Alva, simplesmente bela, quem diria que corre para dois séculos e sem rugas.Um sortilégio na mesa, mais não fosse pela carga emocional que carrega.
O tesouro guardado na arca para a futura noiva. O enxoval!
Nada que valha nada neste mundo consumista, mas só de pensar quantas mãos de pessoas de Forninhos já a tocaram neste século e tal...
Sinceramente quando toquei nela pensei nos braços e olhos cansados no decorrer da noite...no doba, dobadeira doba, não erices a meada...e a gente ficava de castigo...a dobar, para o que a necessidade trouxesse.
Nas sobras, "penteavam os bicos" de panos de cozinha, mais para ofertas a gentes de posses, deixando por detrás o novelo e dores das costas. Coitadas das tascadeiras...
Até aqui se chegar, gentes dormiram em mantas de estopa, que é linho menos trabalhado.
Agora e olhando, parece uma mágica noite de orvalho, transparente...
Que coisa linda esse trabalho e só pode mesmo estar em extinção. Ninguém( ou poucas 0 são as pessoas que ainda se dedicam a tais artes. Hoje, sobra um tempo, estamos no PC,rs...( outra forma de cansar os olhos,rs)
ResponderEliminarAdorei e é mesmo uma rica tradição.Saber valorizar esses trabalhos é muito importante! bjs, chica
A gente trabalha, Chica, cansados por vezes, mas serenos, coisa importante.
EliminarQuando trazemos coisas nossas, o dever obriga a serem verdadeiras.
Tal como esta obra prima documenta!
"Alva, simplesmente bela!"
ResponderEliminarTrabalho bonito e que tem grande valor aos sensíveis e afetivos!!
Bonito post, Xico. Meu abraço.
Anete, amiga.
EliminarQuando escrevo alva, tem por detras aquele "carrego" de respeitos.
Tempos em que como que se tocava numa divindade por tanta beleza.
Mas, sentia a saudade do castigo dos braços esticados nas meadas..
Lindo de morrer...de aborrecimento. Enfim.
Coisas que a vida talha no proposito de cada qual.
Abraços.
Oi Xico e Paula,
Eliminarno post de hoje no Vida & Plenitude referi-me a Portugal!
Aproveitando, parabéns pelo jogo de hoje, 2 x 0 Gales... Agora, torcida na final!!
Beijinhos
Olá Francisco, como sempre (ou quase) sou suspeito nos meus comentários. Obrigado por trazer "à baila" esta beleza de peça artesanal. Felizmente ainda há gente que guarda, e protege estas maravilhas construídas por gente humilde, que nas horas "vagas" se dedicava ao trabalho das rendas, e bordados. Abraço, e votos de muitas felicidades.
ResponderEliminarGrato!
EliminarDigo tal na maior das humildades, creia.
Aquando por aqui se anda, temos valores acrescentados que nos ajudam, orientam e encaminham.
Por tal considero o Senhor suspeito, por "bailar" comigo nesta peça que nada tras na sua brancura. Nada!
Apenas maravilhas de horas vagas..
Que melhor elogio, Francisco!
Fizeste um texto mais pequeno do que o habitual, mas muito forte!
ResponderEliminarAcho que não errarei muito se disser que esta peça de linho bom, tem para aí uns 120 anos...perdura até hoje, mas tantas se 'queimaram'...comentando 'isto nunca mais tem uso'…'nem para recordação serve'. Que pena, não é?
Forte?
EliminarPorventura os sentimentos e curto pelo olhar de uma toalha que fosse espelho, reflectia tantas dezenas de anos que atras de si carregavam, avos, pais, filhos e netos, ou os demais...
Linho bom, dizes bem, mas com mais anos acima, sendo que muitos se perderam por as maos estarem cansadas...
Felizmente ainda se vai guardando um pouco do tesouro, para as tais recordaçoes...
Que riqueza. Quanta história de um povo mostras esses belos trabalhos. Será que lembrarão também dos meus teceres de agulha. Das horas de sonhos, deslisando o fio entre os dedos e planejando o futuro.
ResponderEliminarTenha uma ótima semana.
Sabes que acompanho os teu cantinhos por Solidao.
EliminarLembrei de ti, aquando este Post, tua casa, tuas origens e bocados de memorias... coisas de ti e do Alfredo...
Mas esta toalha, tem um valor sentimental enorme!!!
Apenas deixamos um bocadinho de tal.
Minha amiga, acredite que houvera duas no mundo, uma ia para voces.
Beijos.
Uma relíquia que não tem preço!
ResponderEliminarAdoro essas peças.
Beijinhos.
Claro, como diz, nada lhe "tarimba" o preço.
EliminarTantas caras ali se lembram, suor e lagrimas, apesar da sua velhice.
Curioso e lembrei agora.
A lendaria crendice do juntar das pontas. Para tudo na vida... e resolver misterios ou tentar, mas ao menos a certeza de nos interrogarmos da razao de gentes bnegadas persistirem nesta conduta que a elas nao lhes coube mas transcenderam geraçoes como se fosse uma promessa herdada e por tal ser cumprida.
Acredite, uma reliquia, sagrada pela palavra e lavada na honra!
Boa tarde Xico,
ResponderEliminarQue peça! Uma relíquia daquelas em que é quase "pecado" tocar, pelo respeito a quem as confecionou desse modo tão delicado.
Depois de malhado o linho, muito trabalho ainda a efetuar até chegar a essas autênticas obras de arte.
Com a minha pouca idade, lá minha aldeia, pude aperceber-me por histórias de vida do quanto as Mulheres de antigamente trabalhavam. No campo, na casa, fiando e confecionando roupas, remedando-as e fazendo enxovais perfeitos.
Já naquela época isto me dava que pensar!
Hoje é tudo “acrílico” e quanto a bordados e crochés cada vez vão sendo mais raras as mulheres, e por mim falo, que a tal se dedicam.
Beijinhos para si e Paula.
Bom fim de semana.
Ailime
Peça rara e antiga.
EliminarTeve para chegar a nossa mesa, percursos variados, todos, mas todos com sabedoria, desde o colher, tratar e no final borilar com lagrimas de perolas verdadeiras, sentimentos.
Um caminho que a Ailime bem descreve dos seus viveres infantis e que marcam como se foram construindo personalidades.
Mas e se tal me permite, "pecado" seria ficar escondida.
Pelo tal respeito que a minha cara amiga diz e embora de forma virtual, toquem nela...
Beijinho.
Gostei da comparação carregada de sensibilidade!
ResponderEliminarHá qualquer coisa de mágico nestas peças!
Bom fim de semana.
Beijinhos
Recordando um seu depoimento neste, nutre um cainho especial pela "arte" do linho e aquilo que acarreta...
EliminarPorventura magia.
Beijo.
Olá Xico
ResponderEliminarSão lindos estes trabalhos, me lembro que quando criança nem podia tocar, entendo pois era muito trabalho em peças assim.
Abraço.
http://eueminhasplantinhas.blogspot.com.br/
Fugazes mas discretas, aquando "fugiam" da arca.
EliminarPor um lado, o rico temer a ostentaçao publica, exuberante e velhaca.
Por outro, pobres ou meio remediados, "empatavam" os poucos cobres para o enxoval.
E pestanas queimadas das avos, para as meninas dos seus olhos...as netas!
Dessas ternuras, pariam esta e outras belezas.
Abraço.
Esta bela peça de linho merece mais um comentário meu:
ResponderEliminarÉ um tecido de antigamente, quando havia vagares para a ele dedicar tempo e cuidados, como já dito acima.
A renda fininha foi aplicada anos mais tarde e tem hoje duas 'manchinhas' castanhas de ferrugem, nada que lhe retire valor! Uma terá meio centímetro, a outra, uns dois milímetros.
Adoro peças de linho e, felizmente, tenho umas reliquiazinhas de parentes há muito desaparecidos que vieram acabar nas minhas mãos. Sim, porque disto não há nos centros comerciais!
E, porque gosto e porque nada haverá de mais genuíno na nossa terra do que este tipo de coisas: antigas, bem trabalhadas, bem do povo de Forninhos, um dia posso mostar uma outra, mas de estopa (linho mais grosseiro) que serviu para tapar cestas da merenda.
Ainda aqui volto porque sobre...esqueci-me de dizer que levou duas tiras de renda a cada extremidade.
ResponderEliminarPassem um bom domingo!
Uma peça linda!
ResponderEliminarA nossa igreja também possui relíquias tecidas por gente da terra e eu há dois anos fiz um conjunto de toalhas...contribuindo para manter a tradição!!!
Bj