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sexta-feira, 17 de julho de 2020

José Bernardo

José Bernardo nasceu em Moreira, Penaverde, em 1898. 
Mobilizado para a guerra, embarcou para França no dia 14 de Janeiro de 1917, em Lisboa, como soldado com o n.º449.  Placa de Identidade n.º 11059-A
Na altura do embarque, José Bernardo era solteiro.


No seu boletim constam algumas baixas médicas, promoções e punições:
- Baixa ao Hospital a 18/04/1917
- Em 4 e 10 de Junho de 1917, foi internado na ambulância
-Baixa ao Hospital em 11/06/1917
-Ferido em combate em 21 de Junho de 1917; alta a 22 do mesmo mês
- Punido com 5 dias de detenção, a 19 de Dezembro de 1917 "por não ter mandado remover seguidamente à limpeza do lixo acumulado à entrada do abrigo que ocupava".
- Promovido à categoria de 2.º Sargento Miliciano a 26/01/1918 (este cargo permitiu-lhe ter uma vida de algum conforto económico)
-Colocado na Escola de Gazes, de 11/06/1918 a 30/07/1918.
Desembarcou em Lisboa em 29 de Outubro de 1918.



Família:
Casou  e teve duas filhas (Prazerinha e Aninhas), mas a felicidade da família não durou muito, porque a sua esposa adoeceu gravemente ainda jovem, com tuberculose.
Enviuvou e casou em segundas núpcias em Forninhos, com Emília Marques, filha de José de dos Santos Marques e de Maria Baptista, e por lá ficou, tal filho da terra. Foi em Forninhos que lhes nasceram os filhos mais novos (Antoninho e Virgilinho).
Do 1.º casamento teve 10 netos e teve mais 5 netos do 2.º casamento.
Sobre o tempo da guerra, disseram-me que nem era muito de relatar as suas aventuras por terras francesas, mas quem o conheceu sabia que foi "enfermeiro" na Guerra e soube aproveitar os seus cohecimentos para ajudar o próximo naqueles tempos onde as palavras "saúde" e "médico" não existiam. Curou muitos corpos e salvou muitas vidas. Foi um homem bom.
Faleceu no dia 25 de Junho de 1969 e ficou sepultado no Cemitério de Forninhos.
Na década de 90 do século passado mereceu uma pequena homenagem por parte da Casa do Concelho de Aguiar da Beira, foi afixada uma placa na parede da casa do filho Vírgilio; não está muito visível, mas está lá, mas Forninhos devia erigir um monumento à memória do Sr. José Bernardo no Largo da Lameira.
Podem melhor saber porquê AQUI

15 comentários:

  1. Bela história de vida, gente de Forninhos sendo lembrada! beijos, lindo fds! chica

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    1. Esta não é uma das histórias mais tristes dos nossos combatentes (há bem piores, infelizmente), mas a vida de José Bernardo impressiona-me, não só pelo que terá sofrido durante o tempo que esteve em França, mas também pelo que passou depois de ter regressado a Portugal já que o 1º casamento durou poucos anos e já tinha duas filhas.
      Voltou a casar e mudou o domicilio para Forninhos, em boa hora isso aconteceu.
      Numa época em que não existiam fármacos e com a falta de assistência médica em que se vivia sem José Bernardo a taxa de mortalidade na nossa aldeia podia ser bem maior!!
      Bom fds, bj

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  2. Alguma vez Forninhos teve um Homem desta grandeza?
    Esqueçam padres e padrecos, gentes simples como nós, mas que se entregavam de corpo e alma, com sacrifício aos outros, este sim, verdadeiro missionário! Depois nada lhe ligam, tirando o filho Vírgilio com a maleta na mão no ensaio do dia da freguesia. Porca e mísera vergonha, o Sr. José Bernado devia ser entronizado e ficar com o seu busto no largo da freguesia.
    Jamais teremos outro...

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    1. "...no largo da freguesia", em frente à casa onde morou.
      Embora tenha nascido em Moreira, viveu a maior parte da sua vida na nossa aldeia.
      Já não está na memória da nossa comunidade a pneumónica de 1918 e 1919, isto é, no final da I Guerra Mundial.
      José Bernardo regressou a Portugal em 29 de Outubro de 1918.
      No dia 1 de outubro de 1918, a Direção Geral de Saúde proibiu as feiras e romarias em todo o país, mas este homem que viveu neste tempo aproveitou os seus conhecimentos de "enfermeiro" para ajudar quem tinha doentes em casa.
      Os padres também deram algum contributo para amenizar a dor, por aquilo que a história diz, foi proibido o toque de finados em todas as terras a fim de evitar que a população ficasse deprimida.
      Não sei se foi assim, mas a ficção não andará longe da realidade, só que também gosto muito mais de ver a nossa terra a homenagear pessoas que deram algum contributo para o seu progresso do que lembrar padres, santos e santas, que no calendário litúrgico todos até têm o seu dia; e porque hoje é dia de Santa Marinha, que saia o andor!

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  3. Gente que não se perde no tempo e nós gostámos de conhecer a sua história de vida!!!
    Bom fim_de_semana 🌈

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    1. “Aqueles que por obras valerosas se vão da lei da morte libertando” merecem-no, por isso novamente lembramos o nome de JOSÉ BERNARDO.
      Bom fim-de-semana.

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  4. Bela história q minha mãe sempre falou. Era meu avô.
    Obrigada por partilhar.

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    1. Obrigada eu pela visita comentada. Penso que é uma das filhas da Aninhas, a Libaninha.
      Não conheci o seu avô, mas sempre ouvi o meu pai falar que foi o seu “padrinho de guerra”. Correspondia-se com o meu pai, via aerograma, quando esteve na Guiné, quando faleceu ainda o meu pai estava na Guerra do Ultramar.
      Ainda não perdi a esperança de ver junto à casa onde morou um busto em sua homenagem.

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    2. Acho que o seu avô António Marques também esteve na guerra de 1914, não sei se em França ou em Moçambique ou em ambos os lados; a maior parte destes militares integraram uma primeira expedição para Angola ou Moçambique, regressavam passado um ano, e eram novamente mobilizados para uma segunda expedição.

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  5. Boa tarde Paula,
    Jose´Bernardo, um homem que marca a história de Forninhos e cuja memória merece ser perpetuada por tudo o que fez em favor dos seus semelhantes.
    Um beijinho e bom domingo.
    Ailime

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    1. Boa tarde Ailime,
      As pessoas só morrem quando se deixa de falar nelas.
      Beijinhos e bom domingo também.

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  6. Olá

    Boa Noite

    Parabéns por mais um belo apontamento histórico da vossa
    FORNINHOS .

    Horas de empenho .
    Dores de cabeça .
    Paixão e Talento.
    Outra vez aqui metido .
    Neste post sentido.
    Horas de sono .
    Madrugada dentro .
    Pelo meu trabalho .
    FORNINHOS ...
    No meu pensamento.

    Suor e saudade .
    Revolta e sabedoria
    FORNINHOS ..
    Minha terra .
    Meu orgulho
    Minha gente...

    Investigação e caneta .
    Teclado e rascunhos .
    Arquivos e documentos
    Dinheiro e investimento .
    Um Dia FORNINHOS
    Lá longe o meu reconhecimento.

    Abraço
    M G

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    1. Só assim se presta homenagem a estes Homens que pouco tempo antes tinham uma vida civil pacata e tranquila e se vai fazendo história...

      Abraço.

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  7. A quem honra, honra! Certamente ele merece ser lembrado com todo AMOR...
    Abraço e carinhosa saudade...

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    1. Muito bem!
      Apesar das dificuldades com que quase todos viviam, todos lembram com amor o Sr. José Bernardo!
      Abraço.

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