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sábado, 6 de dezembro de 2014

"QUANDO OS LOBOS UIVAM"

Relatório N.º 6282 (7 de Fevereiro de 1959) relativo a
"QUANDO OS LOBOS UIVAM"

Corria o ano de 1958 quando Aquilino Ribeiro publicou o seu livro-choque "QUANDO OS LOBOS UIVAM". "Aquilino gostava das verdades duras como punhos". Ler mais em:
Esta semana, o blog dos forninhenses publicou também um post-choque "OS FILHOS DO CENTRO" que, certamente, desconheciam que no seio de uma população iletrada e ignorante, há gente capaz de se não calar, apesar do preço a pagar. O enredo do livro-choque de Aquilino Ribeiro, retrata a época do Estado Novo (a história tem lugar nos finais dos anos 40 e início dos 50 do século XX) e retrata a saga dos beirões em defesa dos terrenos baldios. Mas sobre os baldios virá um dia destes outro post-choque, pois como dizia Aquilino: "A serra foi dos serranos desde que o mundo é mundo, herdade de pais para filhos. Quem vier para no-la tirar connosco se há-de haver."
Então...nos nossos dias, Portugal vive num regime bem diferente, onde a liberdade de expressão faz parte dos direitos democráticos, só que a gente nova de Forninhos não aceita críticas, mostrando que prefere viver na ditadura; tal como uma alcateia que sente indefeso o rebanho, surgem de novo na ribalta, vozes/nomes que, se tivessem alguma vergonha, deveriam permanecer no anonimato, mas não, em pleno Inverno descem da montanha em cujo cimo se refugiam, espreitando a oportunidade do retorno...
Em Forninhos, já se sentem os uivos dos lobos predadores, sedentos de carne. Andam sobejos - quer dizer ousados, atrevidos - pois resfastelam-se com os pratos fartos, convencidos de que poderão voltar ao repasto, sempre que lhes apetecer. É vê-los aos domingos, de pêlo luzidio e dentes afiados, porque é sempre assim quando se ouve o uivar dos lobos.

TRANSCRIÇÃO do Relatório/Censura N.º 6282 (7 de Fevereiro) relativo a "QUANDO OS LOBOS UIVAM" DE AQUILINO RIBEIRO, 
no blog Ephemera - Biblioteca e Arquivo de José Pacheco Pereira

"Quando os Lobos Uivam"

«O autor intitula este livro de romance, mas com mais propriedade deveria chamar-lhe de romance panfletário, porque todo ele foi arquitectado para fazer um odioso ataque à actual situação política.
Escrito numa prosa viril, classifica o governo de "piratas" e descreve várias Autoridades, Funcionários, Polícia, Guarda Republicana e Tribunais em termos indignos e insultuosos.
Um interrogatório num posto da G.N.R. e uma audiência dum Tribunal Plenário, são focados de uma forma infamantes.
São desnecessárias mais citações, porque basta folhear o livro, encontra-se logo matéria censurável em profusão.
É evidente que, se o original tivesse sido submetido a censura prévia, não teria sido autorizado, porque é, talvez, a obra de maior ataque político que ultimamente tenho lido.
Sucede, porém, estou disso certo, que já devem ter sido vendidos muitas centenas de exemplares, e muitos outros também, já devem ter passado a fronteira, por isso, deixo ao esclarecido critério de V.Exa., decidir se nesta altura, será de boa política mandar apreender o livro, fazendo-lhe (...)».
Com base no Relatório, lê-se, foram tomadas as seguintes decisões:
«1) Não autorizada a reedição;
2) Não permitidas críticas em imprensa;
3) Apreender os poucos exemplares que, possivelmente, existam (...)».
Despacho assinado pelo censor.

-/-
Apesar das decisões acima, não devem ter apreendido muitos porque há pelo menos mais de 500 primeiras edições assinadas pelo autor e a venda pela Bertrand esgotou quase no fim de 1958. Dos exemplares editados restavam menos de 100 a 31 de Dezembro de 1958 em armazém. Aquilino sempre vendeu bem no Natal, excepto 1996 e seguintes.

32 comentários:

  1. Interessante ver as decisões , particularmente a que proíbe críticas... Post bem legal! bjs, chica

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    1. Ainda hoje são proibidas críticas, como a Chica deve ter percebido.
      Mas um dia destes falo da "venda" de um outro "livro".
      Bjo e 1 bom domingo!

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  2. Aquilino Ribeiro,o mestre da prosa que ja nao se estuda nas escolas, mas repousa com a dignidade merecida no Panteao Nacional. A mim muito me toca, pela proximidade do lexico com que escrevia, aqueles termos vincados de vernaculo directo, incomodativos ao regime (tal como agora) e quentes e sociais aos locais.
    Nao fora Aquilino Ribeiro, nascido nas outras fraldas destas serranias, a escassas dezenas de quilometros.
    Confesso que gosto de escrevinhar por aqui e em outros lados e sinto arrepios quando me dizem na brincadeira que lhes faco lembrar o "mestre". Ja neste espaco deixei outrora um post acerca dos lobos que agora vejo como um pronuncio "deles" andarem sobejos nesta altura do ano, quem diria. "... e depois deambulavam pela aldeia fantasma pesarosa, amedrontada e recolhida por o "diabo" a ter invadido, sem medos, afrontando cães e alguns matando - andavam os lobos sobejos...", publicado no Clube de Autores no Brasil (e Forninhos associado).
    Senti,confesso que tenha tido muita tristeza acerca do Post anterior " Os Filhos do Centro" e as reacoes nas redes sociais. Fundamentalistas. Nao apenas pelas palavras descabidas, mas sim pela inesperada ignorancia e ultrajes, adiante, as gentes serranas nao podem nem devem ser identificadas como tal, afinal e infelizmente quase vulgar em certas irmandades e a tais deixo um conselho.
    Deixem de venerar deuses (os proprios) com pes de barro, acima de tudo, pois agora para mim apenas interessa o aspecto cultural. Quem dignifica, honradez, caracter e acima de tudo, um povo!
    Tal como Aquilino Ribeiro, um cidadão do mundo, mas as raízes da terra nunca lhe largaram os tornozelos. Aquilino nasceu em Sernancelhe em 1885, filho de padre. A mãe, camponesa, trouxe-o para em Soutosa aos dez anos. Aqui cresceu até estudar em Lamego, depois em Viseu, e depois em Beja, no seminário, de onde foi expulso "por falta de vocação"
    Coisa mal vista, presumo na altura...
    Preso, odiado e quase condenado , deixou ainda na altura muitos gritos de alerta, mais actuais que nunca...
    "O homem das serras traz chumbado ao tornozelo todos os grilhões da servidão forjados nos tempos bárbaros. Passam os reinados, as vagas políticas de democracia e de emancipação social, e ele queda escravo, miserável, para seu bem, não tendo conceito algum da igualdade humana",
    Basta ler e talvez se compreenda mais o mundo e as nossas gentes.
    Bem haja, Mestre Aquilino.

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    1. Este escritor que nasceu na nossa região, para mim, foi quem melhor interpretou a vida rural das gentes das Beiras e no que se refere à escrita regional foi o escritor português mais notável.
      Adoro ler Aquilino e fico "chocada" quando vejo gente que não aceita críticas, como as do 'post' 'Os filhos do Centro', a citar no "Facebook" Aquilino, um homem que na época do Estado Novo deixou tantos gritos de alerta, como dizes, mais actuais que nunca...
      Ainda escrevem isto "Aquilino...escritor que eu admiro muito".
      Tanta hipocrisia meu Deus!

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  3. Creio que esse livro, assim como o post anterior, são "choques" que demonstram vontades de mudanças...
    Bem oportuno, Paula!
    Bom domingo! Abraços...

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    1. Nos nossos dias, é mesmo isso que se pretende. Mas parece que voltamos àquela época do Estado Novo em que não eram permitidas críticas.
      Temos todos de fazer parte do mesmo rebanho, tá visto!
      Onde é que se viu "levar" o conteúdo dum post do "Forninhenses" para o "Facebook" para nos criticar (por se defender um Forninhos mais transparente) e fecharem a opção comentários?
      Têm medo, mas não têm vergonha!
      Abraço tb e bom domingo.

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  4. Paula,

    Um livro de 1958, que já desejava uma grande mudança. Mais de meio século se passou, e a vontade continua a mesma.
    Lindo e abençoado final de semana! Beijos

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    1. Em 1958 só foi pena não terem sido vendidos mais exemplares, sempre podia ter chegado um a Forninhos, já que para alguns «nada de mudança» «tudo é belo como está»!
      Pois se é tão bonito "interagir os novos com os menos novos, o que é muito importante nos dias de hoje, em que as pessoas cada vez se afastam mais umas das outras..." lindas palavras, não acha Lucinha?
      Mas pergunto:
      Porque é que esta interacção só têm de existir à mesa?
      Sim, porque só existe à mesa!
      Cont. de bom fim de semana. Beijos.

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  5. "Alcança quem não cansa", é verdade, só que às vezes para alcançar alguma coisa é necessário tanta coragem e perseverança....No fundo, os grandes escritores fazem sempre obras que os tornam actuais, independentemente da altura em que sejam lidos. Eça é outro grande exemplo.
    Gostei da relação que fizeste, muito a propósito, entre "Quando os lobos uivam" e determinadas situações em Forninhos. Tal como quiseram calar a voz de Aquilino porque o que dizia não agradava ao regime, o mesmo se passa em tantos locais e instituições. "Liberdade de expressão" é expressão que não entrou no léxico de muita gente. Que bom é não pertencer a grupos de cobardes, embora se pague um preço por isso. "Com papas e bolos se enganam os tolos", sem ofensa para as gentes de Forninhos, é claro.
    "As verdades duras como punhos" doem muito a algumas pessoas, e se são admiradores de Aquilino, o que admiram nele? Apenas o estilo e não o conteúdo?
    Parabéns, Paula, um grande post!
    Boa semana!
    xx

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    1. Obrigada Laura.
      Sobre Aquilino, acho que a admiração passava somente pela linguagem popular das suas obras, mas com o tempo até isso esqueceram!
      E, sim, é muito bom não pertencer a grupo de cobardes. O meu post e o nosso blog acho que não mereciam os comentários...feitos, mas tinham de defender os próprios interesses e a melhor maneira que encontraram foi insultar-nos e calando-nos já que a opção comentários ficou aberta só para o grupo de cobardes. Mas ao fim e ao cabo todos os que comentaram, lá comem ou já comeram muito.
      Tendo em conta isto é bem empregue a expressão: "Com papas e bolos se enganam os tolos". Mas sabe como é "Em terra de cegos, quem tem um olho é Rei".
      Boa semana e...bom feriado de amanhã.

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  6. "Eça é outro grande exemplo", diz Laura Santos. Sem duvida, tal como excertos de Camilo, de Torga e aqueles "Aleixos" maravilhosos pela pureza do genuino dar sentimentos.
    Que nos tocam pela maneira vizinha dos seus escritos, a pouca dezena de quilometros, mas tao reais que valem mais que dez contos (outrora de reis, no tempo do volframio), agora e de maior sentimento, de memorias intemporais.
    Nunca escondi ser um apaixonado por Aquilino Ribeiro, transpondo a prosa unica para o Homem lutador pela transparencia social e que tanta agrura lhe trouxe.
    Penso ter lido quase todas das suas obras, mas uma tem algo especial... "Andam Faunos pelos Bosques", reflexões antigas por resolver. Fala-nos do belo e do divino. Mas também nos fala da relação entre o homem e o desconhecido, campo verde onde pastam as ovelhas da fé e onde, ao contrário do habitual, pastam também pastores. Retrata magistralmente um conjunto de sacerdotes da douta igreja, sacudindo-os e analisando-lhes as vidas e a fé. São eles, os padres, que carregam o peso da narrativa. É através deles que Aquilino nos conta a história, passada nas serras da Beira. E para variar, mais actuais que nunca...leiam o livro e talvez entendam o se afastamento na educacao nesta patria que continua amarrada e afastada da igreja.
    Aqui entra Forninhos, claro. Quem nao lembra a aldeia gaulesa do Asterix e Obelix...o ultimo reduto dos gauleses que ao som do bardo, comiam leitoes assados noite dentro, apenas com medo que o ceu desabasse...
    Miseravelmente o caldeirao perdeu o caldo milagroso...
    Enfim, agora algo historico. O Doutor Mario Soares, fez hoje 90 anos!
    Nao pela a idade que chamo historica, mas pela coragem de ALGUEM que continua a lutar e reunir consensos e admiracao pela sua vertiquilidade, da direita a esquerda, tal que nunca foi permitido a Aquilino, outros tempos, uns em vida, outros em escritos, mas muitos semelhantes, mais nao fosse pelas prisoes, exilios e doutrina liberal...
    E o Camarada Mario, ainda que doente consegue gritar,

    "Sou o gajo que lhes atira mais às trombas"

    Quase corroborando as palavras de Aquilino

    “Num país pobre, em que todos andam a tinir,
    Umas escandaleiras destas ultrapassavam os limites da pouca-vergonha nacional, que era
    imensurável”.

    Por tal Paula e felizmente, ainda ha verdades duras como punhos!

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  7. Um "mea culpa".
    Com tanta baboseira, ja andava perdido do modo de ler da minha terra.
    Tinham me tirado do serio, e estava a faltar ao respeito as minhas gentes no modo de comentar.
    Ouvi queixas por nao perceberem as minhas palavras de "sete e quinhentos".
    Ca vai Para o amigo Manel, nas Americas.
    A gente aqui provoca e defende Forninhos, mais nada carago! Daqueles que sao gente que dormia nos palheiros e ao relento com uma codea de pao duro que nem cornos
    Vao um dia aprender a respeitar as memorias de Forninhos.
    Nem que seja a pedrada ou com um fogueiro, pois apenas assim abrem a cabeca.
    Termos de aguentar garotada, que se embrulhem nos colos das maes ou se escondam nos Centro.
    Aqui a gente nao se cala.
    Era o que mais faltava.
    Agora nem em piam, caladinhos que nem ratos....
    E depois, o Salazar ja foi, com a cabeca afogada na barragem da Aguieira.
    Qualquer dia ainda se ouvia cantar,

    " Ai eu hei-de morrer na adega,
    Ai o tonel é o meu caixão.
    Ai hei-de levar de mortalha,
    Ai um copo cheio na mão.".
    A caminhar pelo adro da Igreja.
    Uma coisa assim na nossa terra...
    Aonde se viu!

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    1. E começas logo com "Mea Culpa"???!!
      Aquilino usa "palavras difíceis" já tu usas "palavras de sete e quinhentos". Eu também para compreender os teus comentários, tenho de os ler duas ou mais vezes, já te tinha dito ;-)

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  8. Boa tarde Paula, abençoado o vosso Blogue pelo tanto que me dá a conhecer, porque eu pobre ignorante me confesso, não sabia da conotação desse livro de Aquilino Ribeiro com os "lobos" do regime de então e que tão bem se aplica ao que se vai passando nos dias que correm. Vou presentear-me com esse livro do qual apenas li aguns trechos há muitoooooooooos anos!
    Beijinhos para si e Xico.
    Excelente feriado.
    Ailime
    Vou presentear-me como esse livro como

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    1. Olá Ailime,
      Como Aquilino deixou de estar na moda, as livrarias deixaram de o ter nas estantes. Eu o último livro que li, comprei-o em 2011 na Bertrand do Fonte Nova, em Benfica: "Príncipes de Portugal, Suas Grandezas e Misérias" que foi censurado, tendo sido proibida a reedição também.
      É mais certo encontrar em alfarrabistas as suas obras, como Quando os Lobos Uivam, Volfrâmio, Arcas Encoiradas ou o Andam Faunos pelos Bosques...
      Dizem que para se conseguir lê-lo hoje só acompanhado de dicionário para as "palavras difíceis", tal a quantidade de regionalismos, léxico popular, linguajar da Beira, que é a paisagem humana da sua literatura, mas quem tem amor pela leitura e, sobretudo, quem valoriza a ruralidade, compreende bem a sua prosa.
      Mas boas leituras com ou sem o dicionário ;-)
      Beijinhos.

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    2. Boa noite Paula, pois já no meu tempo as minhas professoras de Português falavam desse pormenor tão importante. Aquilino só com Dicionário;))!
      Vou confessar-lhe uma coisa. Gostaria de ter tirado Letras. Como me enfiaram numa Escola Comercial, ainda fiz umas coisas nesta área e desisti. Não era o que gostava! Depois para castigo trabalhei quase sempre nas contabilidades!
      Por estes dias irei a Lisboa e quero ver se não esqueço de ir a um local onde sei existirem bons alfarrabistas e tentar comprar o livro de Torga.
      Muito obrigada por toda a sua atenção.
      Beijinhos e uma boa semana.
      Ailime

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  9. Paula, voltei de novo, porque veio-me à memoria que me teria enganado no final da minha resposta:((! Onde se lê "Torga" deverá ler-se Aquilino"! Ai esta cabecinha;))!
    Bjs e desculpe.
    Ailime

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    1. Também vale a pena ler Torga, Ailime.
      Só que enquanto Miguel Torga num dia inspirado chamou ao seu Trás Os Montes "Reino Maravilhoso", Aquilino Ribeiro chamou à terra onde nasceu e às terras irmãs que ficavam na sua vizinhança “Terras do Demo”.
      Mas claro que não tem a ver com o(s) demónio(s).Chamou-as assim porque as terras eram agras, porque o chão era duro de lavrar, porque o sol queimava as frontes no tempo de verão, porque a neve e a geada mal deixavam as árvores florir.
      Bjs e está desculpada ;))

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  10. Ja parecia que o Mestre Aquilino previa neste seu livro, um alerta para Forninhos, pois "Quando o Lobos Uivam" retrata a luta de um povo, durante o Estado Novo, na tentativa de impedir a expropriação dos Baldios, que sempre tinham sido utilizados para o bem comum e de onde retiravam parte essencial do seu sustento.
    Claro que os tempos sao outros, nos baldios ja nao escorregam pastores nem cabras e ovelhas. Nem se roubam giestas nem carumas, muito menos cantarolam resineiras e resineiros. Apenas o fogo quando aparece ou o deitam.
    Os montes por estes animais andavam, continuam por la, no mesmo sitio, apenas os seus Uivos foram apagados pelo rosnar dos "outros" lobos que aos poucos conquistam descaradamente os baldios em bandeja de prata, ofertados pelo ressuscitado Estado Novo Local
    Mas sinto que quando os lobos uivam e andam sobejos, os animais que se cuidem...

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    1. Sobre esses baldios "geridos" por outro tipo de lobo temos de consultar a Acta ou Actas da(s) Assembleia(s) de Freguesia de Forninhos; sobre o negócio saber se venderam/compraram um e/ou se apossaram de outros mais...
      Esperemos que tudo esteja transparente, caso contrário virá outro 'post-choque', pois como dizia Aquilino:
      "A serra foi dos serranos desde que o mundo é mundo, herdada de pais para filhos. Quem vier para no-la tirar connosco se há-de haver!".

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  11. Boa tarde, o livro continua actual, hoje grita-se pelo direito à dignidade do povo, "digo a maioria do povo," infelizmente só temos um único homem que chega à comunicação social e grita pela dignidade do povo, ele chama-se Mário Soares.
    Temos um reformado do Poço de Boliqueime (meu conterrâneo) que é submisso ao capital especulativo, que se apressou a lamentar a morte do fascista e inimigo do povo Antonio Borges.

    AG

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    1. E os meus conterrâneos tanto mal dele dizem na rede social "Facebook"! Parece que se esquecem que se hoje podem manifestar opiniões, para isso muito contribuiu o Dr. Mário Soares!
      Defendem tanto os velhinhos e depois julgam Mário Soares pela velhice!
      Esperemos que viva, pelo menos, até aos 100 e com voz activa!
      Quanto ao Sr. do Poço de Boliqueime não é à toa que é considerado o pior Presidente da República que o país já teve desde o 25 de Abril de 1974...É o pior Presidente da República na história da democracia portuguesa.

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  12. Deixou de vender, porque incomodava!

    Parabéns pelo post!

    Beijinhos.

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    1. E, passados todos estes anos, ainda causa incómodo por continuar a ser lido. Podem tirá-lo das estantes das livrarias, mas certo é que haverá sempre leitores de Aquilino.
      Eu aqui farei todas as propagandas que puder sobre este escritor beirão, nem que seja para provocar os que não gostam de ‘Quando os Lobos Uivam’.
      Beijinhos.

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  13. Venho simplesmente pelo prazer que sinto em determinadas pessoas ficarem "azoadas" pelo toque de campainha de consciencia e por aqui nao virem, quando anos por ca andaram...
    Este senhor, muitas vezes porta voz (acolito), vai andando por aqui e acola e hoje (desnorteado), foi ao meu "Face", descarregar o seu espirito de Natal, sendo que para este peditorio ja dei, por tal e para que a matilha moribunda rebente de vez, aqui deixo o que se chamava de Responso em tempos idos.

    "Para se talhar o bicho deve dizer-se ao mesmo tempo que se fazem as cruzes sobre as partes afectadas:
    Eu que talho? Fogo lobo.
    A cabeça, o rabo e o corpo todo.
    Talho bicho, Bicho talho.
    Pelo poder de Deus e da Virgem Maria.

    São Pedro e São Paulo e o apóstolo Santiago.
    Assim como foste criado
    Pelo sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo
    Assim tornes ao teu estado.

    E mais deixo para a Matilha...
    " Se o bicho tiver a boca aberta e nao a puder fechar, se a tiver fechada que a nao possa abrir...".

    Nada melhor que esconder a cabeca numa manta, em volta da fogueira e deixar os olhos fechados a imaginar a chegada do Pai Natal ou talvez, moiras encantadas. Afinal, cheira a Natal...

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  14. Porque é que as pessoas não comentam nos lugares certos? Assim já se podiam defender. Essas pessoas não querem é ouvir as verdades. Mas sempre foi assim

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    1. Vão comentar onde lhes convém, que é onde a coisa anda sempre floreada. Aqui é diferente, aqui apenas se diz o que é verdade sem enfeites literários.
      Um bom exemplo é o diploma/prémio que a Junta diz ter recebido...
      Na verdade quem recebeu tal "papel" foi o grupo de trabalho de investigadores, do qual o Pedro Sobral que pertence à empresa Eonic a quem a Junta adjudicou o projecto "livro", faz parte.
      Mas o projecto foi adjudicado à empresa Eonic como e de que forma?
      A verba para a autarquia veio para o grupo de investigadores -
      http://projecto-iem.wix.com/eicam - ou veio para Forninhos escrever um livro sobre a Historia e Memoria Local?
      Na hora certa e lugar adequado vamos discutir esse adjudicar, a verba, a venda e tb o diploma-prémio, quem o recebeu.
      Realmente este pais vai de mal a pior. Até a mentira, a investigação tem direito a candidatar-se a um um prémio- investigação!!!
      O diploma faz-me lembrar o diploma do Relvas...!
      Apenas receberam uma "Menção Honrosa", mas para essas pessoas foi um prémio!
      Qualquer pessoa que apresente um trabalho recebe essa menção.
      Os prémios quem os recebe são os melhores trabalhos e o "livro" que a Eonic apresentou - com certeza não tinha melhor para apresentar - recebeu somente a tal menção honrosa.
      Querem enganar quem afinal?
      Andamos mesmo de cavalo para burro, antigamente em Forninhos havia Gente, hoje parece que ha gentinha!
      Bastou umas novas fotos e voltamos a assistir a uma transumância, mas de estupidez, ausência de discernimento!

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    2. * O que quis dizer é que até a mentira, a investigação que não houve (tudo lhes foi indicado por A ou por B) tem direito a candidatar-se a um prémio-investigação!
      Receberam uma "Menção Honrosa", mas para certas e determinadas pessoas foi um PRÉMIO!

      Como desconhecem o significado apetece-me ensiná-los:

      "Menção honrosa é a distinção conferida a uma obra não premiada, porém merecedora de citação".
      Portanto, apenas por cortesia é citada!
      "A Menção Honrosa é uma honraria conferida como recompensa e estímulo, em reconhecimento do mérito pessoal, a qual tem por objectivo elevar o moral e o espírito".
      Bem precisam!
      "A Menção Honrosa não deve ser confundida com uma medalha ou com um prémio. Ela é uma distinção especial, em reconhecimento pelo esforço e valor individual."
      Querem mais?

      Só que, no caso, nem houve esforço algum, nem individual, nem colectivo, tanto que a obra que era para ser sobre a terra dos meus avós de genuíno nada traz, a não ser algumas fotos que são de Forninhos (sublinho algumas porque há lá fotos da Matela também).
      Devem é pensar que todos somos burros, de facto!
      Escrevem o que escrevem para não voltarem à "categoria" de anónimo, só pode! Ou então é só para "IMPRECIONAR".
      As pessoas de facto não mudam, revelam-se!

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  15. Ah, e o outro rapazinho parece muito esperto, mas realmente é muito pouco inteligente. Ao longo do seu mandato demonstrou ser é competente nas suas artes de habil trafulha.
    A ultima prende-se com a venda dos baldios, cuja escritura parece vai ser por usucapião!!!
    Se isto não é trafulhice...

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  16. PROJETO DE LEI N.º 528/XII (3.ª) ALTERAÇÃO À LEI DOS BALDIOS (ALTERA A LEI N.º 68/93, DE 4 DE SETEMBRO, COM REDAÇÃO DA LEI N.º 89/97, DE 30 DE JUNHO, QUE ESTABELECE A LEI DOS BALDIOS, ALTERA O ESTATUTO DOS BENEFÍCIOS FISCAIS, APROVADO PELO DECRETO-LEI N.º 215/89, DE 1 DE JULHO, E EFETUA A NONA ALTERAÇÃO AO REGULAMENTO DAS CUSTAS PROCESSUAIS, APROVADO PELO DECRETOLEI N.º 34/2008, DE 26 DE FEVEREIRO).

    Vao ver, analisem e quem deve a quem, ate por as Juntas de freguesia terem poderes. Pergunto se transparentes...
    Portanto, entre o deve e haver, "este rapazinho" muito vai ter de explicar...
    "ofertas" sob a forma de usucapiao, ou doacao a quem. Igreja, Junta, Cultura...
    Forninhos afinal acompanha a "onda" da suspeicao.
    Uma mao lava a outra e ambas ficam sujas!

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  17. A questão da escritura por usucapião dos baldios de Forninhos aos "brasileiros" vai dar muito que falar...vai dar um bom 'post'.
    Já li o "Extracto" e, pasme-se!, um casal (ambos residentes no lugar dos Valagotes, parece!) declaram que são donos e legítimos possuidores dum prédio RÚSTICO (terreno que faz e sempre fez parte dos baldios da Freguesia de Forninhos), composto de mato, com a área de cinco mil oitocentos e setenta e três metros quadrados!
    Mais:
    Que entraram na posse do referido prédio há mais de vinte anos!
    Etc. Etc. Etc.
    Gostaríamos portanto de conhecer como este território com mais de cinco mil metros quadrados que é “dos terrenos baldios da Freguesia de Forninhos” agora é pertença destes Senhores!
    Gostaríamos também de conhecer claramente as datas da posse e a forma como se processou todo este negócio, sobre todo este território.
    Gostaríamos de saber como o Cartório Notarial de Aguiar da Beira outorga uma escritura de justificação!
    O valor patrimonial actual é de € 410,00 e ao qual é atribuído igual valor.
    A Junta de Freguesia de Forninhos tem muito que explicar!
    Aproveito, assim, este meio para pedir informação sobre todos este negócio às partes envolvidas. Como forninhense e cidadã interessada (e também “comparte”) peço as necessárias e imprescindíveis informações ao público em geral.
    Por um Forninhos Transparente!

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  18. Confesso que de leis, a melhor que conheco sera a da "moral e bons costumes".
    E detesto politiquices pelo cheiro nauseabundo que transmitem, mais feroz e atroz nos pequenos meios em que "alguns" tentam ainda ver renascer o carniceiro Estado Novo salazarista. E no ignobil metabolismo feudal, alimentam o rebanho com charadas de feno, na falta de erva fresca.
    Tenho ouvido falar nos ultimos anos destes Senhores "brasileiros", sob a forma de mecenato para com a freguesia de Forninhos.
    Repito, Tenho ouvido!
    Claro que com tanta caridade, o pobre desconfia. De repente, tudo se transforma, parques, capela em cemiterio, ajudas para Centro, Junta (parece que vao meter janelas novas...), Tenho ouvido e fico encantado. Afinal existe o Bom Samaritano, ate por a caminho virem mais coisas "boas".
    Afinal...
    Nem quero acreditar, nem posso!
    Foi negocio, circulam remores. Em agradecimento receberam cerca de 6.ooo (seis mil) metros quadrados de terreno com soberba vista para a Serra da Estrela.
    Isso eu confirmo por ha cerca de um ano la ter passado e valera com toda a certeza a multiplicacao de milhares pelos 410 Euros registado. Upa, Upa!!!
    Estou perplexo!
    Se uma mao lava a outra, aqui e ate ver, ficam as duas sujas!
    Um bom tema a debater, (mais um, ( proximamente.
    Por onde andariam estes senhores, vinte anos atras, a semear chicharros no meio do baldio.
    Bom tema, repito, agora que em tal nos estamos a interessar.
    Boas Festas.

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