Na aldeia de Forninhos a maior parte dos telhados eram cobertos por esta telha, "canudo, bica, vã, lusa, portuguesa" (não tenho a certeza do nome), pois eles vão sendo cada vez mais raros. Como as casas eram baixinhas e não havia electricidade, para permitir que houvesse mais entrada de luz, colocavam-se algumas telhas de vidro (muito mais caras) entre as telhas de barro.
Dedico, assim, estas poucas linhas a uma reminiscência que já mal se encontra e que só subsiste nalguma casa velha ainda não recuperada.
Dedico, assim, estas poucas linhas a uma reminiscência que já mal se encontra e que só subsiste nalguma casa velha ainda não recuperada.
Tradições que se vão perdendo, Paula.
ResponderEliminarUm abraço e bom fim de semana
Mas é pena, porque os que são cobertos com as telhas modernas ('mais bonitas') na maior parte dos casos têm que se mudar poucos anos depois.
EliminarBom fim de semana.
Abraço.
Olhando para a foto, por cima destes telhados, lembro gentes.
ResponderEliminarUm turbilhão de sentimentos, de quem eram, foram e de quem são, à semelhança de outras quase iguais que abundavam pelo los sítios do Lugar e por demais.
Escassos são os registos acerca deste tema na nossa terra pois em quase nada devem diferir das outras da região e por tal me vou socorrendo dos mais velhos, nas suas lembranças já meio esquecidas, mas que vou espevitando com as minhas.
Para eles falo em telhas e como estas mudaram ao longo dos tempos e o eterno " o queres que te diga...", eram telhas.
"- Todas tinham telhados?".
" - Já agora, casas havia, nem casas eram a dos mais pobrezitos com chão de terra batida e palha para a cobrir".
Neste interlúdio, lembro de entrar numa destas casas, depois mais uma e depois outra...casas sem telhas, cobertas de ramos e palha, VIVENDO-SE COMO CALHAVA.
Mais sorte já tinha quem no tecto tinha estas telhas canudas; eram telhas fáceis de remediar nos invernos rigorosos de ventanias em que uma meio partida daria jeito para um caleiro.
Eram as telhas antigas, as mesmas que antes da Páscoa e nas "rezas", eram testemunhas de um amor eterno.
Até que chegou a "vermelha"
Quem tinha esse privilégio, tal não escondia e ostentava em jeito de pregão:
"- O meu telhado veio da Pampilhosa"!
E pronto, em cada telhado uma imagem diferente que a distância dos tempos dita, gentes, poucas que lembram os seus por debaixo de quase cabaniços, pais ou avós sob as telhas antigas e netos com telhas vermelhas de marca.
Adorei o post que me faz reviver.
A telha 'vermelha' ou telha marselha vinha de várias fábricas da Pampilhosa:
EliminarALMIROS Ld.ª Canas de Sabugosa.
COMPANHIA CERÂMICA DAS DEVESAS, Pampilhosa.
MOURÃO, TEIXEIRA LOPES, Pampilhosa.
SUCURSAL DA FABRICA DAS DEVESAS de ANTÓNIO ALMEIDA da COSTA & COMPANHIA. Pampilhosa.
CERÂMICA EXCELSIOR, Pampilhosa.
E também de:
SANTA COMBA DÃO-PINHEIRO D´AZERE CERÂMICA do DÃO LIMITADA.
Mas se formos falar da origem dos telhados, tínhamos de nos reportar também a outra origem: a da cerâmica. Mas o objectivo deste post é mesmo o 'telhado tradicional' que em Forninhos era de telha vã (telhado sem forro, apenas com as telhas canudo a servir de tecto); só depois veio a telha da Pampilhosa, mas também há quem se lembre da telha parecida com a tégula romana, de fabrico industrial claro, mas esta moda não pegou. Talvez ainda haja alguma pilha delas ou cacos delas num canto qualquer.
Olha que engraçado, estava pesquisando sobre Pampilhosa, terra do meu pai, e sobre a fábrica que meu avô paterno trabalhou e cai aqui.
EliminarAdoro telhados e esses da foto, lindos.Belas reminiscências,Paula! bjs praianos,chica
ResponderEliminarPara mim, esta foto é das mais bonitas e significativas de Forninhos.
EliminarUm dia publico uma foto tirada do mesmo ângulo, para verem o que mudou.
Boas férias, beijos.
Olá
ResponderEliminarContinuo a ler e acompanhar o que vocês escrevem....
A minha admiração e respeito.
Abr
MG
Obrigada MG.
EliminarBoas férias/Abraço.
Postagem interessante. Sempre faz bem de vez enqundo falar de um passado distante. Bjs
ResponderEliminar...que me parece ser ontem.
EliminarBjs.
Imagens do passado que cada vez são mais raras.
ResponderEliminarIsabel Sá
Brilhos da Moda
Sim, porque em nome do progresso destruiu-se o tipismo das aldeias.
EliminarBoa noite*
Que telhado bonito, Paula! O antigo conservado, restaurado admiro muito...
ResponderEliminarUm abraço grande neste início de semana...
Tal como eu!
EliminarAbraço.
É uma telha que realmente está a desaparecer.
ResponderEliminarUm abraço e boa semana.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros
Tal como em Óbidos, devia ser obrigatório em muitos lugares o uso de telhas de canudo, mas Óbidos é um caso à parte.
EliminarAbraço.
Não conheço a telha, mas acho que deviam ser conservadas algumas para não se perderem os materiais usados nas habitações.
ResponderEliminarPodiam ter uma casinha para ser visitada por quem visitasse Forninhos.
Beijinhos.
Sim, não digo que seria visitada como a casa de Francisco e Jacinta Marto, mas decerto não faltariam pessoas que vivem nos grandes centros urbanos a querer também nela entrar de modo a conhecer um pouco dos hábitos das famílias serranas de Portugal, no início do século XX.
EliminarBeijinhos, bom fs.
Já vi muitas mas a modernidade e a modernice não perdoa!
ResponderEliminarBj
Por isso é que era bom as autarquias e demais entidades olhassem para estas construções não como algo de “velho” e a cair, mas antes como uma mais-valia patrimonial que deveria ser preservada. Só espero que quando esse dia chegar, e se chegar, em Forninhos ainda esteja alguma de pé!
EliminarBj/boa noite.