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segunda-feira, 11 de novembro de 2013

O Homem das Castanhas

Apesar de falar sempre de Forninhos (o que é compreensível, já que este espaço nasceu para dar visibilidade a esta aldeia da Beira Alta) hoje deixamos uma mostra da zona lisboeta já que em 'post's' anteriores, temos referido o cheirinho da castanha assada no ar e os homens das castanhas que vão apregoando: "quentes e boas...quentinhas" "olha a castanha assada". Fica então um vídeo (Fado "O Homem das Castanhas", por Carlos do Carmo) para poderem deliciar-se com esta música:

"Quem quer quentes e boas...quentinhas?
A estalarem cinzentas na brasa.
Quem quer quentes e boas...quentinhas?
Quem compra leva mais calor p´ra casa."


Com o fumo perfumado no ar e música, desejamos um bom S. Martinho.

21 comentários:

  1. Que legal!! Meu marido lembra delas na Itália também e aqui, no Rio de janeiro via os vendedores!! beijos,chica

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  2. "Dia 11 de Novembro
    É dia de São Martinho
    Come-se castanha assada
    Bebe-se do novo vinho"

    Sem dúvida um dos dias mais marcantes do ano, seja na aldeia como a nossa, em que elas, as castanhas ainda se assam com caruma dos pinheiros, seja nas ruas mais movimentadas de Lisboa, em locais estratégicos como as saídas do metro, comboio ou barcos.
    Quem resiste em levar num cartuxo feito de folhas das Páginas Amarelas , uma dúzia delas, apregoadas no cantar de "quem quer quentes e boas...". O cheiro que o fumo emana, torna a compra irresistível.
    E ao chegar a casa, a garotada pergunta:
    - O que nos trazes hoje?
    - Adivinhem meninos :

    Tenho camisa e casaco
    Sem remendo nem buraco
    Estoiro como um foguete
    Se alguém no lume me mete

    - Boa! são castanhas, são castanhas...

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  3. Olá,
    menina me deixastes com água na boca, nunca comi, mas deve ser deliciosas. Que musica linda.
    Me trouxe lindas lembranças.
    Bjos e tenha um ótima semana.

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  4. Olá Paula,
    Interessante o seu "post" sobre as castanhas. O homem das castanhas e Carlos do Carmo, são realmente ícones duma Lisboa saudosa. Lembro-me que há meia dúzia de anos, as castanhas assadas eram vendidas em embalagens feitas de listas telefónicas. Talvez por imposição da ASAE ou da CML, hoje elas são fornecidas em sacos próprios de papel... e que bom comê-las quentinhas na rua.
    O meu abraço,
    Manuel Tomaz

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    1. Era mais típico comprar as castanhas envoltas em jornais ou folhas das páginas amarelas, mas tudo muda...
      Um abraço.

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  5. Muito bem minha amiga, em dia de S. Martinho muito bem celebrado na nossa Beira, com castanhas, jeropiga, e agua-pe, nao poderia ser melhor lembrado, do que com um fado do "Grande" e meu favorito Carlos do Carmo.

    Bem haja e um excelente S. Martinho, para si, todos os meus amigos forninhenses e todos os leitores.

    Um abraco de amizade.

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  6. E foi mesmo na "mouche"!
    No dia de S. Martinho aqui vim comer as castanhas . Foi impossível vir mais cedo , ma sempre venho! Adoro este cantinho, Paula
    Um grande beijnho
    Bom S. Martinho...

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  7. Boa noite Paula, e Lisboa nesta época tem essa presença indispensável do "homem das castanhas" que nos faz lembrar as castanhas assadas nas brasas das lareira antigas e o seu cheiro tão característico. Mesmo sem lareira hoje a minha casa. cheira a castanha assada por todo o lado! Eu cozi algumas e um dos meus filhos esteve a assá-las no fogão. :-) e lá foi junto com amigos celebrar o São Martinho! Uma tradição bem antiga e que nos diz muito. Lindo o fado de Carlos do Carmo. Desejo que tenham tido um excelente Dia de São Martinho. Bjs Ailime

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  8. Lindo post, linda música!
    Amo castanhas!!!

    Abraços mil...............................

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  9. Bem interessante esse post sobre o homem das castanhas.
    Abraços.Sandra

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  10. Hoje já se dá valor á nossa castanha, exemplo disso é a exportação que aumenta de ano para ano, a nossa castanha é de qualidade reconhecida em todo o mundo.
    Recordo o carinho que o nosso ilustre conterrâneo Aquilino Ribeiro, nutria pela nossa castanha.

    “Mas as castanhas são tão bonitas com a sua oval fantasiosa, seu sépia de veludo, tao ternas quando espreitam juntinhas, às duas, às três e até às quatro, inclusa a boneca do ouriço arreganhado, tão bonitas, até mesmo no chão (…) que o equilíbrio se perfaz na pulcritude e quantidade.”
    Aquilino Ribeiro, in Cinco Reis de Gente

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  11. Pois é, meus amigos, já passou o São Martinho, padroeiro dos magustos. Espero que tenham passado um dia bom.
    Além de se comer as quentes e boas...quentinhas, requeijão e beber água-pé e jeropiga, chegou a hora de provar também o vinho, a quem muitos chamam o néctar dos deuses. Por isso, convido-vos a levantar e saborear um bom copo de vinho à saúde dos amigos do blog dos forninhenses e ouvir novamente Carlos do Carmo.
    Saúde!

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  12. Tempos de outrora...
    Poderia dissertar sobre a importância sócio/económica da castanha no mundo rural, mas agora não. Prefiro na saudade de tempos inocentes e "malandrecos" vê-la como momento de comunhão autêntica e familiar. Vou contar um episódio real, comigo passado, já lá vão alguns anos, melhor, cerca de cinquenta.
    O meu avô Francisco, qual patriarca da família, era pessoa "de bem". Volta e meia, afinal quase vizinhos, nos reuníamos em sua casa para cear e no tempo frio na cozinha, como não havia frigorífico, a maceira era a despensa sempre acautelada do bom que numa aldeia poderia haver. Se tal não bastasse, as panelas de ferro faziam o resto, afinal e graças a Deus, nunca ferveram em seco. Era obrigatório "dar graças" antes da refeição e finda esta, aconchegados à fogueira, naquelas noites que já escorriam frio e nós miúdos embevecidos, ouvíamos coisas de trabalho, prendidos nas suas peripécias. O pastor do meu avô que guardava os rebanhos na serra e que pela miséria matava uma ovelha e outra, de vez em quando, e interpelado sempre respondia ":Sr. Francisco, afogou-se" .
    Ele sabia que era por necessidade e fechava os olhos!
    Mas voltemos atrás...
    Para matar a conversa, vinha o assador em cima das têmpres e brasas a condizer, e nós, miúdos, um pouco já alheios e cansados da conversa dos adultos, espreitávamos a oportunidade da safadeza. Caramba, aquilo era mais do mesmo. Inocentes, e eles, os "velhos", deviam ter a razão deles próprios!
    As mulheres iam abanando o assador, não fossem as castanhas queimarem antes de estarem assadas como deviam.
    Mas no borralho, às escondidas, várias eram escondidas no meio de cinzas e brasas, inteiras e sem serem cortadas, uma bomba, melhor, várias!
    E quando a conversa deles aquecia, começava o estardalhaço. Bombardeamento em tempo de guerra e sem abrigo.
    Na brincadeira, uma não me rebentou na boca, mas sim no pé. estava de botas de pequeno cano, quando qual mina voou ainda com uma pequena brasa e se alojou no tornozelo. Instintivamente apertei o pé na bota para aliviar a dor e acho que já cheirava a esturro, melhor, churrasco. daria uma receita: "castanha à lá bota...!
    Passados tantos anos,ainda carrego a marca, se calhar devia ter feito uma plástica, mas lá se ia o cheiro das castanhas...

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  13. Oi Paula,
    Adorei o fado, e vídeo dá uma mostra do trabalho do homem das castanhas envolto sempre pela fumaça e calor, amenizado pelo frio, na época dele, mas um trabalho árduo, mas, com clientes garantidos, já que é difícil resistir a tão boa iguaria. Gostei muito de conhecer essa tradição das castanhas assadas, eu só comi cozidas e amei, imagino assadas a delícia que é.
    Beijos!!!!!

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  14. Xico, Paula, deixem-me contar como faço as castanhas, ou, como é costume na minha região. Cozemos em panela de pressão por volta de cinquenta minutos para depois as usarmos em pratos doces e salgados. A música foi muito agradável de ouvir. Parabéns pelo gosto no texto e na música. Um abraço, Yayá.

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  15. Xico, Paula, obrigada a ambos pelas dicas.
    Um dia destes apareço em Forninhos para conhecer a verdadeira castanha assada.
    Beijinhos

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  16. Em Forninhos, querendo saborosas castanhas assadas, o melhor é assá-las na caruma (ao ar livre) ou então em casa num assador com buracos no fundo, sob as trempes. São as melhores.
    Sem corte/golpe e sem sal...
    Mas as "quentes e boas" da rua, também sabem sempre bem!
    Mal começa o Outono, assim que vejo "O Homem das Castanhas" não resisto...compro logo um pacotinho.
    Às vezes até noto que a castanha não é de grande qualidade, mas não sei bem porquê, sabe muitíssimo bem comê-las quentinhas na rua.

    Vivam os Homens das Castanhas!

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    1. Tens razão!
      Se as da nossa terra transportam a saudade dos rituais que vinham do tempo dos nossos avós, aqui, as apregoadas "quentes e boas", também têm encanto.
      Quem por obrigação ou devoção percorre Lisboa, lá estão estes Homens e Mulheres. Sempre no mesmo sítio, cerejas à época, morangos, idem, e no pico do verão, ou um pouco antes, os gelados.
      Tudo no comprimento e largura de um abraço, no seu "engenho", sempre adaptado, prático e apelativo.
      São os ambulantes já colectados, pagam impostos e cumprem imposições. Saldanha, Castelo, Santa Apolónia, Marquês, sei lá, tantos...
      Tenho carinho especial pelo casal já tão visto na TV, os do Cais do Sodré, que me vendem o que querem, afinal, anos em que nos falamos, e alguma intimidade, na falta de clientes gosto de ficar na conversa e ouvir desabafos, nada custa e sabe bem.
      Afinal, eles que vendem castanhas, também delas gostam e enquanto falamos, vamos trincando meia dúzia.
      No fim, cobram-me as que comprei e as que comemos juntos.
      Não importa, antes de ir apanhar o comboio da Linha, a mulher dele, arranja um cartucho, oferta da casa, e ele ri, malandro...
      Magia da castanha!

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  17. A festa de São Martinho é uma tradição nesta época do ano, com o tempo mais frio sabe bem comer umas castanhas quentinhas, no dia de São Martinho comi castanhas assadas e castanhas cozidas com erva-doce, só me faltou o requeijão. Também gosto delas fritas, cruas e piladas, hoje em dia as castanhas são muito usadas em assados, sopas e puré de castanha para acompanhar carne ou peixe.

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  18. Outrora, chegado o ciclo de inverno que se prolongava e prolonga mais ou menos entre Novembro e Março, tempo do pousio das terras, chuvas longas, geadas e por vezes neve que o gelo teimava em não deixar derreter, eram tempos difíceis para quem as arcas de arrumar as colheitas não existiam. A existirem, pouco do fundo seria tapado, tal a míngua.
    Para minguar um pouco as dificuldades havia "o rebusco" desde as espigas de centeio, as uvas, batatas, azeitona, em suma, "os frutos" entre os quais a castanha que após a apanha dos mesmos se tornavam um pouco como terra de ninguém.
    Sob a folhagem, miúdos e graúdos tremelicando de frio e munidos de sacos de serapilheira, lá vinham ao encontro de uma ou outra castanha que a vara ou o vento haviam levado para mais longe e a ânsia dos ouriços esquecidos, por britar.
    Não era crime, os donos dos soutos, mais ou menos pelo S. Martinho abandonavam o sítio por a colheita estar cumprida.
    Não dava para encher a arca, mas enchia a barriga e aquecia o coração...

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  19. É certo que gosto de castanhas e as utilizo na culinária .Acabei de fazer um puré de castanhas para o jantar !!!Todavia sabem-me muito melhor ainda naqueles dias frios ,compradas na rua e aquecendo com elas as mãos..
    Bjinhos

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