poéticos
    .

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    1. Obrigada eu pela visita comentada.
      Eu também nada sabia sobre este Frei. Ando a ler o livro Franciscanos em Moçambique, 100 anos de Missão, e ontem por acaso encontrei algo que diz diretamente respeito a Forninhos e resolvi partilhar porque n´O Forninhenses a partilha não é, nem nunca será uma palavra vã!

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  5. Os Franciscanos foram muito importantes nas Missões em Moçambique.
    Conheci alguns, bem como o trabalho que faziam e penso que ainda fazem, arriscando a própria vida.
    Abraço e saúde

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    1. A sua grandeza é equivalente ao esquecimento a que estão votados, pelo menos este natural de Forninhos!
      Pembe, por exemplo, além do ciclone de 1969, foi das missões que mais sofreu com a guerra e o nosso Franciscano foi destinado à Missão de Pembe no princípio de 1970 e só se retirou em Maio de 1974.
      Abraço e saúde.

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  6. Os Franciscanos fazem parte da história de muitos povos espalhados pelo mundo.

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    1. E em todo o mundo deram parte ou quase toda a sua vida ao serviço da evangelização.
      Louvor a todos os missionários franciscanos.

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  7. Nunca é demais homenagear os que merecem.

    Isabel Sá
    Brilhos da Moda

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    1. E este Frei merece, então é mais que justo ficar aqui registado a bibliografia publicada pelos Franciscanos em Moçambique.

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  8. Olá! Este blogue é uma ótima iniciativa, um pedaço de História especializada numa aldeia. A História é interessante quando aprofundada, quem se interessa por um tema quer saber todos os detalhes. Seria um excelente livro! Um abraço, Ana

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    1. Obrigada Ana. Este blog cada vez mais existe para descobrir...descobrir...descobrir...estórias, dados, curiosidades e factos sobre a minha terra, que já fazem parte de um dossier que estou a construir e que poderá ver a luz do dia em forma de livro.
      Um abraço.

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  9. Pois é, santos da casa não fazem milagres...
    Era frade e entregou-se de corpo e alma à sua missão, longe dos seus mas entre os seus outros "seus" em terras africanas.
    Curiosamente nenhum dos retornados que voltaram das ex-colónias o citaram apesar, presumo, o haverem conhecido pois regressou em definitivo em meados de 1974.
    Porventura por medos de alguns relatos menos bondosos...
    Com tanto padre ladrão que nos calhou em sortes, alguns ainda merecem missas pelas suas almas que não chegam às profundezas dos infernos.
    Deste missionário um estranho esquecimento, nem uma lápide sequer, muito menos o seu nome numa rua, coisa que dá para qualquer um.
    Dos autarcas, igreja e demais, muita inteligência e pouca sabedoria.
    A terra do porco no espeto e viva o porco (bate certo)!

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    1. Este Frei deixa a léguas muitos...não admira, portanto, que seja posto de lado, mesmo no âmbito convivial e gastronómico.

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  10. Boa tarde Paula,
    Mais um trabalho de pesquisa maravilhoso.
    O vosso Frade merece bem o respeito e admiração do povo de Forninhos.
    Seria realmente justo que ficasse algo gravado na sua aldeia para o perpetuar.
    Beijinhos e bom fim de semana.
    Ailime

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    1. Porque deve ter um lugar na história de Forninhos, aqui fica a nossa homenagem, até porque Forninhos nunca o lembrou.
      Beijinhos e bom fim de semana p si também.

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  11. Antes de mais, agradecer e elogiar mais este trabalho de pesquisa. O Povo de Forninhos tem a sorte de ter uma pessoa que dedica muito do seu tempo à pesquisa das estórias que formam a história desta terra! Assim o saibam reconhecer...
    Só hoje e através de si, conheci a existência da pessoa e o percurso do Frei Fernando Baptista e a acho que seria mais do que merecido e justo que a gente de Forninhos lhe prestasse a devida homenagem, mas eu (nascida e criada em Lisboa), interesso-me, orgulho-me e nunca esquecerei as minhas raizes, pergunto: o que fazer para propor formalmente essa homenagem às entidades competentes? (Junta de Freguesia?)
    Mais uma vez, obrigada e um abraço
    Maria José Bernardo

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    1. Bem-haja eu pelas visitas comentadas!
      A Junta de Freguesia infelizmente nunca quis homenagear este homem, caso contrário tinha lhe dedicado uma página na monografia da terra.
      Dedicar-lhe uma Rua também nunca foi viável. Dizem que não é fácil mudar os acrílicos e, dar novos nomes às ruas vai implicar com o funcionamento de entidades como é o caso dos Correios e até com a vida dos residentes, pois teriam de proceder à alteração de moradas, etc.
      Mas isso são desculpas, porque Forninhos tem algumas ruas sem nome!
      Por lá, é muito difícil louvar uma pessoa que se dedicou à causa dos outros ou reconhecer o trabalho de alguns seres humanos!
      Eu quero tentar através da Igreja Católica somente porque me orgulho da gente antiga da minha terra e os vindouros necessitam mais de referências locais do que referências a santos. Mas saí de Forninhos com 19 anos e tenho 50.
      Abraço.

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    2. P.S: Outra coisa que podiamos fazer era criar uma comissão para zelar pela preservação, costumes e património que vale muito para quem se interessa como nós.

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    3. Estou disponível para apoiar/ajudar qualquer iniciativa.

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    4. Vamos tentar que outros adiram, porque só com uma Comissão formada melhor podemos representar a história da aldeia e do seu povo.
      Obrigada.
      Bom fds.

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